• Nenhum resultado encontrado

Práticas Pedagógicas Empreendedoras no Curso de Jornalismo Numa Instituição de Ensino Superior do Recife

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2017

Share "Práticas Pedagógicas Empreendedoras no Curso de Jornalismo Numa Instituição de Ensino Superior do Recife"

Copied!
203
0
0

Texto

(1)

Faculdade Boa Viagem/DeVry Brasil

Centro de Pesquisa e Pós-Graduação em Administração - CPPA

Mestrado Profissional em Gestão Empresarial

Celiane Medeiros de Araújo

PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE JORNALISMO NUMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR DO RECIFE

(2)

FACULDADE BOA VIAGEM| DeVry Brasil

CPPA – CENTRO DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO MESTRADO PROFISSIONAL EM GESTÃO EMPRESARIAL

CLASSIFICAÇÃO DE ACESSO A DISSERTAÇÕES

Considerando a natureza das informações e compromissos assumidos com suas fontes, o acesso a dissertação do Mestrado Profissional em Gestão Empresarial - MPGE do Centro de Pesquisa e Pós-Graduação em Administração – CPPA – da Faculdade Boa Viagem é definido em três graus:

 Grau 1: livre (sem prejuízo das referências ordinárias em citações diretas e indiretas);

 Grau 2: com vedação a cópias, no todo ou em parte, sendo, em consequência, restrita a consulta em ambientes de bibliotecas com saída controlada;

 Grau 3: apenas com autorização expressa do autor, por escrito, devendo, por isso, o texto, se confiado a bibliotecas que assegurem a restrição, ser mantido em local sob chave ou custódia;

A classificação desta dissertação se encontra, abaixo, definida por seu autor.

Solicita-se aos depositários e usuários sua fiel observância, afim de que se preservem as condições éticas e operacionais da pesquisa científica na área de administração.

Título da Dissertação:PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE JORNALISMO NUMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR DO RECIFE

Nome do(a) autor(a): Celiane Medeiros de Araújo

Data da Aprovação: 28 de novembro de 2014

Classificação conforme especificação acima:

Grau 1 ฀

Grau 2 ฀

Grau 3 ฀

Recife, 28 de novembro de 2014.

Assinatura do(a) Autor(a) x

(3)

Celiane Medeiros de Araújo

PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EMPREENDEDORAS NO CURSO DE JORNALISMO NUMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR DO RECIFE

Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado Profissional em Gestão Empresarial, Centro de Pesquisa e Pós-Graduação em Gestão, Faculdade Boa Viagem/Devry Brasil, como pré-requisito para obtenção do título de Mestre em Gestão.

Orientadora: Profª. Drª Hajnalka Halász Gati

(4)

Catalogação na fonte -

Biblioteca da Faculdade Boa Viagem | DeVry, Recife/PE

A659p Araújo, Celiane Medeiros de.

Práticas pedagógicas empreendedoras no curso de jornalismo numa Instituição de Ensino Superior do Recife / Celiane Medeiros de Araújo. – Recife: FBV | DeVry, 2015.

203 f. : il.

Orientador(a): Hajnalka Halász Gati.

Dissertação (Mestrado) Gestão Empresarial -- Faculdade Boa Viagem | DeVry.

Inclui apêndice.

1. Ensino empreendedor. 2. Educação empreendedora. 3. Práticas pedagógicas empreendedoras. 4. Empreendedorismo em jornalismo. I. Título.

CDU 658 [15.1]

(5)
(6)
(7)

AGRADECIMENTOS

Agradeço emocionada a minha mãe e irmãos pelo apoio incondicional e compreensão de tantas ausências, em especial, no decorrer do último ano; ao meu marido e companheiro de todas as horas, pela torcida, paciência e apoio; aos amigos e colegas que sempre me incentivaram a prosseguir; aos meus gestores nas IES onde leciono, sempre atenciosos e solícitos, em particular ao Coordenador de Comunicação Social da IES estudada, pela parceria, confiança e cooperação no compartilhamento de preciosas informações e dos importantes documentos utilizados no estudo; a todos os professores e Coordenadora do Mestrado - Profa. Lúcia Barbosa - que, de alguma forma, contribuíram para os acertos desse trabalho; à Secretaria do Mestrado na pessoa de Rosana Reis, sempre com um sorriso, uma palavra de conforto e disposição para ajudar; aos companheiros de dia a dia que nunca

deixaram de me dizer: “vai dar tudo certo”.

Agradeço à Profa Elizabeth Tschá, minha orientadora no início do processo de construção da dissertação e responsável pela acertada sugestão de sua sucessão.

Meu agradecimento especial a minha orientadora no último semestre, Profa Hajnalka Gati que

me acolheu carinhosamente, me “adotando”, acreditando em minha vontade de fazer o melhor

e me apoiando sempre, por quem tenho imensa admiração e respeito.

Agradeço à Profa Alcione Donida, Coordenadora dos cursos onde leciono nesta IES, pelo apoio prestado e a atenção dispensada a mim nos momentos de grande estresse, em especial na fase de conclusão desta dissertação.

Agradeço aos amigos Manuela, Flávia e Fabiane que demonstraram seu carinho e atenção, quando menos esperei e mais precisei de apoio.

Por fim, agradeço à Alda Claudinea, do Núcleo de Apoio aos Professores (NAP), que, carinhosamente me incentivou, me apoiou e encorajou em todos os momentos de cansaço e questionamentos nessa jornada, bem como aos colegas da FBV que, de alguma forma contribuíram para a realização deste estudo.

(8)

Apenas o sonhador que busca a realização do seu

sonho é protagonista e autor de sua vida.

(9)

RESUMO

Importante força que move uma sociedade, o empreendedorismo faz parte da realidade das IES do país. Embora não se tenha uma disciplina com esse nome no curso estudado, o objetivo deste trabalho é compreender a influência das práticas pedagógicas dos professores do curso de Jornalismo de uma IES do Recife, associadas ao conteúdo programático de suas disciplinas, no que se refere ao ponto de vista da ação empreendedora dos alunos. Nessa perspectiva, o trabalho contou com a verificação das diretrizes do MEC voltados para o curso; identificação do conceito dos professores quanto ao empreendedorismo e quanto às práticas pedagógicas empreendedoras; identificação dessas práticas utilizadas no ensino das disciplinas; identificação das aspirações profissionais dos alunos e análise das implicações das práticas pedagógicas empreendedoras dos professores na ação empreendedora dos alunos na perspectiva dos alunos e dos professores do curso, como objetivos específicos. A pesquisa realizada caracteriza-se como qualitativa e descritiva, delineada em dois momentos. Num primeiro momento, foram analisadas as diretrizes do MEC para o curso de Jornalismo, o PPC e os Planos das disciplinas constando das indicações bibliográficas contidas no ementário do curso. Foi evidenciado que a bibliografia utilizada encontra-se atualizada e à disposição dos alunos na biblioteca da IES. O confronto dos documentos analisados demonstra que, em termos gerais, o ementário do curso traduz o objetivo de preparar os alunos para o papel de jornalista diante de uma demanda de mercado. Assim, a formação acadêmica evidencia seu foco voltado para que o egresso seja um indivíduo empregável nos moldes tradicionais, o que diverge do conteúdo analisado quanto às diretrizes do MEC. Num segundo momento professores e alunos do 6º e 7º períodos do Curso foram consultados, através de um questionário. Para os docentes o questionário foi entregue presencialmente e posteriormente enviadas por e-mail. No caso dos discentes, o questionário foi aplicado na presença da pesquisadora. No que se refere à pesquisa através do questionário aplicado aos docentes, em termos gerais, há evidências de unanimidade de discurso voltado ao uso de práticas pedagógicas empreendedoras. Já no que se refere às respostas dos alunos, verificou-se que existem equívocos evidenciados quanto aos elementos que podem traduzir um pensamento ou uma atitude empreendedora. Foi verificado que, para número significativo dos alunos, o indivíduo considerado empreendedor é aquele que está ligado à abertura de seu próprio negócio. Conclui-se que as abordagens sobre práticas pedagógicas capazes de estimular um comportamento empreendedor nos alunos, devem ser exploradas num contexto mais amplo envolvendo a interdisciplinaridade, a partir da colaboração dos docentes e do esgotamento teórico e prático sobre o significado das práticas empreendedoras em todas as disciplinas do curso.

