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Acerca de como o PSE se articula, interage e se desenvolve nas Escolas Estaduais, e de como os Diretores, Coordenadores Pedagógicos e Professores de Educação Física atuam a partir desse Programa, as respostas destes foram que:

D.1. A maioria dos itens do mencionado decreto são contemplados pelos Programas da SEE-SP, parceria com a Unidade Básica de Saúde e através do Currículo do Estado de São Paulo. Esta gestão e coordenação faz um trabalho integrado com os docentes de Educação Física, tanto no apoio na aquisição de material pedagógico quando no aspecto organizacional das aulas.

P.1. A Ed. Física tem um grande potencial em relação à saúde e também interação social, mas é desprezada pelos nossos políticos em geral.

P.2. Como Professor de Educação Física, desenvolvo as práticas corporais e atividades físicas de acordo com o currículo da SEE, e na maior parte os alunos participam dos projetos propostos, consequentemente das aulas. P.3. As práticas corporais, atividades físicas e saúde, seguimos as normas do currículo SEE, com suas adaptações e realidade da Unidade Escolar. As diretrizes do PSE não são desenvolvidas diretamente, até então eram desconhecidas por esta profissional Educação Física com essa nomenclatura. (EMBU DAS ARTES/SP, 2019; ITAPECERICA DA SERRA/SP, 2019; SÃO PAULO, 2019; TABOÃO DA SERRA/SP, 2019).

Pautado no que eles registraram, percebe-se que os Profissionais, desconhecendo o PSE mesmo em município que a ele aderiu num período maior que 5 (cinco) anos), acabam por se identificar e trabalhar no viés da saúde que o Programa apregoa com base no Currículo do Estado de São Paulo e, por extensão, também no PPP - Projeto Político Pedagógico da unidade escolar.

Trata-se, pois, de uma constatação paradoxal, pois, como visto, de um lado, os Profissionais conhecem pouco, que na verdade é um eufemismo para dizer que desconhecem o PSE, e menos ainda têm conhecimento de que o exercício físico nele está previsto como apto a ser trabalhado. E, de outro, trabalham no viés preconizado pelo PSE, mesmo que os gestores federais e estaduais (e também os municipais) deste Programa não façam ou não consigam fazer com que as suas diretrizes cheguem a estes Profissionais que atuam na ponta,

pelo menos no que se refere ao público desta pesquisa, inclusive porque, como visto no capítulo anterior, a Secretaria Estadual de Educação de SP (SEE/SP) respondeu que emite mensagens, orienta as equipes, organiza e ministra palestras e videoconferências, entre outras ações correlatas relatadas pela SEE/SP.

É um paradoxo também constatar que o PSE e o Currículo de SP, mesmo que não se conheçam mutuamente, acabem por se conhecer, bem como apurar que os Profissionais desconhecem o PSE, sendo que, no caso da capital paulista, a adesão ao Programa se deu em 2013 e se mantém até o período final desta pesquisa (2019.1), e sendo que os Ministérios da Saúde e da Educação, para o período 2017/2018, nos termos da Portaria n.º 1.055/2017, entre os 12 (doze) temas prioritários do Programa, elegeram a “realização de práticas corporais, da atividade física e do lazer - Incentivo de práticas ao ar livre, Jogos, Brincadeiras, etc.” no âmbito escolar. (BRASIL, 2017).

Ou seja, como São Paulo optou por aderir, então, presume-se que atuaria de modo efetivo na promoção das práticas corporais, atividade física e lazer, como prediz a Portaria e seus temas prioritários como acima registrado. Mas, ‘contudo, todavia’ (sic), os Diretores e os Professores, que não conhecem e não executam o PSE, relatam que a Unidade Escolar (UE) acaba por trabalhar as diretrizes dele por meio do Currículo do Estado de SP que, a princípio, por sua vez, não conhece o PSE.

Mas, ‘contudo, todavia’ (sic), tendo por base os relatos retro transcritos, como “seguimos as normas do currículo SEE”, acabamos por contemplar os “itens do mencionado decreto”, mesmo que “as diretrizes do PSE não sejam desenvolvidas diretamente” e mesmo levando-se em conta que “até então eram desconhecidas por esta profissional Educação Física com essa nomenclatura.”

