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5. Discussão dos Resultados

5.4. Protusão da Cabeça

5.5.3. Equilíbrio Dinâmico / Agilidade

No presente estudo verificou-se uma melhoria a nível do equilíbrio, que se traduziu na melhoria de 1,03s na execução dos 2,44m. Esta melhoria está provavelmente relacionada com a melhoria verificada ao nível da força dos MI e que é sustentada por vários estudos (Sinaki et al, 2005; Silva et al, 2008)

Em 2006, Maki et al (2006) realizaram um estudo sobre a análise das alterações e implicações na prevenção de quedas. Estes afirmaram que o treino de força pode ser benéfico em idosos mais fracos, uma vez que descobriram que os níveis de força ou a taxa de geração de força podem ser necessárias em determinados grupos musculares, como por exemplo os abdutores dos membros inferiores. Estes afirmaram também que o treino de equilíbrio poderá ajudar a superar os deficits dos efeitos sensório-motores relacionados com o avançar da idade. As suas descobertas corroboram os resultados por nós obtidos, uma vez que, associado à melhoria da força nos MI, o mesmo aconteceu no teste de equilíbrio/agilidade.

No estudo de Cavani et al (2002) estes evidenciaram uma melhoria em cerca de 0,5s, a mesma magnitude verificada no estudo de Carvalhais (2004), o que constituiu uma melhoria significativa em ambos os estudos. Quem obteve resultados piores foram Marzilli et al (2004), onde não verificaram melhorias estatisticamente significativas.

Tal como referido previamente na flexibilidade, que para se obterem ganhos significativos é necessário a realização de exercícios específicos para melhorar tal capacidade, o mesmo se verifica para a melhoria do equilíbrio. Os estudos de Gouchard et al (1999) e Gouchard et al (2003) evidenciam essas mesmas

91 afirmações, no qual estes autores atestam que devem ser aplicados exercícios apropriados quando é necessário desenvolver substancialmente o equilíbrio.

Observando os valores referência de Rikli e Jones (2001) é possível verificar que o tempo necessário para completar a prova de equilíbrio/agilidade não varia muito com o avançar da idade, notando-se apenas um aumento mais significativo (cerca de 2 segundos) a partir da 8º década. Comparando os resultados obtidos pelos idosos no nosso estudo, é possível indicar que os resultados obtidos se encontram dentro dos valores médios por elas apontado.

No que respeita o nosso GC, também se verificaram ganhos estatisticamente significativos nesta capacidade, evidenciando a importante vantagem da prática de hidroginástica. Os nossos resultados vão ao encontro das afirmações de Regufe e Maia (2011), onde estes evidenciam que a realização de actividade física em meio aquático proporciona melhorias no equilíbrio e suporte, melhora a força muscular e o equilíbrio no trabalho muscular dos agonistas e dos antagonistas. Estes também evidenciam o trabalho ao nível do core que é efectuado nas aulas de hidroginástica, no qual este é bastante solicitado e, como tal, é um factor decisivo no aprimoramento do equilíbrio. Na mesma linha de investigação, Alves et al (2004) também verificaram melhorias estatisticamente significativas nos idosos nesta capacidade, onde os idosos participantes baixaram em cerca de 1,5 segundos o tempo necessário para realizar o teste.

Podemos ainda referir que, apesar de se terem registados ganhos nos 2 grupos, a diferença entre os no 2º momento de avaliação foi estatisticamente significativa, evidenciando o ganho superior no GTF2, provavelmente devido à

especificidade de exercícios, conforme dito previamente, aplicados a este grupo. Na nossa opinião, e sendo o equilíbrio uma das capacidades mais importantes na prevenção das quedas em idosos, afirmamos que é importantíssimo a inclusão de exercícios de equilíbrio nos programas de treino de adultos idosos.

5.5.4. Resistência Aeróbia

Em relação a esta capacidade, é possível afirmar que ocorreram ganhos significativos, em comparação com os registos iniciais. Esta melhoria pode-se dever

92 ao aumento do nível de força ocorrido com a aplicação do programa de treino, uma vez que, além do aumento verificado ao nível da força, tenha ocorrido um ligeiro aumento da massa muscular, que poderá ter provocado alterações no consumo de oxigénio por parte do músculo, reflectindo-se assim uma melhoria na capacidade aeróbia (Carvalhais, 2004).

Em comparação com os nossos resultados, os ganhos verificados por Cavani et al (2002) foram ligeiramente inferiores aos nossos, tendo sido registado uma melhoria aproximada de 33m, enquanto no nosso estudo se verificaram ganhos em torno dos 43,5m. Na mesma linha de investigação, Marzili et al (2004) obtiveram melhorias idênticas às de Cavani et al (2002), apesar de um período de estudo menor, no qual foi registado uma melhoria de 33,4m. Em 2004, Carvalhais (2004), que também utilizou a mesma bateria de testes, obteve uma melhoria de 23,5m, em 4 meses de aplicação do programa de AF.

Corroborando os nossos resultados, surgem os resultados do estudo de Ades et al (1996) no qual, após 12 semanas de TF, estes verificaram um aumento de 38% na realização de um teste a 80% do VO2max em idosas entre os 65 e os 79

anos de idade, sem, no entanto, se terem registado melhorias no VO2max das

mesmas. Eles explicam este facto com o aumento da força nos MI observado durante essas 12 semanas. Parker et al (1996), em 16 semanas de aplicação de um programa de TF a adultos idosos, verificaram a ocorrência de ganhos na frequência cardíaca e pressão arterial (diminuíram), em testes submáximos em passadeira com idosas entre os 60 e os 77 anos de idade.

