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PARTE II DEMOCRACIA, COMUNICAÇÃO E ESPAÇO PÚBLICO

2 E SPAÇO PÚBLICO E COMUNIDADE

J. Gobbout (1998), em L’esprit du don, a partir de uma perspectiva atual e também crítica, retoma o conceito de dom dado por Mauss e enfatiza que o dom se distancia de toda forma de engajamento contratual, ele é negado por

2.3 Espaço público e diversidade de lógicas de ação

O espaço público, como abordado neste trabalho, pode ser vislumbrado em diferentes configurações, tais como na organização de pessoas que se reúnem para dar visibilidade a suas necessidades, demandas, gostos, vontades, críticas, onde elas procuram racionalizar aspectos da sua vida social. A esfera pública, nesses termos, pode ser identificadas em associações e comunidades compreendidas como ambientes sociais comuns que constituem seus próprios meios de estabelecer comunicação entre seus membros e entre estes e o mundo exterior. A aparente homogeneidade dessas iniciativas de organização social é desvendada no momento em que se confrontam e se articulam entre si lógicas de ação oriundas de diferentes “mundos” nos

quais as pessoas se encontram inseridas e que, assim, apresentam diferentes regimes de engajamento. Quando essas orientações de ação se manifestam em instâncias públicas é possível haver processos de entendimento, os quais podem redundar em acordos ou desacordos.

Os acordos decorrem da concepção construída de um bem comum que pode guiar comportamentos e ações compatíveis com as propostas de um mundo social coabitado por diferentes atores cuja motivação é atender a finalidades públucas. Nos termos de Boltanski e Thevénot (1991), retomados em Thevénot (2006), essas lógicas de ação que pautam determinados regimes de engajamento de atores sociais em relação a “mundos comuns”, oferecem as referências normativas, “princípios superiores comuns”, para nortear comportamentos e dizem respeito à forma de vínculo desses atores a determinados espaços sociais, como associações, pro exemplo, nas quais podem ser registrados manifestações de espaços públicos. As orientações das ações sociais, nesta perspectiva, oscilariam entre práticas referenciadas no mundo sistêmico e àquelas próprias ao mundo da vida. Embora não partam explicitamente da teoria da ação de Habermas, pode-se propor que as formulações de Boltanski e Thevénot (1991) e Thevénot (2006) em relação às lógicas que pautam as ações, comportamentos, justificações e engajamentos do homem em situações de sua vida prática são coerentes com a abordagem habermasiana expressa na teoria da ação comunicativa. Neste sentido, pode-se estabelecer alguns paralelos conceituais, por exemplo, entre as lógicas de ação que perpassam um mesmo mundo comum, na abordagem de Boltanski e Thevénot e as interações em um mesmo espaço entre o mundo sistêmico e o mundo da vida, na visão de Habermas.

Além disso, o uso da abordagem convencionalista, comumente adotada para pensar regimes de engajamento e acordos e justificações entre mundos comuns em espaços mercantis ou industriais, permite a compreensão do sistema de interações sociais no espaço público contemporâneo como espaço comum, o qual forma um mundo à parte para os demais representados e também para seus participantes (TAYLOR, 1996).

As proposições de Luc Boltanski e Laurent Thevénot se baseiam nas análises de quadros comuns que constituem parâmetros de ação sem os quais nenhuma forma de troca ou relação seria possível, dada à necessidade de antecipação e posicionamento frente à ação dos outros. Esses quadros comuns seriam convenções nas quais se pautam as relações sociais compreendidas nessa abordagem como um sistema de expectativas recíprocas sobre o comportamento dos outros (SALAIS, STORPER, 1993). Para a coordenação das ações entre atores que mantêm algum tipo

