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Episódio 22: Texto com argumentação a favor da obra: “Nova rodovia vai ligar

No documento elianatoledosirimarcofranco (páginas 94-97)

3 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS

3.2.4 Episódio 22: Texto com argumentação a favor da obra: “Nova rodovia vai ligar

Terminado o primeiro texto, a professora distribuiu outro, com posição favorável a construção da obra, intitulado “Nova rodovia vai ligar BRs 040 e 267. Empreendimento pode desafogar o trânsito na região central”. Solicitou aos alunos que em casa eles arranjassem uma pasta específica para guardar as atividades desenvolvidas na unidade Matemática e Trânsito, para que as folhas não se perdessem, uma vez que, não seriam coladas no caderno. A professora disse que o primeiro texto foi lido por ela e que no segundo, ela gostaria de ouvir as sugestões de como poderia ser feita a leitura. Os alunos iam se manifestando à medida que a professora ia chamando aqueles que estavam com a mão levantada. O Bruno sugeriu que a leitura fosse feita por todos juntos. A Beatriz opinou que cada um lesse uma parte do texto. O Alan sugeriu que cada um lesse uma vez o texto inteiro. A professora disse para os alunos,

que foram apresentadas três sugestões e as repetiu. Esse episódio encontra-se abaixo para ilustrar este relato:

Eliana: Eu li para vocês o primeiro texto. Como podemos fazer agora? Levantando a mão para sugerir a leitura do segundo texto. Qual é a sua sugestão Bruno?

Bruno: Ler todo mundo junto!

Eliana: Todos Juntos? Tem alguma outra sugestão? Ah! Beatriz: Cada um ler uma parte!

Eliana: Cada um ler uma parte? E você? Alan: É...cada um ler uma vez o texto inteiro! Eliana: Cada um ler uma vez o texto inteiro. Breno: Quê?

Eliana: Bom, então nós temos três opções aqui: todos lerem o texto ao mesmo tempo, juntos; cada um ler uma parte e uma pessoa lê sozinha. (Os alunos iam se manifestando com sim e não à medida que a professora falava a alternativa, sem estar no momento de se pronunciarem).

Alan: Eu prefiro ler sozinho! Alguns alunos: Eu também!

À medida que a professora ia falando os alunos já iam se manifestando antes mesmo do momento apropriado da votação. A professora resolveu escrever as três opções para que os alunos pudessem compreendê-las para votar. À medida que a professora ia escrevendo no quadro as opções, os alunos já iam se manifestando entre si, dizendo qual delas achavam a melhor alternativa. Quando a professora terminou de escrevê-las no quadro disse aos alunos que eles precisariam entrar em um entendimento para encontrarem a melhor alternativa. Os alunos foram se manifestando: “fazer uma votação”.

Rita explicou que quem quisesse o primeiro deveria levantar o dedo e quem quisesse o segundo levantaria o dedo... A professora perguntou a turma se poderia ser como a Rita havia sugerido e os alunos disseram que sim, acontecendo em seguida a votação com a contagem de pontos.

O aluno André, após ter votado na primeira alternativa e vendo que só cinco dos vinte e quatro alunos presentes no dia escolheram essa opção, se manifestou dizendo que já havia perdido. O que se pode perceber é que ele usou a matemática para chegar a essa conclusão. Na votação da segunda alternativa, um número maior de alunos votou favoravelmente.

O Bruno que havia votado na primeira opção disse “Ih, perdeu!”, ao observar, girando o seu corpo de um lado para o outro na cadeira, o número de alunos que votaram na segunda alternativa. Logo o Marcelo percebeu e disse ser a metade da sala o número de alunos que votaram naquela alternativa, seguido de outros que repetiram “metade da sala”. Na terceira alternativa tiveram dois votantes.

A professora, diante da turma com os dados numéricos no quadro, somou cinco mais dezesseis e mais dois, dando vinte e três, o que a fez perceber que um aluno havia deixado de votar. Em seguida anunciou que a segunda alternativa (a de que cada um lesse uma parte) é que foi a vitoriosa, tendo a comemoração verbal com um “êêêê...” dos alunos que voltaram nela e uma pequena vaia dos que perderam.

No texto havia três parágrafos. A professora deixou novamente com a turma a decisão de quem iria ler o primeiro, o segundo e o terceiro parágrafos. O Alan logo se propôs a ler o primeiro, a Beatriz o segundo e o Bruno o terceiro. Alguém sugeriu que se fizesse um sorteio com os números da chamada. A professora contra argumentou dizendo que estava no final da aula, que o sino iria tocar dali a poucos instantes e se os alunos não poderiam acatar a sugestão do Alan. Houve uma dissonância com sim e não. A professora partiu para uma votação que ficou confusa.

Então, novamente a professora perguntou qual seria o entendimento e a aluna Beatriz disse que leria o primeiro parágrafo e em seguida o aluno Alan disse que leria o segundo. A professora perguntou à turma se eles concordavam que a Beatriz lesse o primeiro e a maioria disse “sim”. Perguntou se eles concordavam do Alan ler o segundo e novamente eles responderam “sim”. “Quem leria o terceiro parágrafo?” foi a sua terceira pergunta. O Lúcio sugeriu a Maria que se encontrava com a mão levantada e a turma concordou. Iniciou-se a leitura do texto: “Nova rodovia vai ligar BR-440 a 267: empreendimento pode desafogar o trânsito na região central”, na forma em que a turma elegeu, começando pela Beatriz.

A leitura foi interrompida pelo sinal de término das aulas. A professora recomendou que os alunos fizessem a leitura em casa para se prepararem para a atividade da próxima aula, na terça-feira, com a mesa de debates composta por professores da Universidade.

2ª aula (continuação) – dia 09/09/2011 (sexta-feira)

O tempo da segunda aula foi insuficiente para o desenvolvimento das atividades planejadas, uma vez que a primeira aula demandou mais tempo com o seu dinamismo e a

participação dos alunos. Com o pensamento de que os alunos estariam melhor preparados para a mesa de debates com as atividades que haviam sido planejadas e que não puderam ter sido aplicadas pela insuficiência do tempo, a professora resolveu dar uma aula extra, na sexta- feira, com a solicitação do espaço de outra disciplina, para fazer a complementação necessária aos estudos. Já era a última aula do horário, os alunos estavam indo à biblioteca trocar livros e as carteiras estavam desorganizadas. Foi necessário aguardar o retorno dos alunos, organizar junto com eles as carteiras nos devidos lugares, explicar o motivo da ocupação do horário de outra professora, para iniciar propriamente a continuidade da segunda aula.

O tempo escolar, com o horário das aulas rígido, foi um obstáculo a ser contornado em alguns momentos na programação das aulas. Algumas atividades e discussões tiveram que ser interrompidas por este motivo. A questão do tempo também é tratada por Gauthier et al (2006, p.276-7) na sua limitação, o que o torna precioso para o professor realizar a sua missão de instrução e de educação.

3.3 3ª aula – 13/09/2011 (terça-feira)

No documento elianatoledosirimarcofranco (páginas 94-97)