(10)

ABSTRACT

An important power that moves a society, the entrepreneurship belongs to the IES realities of the country. Although does not exists a subject with its name in the present course, the objective of this study is to comprehend the influence of the pedagogical practices of teachers from Journalism course of an IES from Recife, associated to the programmatic content of its disciplines, regarding to the point of view of the entrepreneurial action of the students. By this perspective, the study counted with the verification of the MEC guidelines related to the course; concept identification of the teachers regarding to the entrepreneurship and to the pedagogical entrepreneurial practices; identification of these practices used in the teaching of the subjects; identification of the students professional aspirations and analysis of the practical implications of pedagogical entrepreneurial practices of the teachers in the entrepreneurial action of the students by the perspective of both, students and teachers, as specific objectives. The research conducted is characterized as qualitative and descriptive, outlined in two moments. In a first moment, it was analyzed the MEC guidelines to the Journalism course, the PPC and the disciplines Plans containing the bibliographic indications from the summary of the course. It was evidenced that the bibliography used is updated and available for the students in the IES library. The comparison of the analyzed documents shows that in general the summary of the course reflects the objective of preparing the students to the role of the journalist face a market demand. Thereby, the academic education shows its focus turned to the egress be an employable individual in the traditional ways, what is different from the analyzed content regarding MEC guidelines. In a second moment, teachers and students from 6º and 7º periods of the Course were consulted, through a questionnaire. For the teachers the questionnaire was delivered face to face and then sent by email. In the case of the students, the questionnaire was applied in the presence of the researcher. Related to the research trough the questionnaire applied to the teachers, in general terms, there are evidences of unanimity of discourse related to the use of entrepreneurial pedagogical practices. Related to the student’s

answers, it was verified that exists mistakes regarding to the elements that can translate thinking or an entrepreneurial attitude. It was verified that for a significant amount of students, the individual considered entrepreneurial is the one that is linked to the opening of its own business. It is concluded that the approaches related to the pedagogical practices able to stimulate an entrepreneurial behavior in the students, might be explored in a wide context involving the interdisciplinary, from the collaboration of the teachers and the theoretical and practical exhaustion about the meaning of entrepreneurial practices in all subjects of the course.

(11)

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Características do empreendedor 46

Quadro 2 - Características do empreendedor de sucesso 47 Quadro 3 - Síntese das definições de empreendedorismo de acordo

com diversos autores 48

Quadro 4 - Evolução da definição do termo empreendedor 50 Quadro 5 - Diretrizes para o desenvolvimento de programas e atividades

de formação empreendedora 60

Quadro 6 - Diferenças básicas entre as formações gerencial e empreendedora 61 Quadro 7 - Objetivos e métodos na pesquisa qualitativa 89 Quadro 8 - Abordagem e classificação das disciplinas do curso de Jornalismo

na IES pesquisada 97

Quadro 9 - Comparativo entre ensino convencional e ensino de empreendedorismo 104 Quadro 10 - Bibliografia recomendada para as disciplinas do primeiro

período do curso 107

Quadro 11 - Bibliografia recomendada para as disciplinas do segundo

período do curso 111

Quadro 12 - Bibliografia recomendada para as disciplinas do terceiro

período do curso 114

Quadro 13 - Bibliografia recomendada para as disciplinas do quarto período do curso 117 Quadro 14 - Bibliografia recomendada para as disciplinas do quinto período do curso 120 Quadro 15 - Bibliografia recomendada para as disciplinas do sexto período do curso 123 Quadro 16 - Bibliografia recomendada para as disciplinas do sétimo período do curso 126

Quadro 17 - Autores indicados mais de uma vez 129

Quadro 18 - Como o docente define “práticas pedagógicas empreendedoras” 138 Quadro 19 - Relação entre o que considera prática empreendedora e as atividades

que desenvolve com seus alunos 139

Quadro 20 - Abordagens referentes às atividades práticas 140 Quadro 21 - Elemento empreendedor nas práticas pedagógicas utilizadas 141

Quadro 22 - Exercício extraclasse 142

Quadro 23 - Fundamento das práticas de sala de aula 143

Quadro 24 - Mensuração do aprendizado 144

(12)

Quadro 26 - Mudança do aluno para um comportamento empreendedor 146 Quadro 27 - Evidências do comportamento empreendedor dos alunos 147 Quadro 28 - O que pode ser considerada uma prática pedagógica empreendedora 149 Quadro 29 - O que pode ser considerada uma prática pedagógica empreendedora 151 Quadro 30 - Atividades relacionadas ao ensino empreendedor vivenciadas

em sala de aula 152

Quadro 31 - Atividades relacionadas ao ensino empreendedor vivenciadas

em sala de aula 153

Quadro 32 - Atividades relacionadas ao ensino empreendedor vivenciadas

em sala de aula 153

Quadro 33 - Elemento empreendedor nas práticas pedagógicas 154 Quadro 34 - Elemento empreendedor nas práticas pedagógicas 155 Quadro 35 - Elemento empreendedor nas práticas pedagógicas 155 Quadro 36 - Elemento empreendedor nas práticas pedagógicas 155 Quadro 37 - Identificação da forma como são realizadas as abordagens referentes

às atividades práticas 156

Quadro 38 - Identificação da forma como são realizadas as abordagens referentes

às atividades práticas 157

Quadro 39 - Identificação da forma como são realizadas as abordagens referentes

às atividades práticas 157

Quadro 40 - Identificação da forma como são realizadas as abordagens referentes

às atividades práticas 157

Quadro 41 - Identificação da forma como são realizadas as abordagens referentes

às atividades práticas 158

Quadro 42 - Identificação da forma como são realizadas as abordagens referentes

às atividades práticas 158

Quadro 43 - Prática empreendedora aplicada à atividade prática desenvolvida

na modalidade de exercício extraclasse 159

Quadro 44 - Prática empreendedora aplicada à atividade prática desenvolvida

na modalidade de exercício extraclasse 159

Quadro 45 - Prática empreendedora aplicada à atividade prática desenvolvida

na modalidade de exercício extraclasse 160

Quadro 46 - Prática empreendedora aplicada à atividade prática desenvolvida

(13)

Quadro 47 - Prática empreendedora aplicada à atividade prática desenvolvida

na modalidade de exercício extraclasse 160

Quadro 48 - Retorno dos resultados das atividades desenvolvidas

nas disciplinas do curso 161

Quadro 49 - Retorno dos resultados das atividades desenvolvidas

nas disciplinas do curso 162

Quadro 50 - Retorno dos resultados das atividades desenvolvidas

nas disciplinas do curso 162

Quadro 51 - Retorno dos resultados das atividades desenvolvidas

nas disciplinas do curso 162

Quadro 52 - Retorno dos resultados das atividades desenvolvidas

nas disciplinas do curso 163

Quadro 53 - Quais as disciplinas que mais interessam aos alunos de Jornalismo 164 Quadro 54 - Quais as disciplinas que mais interessam aos alunos de Jornalismo 164 Quadro 55 - Quais as disciplinas que mais interessam aos alunos de Jornalismo 165 Quadro 56 - Percepção dos alunos respondentes com relação ao comportamento

empreendedor para sua vida profissional 166

Quadro 57 - Percepção dos alunos respondentes com relação ao comportamento

empreendedor para sua vida profissional 167

Quadro 58 - Percepção dos alunos respondentes com relação ao comportamento

empreendedor para sua vida profissional 167

(14)

LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Titulação dos docentes 88

Tabela 2 - Discentes que trabalham na área de comunicação 88

Tabela 3 - Percentual de docentes respondentes 91

(15)

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABECOM Associação Brasileira de Escolas de Comunicação

ABEPEC Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Comunicação ABI Associação Brasileira de Imprensa

ALAIC Asociación Latinoamericana de Investigadores de la Comunicación ANPROTEC Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos

Inovadores

BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social

CIESPAL Centro Internacional de Estudios Superiores de Comunicación para América Latina

CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico COMPÓS Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação

em Comunicação

ECA Escola de Comunicações e Artes

EMPRETEC Empreendedorismo y Tecnologia – acrônimo que identifica programa da Organização das Nações Unidas para desenvolver empreendedores FELAFACS Federación de Asociaciones de Facultades de Comunicación Social FINEP Financiadora de Estudos e Projetos

GEM Global Entrepreneurship Monitor

GENESIS Geração de Novas Empresas de Software, Informação e Serviços

ICINFORM Instituto de Ciências da Informação IES Instituição de Ensino Superior

INTERCOM Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação LDB Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional

MEC Ministério de Educação e Cultura

OEA Organização dos Estados Americanos ONG Organização Não Governamental PDI Plano de Desenvolvimento Institucional

PPC Plano Pedagógico do Curso

SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas SOFTEX Sociedade Brasileira para Exportação de Software

(16)

TIC Tecnologia da Informação e Comunicação

TJDFT Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro

UNB Universidade de Brasília

(17)

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 19

1.1 Objetivos 22

1.1.1 Objetivo geral 22

1.2.2 Objetivos Específicos 22

1.2 Justificativa 22

1.2.1 Justificativa teórica 25

1.2.2 Justificativas práticas 26

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 29

2.1 Empreendedorismo 29

2.1.1 Espírito empreendedor 32

2.1.2 Empreendedorismo no Brasil 34

2.1.3 O empreendedor 41

2.2 Comunicação Social no Brasil 51

2.2.1 Desbravamento 52

2.2.2 Pioneirismo 2.2.3 Fortalecimento

52 53 2.2.4 Consolidação

2.2.5 Institucionalização 2.3 O Jornalismo

2.4 Educação empreendedora

2.5 Empreendedorismo no contexto da educação através da utilização de práticas pedagógicas inovadoras

2.5.1 Educação empreendedora e aprendizagem no ensino superior 2.6 Inovação

2.7 Inovação na educação 3 METODOLOGIA

54 55 56 58

68 74 77 80 86

3.1 Delineamento da Pesquisa 86

3.2 A IES pesquisada e a contextualização do curso de Jornalismo 86

3.3 Sujeitos da pesquisa 87

3.4 Instrumentos de coleta de dados 3.5 Limites e limitação da pesquisa

(18)

4. APRESENTAÇÃO, ANÁLISE, DISCUSSÃO E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

4.1 Análise dos dados documentais 4.1.1 Projeto Pedagógico do Curso 4.1.2 Ementário do curso

4.1.3 Bibliografia recomendada 4.2 Análise dos dados coletados

4.2.1 Docentes do 6º e 7º períodos do curso de Jornalismo 4.2.2 Discentes do 6º e 7º períodos do curso de Jornalismo 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

REFERÊNCIAS

APÊNDICE A - Síntese da análise de conteúdo do levantamento realizado com discentes do 6º e 7º períodos do curso de Jornalismo

APÊNDICE B - Síntese da análise de conteúdo do levantamento realizado com docentes APÊNDICE C - Questionário para coleta de dados junto aos docentes

APÊNDICE D - Questionário para coleta de dados junto aos discentes

94 94 95 97 107 135 137 148 170 178

(19)

1 INTRODUÇÃO

Com as mudanças geradas pela sociedade do conhecimento, novas culturas surgiram e, naturalmente, atingiram o contexto da comunicação em toda sua abrangência. A nova realidade promoveu o surgimento de novas tecnologias que possibilitam a evolução de técnicas de pesquisa e divulgação de informações através da Internet. Contudo, é importante ressaltar que, no âmbito dessas mudanças, é inegável que, sobretudo, as pessoas são o cerne das transformações.

Nesse cenário, transformações na sociedade desvendam a inovação como elemento fundamental no estudo do surgimento de posturas profissionais empreendedoras, uma vez que a inovação se origina do conhecimento e é fruto do empenho, determinação, compartilhamento e socialização de ideias entre as pessoas. Em especial na chamada sociedade do conhecimento, é soberano aquele que detém o conhecimento inovador, responsável pelas mudanças no cenário socioeconômico nas organizações e no mundo. Além disso, através de atitudes reconhecidas como inovadoras e, consequentemente, empreendedoras, o indivíduo passa a desenvolver práticas que fomentam a retenção e o desenvolvimento de suas competências.

Deve ser ressaltado que, para definir o indivíduo como empreendedor, não se requer exclusivamente que seja identificada a vontade ou atitude de abertura de um negócio. O empreendedor, antes de tudo, deve enxergar oportunidade de ganhos a partir de sua iniciativa de gerar inovação em sua oferta de trabalho, a partir de sua formação e expertise.

No que se refere à educação superior, Behrens (2008) alerta que a Sociedade do Conhecimento remete a repensá-la, essencialmente, no que diz respeito à prática pedagógica dos professores, que deve compor visão ampla e holística, com abrangência crítica e reflexiva.

(20)

Instituições de Ensino Superior (IES) de todo o Brasil, obedecendo às diretrizes impostas pelo Ministério de Educação e Cultura (MEC).

Tem este trabalho o foco voltado para a Habilitação de Jornalismo, de uma IES sediada em Recife, estado de Pernambuco, considerando que, até o presente momento a IES objeto de estudo opera com habilitações da Comunicação Social.

Na formação de profissionais de Comunicação Social, a relevância de um aprendizado voltado para o ser empreendedor deve ser considerada, uma vez que a capacidade de inovar em seu papel no mercado e para a sociedade determinará sua permanência neste mercado. Há a perspectiva de que estes profissionais podem contar atualmente com recursos capazes de propiciar redução de custos e gerar fluxo de informação com rapidez, grande alcance e forte impacto a partir dos estímulos resultantes de práticas pedagógicas empreendedoras utilizadas pelos professores em sala de aula. Ademais, fala-se num momento de transição entre o que teria sido o Jornalismo Industrial para o que se considera hoje o Jornalismo Digital, como novo modelo de negócio no campo da Comunicação Social.

Hengemühle (2014) faz considerações relacionadas às mudanças históricas verificadas na década de 1980 e que levam a refletir sobre o sistema educacional como um todo e, ainda mais, no que se refere à prática pedagógica desenvolvida nos meios acadêmicos. Sociedade do Conhecimento, não raro, é caracterizada pela produção em massa. Dessa forma, o ensino nas IES parece estar diante de paradigmas construídos na educação superior e na busca de referenciais teóricos capazes de fundamentar metodologias inovadoras que incentivem a produção do conhecimento.

(21)

mão de referenciais teórico-práticos capazes de apontar caminhos que tornem os conteúdos e as práticas pedagógicas mais significativas, úteis e provocativas, a fim de envolver os estudantes de forma afetiva e emocional.

Em última análise, acredita-se que uma contemplação do conteúdo programático das disciplinas do curso de Jornalismo faz-se necessária para entendimento dos objetivos pertinentes a cada uma e, se podem ser considerados estimulantes as práticas empreendedoras por parte dos alunos.

O parecer homologado pelo MEC (p.9) em 12/09/2013 para o curso de Jornalismo, “enfatiza, em sua formação, o espírito empreendedor e o domínio científico, de forma que sejam capazes de produzir pesquisa, conceber, executar e avaliar projetos inovadores que respondam às exigências contemporâneas e ampliem a atuação profissional em novos campos, projetando a função social da profissão em contextos ainda não delineados no presente.”

Para tanto, espera-se que as práticas pedagógicas utilizadas pelo docente responsável por cada disciplina sejam senão inovadoras, criativas de forma a servirem de incentivo para que os alunos busquem se superar.

Considerando que se trata de julgamento passível de conflitos, pretende-se que alguns questionamentos tenham suas respostas através dos resultados adquiridos pela triangulação: Programa segundo diretrizes do MEC - Práticas do docente - Atitudes dos alunos.