de relação (social, econômica), as convenções, em forma de acordos ou contratos firmados, sem necessariamente o recurso da escrita, se tornam necessárias porque permitem o norteamento de diferentes vontades e interesses em situações nas quais seja fundamental a escolha de um direcionamento comum para o alcance de um resultado que contemple os lados concernidos. Pode-se ilustrar essa formulação com o caso de uma associação privada sem fins lucrativos onde a adesão se dá, em geral, pelo voluntariado e espera-se de seus dirigentes e demais membros ações desvinculadas de interesses estratégicos ou comerciais. Espera-se, então, que a ação seja compatível com as convenções e o bem comum estabelecido para guiar comportamentos em um determinado espaço ou mundo compartilhado, embora o ator seja livre para agir em qualquer situação e capaz de adotar ações que contrariam as expectativas geradas pelos outros com os quais compartilha o mesmo espaço, frente à crença de que a capacidade cognitiva dos atores lhes faculta interpretar e reinterpretar as convenções vigentes.

As convenções estão no centro de processos de negociação entre atores que se encontram em um lugar comum. O acordo entre as pessoas não é somente produto do hábito ou da pressão sistêmica, mas encontra materialidade em processos argumentativos, justificados segundo lógicas de mundos sociais compartilhados (AMBLARD et al, 2005). Os acordos se tornam possíveis porque os atores envolvidos apresentam um determinado regime de engajamento nesse espaço, pautado em uma determinada lógica de ação coerente com seu mundo, com seus referenciais normativos, os quais podem ser revistos ou suspensos em um mundo comum onde se depara com outros atores, portanto, com outras lógicas de ação39.

Os “princípios superiores comuns” posicionam o ator nos diferentes mundos em que transita e nos quais deve estar capacitado para discernir sobre os modos de ação esperados em cada um deles. Se diferentes atores se encontram em um mesmo locus para se chegar a um acordo que irá permitir a coordenação entre diferentes papéis e ações naquele espaço ou situação, e evitar o conflito - que também é possível, dado seus diferentes regimes de engajamento - eles se orientam por um “princípio superior comum”40 que se estabelece naquele universo plural. Esse

39 Neste sentido, a abordagem convencionalista rejeita qualquer determinismo da ação, dado que ao ator sempre é atribuída a capacidade reflexiva, ainda que as influências sistêmicas sejam levadas em conta (AMBLARD et al, 2005).

40 Na definição de Boltanski e Thevénot (1991), o princípio superior comum designa uma espécie de valor a qual se chega ao ultrapassar as particularidades das pessoas e se firma na constituição de fundamentos de um acordo. Esse princípio se exprime pela vontade coletiva ou pela universalidade de bens negociados. Os autores consideram também que há uma esfera subjetiva de choque ou de negociação entre as particularidades individuais e um certo

princípio comum se estabelece, em meio a uma coletividade, a partir da idéia de um bem comum estabelecido.

Na abordagem convencionalista, o bem comum relativo a cada mundo social serve de parâmetro para coordenar as diferentes ações e é a base das argumentações e processos discursivos que levam a justificação das ações coordenadas ou isoladas. Então, especialmente em situações de disputas em um espaço organizacional compartilhado ( como o de uma associação ou de um conselho comunitário), o que pode gerar um acordo entre os envolvidos é o “principio superior comum”. Este transcende a lógica de funcionamento de mundos particulares e somente ele arbitraria conflitos de idéias, interesses e opiniões, evitando o desacordo que se dá em situações de desentendimentos entre atores que apresentam diferentes formas de engajamento a um mesmo espaço. Esse embate tem, por princípio, o propósito da legitimação do acordo. Assim, é importante que haja diferenças, dissensos porque o que está em jogo são contextos sociais que mesmo disvinculados da perspectivas de lucros operam de acordo com a diversidade de orientações de ações, a partir do pressuposto da pluralidade intrínseca ao mundo social comum a uma coletividade. Essa perspectiva leva em consideração o fato de que o ator é livre para se deslocar através de modos diversos de engajamento no mundo, graças a sua capacidade de interpretar as convenções (THEVÉNOT, 2006).

