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SEMEANDO VALORES: A OBRA DAS FILHAS DE MARIA AUXILIADORA EM PORTO VELHO

2.2 Escola Paroquial (1930-1935)

Retomando a origem da história da Escola Normal Rural Nossa Senhora Auxiliadora, a Escola Paroquial Nossa Senhora Auxiliadora foi seu início, cujos princípios e objetivos sempre se mantiveram pautados nas crenças professadas pelos salesianos, o que a diferenciava das escolas públicas republicanas brasileiras, cujos princípios naquele período eram difundir os valores republicanos e comprometer-se com a “construção e a consolidação do novo regime”, as escolas públicas eram características “da República e para a República”, havia um vínculo entre educação popular e novo regime que era exaltado por profissionais da educação (SOUZA, 1998, pp. 27-28).

Ao estabelecerem-se em Porto Velho, consoante o Histórico da instituição, as primeiras Irmãs a iniciarem as atividades desempenharam-nas “com muito empenho, esforço e audácia apostólica em prol da juventude, numa escola paroquial com aproximadamente 30 crianças” (IMA, 2000). A chegada das FMA na cidade de Porto

Velho e o início das atividades educacionais para com as jovens da região foi motivo de orgulho para a população local. Outro visitante deixou suas impressões no livro Termo de Visita, em 1933, confirmando como a escola era bem vista pela sociedade porto- velhense.

É com desvanecido jubilo que assinalo nesta pagina a ótima impressão colhida, a visita que hoje fiz, ás escolas Salesianas de Porto Velho. Dia de exames, em que professores e alunos comungam da mesma sensação de respeito e afeto mútuo, respira-se, nesse mesmo tumulto de alegrias, o ar da disciplina, da ordem, de veneração recíproca por todos cultivada. O aproveitamento do ano escolar, demonstrado por todos os alunos arguidos, surge logo como índice da sábia organização salesiana, no afã magnânimo de expandir bondade e educação por onde quer que se lhe note a estadia. Efetivamente, é de elogiar-se sem reservas tudo o que se vê neste ambiente cristalino, de pura moral cristã, onde salienta-se a dedicação das eméritas educadoras que dirigem o conceituado Colégio de N. S. Auxiliadora. Com os meus mais acentuados aplausos á grandiosa obra de preparar os meus pequeninos patrícios para os dias incertos de amanhã, - é – me gratíssimo deixar aqui consignados os meus ardentes votos pela crescente prosperidade de tão distinguidos templos da instrução (RAMOSISIFAV, 1933, p. 2).

No primeiro ano da Escola Paroquial, além das aulas de catecismo e Oratório Festivo, funcionavam as aulas de trabalhos manuais e pintura. Borzacov (2007) assinalou que durante muitos anos, além da administração pedagógica e do hospital, as Irmãs “abriram cursos de corte e costura, bordado, pintura, arte culinária e confecções de flores” (BORZACOV, 2007, p. 130).

No período correspondente aos anos de 1930 a 1935, com o Processo de nº 4.296 de 1931, as FMA deram início às atividades a Escola Paroquial, ainda sob a direção da Irmã Carolina Rena. A partir do ano de 1932 até o ano de 1937, o Instituto Maria Auxiliadora esteve sob a direção da Irmã Caterine Capelli (IMA, 2000).

Encontramos em 1931 uma notícia do jornal Alto Madeira fazendo um comunicado sobre o início das aulas em 1º de maio de 1931, sob a direção das Irmãs Salesianas de D. Bosco.

A 1º de Maio abrir-se à as aulas da Escola Paroquial confiada às irmãs salesianas de D. Bosco. O ensino abrange o curso preliminar e elementar. Advertências: 1º Não se admitem alunas com ida de menor de sete anos. 2º As alunas devem ser fornecidas de farda e apresentar- se diariamente decentemente trajadas. 3º Os pais contribuirão com a cota de 5$000 mensais. A diretora. (ALTO MADEIRA, 1931, p. 2).

