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ENTRE LEMBRANÇAS E NOVIDADES: SOBRE MOTES E REPENTES

IMPROVISO E PÉ-DE-PAREDE

3 NO DELINEAR DOS VERSOS

3.3 ENTRE LEMBRANÇAS E NOVIDADES: SOBRE MOTES E REPENTES

A produção poética dos repentistas apresenta elementos que surgem em forma de poesia através de versos improvisados, entretanto, o conteúdo dos textos aproxima-se de um gênero que ganha forma na prosa: a crônica. As temáticas que vêm à tona na construção dos motes giram em torno das vivências dos cantadores, mas estas são elaboradas tendo em vista os apelos de cada época, os assuntos em pauta, os tabus que cercam as relações sociais

vigentes no período, o universo que é caro ao cantador, mas que é partilhado com os demais sujeitos comprometidos com um dado modo de estar no mundo numa determinada conjuntura histórica. Todavia, as escolhas que norteiam seus versos levam em conta seu posicionamento perante a sociedade e é, a partir do seu ângulo, que se tem acesso a um manancial de saberes que estão em frequente circulação. O enfoque narrativo utilizado pelos poetas aproxima-se dos objetivos que estão no bojo do estilo crônico, pois

O fato é que a crônica, ao abordar os fatos cotidianos, acaba por traçar um panorama, um retrato de uma sociedade em determinada época, com seus usos e costumes. E, como todo retrato, põe em evidência os aspectos que parecem mais convenientes e/ou interessantes ao retratista. É assim que muitas crônicas, apesar de guardarem em si o efêmero, o passageiro, o registro de um acontecimento datado, quando posteriormente recolhidas em livro, não perdem sua importância, muito pelo contrário, pois podem ser utilizadas como fonte de trabalho, inclusive para historiadores. A crônica pode assumir, então, o mesmo papel que a Hist ria, ao se tornar um “lugar de mem ria”, mais precisamente de uma memoria coletiva.

(PEREIRA, 2010, p. 245)

Como retratistas assentados na tradição, os cantadores almejam o acesso a novas ferramentas, recorrem a novos suportes para manter-se informados, mas não perdem de vista a habilidade requerida para ver pelo monóculo, espaço em que a fotografia precisava ser apreciada individualmente, certa de que, antes, era o olho de cada um, de cada vez, que podia desfrutar da beleza e interpretar sua poesia. Contemporaneamente, na era do registro digital, é possível alterar a realidade aprisionada na tela, sobrepor informações, fazer retoques ou simplesmente pedir que as poses sejam refeitas para que correspondam ao modo como cada um quer ver-se exposto e eternizado. Porém, o efeito causado pelos versos improvisados aproxima-se mais do resultado obtido com a invenção da Polaroid: o que se tem é um instantâneo, que capta o momento e, automaticamente, apresenta o que o olhar registrou, sem permitir alterações, tendo em vista que se trata de uma produção originalmente oralizada, sem possibilidade de repetição, visto que

[…] a improvisação gera o individual e o singular, as duas formas do não- reprodutível e do irrelocável. O que é o irrelocável? É o que não pode ser mudado, o que não tem preço porque, tendo lugar uma só vez, ele se identifica com o individual e o singular ao mesmo tempo: a improvisação.44

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[…] l’improvisation génère l’individuel et le singulier, les deux formes du non-reproductible et de l’irremplaçable. Qu’est-ce qui est irremplaçable? Ce qui ne puet être échangé, ce qui n’a pas de prix parce que, n’ayant lieu qu’une seule fois, il s’identifie à l’individuel et au singulier en même temps: l’improvisation.

(REDEKER, 2004, p. 31/32)

Cada instante é único, de modo que as performances são registradas individualmente e os versos podem ser memorizados e repetidos infinitamente, mas o instante em que se dá sua produção e sua recepção está circunscrito ao lugar do que não se pode apreender: a performance.

As temáticas que surgem nos motes apresentados nos festivais buscam retratar o contexto atual, mas a recorrência de assuntos gira em torno de temas que compõem o imaginário da cantoria, revelando a circularidade na qual se encontra a discursidade do e sobre o sertão.