Situações de impasse que demandam acordos entre as partes envolvidas são geradas a partir da manifestação de insatisfações, inquietações, críticas individuais ou coletivas, sendo uma das origens às justificativas de denúncias - nos termos apontados por Boltanski (1984) e, posteriormente, também evocados por Thevénot (2006), expostas em instâncias de publicização. O acordo ou o desacordo é oriundo de operações críticas às quais se lançam atores sociais quando eles querem manifestar seus descontentamentos sem recorrer à violência. A reflexão e a crítica são fontes das operações pelo meio das quais se chega a construir, manifestar e a consagrar acordos mais ou menos duráveis. Ou seja, a denúncia de injustiças e de eventos do fórum íntimo envolve uma ação reflexiva que parte da percepção de falhas, ausências, carências, desprezo social, discriminação, frustrações pessoais, a partir da realidade que cerca o denunciador.

nível de generalidade superior que remete ao âmbito da coletividade. Essa relação entre individual e coletivo é arbitrada por regras as quais se traduzem em forma universal que transcende as particularidades das pessoas e dos mundos dos atores.

A perspectiva do ator dotado de autonomia para empreender sua ação está referenciada neste trabalho no modelo de equilíbrio entre as cités41, metáfora que caracteriza os mundos sociais postulados por Boltanski e Thevénot (1991). A referência às cités pode ser aplicada a contextos de espaços públicos (como nas rádios associativas e comunitárias, objeto que será tratado no próximo capítulo deste trabalho). Como afirma Juhem, “As cités vão se opor ou se conciliar, as disputas vão propiciar o afrontamento de vários princípios superiores comuns, as pessoas vão ‘oscilar’ de um estado a um outro e se entregar a um trabalho de interpretação e de acomodação à cada mudança de registro de ação, etc.” (JUHEM, 1998, 90).

O princípio de uma cité não é nem especificamente vinculado a uma situação, nem ligado a um ator ou a uma categoria de ator particular. As pessoas normalmente competentes são, então, capazes de recorrer à lógica de cada uma das cités, de oscilar entre uma e outra; e nenhum arranjo ou situação calcados sobre um princípio de ordem pode ser refúgio de críticas construídos a partir das outras cités42. (JUHEM, 1998). As cités são regidas por princípios universais, formadas pelo princípio da “commune humanité”. Assim, “O modelo supõe, com efeito, uma identificação do conjunto das pessoas suscetíveis de entrarem em acordo, os membros da cité; ele supõe uma forma de equivalência fundamental entre esses membros que pertencem todos ao mesmo título, à humanidade.” (BOLTANSKI e THEVÉNOT, 1991, p. 96). As pessoas organizam suas ações e identificam os objetos e os atores de acordo com as lógicas das cités. Nos termos de Juhem,

As situações são arranjadas para corresponder a um mundo principal e reclamam das pessoas que delas participam um olhar adaptado a sua lógica de organização. Os membros de uma sociedade composta de vários princípios de organização devem ter a competência de identificar a natureza de cada situação encontrada para adotar o comportamento requerido por cada um deles. (JUHEM, 1998, p. 86).

41 Para a operacionalidade do conceito de cité é preciso se deslocar da oposição entre teorias do consenso e teorias do conflito para a compreensão do acordo e da crítica como momentos estreitamente vinculados a um mesmo curso de ação (BOLTANSKI e THEVÉNOT, 1991). Entre a ordem estabelecida por escolha coletiva ou por escolha racional individual, Boltanski e Thevénot vão se ater às diferentes construções em um modelo mais geral mostrando momentos suscetíveis tanto de acordo como de questionar críticas. Parte-se, então, da fronteira entre determinação estrutural da sociedade, da ordem coletiva e da autodeterminação individual, de caráter utilitarista. A ação do ator na abordagem convencionalista não se pauta em nenhum dos extremos, orienta-se no limiar entre um e outro.

