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5.5 Estrutura e Entropia do SFT Inerente ao C´odigo Aritm´etico

5.5.3 Entropia Topol´ogica

Em processos de codificac¸˜ao de fonte e codificac¸˜ao conjunta, a entropia topol´ogica das palavras ou sequˆencias c´odigo ´e de suma importˆancia, pois representa a quantidade de informac¸˜ao que pode ser codificada atrav´es dessas. A seguir definiremos esse parˆametro para Xg, iniciando com alguns conceitos necess´arios sobre grafos direcionados. Como na Sec¸˜ao 5.5.2, o valor obtido ´e uma func¸˜ao do gˆenero da superf´ıcie associada a regi˜ao fundamental.

Grafos Direcionados

Um grafoG = (V, E) ´e definido por um conjunto finito de v´ertices V e um conjunto finito de ramos E, tal que, para todo ramo e ∈ E ´e associado um estado inicial i(e) e um estado terminal t(e). Um

caminhoπ em G ´e um conjunto de ramos consecutivos, ou seja, se π = e1. . . enent˜ao t(ei) = i(ei+1) para1 ≤ i < n. Um grafo rotulado ´e um par G = (G, L) tal que G e um grafo e L : E → A ´e a

func¸˜ao de rotulac¸˜ao onde A ´e um conjunto finito chamado de alfabeto. Um grafo rotulado G ´e determin´ıstico se para qualquere1, e2 ∈ E satisfazendo i(e1) = i(e1) ent˜aoL(e1)6= L(e2). Um grafo G pode ser considerado um grafo rotulado ao considerarmosL igual a func¸˜ao identidade. Seja Aij igual ao n´umero de ramos emG com estado inicial i e estado terminal j, para qualquer i, j ∈ V. A

matriz adjacˆencia deG ´e A = [Aij]. A matriz adjacˆencia associada ao grafo G ´e denotada por AG. Para um grafo rotulado G = (G,L), a matriz adjacˆencia ´e denotada por AG = AG. Um ssr XG ´e determinado pela leitura dos r´otulos de ramos consecutivos em um grafo rotulado G. Neste caso G ´e uma representac¸˜ao deXG. Para um SFT com mem´oria um, ou seja, que pode ser determinado por um conjunto F de palavras proibidas de comprimento dois, h´a um procedimento simplificado para a determinac¸˜ao de uma representac¸˜ao G = (G,L). Um grafo inicial G = (V, E) ´e especificado que satisfac¸aV = A e E = {ij ∈ A × A| ij /∈ F}, tal que i(ij) = i e t(ij) = j, com func¸˜ao rotulac¸˜ao especificada porL(ij) = j para todo ij ∈ E [18].

Entropia topol´ogica deXg

Uma apresentac¸˜ao GXg = (G,LXg) do c´odigo do fluxo geod´esico possui o grafo G como dado em

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func¸˜ao de rotulac¸˜ao ´e dada porLX(ikil) = ilpara todoikil ∈ E.

G :    V = {ik| 1 ≤ i ≤ 8g − 4 and k ∈ {1, 2}}; E = {ikil| ikil ∈ P for 1 ≤ i, j ≤ 8g − 4 and k, l ∈ {1, 2}}. (5.4)

Empregamos a simetria de GXg para determinar dois outros grafos rotulados com a mesma entropia to-

pol´ogica deXg, no entanto que permitam a obtenc¸˜ao de express˜oes alg´ebricas para essa. Inicialmente, GY= (G,LY) possui o mesmo grafo G que GXg e func¸˜ao de rotulac¸˜ao dada em (5.5).

               LY(i2(σ(i) + 2)2) = b1, LY(i2(σ(i) + 3)2) = b2, . . . , LY(i2(σ(i)− 2)2) = b(k−3); LY(i2(σ(i) + 3)1) = c1, . . . ,LY(i2(σ(i)− 2)1) = c(k−4); LY(i1(σ(i) + 1)2) = d1, LY(i1(σ(i) + 2)1) = a1. (5.5)

O outro grafo rotulado GZ = (GZ,LZ) possui o grafo GZcomo especificado em (5.6), ondek = 8g−4

eLZ ´e a identidade. GZ :    VZ ={1, 2}; EZ ={a1} ∪ {d1} ∪ {c1, . . . , c(k−4)} ∪ {b1, . . . b(k−3)}, (5.6) tal que   

t(a1) = i(a1) = 1, e t(bl) = i(bl) = 2 para 1≤ l ≤ (k − 3); i(d1) = 1, t(d1) = 2, e i(ct) = 2, t(ct) = 1 para 1≤ t ≤ (k − 4).