O Currículo do Estado de SP que, por óbvio, aparece como vetor do trabalho escolar, aqui aparece como indiretamente ligado ao Decreto e à Portaria, ‘aproximação’ esta ao PSE que, por este motivo, precisa ser investigada no âmbito desta pesquisa a fim de que se verifique que diálogo indireto é este?, até porque a SEE/SP, por meio da Coordenadoria de Gestão da Educação Básica - CGEB, Departamento de Desenvolvimento Curricular e de Gestão da Educação Básica - DEGEB, Centro de Ensino Fundamental dos anos finais, do Ensino Médio e da Educação Profissional - CEFAF (CGEB/ DEGEB/CEFAF), informou que:

A Equipe Curricular de Educação Física indica a bibliografia do Currículo do Estado de São Paulo – Educação Física (disponível em http://www.educacao.sp.gov.br/a2sitebox/arquivos/documentos/782.pdf), em especial os eixos: Organismo humano, movimento e saúde (nos anos finais do Ensino Fundamental) e Corpo, Saúde e Beleza (no Ensino Médio). No que se refere ao Programa Saúde na Escola - PSE, a Equipe Curricular de Ciências destaca dois documentos do Programa, nos quais a Educação Física é referenciada. No Decreto nº 6.286, de 5 de dezembro de 2007, dentre as 17 ações previstas encontra-se o assunto “atividade física e saúde“. Da mesma forma, a Portaria Interministerial nº 1055, de 25 de abril de 2017, enfatiza a realização de ações voltadas para a “Promoção de práticas corporais, da atividade física e do lazer nas escolas”. (SÃO PAULO, 2019, grifo nosso).

Sendo assim, tal como verificado no caderno temático analisado no Capítulo anterior (BRASIL, MS/MEC, 2015), nas “Referências Bibliográficas” do Currículo do Estado de São Paulo constam autores de peso no cenário acadêmico nacional, entre eles, Helena ALTMANN, Mauro BETTI, Valter BRACHT, Francisco Eduardo CAPARROZ, Jocimar DAOLIO, Alfredo FERES NETO, Fernando Jaime GONZÁLEZ, Elenor KUNZ, Nelson Carvalho MARCELLINO, Carmen Lúcia SOARES, e Eustáquia Salvadora de SOUSA. (SÃO PAULO, 2012).

Antes de prosseguir, é necessário registrar que, apesar de pensarem a partir de matrizes teóricas distintas da adotada pelo documento em tela, e muitas vezes até mesmo entre eles, há pontos de contato e aproximações.

Ou seja, mesmo que os autores trabalhem a partir de campos epistemológicos distintos do que o do Currículo, e em alguns casos até mesmo entre eles, há pontos de apoio, convergência e articulação entre o que eles pensam sobre a Educação de um modo geral e sobre a própria Educação Física, sobretudo, e em especial, quanto à defesa de uma escola democrática e socialmente referendada, o que não deixa de contemplar, nas devidas medidas e proporções, o binômio saúde-educação no contexto aqui em estudo, debate e discussão.

Mas, então, como, efetivamente, se concretizaria/daria a aproximação dos temas saúde-educação no âmbito escolar?, isto é, qual a forma de trabalho mais indicada para que o diálogo indireto se torne direto e efetivo?, já que, nessa ‘altura do campeonato’ (sic), já se sabe que há muitas soluções de continuidade entre a origem e a ponta do PSE, e que a solução para essa solução de continuidade seria não dar mais continuidade ao ‘diálogo ausente’, mas,

sim, que o diálogo fosse sempre presente e que tivesse continuidade/capilaridade entre todas as partes/elos.

Oliveira (2014, p. 22), a partir das reflexões da sua pesquisa-ação acerca da “Saúde na Educação Física escolar: ambivalência e prática pedagógica”, compreende que “ter direcionado a atenção para o tema da saúde nas práticas pedagógicas da Educação Física escolar em busca da ampliação e reflexão sobre o conceito de saúde mostrou-se desafiador diante do caminho que foi trilhado”, mas, por outro lado, “se revelou potencializador porque através da sistematização elaborada operacionalizou ações de uma educação para a saúde.”