Ao debruçar sobre os motes, será retomado como parâmetro inicial o II Congresso de Cantadores do Recife, realizado em 1987, no Teatro Santa Isabel, que aconteceu após um intervalo de quase 40 anos, após ter sediado o primeiro evento, em 1948. A nova edição da atração, ansiosamente aguardada pelo grande público, foi cercada de grande curiosidade e contou com a presença do escritor, poeta e dramaturgo Ariano Suassuna como presidente da comissão julgadora. Além disso, os cantadores Ivanildo Vila Nova, Otacílio Batista, Lourival Batista, Pedro Amorim e Jó Patriota estavam presentes como atrações especiais. A noite foi abrilhantada por grandes repentistas que formaram as seguintes duplas: Geraldo Amâncio e Moacir Laurentino; João Paraibano e Sebastião Dias; Valdir Teles e José Cardoso; João Furiba e Diniz Vitorino; Edvaldo Zuzu e Raimundo Caetano; Santinha Maurício e Mocinha de Passira; Sebastião da Silva e Severino Ferreira; Heleno Severino e João Lourenço; Antônio Lisboa e Rogério Menezes; Oliveira de Panelas e Lourinaldo Vitorino, vencedores dessa edição.

Os motes geralmente são elaborados por uma comissão denominada seletiva, conforme aponta o poeta Ivanildo Vila Nova (2013):

São três comissões: uma comissão que julga, uma que organiza e outra que prepara o material, que é a comissão seletiva. Essa que faz o material e a comissão organizadora não pode intervir, tá certo? A comissão organizadora apenas nomeia a de seleção e a julgadora. (p. 07)

Estes são apresentados em número que corresponde à quantidade de duplas participantes e sua distribuição se dá em torno de gêneros recorrentes e mais tradicionais, como a sextilha, o mote de sete sílabas e o mote decassílabo, conforme quadro abaixo, elaborado a partir da distribuição de motes utilizados no II Congresso de Cantadores do Recife, realizado entre 26 e 28/11/87:

Quadro 1 Distribuição dos gêneros e dos motes para cada dupla durante o II Congresso de Cantadores do Recife

DUPLAS MODALIDADES MOTES

Geraldo Amâncio Pereira Moacir Laurentino

Sextilha As horas boas da vida Sete sílabas Meu revide é o perdão

pr’aquele que me humilhar Mote decassílabo A favela infeliz é o canteiro

que a semente do mal é germinada João Paraibano

Sebastião Dias

Sextilha Avanço da civilização

Sextilha As coisas que mais me alegram Sete sílabas Não é matando quem mata

que se proíbe matar Valdir Teles

José Cardoso

Sextilha Nas frentes de emergência Mote decassílabo Até hoje ninguém me convenceu

que não houve atentado em Carajás João Furiba

Diniz Vitorino

Sextilha Os portugueses no Brasil Tudo eu sei

ninguém me ensina

Livre Edvaldo Zuzu

Raimundo Caetano

Sextilha A ganância pelo ouro Sete sílabas Nosso povo está carente

de paz, justiça e amor

Mote decassílabo Vou parar um minuto pra pensar nas loucuras que fiz na mocidade Santinha Maurício

Mocinha de Passira

Sextilha O diálogo do vento com as plantas Sebastião da Silva

Severino Feitosa

Sextilha O heroísmo de um povo Galope à Beira-Mar Livre

Heleno Severino João Lourenço

Sextilha A marcha da humanidade

Sete sílabas Causarei na sepultura nojo, pena e nada mais Antônio Lisboa

Rogério Menezes

Sextilha O poder do dinheiro Sete sílabas A Copa União tem dado

alegria aos cantadores Oliveira de Panelas

Lourinaldo Vitorino

Sete sílabas Deus já fez a borboleta rica de ornamentação

As sextilhas têm motes formados por um verso heptassílabo, enquanto o mote de sete é elaborado em torno de dois versos heptassílabos e o mote decassílabo corresponde a dois versos decassílabos, como indicam seus nomes, aumentando o grau de dificuldade relativa à demanda para a criação de versos longos e com um desdobramento que os relaciona em função do caráter subordinativo das orações apresentadas. O mote da sextilha, por sua vez, traz um assunto claro, objetivo e delimitado, ampliando as possibilidades criativas dos poetas sem que precisem estar atentos a detalhes minuciosos indicados pela chave do mote, embora estreite o contexto do assunto sugerido. Para não fugir à oração proposta pelo mote As coisas boas da vida o poeta precisará revelar os elementos que considera apreciáveis, mas sua