(5.7)

Lema 77. Os grafos rotulados GYe GZ s˜ao apresentac¸˜oes do mesmo ssr, ou seja, B(Y) = B(Z).

Demonstrac¸˜ao: A partir das definic¸˜oes de GY e GX, para qualquer i ∈ {1, . . . , 8g − 4} e n, m ∈

{1, 2}, h´a um caminho π em GY satisfazendoLY(π) = w, i(π) = in e t(π) = im se, e somente se, h´a um caminho̟ em GZ satisfazendoLZ(̟) = n, i(̟) = n e t(̟) = m, ou seja, sempre que os

caminhos possuem comprimento|π| = |̟| = 1.

Empregando um racioc´ınio indutivo, suponhamos que a observac¸˜ao acima seja verificada sempre que os comprimentos |π| = |̟| = n sejam menores ou iguais a um inteiro positivo n. A seguir demonstraremos que ela tamb´em ´e verificada quando|π| = |̟| = n + 1.

Suponha que πe ´e um caminho em GY satisfazendoLY(πe) = LY(π)LY(e) = wa para e ∈ EY,

i(π) = in e t(π) = im. Seguindo da hip´otese indutiva que h´a um caminho ̟ ∈ GZ satisfazendo |̟| = |π|, LZ(̟) = w, i(̟) = n e t(̟) = m. Al´em disso, h´a um caminho f em GZ satisfazendo

|f| = 1, LZ(f ) = LY(e) = a e i(f ) = m, al´em do que t(f ) = p se, e somente se, t(e) = ip. Dessa forma,L(̟f) = wa e, portanto, B(Y) ⊆ B(Z). De forma similar, pode ser demonstrado que

B(Z)⊆ B(Y). 

Para a demonstrac¸˜ao do Teorema 80 s˜ao necess´arios alguns resultados a cerca da entropia de gra- fos direcionados e dos grafos rotulados associados. Para nossos fins, a Proposic¸˜ao 78 e a Proposic¸˜ao 79 s˜ao necess´arios. Esses resultados fazem parte do cap´ıtulo sobre entropia de [18], onde s˜ao apresen- tados diversos resultados sobre a determinac¸˜ao dessa para um ssr. Entre os resultados mais relevan- tes, por tratar da determinac¸˜ao do autovalor de matrizes n˜ao negativas, podemos citar o teorema de Perron-Frobenius, do qual decorre a Proposic¸˜ao 79.

Proposic¸˜ao 78. [18] Seja G= (G,L) um grafo rotulado determin´ıstico. Ent˜ao h(XG) = h(XG).

Proposic¸˜ao 79. [18] SejaG um grafo com matriz adjacˆencia A. Ent˜ao h(XG) = log λA, ondeλA ´e o

maior autovalor deA.

Teorema 80. A entropia topol´ogica do c´odigo Xg est´a relacionada com a regi˜ao fundamental Πg

atrav´es do gˆenero da superf´ıcie associada, sendo dada por

h(X) = log "

(4g− 3) +p(4g − 3)2− 1 #

(5.8)

Demonstrac¸˜ao: Como os grafos rotulados GX e GY s˜ao determinados a partir do mesmo grafoG,

e s˜ao ambos determin´ısticos, segue da Proposic¸˜ao 78 que h(X) = h(Y). Do Lema 77, j´a sabemos queh(Y) = h(Z). Portanto, da Proposic¸˜ao 79 podemos aplicar a matriz adjacˆencia AGZ de GZ para

determinar a entropia topol´ogica deX. ComoAGZ possui ordem dois, independentemente da regi˜ao

empregada na codificac¸˜ao Πg, com entradas s´o dependendo do gˆenero g, temos como determinar uma equac¸˜ao alg´ebrica parah(Z) e, consequentemente, teremos uma equac¸˜ao alg´ebrica para h(X). A partir de (5.6) e (5.7), a matriz adjacˆencia associadaAGZ ´e dada por (5.9).

AGY = " 1 1 8g− 8 8g − 7 # (5.9)

O maior autovalorλAGY deAGY ´e igual a maior raiz do polinˆomio caracter´ıstico λ

2+ λ (6− 8g) + 1 deAGY. Assim, λAGY = (8g− 6) +p(6 − 8g)2− 4 2 = (4g− 3) +p(4g − 3) 2− 1.