É importante ressaltar que, apesar da crescente importância e, sobretudo a aparente dependência da tecnologia, não se deve esquecer que o bom jornalismo continuará baseado nos princípios mais tradicionais diretamente ligados à capacidade dos profissionais em selecionar, apurar e redigir notícia, conjugado com o sentido ético que a atividade exige. Enfim, do homem por trás da técnica. Pois, vale lembrar que não há máquina que substitua o trabalho de um bom jornalista.

(22)

Contudo, sendo o estudo de empreendedorismo cada vez mais comum nas IES, acredita-se que venha a dar bons resultados num futuro próximo.

Compreende-se neste estudo que, o curso estudado não contemplar em sua grade curricular uma disciplina específica de empreendedorismo, representa uma lacuna a ser preenchida. Nesse ponto, acredita-se que a responsabilidade da IES na formação dos alunos é ainda maior, uma vez que inevitavelmente deve fortalecer as premissas do empreendedorismo nas disciplinas oferecidas.

No contexto do presente estudo, é também de grande relevância considerar a importância do jornalista para as organizações e, que, sendo o processo de comunicação eficiente, terá de estruturar as ligações e criar os elos de relação entre os sistemas sócio-político e econômico-industrial com os sistemas internos fundamentais necessários para a sustentação da organização. Nesse sentido, Kunsch (2003, p.71) aponta que

trata-se de um processo relacional entre indivíduos, departamentos, unidades e organizações. Se analisarmos profundamente esse aspecto relacional na comunicação do dia-a-dia nas organizações, interna e externamente, perceberemos que elas sofrem interferências e condicionamentos variados, dentro de uma complexidade difícil até de ser diagnosticada, dado o volume e os diferentes tipos de comunicação existentes, que atuam em diferentes contextos sociais.

Assim, considerando a relevância dos processos de aprendizagem no ensino empreendedor, busca-se compreender de que maneira as práticas pedagógicas utilizadas no curso de Jornalismo de determinada IES do Recife, associadas ao conteúdo programático de suas disciplinas estimulam a atitude empreendedora nos seus alunos?

1.1 Objetivos

(23)

1.1.1 Objetivo geral

Compreender a influência das práticas pedagógicas dos professores do curso de Jornalismo de uma IES, associadas ao conteúdo programático de suas disciplinas, sob o ponto de vista da ação empreendedora dos alunos.

1.1.2 Objetivos específicos

1. Verificar relação das diretrizes do MEC voltadas para o curso de Jornalismo com o Plano Pedagógico do Curso (PPC);

2. Identificar o conceito dos professores quanto ao empreendedorismo no curso de Jornalismo;

3. Identificar o conceito de práticas pedagógicas empreendedoras na visão dos professores;

4. Identificar as práticas pedagógicas empreendedoras no ensino das disciplinas do curso de Jornalismo;

5. Identificar as aspirações profissionais dos alunos;

6. Analisar as implicações das práticas pedagógicas empreendedoras dos professores na ação empreendedora dos alunos na perspectiva dos alunos e dos professores do curso de Jornalismo.

1.2 Justificativa

É importante mencionar que o empreendedorismo nas IES vem ganhando força nas mais diversas áreas de conhecimento. Muitas são as publicações que abordam resultados de pesquisas evidenciando o interesse das instituições em gerar ambiente adequado ao aprendizado do empreendedorismo e absorver profissionais qualificados para o exercício docente com o foco nesse processo.

Em 2012, a ENDEAVOR realizou pesquisa em 46 IES presentes em 11 diferentes estados do país e constatou o bom trabalho que vem sendo desenvolvido no que se relaciona ao ensino de empreendedorismo, embora muito ainda precise ser feito. Entre essas IES, 91,3% oferecem

(24)

“criação de negócios” (63%). Contudo, apenas 39,7% dos alunos entrevistados afirmaram já

ter cursado alguma disciplina ligada a empreendedorismo.

Logo, este pode ser um indicativo de falta de divulgação, oferta insuficiente ou bons cursos, que atraiam os jovens. Além disso, ainda de acordo com a referida pesquisa, os cursos

oferecidos, em geral, são de iniciação (como é o caso de “introdução ao empreendedorismo”),

enquanto seria ideal usar de maior aprofundamento no ensino de abordagem tão complexa e abrangente.

Outro fato identificado pela ENDEAVOR é a conexão existente entre as IES e o mercado (89,1% recebem palestrantes convidados a falar sobre o tema e 43,5% promovem visitas a pequenos negócios). A mesma pesquisa revelou também que existe uma má distribuição do ensino, considerando que 76,1% oferecem cursos para graduação, enquanto 52,2% para pós-graduação e 23,9% para a educação executiva.

Como parte desse crescimento pelo interesse das IES no que se refere ao ensino empreendedor, a educação empreendedora se tornou tema recorrente em todo mundo. A partir dos estudos de Peter Drucker (1985), o empreendedorismo começou a ser visto como algo que pode ser ensinado às pessoas e não como um dom ou habilidade inata ao indivíduo.

Contudo, com relação ao curso de Jornalismo, há poucas abordagens no contexto do ensino empreendedor. Parece não haver uma relação ainda estabelecida entre uma cultura empreendedora e a profissão de jornalista.

(25)

essas empresas existem em pequeno número. Dessa forma, não é incomum ver profissionais da área de comunicação realizando trabalhos remunerados não regulares.

Dessa feita, acredita-se que o mercado não apresenta capacidade de absorver todos os egressos do curso através das empresas existentes. Por isso, acredita-se que esses alunos devem construir sua formação profissional pautada na iniciativa, desenvolvimento e fortalecimento de um comportamento empreendedor para a realização de seu sonho. Afinal, conforme apregoa Dolabela (1999), o comportamento empreendedor requer paixão pelo que se faz ou se deseja fazer e a realização do sonho depende disso. Ademais, esses indivíduos devem estar prontos para a superação das dificuldades com que, possivelmente se depararão.

O presente trabalho apresenta-se organizado de forma que, os próximos capítulos tratarão sequencialmente, das diretrizes e procedimentos utilizados. O capítulo 2 tratará da fundamentação teórica para respaldo da pesquisa, a partir da contextualização das abordagens de diversos autores (Dornelas, Dolabela, Filion, Drucker, entre outros), contextualizadas com o tema proposto. Em seguida, no capítulo 3, será exposta a metodologia de pesquisa, seu delineamento, a unidade de análise estabelecida, os instrumentos de coleta dos dados, os limites e limitações encontrados no decorrer do trabalho. O capítulo 4 é dedicado à apresentação, análise, discussão e interpretação dos dados coletados. Por fim, o capítulo 5 apresentará a conclusão da pesquisa.

1.2.1 Justificativa teórica

Um olhar voltado para o contexto brasileiro possibilita considerar fortes motivos para o ensino empreendedor, não apenas pelo grande número de pequenos empreendimentos que vêm surgindo, mas pela necessidade de se criar um espírito empreendedor em papeis assumidos nas diversas áreas dentro das empresas.

(26)

[...] promover o desenvolvimento sustentável humano, social e econômico e enfatiza a importância da democracia da cooperação e da estrutura de poder como condições necessárias à promoção do desenvolvimento empreendedor das pessoas (LOPES, TEIXEIRA, p. 62).

Já para Dolabela (2003), no entendimento de Lopes e Teixeira (2010, p.62), a educação empreendedora deve proporcionar mais respostas e ações que venham a propiciar tranquilidade às pessoas diante de situações incertas. Subentende-se que essas ações são capazes de fazer com que o ensino de empreendedorismo seja baseado em fatores motivacionais e em habilidades comportamentais. Assim, a educação empreendedora tem como objetivo final, a formação de indivíduos preparados para alcançar o sucesso, independentemente de iniciarem um novo negócio.

Com base no exposto, fica evidenciado que o indivíduo pode ser empreendedor em quaisquer dos estágios de sua vida, desenvolvendo sua capacidade individual, cognitiva, inovadora.