escolha não se dá apenas conforme o que pensa, tendo em vista a necessidade de apresentar valores que são apreciados pelo auditório. Como bom orador, será preciso valer-se do ethos prévio do público presente para a formulação dos versos, revelando temáticas que são do gosto comum no mundo sertanejo. Assim, as coisas boas da vida precisam incluir temáticas tais como: amor de mãe, família, amizade, mulher, natureza, honestidade, amor, hábitos cultivados no meio rural. Ou seja, a abertura que o mote oferece, embora favoreça suas escolhas, automaticamente o situa frente aos ditames sociais em vigor nas comunidades com as quais partilha seu apreço pela cantoria, o que se vê nos versos criados pelos poetas Geraldo Amâncio (GA) e Moacir Laurentino (ML):

As coisas boas da vida GA A hora que não tem drama

É a que tem mais calor Eu com minha namorada Sem me lembrar do pavor A gente dando no outro No ninho do nosso amor.

ML As horas de mais calor Perfeitas e valorosas É a gente andar nos campos Olhando as folhas verdosas E o colibri do pomar Beijando as primeiras rosas. GA Mas tem horas perigosas

Pra nossa própria nação Se você medir as horas Nessa Constituição Só tem conversa e boato E muita tapeação.

ML As horas da emoção Que a gente mais aprecia É ouvir na capelinha O som da Ave Maria E as nuvens pardas no céu Nas horas do fim do dia. GA Todo poeta aprecia

No seu baião bem sincero Eu prefiro as minhas horas Da maneira que tolero Bebendo as minhas caninhas Fazendo os versos que quero

ML As horas que mais espero

Que cheguem com mais urgência São horas de liberdade

Espantando a violência E desejar que a minha pátria Ganhe mais independência.

GA Eu prezo com consciência A moça que me namora Que é pura sertaneja Que me preza e me adora E sei que a mesma não conduz A AIDS que vem de fora.

(BEZERRA; RAFAEL, 1990, p. 18/19)

Os versos apresentam como coisas boas da vida: o amor, a natureza, a religião, a liberdade de expressão e criação, os prazeres mundanos como o sexo e a bebida, os valores sertanejos indicados através da fidelidade e da seriedade da mulher sertaneja. Do mesmo modo, recriminam a violência, na medida em que exaltam a liberdade e almejam viver num

país mais independente com leis mais sérias, cumprindo-se a constituição, sem a ‘tapeação’ que circunda as relações políticas. Embora os poetas se esforcem para atender à oração demandada pelo mote, percebe-se que suas escolhas discursivas apontam para direções diferentes, construindo-se o repente em torno do binômio sagrado e profano. Enquanto o cantador Geraldo Amâncio enaltece os prazeres mundanos como o amor carnal, o sexo, o álcool e a liberdade para criar sua poesia conforme seu desejo, o violeiro Moacir Laurentino destaca como ‘horas perfeitas e valorosas” aquelas em que pode apreciar a natureza e, estando num espaço sacro como a capela, ouvir a oração de Ave Maria. No entanto, entremeando os dois discursos surgem referências ao contexto político e social do país, revelando que os problemas ocorrem por conta da falta de ações efetivas, haja vista que “S tem conversa e boato/ E muita tapeação.” A AIDS, doença sexualmente transmissível que surge nos versos, encontrava-se na pauta das discussões sobre saúde no Brasil − naquele momento, como uma grande ameaça, temida e desconhecida − ao mesmo tempo em que expõe a conduta sexual daqueles que a contraem. Inicialmente, tendo em vista os casos revelados, acreditava-se que fosse transmitida por homossexuais e, desse modo, despertou-se na sociedade os posicionamentos mais conservadores, na medida em que o sexo, assunto tabu e velado, precisou ser tratado como uma questão de saúde pública, obrigando as autoridades a lançarem mão de projetos direcionados para a educação sexual como princípio. Nesse sentido, a igreja ocupa um lugar preponderante nas discussões, visto que o que se propagava, no período, era que o único meio de transmissão seria através de relações sexuais, mas estas recaíam sobre um grupo que o discurso religioso condena: o homossexual. Assim, reforça-se a discussão em torno da instituição familiar, conforme os preceitos judaico-cristãos, como solução para evitar o perigo. Mais uma vez, vêm à tona a defesa do sexo apenas após o casamento e monogâmico.