42 Em situações que imprescindem de acordos, espera-se que os atores envolvidos ajam segundo princípios de uma ordem compatível com a situação, abrindo mão de suas posições iniciais, coerentes com a lógica de seu mundo. No entanto, quando se está em uma situação decisória, os atores devem apelar para um principio maior do que aqueles que regem suas ordens de comportamentos. Nesse sentido as convenções também envolvem expectativas, se inscrevem em “sistemas de expectativas” (SALAIS; STORPER, 1993).

Em determinadas ocasiões, as pessoas são levadas a se retirarem de seus mundos para fazerem parte de um mundo comum maior, obedecendo, então, ao princípio comum deste. Manifestam, assim, ações e comportamentos compatíveis com a ordem socialmente estabelecida, configurada em espaços comuns ou situações decisórias. O papel da crítica, nesse sentido, é fundamental para evitar a dominação, sem acordo, de uma ordem de grandeza estranha em relação ao “principio superior comum” daquele mundo criado por diferentes atores (por exemplo, uma situação em que uma pessoa representa legitimamente outras em processos decisórios em espaços políticos, cité cívica e favorece um particular por ser seu parente – cité doméstica).

As pessoas, mesmo que pressionadas pelos repertórios argumentativos que elas utilizam e pelas situações largamente equipadas que encontram dispõem, de livre arbítrio43. Essa liberdade de escolha do ator permite que as pessoas quando se deparam com injustiças ou situações nevrálgicas, possam escolher entre vários tipos de comportamentos (silêncio, indignação, representação, participação) em ocasiões de acordos locais ou diante de compromissos. Mesmo se em algumas abordagens o livre arbítrio é reduzido à faculdade de poder fechar os olhos, ou seja, a liberdade de não tomar parte em uma disputa ou de fazer parte de uma situação de acordo. Conforme Juhem, “O ator não é mestre nem do conteúdo de sua linguagem, porque as cités lhe são anteriores, nem de seu emprego, pois a utilização da lógica de uma cité parece ditada pela natureza de situação e pela necessária coerência da argumentação.” (JUHEM, 1998, p. 108).

Trata-se da possibilidade de uma certa harmonia entre pessoas, a qual repousa sobre sistemas de equivalências partilhados, das grandezas comuns, que orientam relações em situações que demandam acordos. A tipologia criada por Boltanski e Thevénot (1991) de seis mundos sociais, compostos por grandezas e princípios superiores comuns, que perpassam pessoas, espaços, situações, podem ser resumidamente assim descritas:

43 “Nosso quadro de análise se distingue (...) dos paradigmas que repousam sobre a hipótese de uma orientação interna ao meio de um programa previamente inscrito nas pessoas. Qualquer que seja a origem do programa e o modo de sua inscrição, ele tem por função manter a identidade do sujeito assegurando, com uma sorte de automatismo, a repetição das condutas que permanecem em harmonia umas com as outras, qualquer que seja a situação almejada. Nosso quadro visa preservar ao contrário uma incerteza concernente às atuações das pessoas, que nos parece ter necessariamente seu lugar em um modelo pretendendo dar conta de condutas humanas. Mesmo que o jogo seja estreitamente limitado pelo dispositivo da situação, um modelo para vários mundos dá aos atores a possibilidade de se subtrair a uma provação e, se apoiando sobre um princípio exterior, para contestar a validade ou mesmo de retornar à situação engajando uma prova válida em um modelo diferente. Isso inclui a possibilidade da crítica, cujas construções deterministas não chegam a dar conta.” (BOLTANSKI e THEVÉNOT, 1991).

Quadro 4 - Os Mundos comuns Os Mundos comuns*

Mundos Características gerais Princípios superiores

comuns

Grandezas

Mundo inspiracional No mundo da inspiração, os objetos valorizados são aqueles que remetem ao espírito criador. O artista ou

bricoleur se movimenta em um mundo “inspirado” e menos com o valor mercantil de sua obra. Nesta cite exige-se a renúncia à glória. Ë o lugar de tensão permanente com a grandeza da opinião.