O pensamento de Dolabela retratado em sua pedagogia empreendedora fortalece a presente pesquisa, no sentido de compreender como são vistas as chamadas práticas pedagógicas empreendedoras. Contudo, observa-se que poucas são as publicações relacionadas à necessidade de maiores esclarecimentos quanto a como aplicá-las em sala de aula. É nessa constatação e na perspectiva de contribuir para a promoção de discussões a esse respeito que o presente trabalho se apoia.

1.2.2 Justificativas práticas

O projeto propõe contribuições para a o curso de Jornalismo de determinada IES do Recife, uma vez que pode promover reflexão sobre novas práticas e gerar discussões sobre as utilizadas. IES, docentes, alunos, entidades de fomento ao empreendedorismo poderão encontrar nas próximas considerações alguns aclaramentos pertinentes ao estudo do tema.

(27)

de aprendizagem podem ser criadas, uma vez que esse ensino, não deve ser entendido numa perspectiva de metodologia tradicional.

Visto que o empreendedorismo baseia-se no desenvolvimento de conhecimento, que deve incluir continuamente novas áreas necessárias à melhoria do desempenho das pessoas no respectivo contexto profissional, social ou pessoal, o espírito empreendedor não deve ser considerado apenas como um meio de criar novas empresas. Mas, como uma atitude a ser aplicada de forma útil por qualquer indivíduo no dia-a-dia e em todas as suas áreas de atividade.

Acredita-se que, quando entendido dessa forma, a figura do professor no chamado ensino empreendedor seja reconhecida como elemento-chave na criação de ambiente empreendedor através das práticas pedagógicas utilizadas em sala de aula. Para tanto, torna-se fundamental que, do ponto de vista da aprendizagem formal, o professor, antes de tudo, desenvolva em si características inovadoras em sua proposta de ensino. Assim sendo, faz-se essencial que o professor repense suas práticas, buscando adaptá-las aos grupos onde está inserido e à realidade do cenário socioeconômico do país, com a responsabilidade de alcançar resultados positivos a partir dos processos de ensino-aprendizagem.

Contudo, há de se levar em conta, as diretrizes e obrigatoriedades impostas pelo Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), elaborado pelas IES e exigido pelo Ministério da Educação e Cultura - MEC, bem como o Projeto Pedagógico dos Cursos (PPC) que nem sempre demonstram ou são interpretados com flexibilidade.

Por conseguinte, este trabalho pretende estimular ações empreendedoras de docentes e discentes a partir do encorajamento necessário para a busca do conhecimento, da superação dos obstáculos e do estímulo ao encontro do indivíduo com seu sonho. Nessa premissa,

Dolabela (1999) acredita que “apenas o sonhador que busca a realização do seu sonho

é protagonista e autor de sua vida”. E dessa forma, é fundamental que o aluno perceba que está sendo preparado para caminhar com suas próprias pernas para a conquista do seu objetivo de vida.

(28)

visto adiante, a prática não deve estar dissociada da teoria. Além disso, uma das justificativas do presente estudo toma corpo quando traz à tona discussões relacionadas ao aprimoramento das ações praticadas pelo docente em seu papel de difusor de conhecimento.

(29)

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capítulo serão abordados aspectos de relevância para o entendimento do empreendedorismo e do ser empreendedor, através do pensamento de diversos autores, bem como a perspectiva do intra-empreendedor nas empresas, o desenvolvimento do empreendedorismo no Brasil e o significado do espírito empreendedor, e o contexto do ensino do empreendedorismo no ensino superior.

2.1Empreendedorismo

Empreendedorismo vem constituindo tema de interesse de diversos teóricos em diferentes abordagens. Segundo Cunha (2004, p. 28), a palavra empreender, imprehendere, tem origem

no latim medieval, antes do século XV e significa tentar “empresa laboriosa e difícil”, ou ainda, “pôr em execução”.

Em concordância com Landströn (2005, p. 8), empreendedor (entrepreuner) é uma palavra

originalmente francesa que apareceu pela primeira vez em 1437, sendo que a definição mais

comum usada na época era “celui qui entreprend quelque chose” e quer dizer aquele que se

compromete com algo.

Dolabela (1999, p. 43) define o empreendedorismo como um neologismo derivado da livre tradução da palavra entrepreneurship e utilizado para designar os estudos relativos ao

empreendedor, seu perfil, suas origens, seu sistema de atividades, seu universo de atuação.

Conforme Bom Ângelo (2003, p.24-25) o termo entrepreneur é antigo e, raiz da palavra data

de mais de 800 anos. É derivado do verbo francês entreprendre, que significa fazer algo ou

empreender. Etimologicamente é representado pela soma entre + prendre, Entre (do latim

inter) designa espaço de um lugar a outro, ação mútua, reciprocidade e interação. Prendre (do

latim prehendere) significa tomar posse, utilizar, empregar, tomar uma atitude.

Por sua vez, Degen (2009, p. 6) explica que o significado da palavra empreendedor é decorrente da palavra inglesa entrepreneur, que deriva da palavra entreprendre, do francês

(30)

prehendere (comprador). No entendimento do referido autor, a combinação das duas palavras,

entre e comprador, encontra seu significado em intermediário.

Filion (1999, p. 5) buscou a conceituação do termo ao longo da história das civilizações, apontando que, para cada século, o empreendedor é descrito de forma diferente. A palavra empreendedor, entrepreneur, tem origem francesa, no século XII, sendo associada a “aquele

que incentivava brigas” (VÉRIN, 1982 apud FILION, 1999, p. 18). No século XVI, o termo

descrevia uma pessoa que assumia a responsabilidade e dirigia uma ação militar. Entretanto, foi no final do século XVII e início do século XVIII que o termo foi utilizado para referir-se à pessoa que criava e conduzia projetos ou empreendimentos.

Historicamente o entendimento sobre empreendedorismo sofreu mudanças ao longo do tempo. Dornelas (2011) afirma que um primeiro exemplo de definição de empreendedorismo pode ser atribuído a Marco Polo, que tentou estabelecer uma nova rota comercial para o Oriente. Como empreendedor, Marco Polo assinou um contrato com um homem que possuía dinheiro (capitalista) para vender as mercadorias deste. Assim, enquanto o capitalista era alguém que assumia riscos de forma passiva, o aventureiro empreendedor assumia papel ativo, correndo todos os riscos físicos e emocionais. Degen (2009, p. 7) traz sua contribuição nesse sentido quando a complementa, também mencionando Marco Polo como um exemplo que ilustra bem a figura do empreendedor no sentido francês de intermediário. Afirma que,

como era costume na Europa, Marco Polo desenvolveu um plano e assinou contratos com banqueiros-capitalistas venezianos, os precursores das atuais empresas de capital de risco, que forneceram os recursos financeiros para o empreendimento e para os quais se obrigou a vender os produtos que traria da sua viagem. Com o sucesso da viagem, conforme previa o contrato entre as partes, os financiadores ficaram com cerca de 75% do lucro do empreendimento e, coube ao dito mercador-aventureiro os 25% restantes. Degen (2009) prossegue esclarecendo que, naquela época, os banqueiros-capitalistas eram os tomadores passivos do risco financeiro, cabendo aos mercadores-aventureiros o papel ativo nos empreendimentos, assumindo todos os riscos comerciais e pessoais das longas viagens.

(31)

empreendedor o indivíduo que transfere recursos econômicos de um setor para outro mais produtivo e de maior rendimento, enquanto Schumpeter (1997,p.83) chama de

“empreendimento à realização de combinações novas e empresários aos indivíduos cuja

função é realizá-las”.

Dornelas (2011, p. 20) aponta que na Idade Média, o termo empreendedor foi utilizado para definir aquele que gerenciava grandes projetos de produção. Ele não assumia grandes riscos; apenas gerenciava, utilizando os recursos disponíveis, geralmente provenientes do governo do país. No século XVII, ocorreram os primeiros indícios de relação entre assumir riscos e empreendedorismo, pois o empreendedor estabelecia um contato com o governo para prestar serviços ou fornecer produtos. Com preços prefixados, qualquer lucro ou prejuízo era exclusivamente do empreendedor. Contudo, no século XVIII, o capitalista e o empreendedor foram finalmente diferenciados, em função do início da industrialização. Um dos exemplos foram as pesquisas referentes à eletricidade e à química feitas por Thomas Edison, que só foram possíveis por meio de auxílio de investidores que financiaram os experimentos.