Embora se reconheça o esforço da comissão organizadora para propor motes diversificados, surge, neste mesmo evento, uma outra sextilha com um mote que seria uma variação do anterior em função da proximidade da temática entre os dois. Assim, o mote As coisas que mais me alegram será desenvolvido pelos cantadores João Paraibano (JP) e Sebastião Dias (SD):

As coisas que mais me alegram JP As coisas que mais me alegram

São crianças de parelhas Campos cobertos de rosas Beijadas pelas abelhas

SD Me alegro com as ovelhas Pinotando nos lajedos Os passarinhos cantando Nas galhas dos arvoredos

O trovão estremecendo E a chuva molhando as telhas.

E uma criança brincando

Com uma chupeta entre os dedos. JP Me alegro com os arvoredos

Onde tem serras e artistas Com violas que soluçam Entre as mãos dos repentistas E as palmas que recebo Das mãos dos apologistas.

SD Me animo com as conquistas E as dores que Deus redime Com a justiça que sabe Condenar o ódio, o crime Num país em que o povo Aprende a mudar regime. JP Me alegro em não ver o crime

Feito pelo pistoleiro A noite clara de lua Sem treva no nevoeiro Para a gente caçar peba Sem facho nem candeeiro.

SD Eu me alegro com o vaqueiro Correndo nos matagais Um touro enturecido Lá por detrás dos currais Quebrando raiz na mão E jogando terra pra trás. JP Eu fico alegre demais

Com uma farra em fim de semana Um palmo de tripa assada

Com uma bicada de cana E cheiro de moça matuta Que cheira igual jitirana.

SD Me alegro toda semana Com o que me Brasil tem Um rico que já foi pobre Mas ao pobre quer bem E foi não foi diz aos ricos Que já foi pobre também. JP Sinto alegria também

Que a dor se extravasa Vendo um sabiá cantando Abrindo a ponta da asa E o beijo dos meus moleques Na hora em que eu chego em casa.

(BEZERRA; RAFAEL, 1990, p. 25/26)

Os versos acima encontram na natureza as maiores fontes de energia e são os fenômenos naturais, como o trovão e a chuva, os animais como as abelhas, as ovelhas, o touro e a personificação da sua força, os passarinhos ou mesmo as flores, as árvores, as serras, as crianças e o vaqueiro, figura emblemática da identidade sertaneja. Apreciar as coisas simples da vida, que se concretizam num fim de semana cercado por tripa assada e aguardente, também estão na ordem do dia. A desigualdade social é representada pelas figuras do rico e do pobre e pela possibilidade de mobilidade entre as classes, de modo que um pobre pode tornar-se rico e não envergonhar-se de suas origens. As diferenças entre as classes aparecem romantizadas e evidenciadas a partir da convivência pacífica e aparentemente igualitária que se dá entre os diversos segmentos. “As violas que soluçam entre as mãos dos repentistas” também se encontram representadas. A figura do apologista, responsável pela manutenção da prática da cantoria na medida em que organiza e promove os encontros, surge no discurso como a figura de destaque no auditório, alvo da poesia dos cantadores, que vêm na sua satisfação o incentivo para que continuem com a sensação de dever cumprido, o que pode

garantir o convite para novas apresentações. Deus mais uma vez é acionado e lembrado como aquele que conforta seus filhos diante da dor. A justiça é apontada como aquela que cumpre seu papel, condenando o ódio e o crime. Estes, antes praticados pela figura mítica do pistoleiro, encontram outros meios de se concretizar, mas são inibidos por leis criadas a fim de adequar o regime às novas demandas sociais. A família surge novamente e comprova a existência de um rosário de temáticas que gravitam no espaço dos festivais.

Os motes distribuídos para as duplas mediante sorteio formam um conjunto menor que precisa dispor de equilíbrio entre as temáticas indicadas para cada gênero. Os temas predominantes no festival, conforme os motes elaborados, foram e continuam sendo comportamento social, religião, família, crítica social, atualidades, história social, história da cantoria e natureza, de modo que cada dupla desenvolveu entre três e quatro motes abordando três ou quatro temáticas conforme a distribuição elaborada pela comissão responsável.