Analisando diversos estudos sobre o tema Educação Física escolar e saúde, Benini e Karolczak (2010) constataram uma boa aceitação de sessões de educação postural por parte dos estudantes e que, a partir disso, indicam que deve haver um acompanhamento contínuo, dado que tais práticas pedagógicas são diferentes da mera, pura e simples transmissão de informação sem assimilação.

Em suas orientações gerais sobre as ações de promoção de saúde por meio de exercício físico no âmbito das práticas corporais, atividade física e do lazer - 2019, os gestores federais do PSE frisam que estas ações estão entre as mais clássicas no espaço escolar e na formação dos educandos, dado que, “desde as aulas de Educação Física, previstas no currículo, ao recreio, a escola se afirma como um espaço para fomentar a atividade física, ensinar as práticas corporais e discutir o direito ao lazer”, de forma que o PSE procura se mostrar como “um grande incentivador desta ação ao propor a ampliação das vivências e aumentar o contato dos educandos com o tema e sua prática.” (BRASIL, 2019, p. 2).

Devide (2003, p. 45) orienta que “o professor deve contextualizar os conteúdos da EFE, tornando o grupo crítico frente às suas condições de vida”, discutindo com eles os diversos fatores relacionados ao tema saúde, como, por exemplo, a falta e/ou a má utilização dos espaços públicos para a prática corporal, a dificuldade de acesso ao lazer e as más condições de alimentação, trabalho, transporte, educação, discussão essa que, segundo ele, certamente muito contribui para a desmistificação do tema saúde, ampliando, assim, a relação de compromisso da Educação Física escolar como relevante veículo de uma educação reflexiva para o escorreito entendimento de todos os aspectos que envolvem a saúde.

Complementa o autor chamando a atenção para a relevância de se promover o exame crítico dos determinantes sociais, econômicos, políticos e ambientais diretamente

relacionados aos seus conteúdos, de modo a se romper com os enfoques dos conceitos de saúde que a restringem apenas à ausência de doenças. (DEVIDE, 2003).

Oliveira, Oliveira e Vaz (2008, p. 306) destacam que “as aulas de Educação Física não podem ser um apêndice das demais disciplinas e atividades escolares, nem devem ser um momento subordinado e compensatório para as durezas das aulas em sala.”

Segundo os autores, não importa se a atuação do professor é na quadra e/ou em outros lugares do ambiente escolar, dado que, o que é significativo é o seu compromisso com a escola, com o projeto de escolarização ali instituído, sempre em favor da formação humana, vale dizer, “o objetivo último das práticas corporais escolares em geral, e da Educação Física em particular, deve ser a humanização das relações sociais”, de modo que é certo que

a escola precisa estar atenta à atualização das demandas sócio-culturais, uma vez que entre as suas finalidades maiores inscreve-se, além da produção e socialização do conhecimento, justamente a crítica das formas de organização da cultura. Assim, ao contemplar pela via da escolarização as marcas das manifestações corporais no processo de formação humana, a Educação Física escolar tem-se inserido no plano de uma reflexão sobre diferentes problemáticas sociais, algumas de há muito objeto de preocupação dos educadores, outras que surgem conforme se transforma a própria organização social.

Entre esses elementos ganham destaque: a violência; os preconceitos étnicos, de sexo, de classe, entre outros; as formas corporais de exclusão social; as potencialidades e os limites das práticas corporais como possibilidade de formação; a ênfase sobre uma estética corporal que se orienta por padrões estereotipados, resultados de uma exacerbação atual do corpo como ‘lugar’ da felicidade; o exercício da dominação na prostituição de crianças e jovens, no tráfico e no consumo de drogas, no trabalho infantil e escravo, na negação do acesso aos bens culturais etc. (OLIVEIRA, OLIVEIRA E VAZ, 2008, p. 306, grifo nosso).

A saúde pode ser incluída nas diferentes problemáticas sociais acima anotadas, de maneira que um planejamento de trabalho que vise o engajamento em atividades corporais na escola não se trata apenas e tão-somente de uma questão de saúde pública, mas, também, de um direito à cidadania e da construção de uma educação que faça pleno sentido pela qual certamente vale a pena se lutar. (DEVIDE, 2003).

