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Enquadramento Funcional

No documento Relatório Final de Estágio Profissional (páginas 37-41)

3. Enquadramento da Prática Profissional

3.3. Enquadramento Funcional

3.3.1. A escola como Instituição

“Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda.” (Freire, 1975)

A Escola é um instrumento estrutural da sociedade, próspero em potencialidade de desenvolvimento social e cultural, que no entanto tende a ficar na sombra daquilo que pode ser. É esta a visão que tenho, a mais imediata do universo escolar, por tudo o que vivi e por tudo o que presenciei. Penso que todos têm uma visão do que foi, ou do que é a escola, que dificilmente pode ser acrítica. Sanchez (2005) arguí que as nossas ideias, opiniões e atitudes são todas determinadas por um conjunto de áreas ideológicas que nos afetam ao longo do nosso percurso social. Naturalmente, a minha experiência e o meu processo de aprendizagem são restritos e espelham somente aquilo que me afeta. Toda a informação que retive foi selecionada e determinada por um conjunto de interações socioculturais.

Voltando à escola, e fazendo uma ponte entre aquilo que foi, aquilo que é e aquilo que se pode perspetivar ser, destaco um conjunto de fatores a que

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Thurler (2000) denomina de favorecedores da mudança: organização do trabalho (flexibilidade); relações profissionais – todos para o mesmo fim (cooperação); identidade coletiva – baseada na orientação para a resolução de problemas do todo organizacional; projeção no futuro – conceção de um projeto a médio/longo prazo; aprendizagem organizacional - os atores adquirem carácter responsável e orientam-se de acordo com a eficiência de resultados; liderança – partilhada envolvente (autoridade vs influência). Esta, como qualquer organização é um veículo de dois polos, isto é, promove e intenta a mudança social e é, simultaneamente, mudada pelas correntes sociais. Estas potencialidades mutacionais nem sempre são devidamente operacionalizadas pela instituição “escola”. No entanto, e devido a esta mesma capacidade, existem muitas potencialidades nesta instituição, a explorar. Este cunho pessoal, circunstancial, ajustável e criativo que deve ser moldado pela particularidade da escola, da turma, do aluno e do momento é um mundo infindo de possibilidades de escolha, que cabe ao professor definir. Corroboro, neste sentido, o pensamento de Freire (1975), patente em “Pedagogia do Oprimido”, de que toda a ação educativa, para ser válida, deve ser necessariamente precedida por uma reflexão sobre o homem a quem se deseja educar. E esta reflexão sobre o homem alcança uma maior qualidade se for apoiada numa análise profunda do seu ambiente.

Nóvoa (1992) destaca nove fatores de eficácia da escola: autonomia da escola; liderança; articulação curricular; otimização do tempo; estabilidade profissional; formação continua; participação dos pais; reconhecimento público; apoio das autoridades.

A intenção da escola não pode ser outra senão educar, transformar e criar, munindo o individuo de utensílios para se expandir. Não pretendemos formar atletas nem partir de uma lógica de especialização, pretendemos dotar os alunos de condições para se experimentarem em diversos meios. Incute-se assim, um conhecimento básico, estrutural e plural que deve ter valência na cultura desportiva e nos valores psicossociais. Estes valores deverão ser repercutidos na vida do aluno. Para isso, deverá ser fomentado o hábito e o gosto pela prática desportiva.

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É também importante ressalvar, aqui, o papel da Educação Física na escola e aqueles que devem ser os propósitos centrais da disciplina. De acordo com Bento (2003, p. 41) o objetivo da Educação Física é “garantir um nível elevado da formação básica – corporal e desportiva de todos os alunos. Como disciplina escolar a Educação Física constitui a forma fundamental e mais importante da formação corporal das crianças e jovens, na qual o respetivo professor conduz um processo de educação e aprendizagem motora e desportiva.”

3.3.2. A Escola - Agrupamento Vertical Clara de Resende

O atual Agrupamento Vertical Clara de Resende, fundado no ano de 1949 com o nome de Escola Técnica Elementar Clara de Resende, tinha funções complementares à Escola Comercial Filipa de Vilhena. A sua fundação teve como objetivo primordial ministrar o Ciclo Preparatório do Ensino Técnico, destinado exclusivamente ao género feminino.