Ressalvamos que, apesar de obterem um perfil de “irmãs de caridade”, notamos que as FMA cobravam pela atividade oferecida à população. No trecho destacado identificamos a advertência assinalada logo abaixo do aviso de abertura das aulas, a qual constava que os pais deveriam contribuir com uma cota mensal de 5$000 réis, o que contradiz ao apresentado no histórico da instituição, o qual alegava que as Irmãs estavam fundando uma escola sem fins lucrativos. A esse respeito, encontramos nos estudos de Boris Fausto (1995, p. 339) o conhecimento de que era comum que as escolas religiosas fossem subvencionadas pelo Estado. Isso é confirmado com o Decreto nº 16.728ª de 13 de janeiro de 1925.

[...] à Seção do Ensino cabe o estudo de todos os assuntos peculiares aos estabelecimentos federais de ensino superior e secundário e a estes equiparados, às escolas e estabelecimentos de ensino científico, literário, artístico e profissional, subordinados ao Ministério da Justiça e Negócios Interiores, subvencionados, mantidos ou fiscalizados pela União, e aos institutos de ensino primário por esta subvencionados, assim como a fiscalização dos estabelecimentos de ensino particular, como for regulada (Art. 8º). Art. 11. A Seção do Ensino organizará a estatística do ensino, compreendendo o ensino primário subvencionado, o profissional, o artístico, o secundário e o superior, subordinados ao Ministério da Justiça e Negócios Interiores, assim como os estabelecimentos particulares de ensino primário, secundário e superior. [...] Capítulo III – Do ensino primário. Art. 24. O Governo da União, com o intuito de animar e promover a difusão do ensino primário nos Estados, entrará em acordo com estes para o estabelecimento e manutenção de escolas do referido ensino nos respectivos territórios. Art. 25. Os acordos obedecerão ás seguintes bases: b) as escolas subvencionadas serão de natureza rural; [...] (BRASIL, 1925, p. 2).

Em 1932, o comunicado que encontramos referiu-se ao Curso Preparatório e Elementar abrangendo o 1º, 2º e 3º anos:

Avisa-se aos senhores pais que a Diretora das Irmãs Filhas de M. Auxiliadora, aceita a matrícula de meninas, todos os dias úteis para curso preparatório, e do Primeiro, Segundo e Terceiro elementar. As aulas começarão a 15 de Fevereiro. A taxa escolar ficou reduzida para 4$000 mensais. A diretora. Nota – Não se admitem meninas trajando os exageros da moda (ALTO MADEIRA, 1932, p. 2).

Constatamos, assim, que as matrículas eram efetuadas pela secretaria da instituição e, ao depararmo-nos com os livros de matrículas encontrados na instituição, confirmamos que as matrículas eram registradas em livros próprios, com dados como

nome, filiação, naturalidade, idade, local de residência, datas de matrículas anteriores e atuais e observações, este último referia-se à série que a aluna estava cursando e a escola e série que frequentou o ano anterior.

Os livros de matrículas nos apresentaram os vestígios necessários para compreendermos a proximidade ou não das famílias para com a escola, descobrindo assim a provável condição social em que as famílias das alunas se encontravam. Além disso, o número de alunas matriculadas e de alunas que continuaram na escola nos anos seguintes, as respectivas séries, possíveis repetências e promoções das alunas nas séries. Além disso, o livro também informava a procedência das escolas das alunas e, dessa forma, foi possível descobrir que ao mesmo tempo no qual as Irmãs atuavam na Escola Paroquial, existiam outras escolas ativas em Porto Velho. O quadro 3 apresenta-nos as informações contidas no livro Matrícula Geral – 1931 a 1932.

Quadro 503: Livro de Matrícula, 1932

50 Transcrito conforme original, entretanto, as linhas foram transpostas para as colunas para melhor enquadramento do quadro na página. Nome

61 62 63 64 65

Marina Pereira dos

Santos Madalena Gomes Luzia Bento de Mélo

Raimunda Bento

de Mélo Oneida Sousa

Filiação

Benedito Pereira dos Santos Maria dos Santos

Candido Correia Gomes Elisa Ferreira Gomes

Teofilo Bento de Mélo Maria de Jesus Teofilo Bento de Mélo Maria de Jesus Antonio Souza Isabel de Souza