De acordo com o autor, o Professor de Educação Física “deve estar atualizado ao conceito multifatorial da saúde, à sua dimensão social, portanto, coletiva”, a fim de que, “munido de instrumentação teórica consistente, tenha condições de discutir e ampliar a

relação de compromisso da EF para além da esfera da aptidão física, como uma via de educação para a saúde dos alunos(as).” (DEVIDE, 2003, p. 146).

Oliveira, Oliveira e Vaz (2008, p. 314, grifo nosso) dizem que discussões como essas permitem entender a vida saudável como uma construção que supõe uma dimensão histórico-social contrária à tendência dominante de conceber a saúde como mera volição individual, ou seja,

os indivíduos – docentes e discentes – podem construir uma vida saudável desde que as condições objetivas para tanto sejam oferecidas pela sociedade, o que confere ao tema uma dimensão política. Ou seja, a saúde é um bem que pode ser alcançado pela boa alimentação, saneamento básico, boas condições de moradia, educação e informação, preservação do meio ambiente, acesso aos equipamentos de lazer, enfim, pelo direito às condições mínimas para uma vida digna. No horizonte dessas preocupações estão a atividade física moderada e o acesso ao sistema formal de atendimento à saúde. Trata-se, pois, de superar uma ênfase histórica, que permanece atual, sobre a saúde como algo ‘natural’ ou que se adquire pela dor, pelo sacrifício, apenas pelo esforço individual. A saúde não é uma dádiva concedida a alguns, mas um processo constante de conquista, algo a ser construído coletivamente e que exige boas condições de vida. A ‘falta de saúde’ não pode, portanto, ser atribuída como culpa individualizada, mas deve ser compreendia no contexto da vida social do indivíduo. Nesse sentido, podemos abordar o uso de substâncias entorpecentes e os seus efeitos sobre a saúde, mostrando o que motiva a produção e a disseminação dessas substâncias, o tráfico de drogas etc. Outro exemplo seria a busca pelas atuais formas de tratamento, modelação, intervenção sobre o corpo com o intuito de alcançar, a qualquer custo, os modelos instituídos de beleza e a ‘saúde perfeita’. Podemos ainda pensar na sexualidade com duplo significado: um que a entende como possibilidade de fruição, prazer, alegria, encontro; outro que a compreende naquilo que ela representa da miséria humana: prostituição infantil, dominação sexual, sexismo, violência, DSTs etc.

Portanto, ao compararmos tal perspectiva com uma das mais tradicionais orientações do ensino de Educação Física, aquela que concebe esta disciplina como um tempo e um espaço que devem intervir sobre a aptidão física dos educandos, devemos ter em conta que a escola é um lugar onde se deve refletir sobre práticas e discursos que ensinem cuidados com a saúde como investimento também individual. No entanto, não é possível deixar de contemplar elementos sociais, culturais, políticos e econômicos que interferem na possibilidade de construção social da saúde para todos.

Apesar de a formação acadêmica dos Professores de Educação Física não ser o objeto direto de estudo da nossa tese, e a fim de encontrar o caminho para a solução para o

diálogo ausente e indireto até agora constatado, Ferla, Bueno e Souza (2013) dizem que esta formação deveria superar definitivamente o conceito biomédico hegemônico que orienta o trabalho tão-somente na lógica de que a pessoa é apenas o seu corpo biológico, entrando em seu lugar a lógica que trata e concebe o ser humano sob uma perspectiva crítica, reflexiva, plena e integral.

Este alerta é oportuno no sentido de que os Professores de Educação Física não se limitem a trabalhar as práticas corporais apenas como uma espécie de receituário médico de prescrição de exercícios que “fragmenta o cuidado em saúde e direciona a sua atividade profissional de educação física como um ‘anexo’ da equipe” que está ali somente para “preencher lacunas.” (FERLA, BUENO E SOUZA, 2013, p. 220).

Como Fraga, Carvalho e Gomes (2012, p. 380) lecionam, “é muito apropriado pensar em políticas de formação em educação física e saúde coletiva tomando como eixo central o conceito de prática corporal, pois ele está muito mais alinhado à humanização do cuidado e à atenção integral à saúde do que à noção de atividade física.”