Cap´ıtulo 6

Representac¸˜ao de C´odigos Geod´esicos

No Cap´ıtulo 5 abordamos os m´etodos de codificac¸˜ao do fluxo geod´esico. Dois m´etodos foram consi- derados, um que captura a topologia da superf´ıcie da qual o fluxo geod´esico ´e codificado, denominado geom´etrico. O outro, baseado em m´etodos de expans˜ao dos pontos em∂D2, emprega mapeamentos Markovianos, sendo denominado aritm´etico. Para nossos objetivos de determinar representac¸˜oes do fluxo geod´esico a serem empregadas no projeto de codificadores casados com a topologia de uma superf´ıcie (especificada pelo gˆenero da superf´ıcie), a impossibilidade de determinar-se uma representac¸˜ao finita para o c´odigo geom´etrico constitui um desafio a ser contornado, j´a que ´e esse o m´etodo que captura a topologia da superf´ıcie. Como apresentado no Sec¸˜ao 5.4, h´a pelo menos duas abordagens poss´ıveis para contornarmos esse obst´aculo, uma ´e representar a intersec¸˜ao do c´odigo geom´etrico com o aritm´etico, enquanto a outra ´e fazermos uso de conjugados bem definidos entre os c´odigos. Para qualquer escolha que fac¸amos, saber representar o c´odigo aritm´etico ´e uma necessidade inicial.

Neste cap´ıtulo demonstramos como, a partir de um conjunto infinito de restric¸˜oes bem definidas para o c´odigo aritm´etico, especificadas na Proposic¸˜ao 84, podemos empregar os conceitos e m´etodos desenvolvidos no Cap´ıtulo 3 para gerar de forma sistem´atica uma representac¸˜ao determin´ıstica e m´ınima para o c´odigo. Em nosso desenvolvimento fica claro como a riqueza de propriedades das palavras proibidas conduzem `a simplificac¸˜ao, sistematizac¸˜ao e generalidade (com relac¸˜ao a topologia da superf´ıcie) do m´etodo. Essas propriedades decorrem da estrutura topol´ogica da superf´ıcie, a saber, dos poss´ıveis ciclos completos de geradores.

Nosso desenvolvimento ´e baseada nos resultados apresentados em [8, 45], que por sua vez fa- zem suposic¸˜oes iniciais estabelecidas em [42, 44]. Portanto, iniciamos a Sec¸˜ao 6.1 estabelecendo as propriedades necess´arias da regi˜ao fundamental para aplicac¸˜ao destes resultados. Em seguida detalha- mos o m´etodo de gerac¸˜ao de ciclos de v´ertices e sequˆencias de geradores apresentado inicialmente na Sec¸˜ao 4.5. Finalizamos a sec¸˜ao com a demonstrac¸˜ao de propriedades necess´arias subsequentemente.

Empregando as propriedades das sequˆencias de geradores, demonstramos no Teorema 86 da Sec¸˜ao 6.2 que o conjunto de restric¸˜oes O que especificam o c´odigo de Artin ´e irredut´ıvel e que o procedimento para determinar o conjunto de restric¸˜oes `a direita ´e facilitado, n˜ao requerendo c´alculos ou comparac¸˜oes al´em daquelas necess´arias para especificar o conjunto finito de prefixos obtidos di- retamente de um subconjunto finito e bem especificado de O.

Na Sec¸˜ao 6.3 exemplificamos o emprego dos resultados apresentados na Sec¸˜ao 6.2 para construir uma apresentac¸˜ao minimal para o c´odigo de Artin, obtido a partir da tesselac¸˜ao {12, 4} estudada em [9]. O procedimento ´e geral, e a escolha desta tesselac¸˜ao deve-se a clareza que propicia para apreciac¸˜ao do m´etodo.