Naturalidade Porto Velho Jaci-Paraná Porto Velho Porto Velho Porto Velho

Idade 10 ânos 9 ânos 9 ânos 15 ânos 6 ânos

Residência Avenida Osório Rua Julho de Castilho Rua Riachuelo Rua Riachuelo Alto da Favela

Data 1ª Matrícula 1 - 5 - 1931 1 - 3 - 1931 1 - 3 - 1931 1 - 5 - 1931 1 - 3 - 1931

Matrícula atual 16 - 2 - 1932 16 - 2 - 1932 16 - 2 - 1932 16 - 2 - 1932 17 - 2 - 1932

Observações

Anteriormente

frequentava a 1ª série do Curso preliminar, este ano frequenta a 2ª série do mesmo curso.

Anteriormente

frequentava a escola publica estadual, este âno frequenta o Curso prel.

Anteriormente frequentava a escola publica estadual, este âno frequenta o Curso prelim.

No âno passado frequentou a 2ª serie do 2º ano, nesta escola, este âno frequenta o 3º ano.

Anteriormente

frequentava a escola publica estadual; este âno frequenta o Curso Preliminar.

No período de 1931 a 1935, encontramos no acervo da escola o livro Matrícula Geral – 1931 a 1932, o qual trazia as seguintes informações: número de matrícula, nome, filiação, naturalidade, idade, residência, data da primeira matrícula, data matrícula atual e observações, conforme observamos no quadro 3. No livro Matrícula Geral – 1933 a 1935 não aparece, contudo, as informações sobre as séries que as alunas estavam matriculadas, tampouco, se elas eram alunas que deram continuidade na escola ou se procediam de outras instituições de ensino.

Analisando essas observações, sopesamos que data da primeira matrícula se referia ao início da vida escolar da aluna e a data da matrícula atual referia-se à data de matrícula no ano em que foi registrada.

A partir da análise do livro Matrícula Geral – 1931 a 1932 constatamos que, em 1930, além das atividades de trabalhos manuais, catecismo e Oratório Festivo, as Irmãs haviam iniciado também as atividades do Curso Preliminar com 1ª e 2ª séries, bem como do Curso Elementar, com a 1ª classe. Utilizamo-nos dos registros que constavam o espaço reservado para “observações” do livro de matrículas correspondente ao ano de 1931 para compreender e abordar o ano de 1930, pois apareciam informações referentes ao ano escolar anterior a ele, ou seja, a vida escolar das alunas em 1930 (IMA, 1931-1932).

No primeiro ano de funcionamento da Escola Paroquial, a escola matriculou alunas com idade entre 5 a 11 anos distribuídas entre o Curso Preliminar e Elementar, havendo apenas uma aluna matriculada na 1ª classe do ensino Elementar. No ano de 1931, a escola atendeu a 80 alunas matriculadas, 38 no Curso Preliminar e 42 no Curso Elementar.

Notamos que o maior número de matrículas no ano de 1931, aproximadamente 57%, ocorreu no primeiro dia de aula, enquanto que 21,6% das matrículas ocorreram no mês de junho, exatamente um mês após o início das aulas. Esse fato pode decorrer de que alguns pais esperaram para ver se a escola iria se manter, ao mesmo tempo demonstra o interesse dos pais em matricularem suas filhas, pois o maior número de matrículas foi feito no primeiro dia.

Aparentemente, em resposta aos chamamentos públicos, como por exemplo, a notícia do jornal Alto Madeira, citada anteriormente. Ainda em 1931, notamos, também, que a maioria das alunas eram naturais de Porto Velho. Apenas quatro alunas procediam de outras localidades, como Santo Antônio, Abunã, Belém e Paraíba. Todas residiam em casas próximas à escola.

Não foi possível identificar a profissão ou condição social que essas famílias se encontravam nos anos de 1930 a 1935. No entanto, como já sabemos que a escola cobrava mensalidade, consideramos que essas famílias deveriam ter boas condições financeiras.

Com base no livro Matrícula Geral – 1933 a 1935, os anos de 1933, 1934 e 1935 continham as seguintes categorias: número de matrícula, nome, filiação, naturalidade, idade, residência, data da matrícula atual e observações. Pudemos analisar o número de alunas matriculadas e concluintes a partir do livro Matrícula Geral – 1933 a 1935 e livro Atas Finais Promoções – 1932 a 1944 (IMA, 1933-1935).