Sobre a formação dos Professores de Educação Física, Oliveira (2014, p. 115- 120), em sua pesquisa-ação, indica alguns caminhos por meio de projetos elaborados por Profissionais em atividade na rede estadual do Estado do Espírito Santo/ES, que podem servir de parâmetro: 1) Projeto: “Atividades de lazer e a promoção da saúde”; 2) Projeto: “Você brinca de quê?”; 3) Projeto: “Saúde nas relações sociais”; 4) Projeto: “Os jogos em jogo: a iniciativa da EMEF SOL (nome fictício) por uma relação mais saudável”; 5) Projeto: “A contribuição da Ed. Física na saúde do estudante do Forte São João/Projeto cuidando de nós”.

No projeto 1, a partir da percepção Docente sobre conflitos e acidentes ocorridos durante o recreio, o Profissional responsável observou a necessidade de um plano de ação que visasse intervir nesse tempo livre dos alunos no cotidiano escolar, dado que, de acordo com ele, privilegiado para o exercício, o acompanhamento e a concretização dos conhecimentos socializados e sistematizados nas aulas de Educação Física correspondentes à temática: Atividades de lazer e a promoção da saúde. Segundo esse projeto 1, a Educação Física poderia contribuir promovendo práticas corporais que viessem a compor o repertório da cultura corporal de movimento dos alunos para que eles pudessem utilizá-las para além das aulas, como, no próprio horário do recreio e também fora do espeço escolar, sendo que os conteúdos eleitos foram os jogos, brincadeiras e atividades de lazer.

No projeto 2 “Você brinca de quê?”, o Professor propôs o resgate de jogos e brincadeiras populares objetivando tecer diálogos transversais sobre a promoção da saúde presente na prática das brincadeiras populares, sendo que a violência e o sedentarismo associado à tecnologia são elementos que restringiriam as brincadeiras porque fariam com que ficassem horas na frente do computador. Ou seja, jogos eletrônicos são muito utilizados pelas crianças e jovens, que ficam ocupados em vencer fases e obstáculos, que induzem à violência e que deturpam valores positivos, e tudo isso sem que eles saiam do lugar, ficando, assim, a cada dia mais no sedentarismo.

Segundo o autor, para superar esses problemas, neste projeto 2, as ferramentas utilizadas foram: 1) a proposta de um questionário sobre a prática de brincadeiras antigas para alunos e pais responderem; 2) dividir a turma em grupos para aplicarem duas brincadeiras (uma antiga e uma atual) na aula, a fim de que os outros pudessem vivenciá-las, registrando como interessante o aspecto reflexivo abordado pelo Professor em relação à construção das atividades com os alunos.

O Projeto 3: “Saúde nas relações sociais” versou sobre o crescente número de pessoas com deficiência em sua escola e a forma como cada um se relaciona dentro de suas limitações, e como conseguir incluí-los nas atividades do cotidiano escolar de forma que o movimento e o deslocamento gerassem experiências que levassem à reflexão sobre a maneira de se relacionar com os outros, sendo a questão central, portanto, a partir das relações sociais, como a solidariedade e a cooperação proporcionariam momentos nos quais eles vivenciariam situações de empatia no sentido de serem incentivados a terem atitudes inclusivas.

Neste Projeto 3, os conteúdos trabalhados foram os jogos e esportes adaptados e, como ferramentas, uma série de atividades: 1) sensibilização a partir do filme “Os intocáveis”; 2) listagem de atividades do cotidiano escolar; 3) simulação de uma pessoa obesa ou com deficiência como, cadeirante, surdo, cego, mudo; 4) relatos das experiências sobre a simulação; 5) montagem de painel sobre o tema; 6) vivência de jogos cooperativos e esportes paraolímpicos, como, por exemplo, vôlei sentado e atletismo com guia.

No Projeto 4 do estudo de Oliveira (2014, p. 116-120), o tema, foi “Os jogos em jogo: a iniciativa da EMEF SOL (nome fictício) por uma relação mais saudável”, o qual versa sobre os jogos interclasses e a forma da sua concepção que, de acordo com a tradição, não produz bons resultados e precisa ser modificado. Como concomitante a esse processo foi criado um curso de formação sobre o PSE pela Secretaria Municipal de Educação em parceria

com a Univ. Federal do ES, foi elaborado um plano de trabalho com a saúde como tema