6.1

Ciclos de V´ertices

Dado um grupo FuchsianoΓ com regi˜ao fundamental F , um pol´ıgono hiperb´olico n˜ao triangular sa- tisfazendo a propriedade dos cantos pares, com conjunto sim´etrico de geradoresΓ0. Consideraremos que Γ n˜ao possui elementos parab´olicos e que v´ertices el´ıpticos n˜ao s˜ao interiores a segmentos de geod´esicas contidos em∂F . Como apresentado na Sec¸˜ao 4.5, cada v´ertice v de F ´e identificado com um outro v´ertice pela aplicac¸˜ao de um gerador emΓ0. Cada v´erticev ´e ponto terminal de duas ares- tass e∗s de F . Neste caso, denotamos por (v, s) e (v, ∗s) os poss´ıveis pares de arestas com ponto terminalv, de outra forma, s e∗s possuem v como ponto de intersec¸˜ao. Consideraremos a seguinte convenc¸˜ao para a denominac¸˜ao de arestas e v´ertices:

• Os v´ertices s˜ao enumerados em sentido anti-hor´ario;

• Os pontos terminais da arestasi deF s˜ao os v´ertices vi evi+1, fazendo-sei + 1 = 1 caso i = N e F seja um pol´ıgono com N arestas.

Sejag(s) o gerador associado a aresta s de F . Especificado um par (v1, s1), ent˜ao v2 = g(s1)(v1) e s2 = g(s1)(s1) formam um par (v2, s2). O processo ´e repetido, mas agora considerando a reflex˜ao em torno dev2, ou seja, o par(v2,∗s2). De forma similar obtemos o par (v3,∗s3) para o qual g(∗s2)(v2) = v3 e g(∗s2)(∗s2) = s3. Portanto, atrav´es da sequˆencia de ac¸˜oes: (i) Aplicar a transformac¸˜ao g(s) associada ao lados ao par (v, s), (ii) Refletir em torno de g(s)(v); determina-se a sequˆencia de pares (v1, s1) → (v2,∗s2) → · · · → (vn,∗sn) → (vn+1,∗sn+1), onde eventualmente (vn+1,∗sn+1) = (v1, s1) j´a que o n´umero de pares (v, s) ´e finito. A sequˆencia de v´ertices v1, v2, . . . , vn ´e chamada

ciclo de v´ertices, enquanto a sequˆenciag1 = g(s1), g2 = g(∗s2), . . . , gn = g(∗sn) ´e chamada ciclo

de geradores ou sequˆencia de geradores que especifica a transformac¸˜aogv1,s1 = gngn−1. . . g1, tendo

(v1, s1) como par inicial. Pela convenc¸˜ao estabelecida quanto ao r´otulo de v´ertices e arestas de F , especificado um par(vi, si), o ciclo de v´ertices e de geradores obtidos s˜ao ditos L-ciclo e L-sequˆencia,

6.1 Ciclos de V´ertices 135 b b vi2 vi1 gi1 gi2

Figura 6.1: Relac¸˜ao entre ciclo de v´ertices e sequˆencia de geradores.

respectivamente. Analogamente, no caso(vi+1, si), o ciclo de v´ertices e de geradores obtidos s˜ao ditos R-ciclos e R-sequˆencias, respectivamente. A transformac¸˜ao gn. . . g1, associada a uma sequˆencia de geradores obtida a partir de um v´ertice v em D2 ´e uma transformac¸˜ao el´ıptica ou identidade e, necessariamente,(gn. . . g1)ν = 1 para algum inteiro ν. Neste caso v ´e um ponto el´ıptico de ordem ν. Sev ∈ ∂D2 ent˜aog

n. . . g1 ´e uma transformac¸˜ao parab´olica [30, 46].

Proposic¸˜ao 81. A um ciclo de geradores est´a associada um ´unico ciclo de v´ertices e vice-versa, a

n˜ao ser para ciclos de comprimento um e dois, quando pode-se associar os ciclosg, h e h−1, g−1.

Demonstrac¸˜ao: A cada elemento gi de Γ0, como ao seu inverso, est´a associado uma ´unica aresta si da regi˜ao fundamental e a esta um ´unico par de v´ertices {vi, ui}. Dado o ciclo de geradores gi1, gi2, . . . , gin, obt´em-se que {g

−1

i1 (vi2), g

−1

i1 (ui2)} ∩ {vi1, ui1} = {vi1}. Portanto, o par inicial

(vi1, si1) que determina unicamente o ciclo de v´ertices a partir do qual o ciclo de geradores gi1, gi2, . . . ,

gin ´e especificada e unicamente determinado.