Quadro 4. Matrículas no período de 1930 a 1935 dos Cursos Preliminar e Elementar 51

Curso Preliminar Curso Elementar

Total Ano Mat. série Mat. série Mat. série Total Mat. classe Mat. 2ª classe Mat. classe Total 1930 6 1 9 16 1 0 0 1 17 1931 16 6 16 38 20 18 4 42 80 1932 23 24 4 51 28 24 8 60 111 1933 - 19 6 25 12 16 6 34 140 1934 - - 15 15 6 12 11 29 175 1935 - - - - 13 7 11 30 170

Fonte: Livro de Matrícula Geral – 1931 a 1935. Acervo do IMA. Porto Velho/RO.

Em consonância com os livros de Matrícula Geral dos anos de 1931 a 1935 fontes encontrados e coletados, pudemos identificar duas situações. Conforme observado no quadro 3, no ano de 1933 encontramos alunas matriculadas que estudaram em 1932 (e continuaram em 1933) e alunas novatas. Dessa forma, em 1933, a ENRA contava 59 estudantes que haviam adentrado na escola em 1932 e continuaram seus estudos e 81 alunas novatas. No ano de 1934, adentraram mais 87 alunas novatas e a instituição passou a atender 175 alunas. O ano de 1935 totalizou 169 alunas matriculadas. Dentre elas, 80 eram alunas novatas, como apresentado no quadro número 3.

51Nos anos de 1930 prevaleciam organizações diversas do ensino primário brasileiro com leis dispersas.

Desse modo, inferimos com dados descritos nos livros de Matrículas que ensino preliminar equivaleria hoje ao ensino primário e ensino elementar equivaleria ao ensino fundamental.

Quadro 5. Disposição e denominações dos anos e séries dos Cursos Preliminar e Elementar

Curso Preliminar Ano Curso Elementar

1ª, 2ª e 3ª séries 1930-1931 1ª, 2ª e 3ª classes

1ª e 2ª séries 1932

1º ano; 1ª e 2ª séries, 2º ano; 1ª e 2ª séries e 3º ano;

1ª, 2ª e 3ª séries Fonte: Acervo do IMA. Porto Velho/RO.

Analisando o livro de matrículas, notamos que houve uma mudança com relação à nomenclatura/classificação das séries e classes dos cursos Preliminar e Elementar. De 1930 a 1931, as Irmãs referiam-se à distribuição em 1ª, 2ª e 3ª séries do Curso Preliminar. Para o Curso Elementar, elas referiam-se às distribuições em 1ª, 2ª e 3ª classes. Já, em 1932, as Irmãs referiram-se às seguintes distribuições: 1ª e 2ª séries do Preliminar. O ensino Elementar passou a ser distribuído em sete séries divididas em 3 classes, 1º, 2º e 3º ano do elementar, cada um com duas séries e este último com três séries. Muito embora a maioria dos registros utilizassem os “novos” termos, ainda haviam alguns registros escritos com grafia diferente utilizando os termos usados nos anos anteriores.

Quadro 6. Concluintes no período de 1930 a 1935 dos Cursos Preliminar e Elementar Curso Preliminar

Anos

Curso Elementar

Matrícula Concluintes Matrícula Concluintes

- 16 1930-1931 - 1 38 23 1931-1932 42 27 61 30 1932-1933 50 37 - 53 1933-1934 - 48 - 62 1934-1935 - 58 - 33 1935-1936 - 58 49 40 193652 -1937 74 64

Fonte: Acervo do IMA, Porto Velho/RO

52Em 1936 houve 11 matrículas sem registro de séries ou sobre as escolas das quais as alunas procederam.

42 no Maternal, 13 no Curso Médio e 16 registrada como “Pren” quais imaginamos que poderia ser alunas matriculadas apenas nas atividades de Prendas Domésticas.

Percebemos a irregularidade no número de matrículas e conclusões dos cursos nos distintos anos. O ingresso nos Cursos Preliminar e Elementar variava de maior e menor procura com o passar dos anos, entretanto, o Curso Elementar sempre apresentou maior número de alunas matriculadas. Parece-nos que isso se deu devido ao número de alunas que deram continuidade a seus estudos na instituição.

