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As áreas de acção das entidades hospedeiras dos Carrefours Rurais nacionais variam conforme a natureza das mesmas entidades.

3 – As entidades hospedeiras e suas infra-estruturas

H 1: As áreas de acção das entidades hospedeiras dos Carrefours Rurais nacionais variam conforme a natureza das mesmas entidades.

H 1: As áreas de acção das entidades hospedeiras dos Carrefours Rurais nacionais variam conforme a natureza das mesmas entidades.

Tabela 20 – Teste Qui-Quadrado

Valor Liberdade Graus de Asymp. Sig. (2-sided)

Pearson Chi-Square 15,303 (a) 3 0,002

Likelihood Ratio 17,700 3 0,001

Linear-by-Linear Association 0,374 1 0,541

N of Valid Cases 23

Fonte: Inquérito efectuado no âmbito desta investigação

Feito o Teste Qui-Quadrado, e perante o valor de Pearson Chi-Square (Tabela 20), verificamos que existe evidência estatística suficiente, para com 95,0% de confiança rejeitar H 0. Isto permite-nos referir que as variáveis em causa são dependentes, o mesmo será dizer que, as áreas de acção das entidades hospedeiras dos Carrefours Rurais nacionais variam conforme a natureza das mesmas entidades (aceitar H 1).

A Tabela 21 (apresentada na página seguinte), permitiu-nos fundamentar melhor esta conclusão, ao demonstrar-nos que, por exemplo, existe uma forte relação entre as «Entidades Públicas» e a área de acção do «Ensino e a Investigação», bem como com a área da

«Agricultura e Desenvolvimento Rural». Por outro lado existe uma forte relação entre as «Entidades Privadas s/fins Lucrativos» e a área do «Desenvolvimento Regional ou Local».

Tabela 21 – Tabela de análise do Teste Qui-Quadrado Natureza da Entidade Hospedeira Entidade Pública Entidade Privada s/fins Lucrativos Total Ensino e Investigação Count Expected Count Residual 6 3,9 2,1 0 2,1 -2,1 6 6,0 Desenvolvimento Regional ou Local Count Expected Count Residual 1 4,6 -3,6 6 2,4 3,6 7 7,0 Agricultura e Desenvolvimento Rural Count Expected Count Residual 8 5,9 2,1 1 3,1 -2,1 9 9,0 Área de Intervenção da E ntidade Hos pe deira Ambiente Count Expected Count Residual 0 0,7 -0,7 1 0,3 0,7 1 1,0 Total Count Expected Count 15,0 15 8,0 8 23,0 23

Fonte: Inquérito efectuado no âmbito desta investigação

Características das estruturas físicas das entidades hospedeiras

A entidade que formalizava a candidatura tinha que demonstrar a existência de infra-estruturas físicas que lhe permitissem o desenvolvimento de actividades informativas e de animação rural prevista no seu plano de actividades. Neste sentido, cabia à entidade hospedeira a «instalação» do próprio Carrefour Rural que passava, nomeadamente, pela disponibilização de um espaço físico de suporte ao desenvolvimento das actividades a desenvolver.

Estas eram algumas das questões que se colocavam à entidade hospedeira aquando da instalação do Carrefour Rural no sentido da obtenção de mais valias no funcionamento do próprio Carrefour e em atingir os objectivos preestabelecidos. Por exemplo, anexar ou não o Carrefour Rural a um departamento/sector existente na entidade ou a constituição de um serviço autónomo. Promover ou não a colaboração entre os técnicos adstritos ao Carrefour Rural e os outros técnicos do departamento/sector ou da própria entidade hospedeira para desenvolver as actividades de informação e de animação rural. Estas eram questões que mereciam resposta por parte da entidade hospedeira.

Estas foram também questões às quais procuramos obter respostas através do inquérito efectuado. O resultado das respostas dadas está patente nas tabelas abaixo apresentadas.