Conforme Dornelas (2011, p.20), entre o final do século XIX e início do século XX empreendedores foram com frequência confundidos com os gerentes ou administradores (fato que ocorre até hoje), sendo analisados como aqueles que fazem parte da organização da empresa, planejam, dirigem e controlam as ações desenvolvidas nas organizações, mas sempre a serviço do capitalismo. Endossa que todo administrador tem que ser um bom empreendedor e também cita as semelhanças entre administrador e empreendedor: demandas (o que tem que ser feito), restrições (fatores internos e externos da organização que limita o que o responsável pode fazer) e alternativas (identificam as opções que o responsável tem na determinação do que fazer e como fazer).

(32)

executando suas ideias as transformando em algo real. Outras associações viriam com o decorrer do tempo, adequadas às mudanças evolucionais da sociedade.

2.1.1 Espírito empreendedor

Pelo que se pode entender a partir dos fundamentos teóricos, a noção de espírito empreendedor está relacionada a um conjunto de características de um indivíduo, associadas a uma maior probabilidade de sucesso na ação dita empreendedora. Dessa forma, nas perspectivas do empreendedorismo não há como deixar de considerar que:

O espírito empreendedor é um potencial de qualquer ser humano e necessita de algumas condições indispensáveis para se materializar e produzir efeitos. Entre essas condições estão, no ambiente macro, a democracia, a cooperação e a estrutura de poder tendendo para a forma de rede. Sem tais “aminoácidos”, formadores de capital social, há pouco espaço para o afloramento do espírito empreendedor, que é um dos componentes do capital humano (DOLABELA, 2003, p.24).

São características básicas do espírito empreendedor a inovação, o espírito criativo e pesquisador e a disposição para assumir riscos. Outro aspecto formador desse perfil é o conhecimento – o que permite ampliar a inovação. Segundo Drucker (1985, p.149), a

inovação baseada no conhecimento é a “superestrela” do espírito empreendedor, e se difere

das demais inovações em suas características básicas: “duração, taxa de perdas, predicabilidade e nos desafios que apresentam para o empreendedor”.

O espírito empreendedor não se limita apenas às pessoas que abrem seu próprio negócio ou fundam uma empresa. Todas as pessoas que apresentam as características básicas de um empreendedor possuem o espírito empreendedor. Conforme afirma Dornelas (2001), o espírito empreendedor pode fazer-se presente nas pessoas que mesmo sem darem início a um negócio, costumam estar envolvidas em inovações contínuas e focadas em assumir riscos.

Portanto, pode-se dizer que o espírito empreendedor é o conjunto de aspectos e características que formam a personalidade de um empreendedor e é a chave para um caminho de sucesso.

(33)

empreendedor à responsabilidade sobre o desenvolvimento da economia. Confirmando este pensamento, Degen (1989) acredita que o melhor recurso para solucionar problemas de âmbito socioeconômicos é a liberação da criatividade dos empreendedores associada ao estímulo à livre iniciativa para produção e comercialização de bens e serviços.

Olhando na mesma direção, Dolabela (1999) aponta que o desenvolvimento econômico de uma localidade é função do grau de empreendedorismo, que condições favoráveis ao desenvolvimento precisam de empreendedores que as aproveitem e que, por meio de características próprias como a liderança, disparem e coordenem o processo de desenvolvimento. Assim, Dolabela (1999) frisa que o empreendedor cria e aloca valores para indivíduos e para a sociedade, ou seja, é fator de inovação tecnológica e crescimento econômico.

De acordo com Dornelas (2011), ser visionário, saber tomar decisões, saber explorar oportunidades, ser determinado e dinâmico, ser otimista e gostar do que faz, ser independente, ser líder e formador de equipes, saber se relacionar, possuir conhecimento em sua área de atuação, assumir riscos calculados e criar valor para a sociedade são características associadas ao espírito empreendedor. Este autor diferencia o empreendedor do administrador. Segundo Dornelas (2001) o empreendedor de sucesso possui características extras, além dos atributos do administrador, e alguns atributos pessoais que, somados a características sociológicas e ambientais, fazem com que este venha a promover a inovação organizacional.

Segundo Dornelas (2011) uma das características associadas ao espírito empreendedor é a determinação. Para o autor, empreendedores ultrapassam obstáculos com uma vontade ímpar

de “fazer acontecer”.

Finalizando a abordagem sobre o espírito empreendedor, destaca-se que na maior parte da literatura sobre o assunto, a este são atribuídas forte necessidade de controle, de independência, de realização, um ressentimento em relação à autoridade e a tendência em aceitar riscos moderados.

(34)

pesquisados. Dessa forma, faz-se importante entender a evolução do conceito de empreendedorismo em função dos principais contextos onde está contemplado.

2.1.2 Empreendedorismo no Brasil

Segundo Dornelas (2011, p. 14), no Brasil o empreendedorismo somente começou a tomar forma na década de 1990, quando entidades como o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) surgiu com o objetivo de dar suporte para o iniciador de uma empresa, prestando consultorias, cedendo informações e elaborando soluções pontuais aos problemas do novo empreendimento, auxiliando o empreendedor em seu negócio. Na mesma época foi criada a Sociedade Brasileira para Exportação de Software (Softex), entidade criada com o intuito de levar as empresas de software do país ao mercado externo, por meio de

várias ações que proporcionavam ao empresário de informática a capacitação em gestão e tecnologia.

Foi com os programas criados no âmbito da Softex em todo o país, em parceria com as incubadoras de empresas e a universidades em seus cursos de ciências da computação e informática, que o tema empreendedorismo começou a despertar na Brasil.

Com relação aos programas e ações criados no Brasil com foco no empreendedorismo, Dornelas (2011) menciona:

1. Os programas Softex e Genesis (Geração de Novas Empresas de Software, Informação

e Serviços), criados na década de 1990.

2. O programa Brasil Empreendedor, do Governo Federal.

3. Ações voltadas à capacitação do empreendedor: os programas Empretec e Jovem Empreendedor do Sebrae.

4. Repercussão na mídia nacional da semana anual do empreendedorismo mundial, com eventos, workshops, seminários e discussões sobre os resultados anuais da pesquisa

GEM e com debates sobre as estratégicas para o futuro do empreendedorismo brasileiro.

(35)

institutos e empresas em todo o país destinam recursos e apoio institucional a projetos e programas de desenvolvimento do empreendedorismo em várias regiões do país. 6. A ênfase do Governo Federal no apoio à micro e pequena empresa, considerando

inclusive a criação de um ministério ou secretaria com foco na pequena empresa. 7. A consolidação de programas de apoio à criação de novos negócios com recursos de

subvenção econômica, bolsas, investimentos para empresas iniciantes inovadoras, provenientes de entidades governamentais de apoio à inovação e ao empreendedorismo (Finep, fundações de amparo à pesquisa, CNPq, BNDES, entre outros).

8. O crescente movimento das franquias no Brasil também pode ser considerado um exemplo de desenvolvimento do empreendedorismo nacional.

No que se refere ao ensino do empreendedorismo no Brasil, Dolabela (2008, p. 39) afirma que

“[...] o empreendedorismo está apenas começando, mas os resultados já alcançados no ensino

indicam que estamos no início de uma revolução silenciosa.”

Por fim, Dolabela (2008, p. 41) destaca as ações de apoio a empreendedores, realizadas pela Endeavor e, pesquisas realizadas pelo Global Entrepreneurship Monitor (GEM), ambas, instituições criadas mais recentemente que, mesmo não sendo diretamente vinculadas à educação, prestam significativa contribuição nesse sentido.