O prazer da inspiração

Espontaneidade, escapa à razão

Mundo doméstico Cité caracterizada pelas dependências pessoais, tradições, ancestrais; a pessoa individual não se desvincula de seu pertencimento a um corpo. O laço entre os seres é calcado no vínculo familiar, mesmo se não se trata de parentes, mas de pessoas que convivem juntas. São relações de subordinação. Relações pessoais, hierarquia calcada na tradição Altruísmo, benevolência

Mundo da opinião Nesta cité não se trata de bens exteriores às pessoas que, submetidas a uma força da realidade, regram o concurso dos desejos. O

reconhecimento da reputação das pessoas se

vincula diretamente aos seus atributos. As pessoas valem pela sua reputação e pelo seu reconhecimento como referência diante dos outros. Espera-se a consagração pelo público. A opinião dos outros Reputação, reconhecimento

Mundo cívico A cité cívica remete à paz cívica e ao bem comum. Aqui o interesse coletivo prevalece em relação ao interesse privado. As pessoas que se encontram nesse mundo se mobilizam a partir das noções de eqüidade, liberdade e solidariedade. A lei que rege o funcionamento dos espaços democráticos está no centro do edifício cívico. O direito de expressão de cada um ou de representantes legais é soberano neste universo. A democracia em organização naquilo que permite defender a cidadania importa mais que tudo no mundo cívico.

Predomínio das coletividades

Representação do bem comum, de forma oficial ou informal

Mundo mercantil Este mundo prioriza os princípios que regem as orientações das leis do mercado. Prima pela concorrência, captação de clientela, pelo sucesso dos negócios, obtenção do melhor preço, por tirar proveito de uma transação. Voltados para ações estratégicas.

Concorrência Valor material desejável

Mundo industrial Nesta cité a perfomance técnica, a ciência são fundamentos da eficácia dos empreendimentos inscritos em uma certa estratégia de produção. Investir em uma máquina ou na formação do seu operador, medir a produtividade com ajuda de instrumentos provindos do universo científico e a busca de um ambiente funcional perfeito são características básicas do mundo industrial.

Objeto técnico e método científico, eficácia,

performance

Performance funcional que atinja o resultado almejado de acordo com investimentos em ciência e tecnologia

Certamente, esses mundos não dão conta de explicar todas as formas de ações, justificações e modos de engajamentos das pessoas e atores sociais em diversas circunstâncias a partir de distintas lógicas de ação que pautam suas orientações e comportamentos (JUHEM, 1998; CORCUFF, 1998; BLIC, 2000; SALAIS, STORPER, 1993). Mas eles servem como tipos ideais que resumem repertórios de ações de sujeitos que se deparam com situações e espaços onde agem e decidem segundo diferentes valores das cités. Cada um desses mundos não tem existência, em seu modelo puro, mas toda situação, necessariamente, proporciona o encontro entre mundos diferentes (AMBLARD et al, 2005).

Em ocasiões em que se fazem necessários acordos, é preciso a disposição dos atores concernidos de mudar suas posições e abdicar da sua própria vontade e opinião em favor de um certo bem comum definido pelos participantes da negociação. O desafio que se impõe ao se tentar verificar empiricamente a identificação desses mundos presentes em um único espaço ou situação é vislumbrar a possibilidade da gestão das coordenações necessárias para operação de ações que se compatibilizem entre si, apesar das suas distinções. A hipótese aqui é que a identificação dos mundos é um momento necessário para analisar a construção de acordos, para identificar soluções adotadas e as formas de resolução de inevitáveis conflitos entre mundos. Cada um desses mundos, para existir com seus atributos identitários, mobiliza princípios, sujeitos, objetos, figuras que permitem localizar a natureza de cada um deles.