Pela leitura da Tabela 22, podemos perceber que 65,2% das respostas obtidas indicam-nos que os Carrefours Rurais nacionais foram anexados a um departamento/sector da própria entidade hospedeira e 34,8% das entidades hospedeiras constituíram um serviço autónomo dentro da respectiva entidade hospedeira.

Tabela 22 – Distribuição percentual da anexação ou não do Carrefour Rural a um departamento da entidade hospedeira

Anexação ou não do Carrefour Frequência absoluta Frequência (%) Foi anexado a um departamento/sector 15 65,2%

Constitui um serviço autónomo 3 34,8%

Total 23 100,0%

Fonte: Inquérito efectuado no âmbito desta investigação

Por sua vez, podemos ainda verificar que dos 65,2% dos inquiridos que nos disseram que os Carrefours Rurais nacionais tinham sido anexados a um departamento/sector, 93,3% destes referiram que os técnicos adstritos aos Carrefours Rurais nacionais recebiam a colaboração dos colegas do departamento/sector a que estes tinham sido anexados (Tabela 23).

Tabela 23 – Distribuição percentual da colaboração entre os colegas de departamento

Colaboração entre os colegas de departamento Número de inquiridos Frequência (%)

Sim 14 93,3%

Não 1 6,7%

Total 15 100,0%

Fonte: Inquérito efectuado no âmbito desta investigação

Aqui podem-se colocar algumas questões sobre as sinergias que podiam advir para o funcionamento do Carrefour Rural em causa. Seria melhor a existência de cooperação entre os recursos humanos ou não?

Os dados indiciam que estes factores traziam mais valias ao desenvolvimento de algumas actividades na medida em que se fundamentavam na partilha de experiências e conhecimento, bem como no saber fazer entre os diferentes indivíduos. Como o âmbito de trabalho dos Carrefours Rurais nacionais era muito alargado, a partilha de conhecimento entre técnicos de áreas diversas era certamente enriquecedora no contexto geral do desenvolvimento das actividades dos Carrefours Rurais (Carrefours, 2001a)-2005a)).

Vejamos por exemplo, a complexidade das muitas políticas comuns existentes, nos diferentes e complexos programas da União Europeia, das diferentes iniciativas e fundos comunitários, da

diversidade de normas legislativas existentes, bem como as especificidades existentes dos exemplos aqui citados. Daqui podemos depreender as vantagens que os Carrefours Rurais nacionais poderiam obter quando implicavam, para além das pessoas a eles adstritos, outros indivíduos da entidade hospedeira. Por sua vez, certamente que o envolvimento de outros indivíduos se prendia também com razões de outra natureza, nomeadamente da existência de serviços específicos na entidade hospedeira. Estamos a referir-nos aos serviços de reprografia, aos serviços de imagem, ao serviço de contabilidade, entre outros.

Importa ainda referir que, a integração dos Carrefours Rurais nacionais em departamen- tos/sectores da entidade hospedeira e a obtenção de apoios de serviços específicos destas mesmas entidades lhes permitia uma maior dinâmica assente nas diferentes sinergias proporcionadas pela entidade hospedeira.

Para além da colaboração com os colegas no âmbito da entidade hospedeira, salientar ainda a cooperação estabelecida com entidades exteriores. Este aspecto será posteriormente abordado neste trabalho.

Existência ou não de um espaço físico próprio e suas potencialidades

Para além da questão dos recursos humanos, tal como já fizemos referência, a entidade hospedeira tinha de disponibilizar infra-estruturas físicas, nomeadamente um espaço físico de suporte ao desenvolvimento de actividades de informação e animação rural, bem como equipamento informático.

Assim, através da Tabela 24 pudemos perceber que, 56,5% dos inquiridos indicaram existir um espaço apenas adstrito ao Carrefour Rural, com lugares sentados (93,3%) dos quais 63,6% em número superior a cinco lugares.