Foi na perspectiva de mensurar a atividade empreendedora dos países e observar seu relacionamento com o crescimento econômico, que em 1997 foi criado o projeto GEM uma iniciativa conjunta do Babson College, nos Estados Unidos, e da London Business School, na Inglaterra. Quem traz esta constatação à tona é Dornelas (2011, p. 13), que discorre sobre o referido projeto:

(36)

ter acesso aos dados mais recentes ao pesquisar no site do GEM: www.genconsortium.org. [...] Em números absolutos, em 2010, apenas a

China possuía mais empreendedores que o Brasil: a TEA chinesa de 14,4% representava 131,7 milhões de adultos envolvidos em atividades empreendedoras naquele país.

Para Dornelas (2011), passou-se a vivenciar um novo momento, com o reconhecimento do empreendedorismo como protagonista da década. Conforme este autor, esse momento começou a ser moldado a partir da constatação da importância do país na visão de alguns atores envolvidos com o movimento do empreendedorismo no mundo e, principalmente, no Brasil, após o conhecimento do resultado do primeiro relatório executivo do GEM (2000). Naquela ocasião o Brasil apareceu como o país que possuía a melhor relação entre o número de habitantes adultos que começam um negócio e o total dessa população: um em cada oito adultos. Sendo este estudo realizado anualmente, foi possível constatar que o Brasil apareceu em 2010 na décima posição, com um índice de criação de empresas (TEA) de 17,5 no momento da pesquisa. Em outras palavras, em cada cem pessoas, aproximadamente 18 pessoas desenvolviam alguma atividade empreendedora, correspondendo a mais de 21,1 milhões de pessoas envolvidas em novos negócios.

Dornelas (2011, p.18) acredita que a participação dos países no ranking evidencia que “a

criação de empresas por si só não leva ao desenvolvimento econômico, a não ser que esses

negócios estejam focando oportunidades no mercado.” Reforça que tal entendimento só foi

(37)

posições do GEM. O que o país precisa buscar é a otimização do seu empreendedorismo de oportunidade. Dornelas (2011, p.18) ressalta que no Brasil, até 2002, o índice de empreendedorismo de oportunidade era inferior ao índice de empreendedorismo de necessidade, mas nos últimos anos é possível perceber uma melhora e até reversão desta tendência. Como exemplo, em 2010, para cada empreendedor de necessidade havia 2,1 empreendedores de oportunidade no Brasil. Em outras palavras mais de 68% dos empreendedores no país empreendiam por oportunidade. Espera-se que para os próximos anos cada vez mais empreendedores focados em oportunidades surjam, promovendo o desenvolvimento do país.

Mais recentemente, em uma parceria do GEM (2012) com o Sebrae e o Centro Técnico de Empreendedorismo da Fundação Getúlio Vargas, foi realizada uma pesquisa junto à população brasileira com idades entre 18 e 64 anos e residentes nas cinco regiões do país, sendo dois mil entrevistados em cada uma das regiões, tendo como principal objetivo entender o cenário brasileiro e identificar, nesse contexto, o indivíduo empreendedor, a partir do conhecimento de características demográficas.

Em breve análise, o resultado da pesquisa GEM (2012) demonstra que de uma forma geral, no Brasil, a população entre 35 e 44 anos, com primeiro grau incompleto e com renda inferior a três salários mínimos destacaram-se como os que mais empreendem. Por outro lado, empreendem significativamente menos os jovens entre 18 e 24 anos, com pós-graduação incompleta, com renda entre 6 e 9 salários mínimos. Dados como estes confirmam a opinião dos estudiosos que apontam que no Brasil, a forma de empreender mais comum tem sua origem na necessidade e na maturidade pessoal. Percebe-se também que, claramente, são as pessoas em condição social mais desfavorecida que mais decidem empreender.

Vale ressaltar que, ainda segundo dados do GEM (2012), empreendedorismo é compreendido como e toda e qualquer tentativa de criar um novo empreendimento, ou seja, abertura de uma atividade autônoma, criação de um empreendimento ou até mesmo a expansão de um empreendimento já existente.

(38)

respaldar todo esse movimento proveniente da iniciativa privada e de entidades não governamentais, que estão fazendo a sua parte. A consolidação do capital de risco e o papel

do angel (“anjo” – investidor pessoa física) também estão se tornando realidade, motivando o

estabelecimento de cenários otimistas para os próximos anos.

Um último fator apontado pelo referido autor é que dependerá apenas dos brasileiros para ser desmitificado, é a quebra de um paradigma cultural de não valorização de homens e mulheres de sucesso que têm construído o Brasil e gerado riquezas, sendo eles os grandes empreendedores, que dificilmente são reconhecidos e admirados. Pelo contrário, muitas vezes são vistos como pessoas de sorte ou que venceram por outros meios alheios à sua competência.

Degen (2009, p.403), já mencionado anteriormente e considerado um dos precursores no ensino de empreendedorismo no Brasil, em sua atividade docente, tinha o “objetivo de

incentivar os alunos a empreender e, assim, promover o crescimento econômico para reduzir a

pobreza e a desigualdade de renda.” Destaca que:

Apesar de o crescimento econômico ser uma das condições necessárias para a redução da pobreza no mundo, é preciso que este crescimento seja sustentável, preservando os recursos escassos da natureza e o meio ambiente para gerações futuras, e que focalize melhor o problema da redução da pobreza.

A visão de Degen (2009) no que se refere à má distribuição de renda no Brasil é compartilhada por Dolabela (2003) que afirma que o empreendedorismo no Brasil deve considerar as prioridades do país, eliminando a exclusão social e confrontando a ideia tradicional do empreendedorismo focado no fazer empresarial, que por ter prioridade no crescimento econômico concentra a renda e não distribui de forma equivalente. Segundo Dolabela (1999), por mais complexo que seja inserir o ensino de empreendedorismo no nível universitário é apenas um começo para a construção de uma nova economia, voltada para empreendimentos.

(39)

cursos de empreendedorismo é destinada aos alunos dos cursos de graduação, ainda imaturos profissionalmente e sem experiência para perceberem oportunidades de negócio. Por outro lado, apregoa o mesmo autor, que existem instituições que oferecem cursos de pós graduação para suporte dos seus ex-alunos que apresentam a experiência necessária, além da maturidade no desenvolvimento de oportunidades de negócio.

Conforme o exposto é possível perceber que, atualmente as escolas técnicas e universidades têm formado indivíduos mais bem preparados para reconhecimento e desenvolvimento de negócios, embora muito se tenha a fazer nesse sentido.

Na visão de Degen (2009, p. 412), o curso ideal para promover o empreendedorismo por oportunidade deve ser um curso ministrado para graduados das escolas técnicas e das universidades, com experiência e maturidade profissional necessária para visualizarem as oportunidades e que estejam interessados em montar o seu negócio. O curso deve ter duração mínima de um ano, ser estruturado de tal forma que não interfira com o trabalho dos candidatos a empreendedores, e deve incluir noções de sociologia, de ciências comportamentais e de ciências ambientais. O curso ideal, conforme este autor, deve orientar os alunos nas pesquisas, bem como na elaboração do plano do negócio.

Leite (2004, p.3) menciona que:

O “Projeto Empreendedorismo Poli – Além do Plano de Negócios” como resultado de um olhar mais apurado sobre o ensino do empreendedorismo em uma escola de engenharia prestes a completar 100 anos de bons serviços ao Recife, Pernambuco e ao Brasil, que forma todos semestres profissionais liberais, micros, pequenos e médios empresários preocupados com o desenvolvimento humano, econômico e social. Ele surge com a visão de ser uma proposta, uma alternativa para que possa responder com eficiência e eficácia ao desafio do Primeiro Emprego? Não. Primeira Empresa.

(40)

Atualmente, das 20 empresas incubadas na Incubatep quatro são dos alunos da Escola Politécnica de Pernambuco, algo que os especialistas em empreendedorismo e incubação de empresas consideram excelente resultado dos esforços empreendidos.

Sob o ponto de vista de que o empreendedorismo é um fenômeno, Leite (2004, p.4) explica que para entendê-lo é necessário que haja um entendimento e uma análise da sua força motriz. Nesse contexto devem ser destacados dois elementos que são pilares na construção dessa nova modalidade de trabalho: a inovação, a partir do desenvolvimento tecnológico, e o processo de globalização promovendo o fim do emprego.