No que respeita às atuais instalações, são as mesmas desde o ano letivo de 1959-1960. Situa-se na freguesia de Ramalde, no concelho e distrito do Porto. No ano de 1978 a instituição alterou a sua designação para Escola

Secundária Clara de Resende. Contudo, esta formatação não se manteve

durante muito tempo, adquirindo mais tarde a nomeação de Escola Secundária

com 3º Ciclo Clara de Resende. Os cânones atuais foram atribuídos no ano

letivo de 2004-2005, passando a ser Sede do Agrupamento Vertical Clara de

Resende, compreendendo assim a Escola S/2,3 Clara de Resende e a Escola Básica do 1º Ciclo nº47 (atualmente designada por Escola Básica do 1º Ciclo

João de Deus).

No que respeita à constituição da restante comunidade educativa, a escola conta com a colaboração de cerca de 130 professores divididos pelos respetivos Departamentos; 40 auxiliares de ação educativa e cerca de 1200 alunos, sendo estes distribuídos entre o 5º e 12º ano.

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A nível de recursos espaciais e no que é concernente à disciplina de Educação Física, a Escola engloba um ginásio, uma pista de atletismo exterior anexa ao campo e uma Sala de Expressões Dramáticas, onde poderão ser desenvolvidas atividades rítmicas e que serve de complementaridade aos restantes espaços.

As condições espaciais e humanas da escola são favoráveis ao decurso da prática da disciplina de Educação Física. Todavia, e devido ao atraso provocado pelas obras de requalificação escolar, ainda existem dificuldades na operacionalização e na gestão destes recursos.1

3.3.2.1. Recursos Humanos

A comunidade educativa da escola compreende: conselho administrativo; corpo docente; auxiliares de funções educativas e alunos. Assim sendo, a hierarquia do conselho administrativo é constituída por: Diretor; Sub- diretor e Chefe dos Serviços Administrativos.

No que respeita à constituição do corpo docente, a escola conta com a colaboração de cerca de 130 professores divididos pelos respetivos Departamentos.

Exercendo funções de auxiliares educativos a instituição integra cerca de 40 funcionários de ambos os géneros, distribuídos pelas diferentes instalações escolares (Cantina, Bar, Reprografia, Biblioteca, etc.).

Por último, a comunidade discente comporta um total de 1200 alunos de ambos os géneros, estando estes compreendidos entre o 5º e 12º ano.

3.3.2.2. Recursos Espaciais

Relativamente às instalações, foram recentemente sujeitas a obras de requalificação escolar, concluídas no decurso do presente ano letivo. A escola conta com a existência de 48 salas de aula, entre estas encontram-se laboratórios de Física e Química; Biologia; Oficina de Música; Oficina de Artes;

Sala de Informática e Salas de Expressão Plástica e Dramática. Paralelamente,

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Estas informações foram obtidas através dos dados da Secretaria do Agrupamento Vertical Clara de Resende.

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e no âmbito da área curricular de Educação Física, contamos com um ginásio, onde está inserido um campo com medidas de Voleibol, destinado exclusivamente à lecionação de modalidades indoor e sendo unicamente utilizado por uma turma de cada vez. O ginásio compreende, numa das suas paredes, espaldares, tendo acessos deste para uma arrecadação de material e dois balneários (um feminino e um masculino). Outro espaço destinado ao ramo da Educação Física, centra-se no exterior. Contempla-se, assim, um campo coberto de características polivalentes, destinado à prática de jogos desportivos coletivos, ténis e atletismo, com duas pistas anexas de 50m e uma caixa de saltos. Tal como no ginásio, este campo exterior é acoplado a balneários, sendo estes destinados a duas turmas e uma arrecadação de material.

3.3.2.3. Recursos Materiais

Contemplando o material desportivo para variadas modalidades, é possível averiguar a sua distribuição entre a arrecadação do ginásio e a do espaço exterior. Nestes espaços existe material não específico e específico das diferentes modalidades como: Atletismo; Basquetebol; Futebol; Voleibol e

Futsal. Noutras como Ténis de Mesa; Badminton; Ginástica e Rugby só

existem recursos no ginásio, assim como para os Jogos Tradicionais; Basebol e Ténis no espaço exterior.

Os recursos materiais estão enunciados detalhadamente no Anexo 1 (inventário do material), onde é descriminada a sua quantidade.

No documento Relatório Final de Estágio Profissional (páginas 37-41)

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