A procura por vagas no Curso Elementar era, em sua maioria, de alunas que permaneceram nos estudos desde os primeiros anos de atividade da escola. Grande parte do número de evasões foi percebida por alunas com idade entre 14 e 18 anos, o que nos permite intuir ter a ver com abandono e não com a reprovação, já que na época, no Brasil era comum que muitas moças se casassem com essa idade.

Podemos ainda pensar em outros motivos para o grande número de evasão que poderiam ser citados: impossibilidade dos pais cumprirem com as obrigações das taxas mensais; o fracasso da proposta pedagógica em curso que não conseguiria atender as necessidades das moças e suas famílias; descontentamento com os processos de ensino; a mulher na condição de mãe, esposa e do lar pode ter contribuído para o afastamento das moças da escola; o sistema de internato que levava alunas a sofrerem com a saudade da família; uma rotina menos regrada que talvez as moças encontrassem fora da escola e o modo de pensar da sociedade patriarcal, conservadora e machista da época que também pode ter contribuído para o impedimento da conclusão do curso.

As fontes, livros de Matrículas confirmaram-nos que a evasão não se deu devido à reprovação, pois tivemos acesso aos livros de Promoções que destinou um espaço exclusivo para falar sobre as alunas reprovadas e, conforme observado nesses livros, poucas eram as alunas reprovadas.

A nosso ver, o Curso Preliminar dizia respeito ao curso frequentado por alunas nos anos iniciais da infância até início da adolescência. Dentre as disciplinas ofertadas pelo curso, deveria haver uma sala apropriada para a disciplina de Trabalhos Manuais, pois as alunas realizavam as atividades de bordado, corte e costura, produção de artesanatos e pintura. Disciplinas básicas e iniciais como História do Brasil, Geografia, leitura ou Português e noções de Matemática também são ministradas em cursos equivalentes ao que atualmente conhecemos como ensino fundamental ou ginasial (1o grau).

O Curso Elementar nos apresentou como sendo um curso frequentado por alunas que se demonstrassem habilitadas nas matérias ensinadas no Curso Preliminar,

pois percebemos que as alunas matriculadas em determinado ano no Curso Preliminar estavam matriculadas no ano seguinte no Curso Elementar. Esse curso apresentou-se como sendo um curso composto por classes, no caso da ENRA, 1ª, 2ª e 3ª classes, o que possivelmente equivaleria ao ensino secundário, correspondendo cada uma a um ano escolar, destinado a ser equivalente ao colegial ou ensino médio. Entretanto, são apenas suposições, pois não encontramos registros sobre a grade curricular ou regimentos desse período, na escola.

No ano de 1936, a escola passou a ser denominada Escola Nossa Senhora Auxiliadora, pelo que podemos observar no Livro Matrícula Geral – 1936 a 1949, e ofertava Curso Preliminar séries 1ª, 2ª e 3ª; Curso Elementar - 1º, 2º, 3º e 4º anos; Curso Médio 1º e 2º anos; Maternal ou Jardim da Infância e trabalhos manuais.

Conforme observado, o IMA continuou oferecendo o Curso Elementar, Preliminar e passou a oferecer o Curso Médio. Ao final do ano, a escola realizou um exame de admissão para as alunas que estivessem aptas para iniciarem o Curso Normal Rural, que teve seu início na escola em 1937.

As FMA dedicavam-se a formar uma mulher feminina, dócil, religiosa, cuja pureza e virtude eram exaltadas. Ofereciam cursos para preparação inicial das alunas que, ainda muito pequenas, já adentravam a vida escolar na Escola Paroquial, absorvendo os valores cristãos desde novas.

O edifício escolar era um monumento arquitetônico para as pessoas da cidade. Uma grande obra construída e localizada no ponto mais alto e central da localidade. O colégio chamava a atenção de todos que por ali passavam. Desse modo, a ENRA prosperaria ao longo dos anos.

CAPÍTULO III

ESCOLA NORMAL RURAL NOSSA SENHORA AUXILIADORA EM PORTO