O referido autor aponta a rigidez da legislação trabalhista brasileira como fator que vem contribuindo com grande força na promoção do empreendedorismo, por não possibilitar a flexibilidade nas contratações. Nesse sentido, Leite (2004, p.5) chama a atenção para o fato de que, no Brasil há apenas um modelo legal relacionado ao quantitativo de horas que devem ser trabalhadas, exigidas pelas empresas: “(...) o trabalhador é obrigado a trabalhar oito horas diárias, com um mês de férias, 13º salário, indenização por demissão e todo o resto. Em todo

país com legislação trabalhista rígida há mais desemprego”.

Na concepção de Leite (2006, p.9), “o Brasil tem a necessidade de fomentar a personalidade

empreendedora como um meio para enfrentar o grande problema do desemprego, que enfrenta

hoje.” Em contrapartida, o empreendedorismo possibilita a criação de empresas e o

crescimento econômico do país, além de contribuir com a diminuição da economia informal. A ausência de espírito empreendedor, que, segundo o referido autor, há décadas mantém o

Brasil na condição de país “em desenvolvimento”, encontra fundamento na falta de uma

política educacional voltada para desenvolver o empreendedorismo, principalmente no nível universitário. Vai mais além, quando, em sua linha de raciocínio, explica que, ainda que

“ensinar a ser empreendedor” necessite ainda de clarificação e sistematização, faz-se urgente

que medidas e modalidades de formação sejam desenvolvidas, bem como o conceito de aprendizagem continuada voltada para a inovação seja ensinada.

(41)

do desenvolvimento do espírito empreendedor enquanto novo paradigma vivenciado na sociedade e da inovação como condição fundamental para que se possa enfrentar o problema do desemprego e exercer papel decisivo no desenvolvimento econômico do Brasil.

2.1.3 O empreendedor

Para Souza Neto (2003) existem diversos tipos de empreendedores no Brasil. O autor chama a atenção para o "Empreendedor Virador", no estudo em que defende que o empreendedor pode ser aquele que constrói um negócio a partir de uma necessidade subjetiva. Souza Neto (2003) segue afirmando que esse indivíduo busca meios de sobrevivência através do empreendedorismo e torna-se um empreendedor virador. Afirma que é incontável a busca pela definição do que é empreendedor, embora já tenha sido definida por diversos autores diferentes.

Na lógica de Souza Nero (2003), o empreendedor virador age de acordo com suas necessidades. Não se trata de um indivíduo que explora oportunidades pelo objetivo de obter a satisfação da realização pessoal e profissional, mas o que encontra caminhos para sua subexistência.

De acordo com Souza Neto (2003), antes mesmo de iniciar um plano para um empreendimento, o indivíduo deve responder às perguntas “o que?”– o que é o seu projeto;

“por que?”– por que montar um negócio e quais são as vantagens para sua abertura; “como?” – como será executado esse negócio; “quanto? – qual o valor para o funcionamento do negócio.

Diante disso, acredita-se que independentemente do que leva o indivíduo a empreender, estabelecer um norte para iniciar a concretização de uma ideia é especialmente importante.

(42)

Por sua vez, o empreendedorismo, naturalmente tem sua importância associada aos potenciais benefícios que a ação empreendedora acarreta ao cenário socioeconômico mundial. Inicialmente considerado, de forma restrita, como um fenômeno associado à criação de empresas, o empreendedorismo, mais recentemente, conforme será relatado a seguir a partir da contribuição de alguns autores, teve seu significado ampliado para manifestações humanas voltadas para a realização de novos projetos organizacionais independentes ou vinculados a uma organização já existente.

É nesse sentido que Dornelas (2011, p.8), afirma:

No momento presente, não se tem um movimento predominante, mas acredita-se que o empreendedorismo irá, cada vez mais, mudar a forma de se fazer negócios no mundo. Continua ressaltando que, por isso, o momento atual pode ser chamado de a era do empreendedorismo, pois são os empreendedores que estão eliminando barreiras comerciais e culturais, encurtando distâncias, globalizando e renovando os conceitos econômicos, criando novas relações de trabalho e novos empregos, quebrando paradigmas e gerando riqueza para a sociedade.

Dornelas (2011) vai mais além quando atesta que o contexto atual é propício para o surgimento de um número cada vez maior de empreendedores e, que, por esse motivo, a capacitação dos candidatos a empreendedor está sendo prioridade em muitos países, inclusive no Brasil, haja vista a crescente preocupação das escolas e universidades a respeito do assunto, por meio da criação de cursos e matérias específicas de empreendedorismo, como uma alternativa aos jovens profissionais que se graduam anualmente nos ensinos técnico e universitário brasileiros e, mais recentemente, também no ensino fundamental.

Saber quem é o empreendedor e como ele se comporta é uma preocupação de Souza (2006, p. 8) que explica que o indivíduo empreendedor:

(43)

Souza (2006, p.8) refere-se ao indivíduo empreendedor sendo “uma espécie de líder

estratégico, integrador das políticas humanistas à gestão estratégica, envolvendo o

comprometimento dos indivíduos com a organização”, estando ele inserido em um ambiente

flexível e favorável à criação e à inovação.

Contudo, Timmons (1999, p. 29) define o empreendedor como uma pessoa que consegue identificar oportunidades e sabe aproveitá-las transformando-as em negócios de sucesso. Por sua vez, Degen (1989, p. 10) aponta que “ser empreendedor significa ter, acima de tudo, a

necessidade de realizar coisas novas, pôr em prática as idéias próprias, característica de

personalidade e comportamento nem sempre fácil de encontrar”.

Outra visão relevante para o entendimento do ser empreendedor é a visão de Filion (1999, p. 19) que defende ser o verdadeiro empreendedor a pessoa que imagina, desenvolve e realiza suas ideias e visões. Seguindo o raciocínio do referido autor é possível entender o empreendedorismo como o estudo da natureza comportamental do ser humano enfrentando seus desafios.

Para Filion (1999, p. 19), o empreendedor possui diferentes características como: são pessoas criativas, que tem metas estabelecidas para atingir seus objetivos, mantêm postura e consciência no ambiente e nas pessoas que convive, está sempre buscando conhecimento e aprendizagem, consegue desenvolver suas habilidades, as decisões tomadas são de riscos moderados, está sempre inovando com suas ideias, imagina e realiza suas visões. Destaca também que não se pode avaliar uma pessoa e afirmar que ela vai ser bem-sucedida enquanto empreendedor ou não. No entanto, é possível avaliar se essa pessoa possui características mais comumente encontradas nos empreendedores.

Conforme Soares (1996, p. 207),

Imagem

Tabela 1 – Titulação dos docentes
Tabela 3 – Percentual de docentes respondentes  Total de docentes (6º e 7º
gráfico
gráfico  RIBEIRO, Milton.  2007

Referências

Documentos relacionados

Uma vez conhecidos os fatores de estrutura F hkl , a densidade eletrônica ρ(xyz) pode ser calculada para cada ponto xyz na cela unitária, viabilizando a construção de mapas

A presente pesquisa demonstrou a participação ativa dos coletores de material reciclado e o reconhecimento do Poder Público local com o trabalho de parceria,

tes do Brasil e da Argen tina estudaram a possi bilidade de vários acor- dos economicos, meneio nando um sobre o tran- sito internacional na ponte de Uruguaiana; outro sobre

volver competências indispensáveis ao exercício profissional da Medicina, nomeadamente, colheita da história clínica e exame físico detalhado, identificação dos

Os principais resultados obtidos pelo modelo numérico foram que a implementação da metodologia baseada no risco (Cenário C) resultou numa descida média por disjuntor, de 38% no

Inspecção Visual Há inspeccionar não só os aspectos construtivos do colector como observar e controlar a comutação (em

A gestão do processo de projeto, por sua vez, exige: controlar e adequar os prazos planejados para desenvolvimento das diversas etapas e especialidades de projeto – gestão de

Nessa faixa etária é possível realizar os autotrans- plantes dentários devido ao fato da cronologia de erupção dos dentes permanentes, sobretudo aos terceiros molares, terem sua