Dado um ciclo de v´ertices, definido o primeiro elemento do ciclo de geradores associada fica defi- nida toda a sequˆencia, pois o par(vi1, si1) inicial fica determinado. Supondo que h´a uma ambiguidade,

ent˜ao os dois geradores associados aos lados adjacentes a vi1 mapeiam este emvi2. Sejam estes ge-

radores gi1 e gi2, a Figura 6.1 mostra a gerac¸˜ao dos ´unicos ciclos de geradores poss´ıveisgi1, g

−1 i2 e

gi2, g

−1

i1 , que s˜ao oL-ciclo e R-ciclo associados ao ciclo de v´ertices vi1 → vi2, respectivamente. 

Corol´ario 82. Seja gi1. . . gin e hj1. . . hjm um L-ciclo e R-ciclo, respectivamente. Logo, se u

S(P(g)) ∩ S(P(h)) ent˜ao |u| ≤ 1, ou seja, L-ciclos e R-ciclos n˜ao possuem fatores em comum de

comprimento maior que um.

Demonstrac¸˜ao: Segue da Proposic¸˜ao 81 que a um ciclo de geradores est´a associada um ´unico ci- clo de v´ertices. Portanto, o v´ertice associado a cada um dos geradores na sequˆencia gi1gi2. . . gin ´e

No Lema 83 estabelecemos relac¸˜oes entre sequˆencias de geradores obtidas a partir de v´ertices que pertencem a um mesmo ciclo de v´ertices. As relac¸˜oes estabelecidas contemplam os poss´ıveis casos, uma vez que s˜ao considerados todas as poss´ıveis combinac¸˜oes de v´ertices e lados adjacentes tomados a partir de um ciclo de v´ertices de referˆencia. Ou seja, para o ciclov1 → · · · → vnconsideram-se os casos(vi, si) e (vi,∗si) para 1 ≤ i ≤ n.

Lema 83. Sejam os ciclos de v´ertices v1 → · · · vn e v′1 → · · · v′m com respectivas sequˆencias de

geradoresgv1,s1 = gn. . . g1 egv′1,s ′ 1 = g

m. . . g1′, comgi associado ao lodosi egi′ ao lados′i. Segv1,s1

egv′ 1,s

1 possuem dois elementos consecutivos iguais, a n˜ao ser pelas operac¸˜oes de permutac¸˜ao c´ıclica

e invers˜ao, ent˜ao: 1. gv1,s1 = gv′1,s

1 se, e somente se,(v1, s1) = (v

′ 1, s′1);

2. gv1,s1 = Tigv′1,s′1T

−1

i se, e somente se,(v1, s1) = (vi+1′ , s′i+1) e Ti = gi′. . . g1′;

3. gv1,s1 = g

−1 v′

1,s ′

1 se, e somente se,(v1, s1) = (v

′ 1,∗s′1); 4. gv1,s1 = Tig −1 v′ 1,s ′ 1T −1

i se, e somente se,(v1, s1) = (vi′,∗s′i) e Ti = gi′. . . g1′.

Demonstrac¸˜ao: A an´alise que segue ´e baseada no resultado da Proposic¸˜ao 81, a saber, a uma sequˆencia de geradores est´a associado um ´unico ciclo de v´ertices e a um par (v, s) est´a associada uma ´unica sequˆencia de geradores, do que decorre diretamente o caso 1. Para o caso 2, temos que (v′

i+1, s′i+1) transita para (v′i+2,∗s′i+2) pela aplicac¸˜ao de gi+1′ , seguindo o procedimento para obtenc¸˜ao dos ciclos de v´ertices obt´em-se quegv′

i+1,s ′ i+1 = g

i. . . g1′gn′ . . . gi+1′ = Ti(gn′ . . . g1′)Ti−1. Para o caso 3, temos que (v′

1,∗s′1) transita para (vm′ , s′m) pela aplicac¸˜ao de (gm′ )−1, seguindo o procedimento para obtenc¸˜ao dos ciclos de v´ertices obt´em-se quegv′

1,∗s ′ 1 = (g ′ 1)−1. . . (g′m)−1 = gv−1′ 1,s ′

1. O caso 4 ´e estabe-

lecida pela aplicac¸˜ao emgv′ 1,s

1 de uma invers˜ao seguida pela determinac¸˜ao do conjugado em relac¸˜ao

a transformac¸˜aoTi. 

Do Lema 83 conclui-se que o conjunto de v´ertices de uma regi˜ao fundamental ´e particionado em subconjuntos contendo os v´ertices que pertencem a um mesmo ciclo de v´ertices. Pois especificado um v´ertice inicial, o ciclo de v´ertices ´e preservado a n˜ao ser por permutac¸˜ao c´ıclica e invers˜ao de ordem.