A resistência aeróbia pode melhorar em idosos após a realização de um programa de TF, sem haver melhoria do seu VO2max, sendo uma possível explicação

a alteração no recrutamento das fibras (maior incidência no recrutamento das fibras tipo 1), menor oclusão do fluxo sanguíneo e/ou um aumento do limiar anaeróbio (Marcinik et al, 1991, citados em Hurley e Roth, 2000).

Em relação ao GC do nosso estudo, também se verificaram diferenças estatisticamente significativas, uma vez que se verificou uma melhoria de 22,85m. Neste sentido, a realização de actividade física em meio aquático prova ser um meio eficaz na melhoria da resistência aeróbia. Estes resultados vão ao encontro dos resultados de Alves et al (2004), no qual estes registaram uma melhoria em cerca de 93,2m. No entanto, a diferença de valores entre os resultados dos 2 estudos, pode-

93 se dever à inactividade física prévia dos sujeitos participantes no estudo de Alves et al (2004).

Uma capacidade aeróbia limitada restringe a capacidade funcional do idoso a nível cardio-respiratório. Neste sentido, é importantíssimo manter uma boa resistência aeróbia, uma vez que as actividades diárias requerem um bom nível de aptidão física, para que estas possam ser realizadas com o mínimo de fadiga, e para que os idosos consigam ser autónomos e possuam alguma qualidade de vida. Assim, é da nossa opinião que, apesar de se terem registado melhorias ao nível do teste da resistência aeróbia com o programa de treino combinado por nós aplicado, a inclusão de exercícios de resistência aeróbia deverá ser obrigatória nos programas de AF organizada.

5.6. Escala de Equilíbrio de Berg

As principais ilações que podemos retirar deste estudo são que o programa de treino combinado que foi utilizado promoveu melhorias efectivas no equilíbrio em adultos idosos, conforme é descrito pela literatura (Sinaki et al, 2005; Maki et al, 2006; Silva et al, 2008; Park et al, 2008).

Ao observar o Quadro 14 é possível verificar uma melhoria significativa no desempenho dos testes da EEB. Resultados idênticos foram obtidos por Silva et al (2008) onde a EEB também foi utilizada para avaliar o equilíbrio dos idosos. Estes realizaram um programa de treino de força durante 24 semanas, o qual se mostrou favorável na melhoria do equilíbrio, da coordenação e na agilidade dos idosos. As diferenças evidenciadas entre os nossos resultados e os de Silva et al (2008) podem ser explicadas pela especificidade do programa de treino utilizado no nosso estudo, que combinava treino de força em máquinas de musculação com treino de equilíbrio. Silva et al (2008) indicaram ainda que a EEB tem uma boa objectividade de teste- reteste e uma boa consistência interna, conseguindo diferenciar os idosos mais propensos a quedas. Esta afirmação vai ao encontro do descrito por Miyamoto et al (2004), onde estes afirmam que a EEB tem boa fiabilidade para ser utilizada nas avaliações do equilíbrio em idosos.

94 Na mesma linha de investigação, e utilizando a EEB nas avaliações, também Sinaki et al (2005) verificaram que realização de 4 semanas de um programa de AF são suficientes para melhorar o equilíbrio. Eles ainda concluíram ainda que essas 4 não são suficientes para promover ganhos de força, onde é necessário mais tempo para que tais melhorias se comecem a evidenciar.

Num estudo cujo objectivo consistia em estudar a força e equilíbrio em idosos com doença de Parkinson, Hirsch et al (2003) verificaram que tanto os idosos sujeitos ao treino que envolvia apenas exercícios de equilíbrio, como os participantes no programa de treino combinado, registaram melhorias ao nível do equilíbrio, sendo, no entanto, as do grupo de treino combinado superiores. Os resultados do nosso estudo vão ao encontro dos resultados do estudo previamente citado, onde se verificaram melhorias acentuadas no GTF2.

Em concordância com os nossos resultados, Carter et al (2001) realizou um estudo cujo objectivo era estudar, durante 10 semanas, os benefícios de um programa de treino de força e equilíbrio na redução do risco de quedas em idosas. Apesar de terem registado melhorias estatisticamente significativas após as 10 semanas de treino ao nível do equilíbrio estático e dinâmico, estes concluíram que 10 semanas de treino são pouco tempo para se verificar melhorias ao nível do risco de quedas nesta população.

Não tendo utilizado a EEB para verificar as melhorias ao nível do equilíbrio dinâmico, mas mesmo assim tendo registado melhorias significativas ao nível do equilíbrio após a aplicação de um programa de TF, estão as descobertas de Cavani et al (2002), Carvalhais (2004) e Maki et al (2006), já referenciados previamente.

No estudo de Sinaki et al (2005) os seus resultados também evidenciam uma melhoria no equilíbrio, que, por conseguinte, traduz uma melhoria na velocidade de caminha. Esta contribuição deve-se em grande parte ao levantamento de pesos, que também gera melhorias ao nível da força e da saúde em geral.

Em termos do GC, as melhorias significativas observadas no nosso estudo vão de encontro ao indicado por Regufe e Maia (2011) e de Alves et al (2004) no qual estes indicam que a realização de actividade física em meio aquático proporciona melhorias no equilíbrio e suporte. Estes também evidenciam o trabalho ao nível do core que é efectuado nas aulas de hidroginástica, no qual este é bastante solicitado e, como tal, é um factor decisivo no aprimoramento do equilíbrio.

95 Comparando os ganhos entre os grupos, através do Quadro 15, é possível verificar que, apesar de ambos os grupos terem melhorado nos testes da EEB, a melhoria do GTF2 foi superior, podendo-se afirmar que programas de treino

combinados, onde sejam incluídos exercícios de equilíbrio, induzem melhorias superiores.

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