Uma das organizadoras do Livro dos Repentes, trabalho que traz os repentes criados em quatro edições do Congresso de Cantadores do Recife, realizadas entre 1987 e 1990, pontua a impossibilidade de registrar e/ou transcrever todos os versos improvisados, destacando algumas das dificuldades enfrentadas no processo de registro e tratamento de dados orais, próprios do fazer etnográfico, além das limitações apresentadas pelos suportes audiovisuais utilizados, evidenciando como o que os olhos registram não cabe integralmente no que a tela pode eternizar. Somem-se a isso os aspectos envolvidos nas cenas em que se deram as construções dos versos, envoltos numa ambiência cujas interferências externas compõem o quadro de uma performance que se dá em clima de festa e disputa, transformando-se num espaço de lazer para a comunidade local. A iniciativa de registro a fim de perpetuar e possibilitar o acesso posterior inscreve-se numa estratégia de manutenção da memória que se dá no trânsito entre a oralidade e a escritura, entretanto, não há como negar que se tem são simulacros e representações, haja vista a impossibilidade de apreensão da performance em sua totalidade. Quando Henri Magritte45 traz à tona seu cachimbo e afirma “Ceci n’est pas une pipe”, ou seja “Isto não é um cachimbo”, provoca a necessidade de reflexão sobre conceitos de representação. Não se pensa a representação simplesmente como concretização de elementos representados, mas como passível de leituras recortadas e sob vários ângulos.

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Artista plástico belga conhecido por criar obras que apresentam uma leitura irônica da sociedade, retratando em seus quadros cenas que remetem ao cotidiano vistas a partir de um ângulo onde a ironia e a criticidade apelam para a necessidade de reflexão e questionamento sobre o que está posto.

Os versos dos poetas João Paraibano (JP) e Sebastião Dias (SD), a partir do mote Avanço na civilização, apresentam a leitura que os poetas fazem do seu tempo, expondo seus posicionamentos na medida em que destacam ou recriminam algumas práticas:

Avanço na civilização

JP Hoje não tem analfabeto Como na antiguidade Quem não assinava o nome Hoje cursa faculdade Que o homem tem direito De buscar felicidade.

SD Vem a nossa humanidade Se equilibrando nas pernas Deus gerou, botou no mundo Começamos nas cavernas Tamos nas transformações Das invenções mais modernas. JP Devido às coisas modernas

Hoje diferentes são Quem não assinava o nome Hoje tem anel na mão E quem andava de jumento Está andando de avião.

SD É a nossa revolução

Que o mundo botou m prática Karl Marx com a política Platão com a matemática Começamos no papiro Já estamos na informática. JP Eu gostei muito da tática

Novo Mundo descoberto Já tem asfalto ligando A praça com o deserto E a mulher ficando grávida Sem precisar de homem perto.

SD O homem ficou liberto Mulheres também estão Pompéia era atrasada Mas acabou no vulcão Tamos na época da AIDS Do gay e do sapatão. JP É a civilização

Mesmo neste mundo falho A mulher convida outra Leva pra seu agasalho Se faltar um homem perto A colega quebra o galho.

SD Já passamos o trabalho A mulher quer seu direito Homem de saia e de brinco Não é falta de respeito Sei que é evolução

E essas coisas eu não aceito. JP O povo está satisfeito

Porque foi contribuinte Muitas coisas acontece No final do século vinte A escrava da cozinha Já está na Constituinte.

SD Isso é o século vinte Pra nossa raça crescer A televisão cresceu Pro povo compreender A novela mostra um homem Sem roupa pra gente ver. JP Todo mundo sabe ler

Acabou-se a heresia A mulher que no passado Foi sozinha e não saía Hoje corta o mundo inteiro Sem precisar companhia.

SD É o progresso quem cria As nossas evoluções A viola tomou conta De muitas transformações Tamos distante do tempo De Luiz Vaz de Camões. JP Com essas transformações

Tudo ficou diferente Que ninguém padece mais A vida de penitente

SD Nosso homem atualmente Desbravou muitos lugares