Tabela 24 – Características do espaço físico, quanto a lugares sentados e à exposição e distribuição de documentos informativos

Lugares sentados disponíveis para os visitantes Documentos expostos de consulta e de distribuição gratuita Nº de lugares Espaço físico adstrito apenas aos

Carrefours Rurais

nacionais Sim Não

1 a 2 3 a 4 ≥ 5 Sim Não

Sim 56,5% 92,3% 7,7% 27,3% 9,1% 63,6% 100,0% 0,0% Não 43,5%

Fonte: Inquérito efectuado no âmbito desta investigação

É ainda possível verificar através desta mesma Tabela que os Carrefours Rurais nacionais disponibilizavam nesse mesmo espaço de uma área onde era possível a consulta de documentação europeia por parte do público que os visitava e a obtenção gratuita de materiais informativos europeus.

Importa salientar que grande parte da documentação disponível para distribuição gratuita era facultada aos Carrefours Rurais nacionais pela Comissão Europeia e pelas outras instituições e órgãos europeus.

Para além da possibilidade de consulta de documentação europeia, versão papel, os Carrefours Rurais nacionais constituíam-se como pontos de acesso à informação europeia através da Internet.

Como podemos perceber pela leitura da Tabela 25 é perceptível que os 56,5% dos inquiridos que indicaram a existência de um espaço físico apenas adstrito aos Carrefours Rurais, 92,3% indicaram a existência de computadores para utilização do público, permitindo estes o acesso à Internet. A maior percentagem de respostas dadas relativamente ao número de computadores existentes (81,8%) indica-nos que, o número de computadores disponibilizados ao público se encontrava na escala de «1 e 2 computadores» e que 77,8% destes permitiam o acesso à Internet.

Tabela 25 – Distribuição percentual de computadores de utilização pública, com acesso à Internet, por classes

Computadores para utilização do público

Existência de computadores Com acesso à Internet Nº de computadores Nº de Computadores Espaço físico adstrito apenas aos Carrefours Rurais

nacionais Sim Não 1 a 2 3 a 4 ≥ 5 Sim Não 1 a 2 3 a 4 ≥ 5 Sim 56,5% 92,3% 7,7% 81,8% 9,1% 9,1% 100% 0,0% 77,8% 11,1% 11,1% Não 43,5%

Fonte: Inquérito efectuado no âmbito desta investigação

Sintetizando a análise efectuada às entidades hospedeiras e suas infra-estruturas físicas adstritas aos Carrefours Rurais nacionais realçamos que, por um lado, as entidades hospedeiras nacionais na sua maioria eram «Entidades Públicas» e, por outro lado, que a área de acção destas se prendia com áreas como a «Agricultura e o Desenvolvimento Rural», o «Desenvolvimento Regional ou Local» e o «Ensino e Investigação».

Por sua vez, existia uma forte relação entre as «Entidades Públicas», a área do «Ensino e Investigação» e a área da «Agricultura e Desenvolvimento Rural» e, entre as «Entidades Privadas s/fins Lucrativos» e a área do «Desenvolvimento Regional e Local».

Relativamente à instalação dos Carrefours Rurais nacionais verificamos que mais de metade destes, as suas instituições hospedeiras anexaram-nos a departamentos/sectores existentes e, nesta sequência verificava-se a colaboração entre as pessoas adstritas aos Carrefours Rurais e outros colegas do departamento.

No que dizia respeito às características das infra-estruturas físicas adstritas pelas entidades hospedeiras aos Carrefours Rurais nacionais pudemos verificar que, de certa forma, estes dispunham de meios, quer físicos quer tecnológicos, para receber o público que os visitava na procura de respostas às suas questões europeias e/ou informação sobre a União Europeia. Importa ainda salientar que para além da possibilidade de obtenção de informação em papel, os Carrefours Rurais nacionais, na sua maioria, disponibilizavam meios tecnológicos que possibilitavam aos visitantes a consulta e a obtenção de informação através da Internet.

De uma forma geral, podemos concluir que as entidades hospedeiras facultavam à actividade «Carrefour» infra-estruturas físicas que correspondiam às exigências da Comissão Europeia, exigências essas que se reflectiam na «Convenção» assinada aquando da criação de cada Carrefour em termos de condições de instalações e de material e equipamento informático a disponibilizar (ver IV Capítulo deste trabalho).