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3. METODOLOGIA

3.1. Área De Estudo: Brasil

3.1.1. Caracterização física

3.1.2.8. Estado de degradação

Amazônia

A exploração dos recursos naturais na Amazônia foi feita por povos tradicionais e indígenas, de forma pouco intensiva, contudo, partir da década de 1970, o governo, que na época era militar, incentivou a ocupação intensiva no bioma. O cultivo de soja é a atividade agrícola que mais está relacionada com o desmatamento amazônico, sendo talvez a maior ameaça à biodiversidade no Brasil, já que outras atividades destrutivas são implementadas a partir de então, como a pecuária, o corte de madeira e a construção de ferrovias, hidrovias e rodovias. Além do desmatamento como problema ambiental, há o uso intensivo de agroquímicos, poluindo rios e lençóis freáticos, provocando compactação do solo e erosão, alteração no regime hídrico, fragmentação, secas e queimadas (Martinelli & Moraes, 2013). A taxa de desmatamento na Amazônia ao longo dos anos pode ser observada no quadro 13, a seguir.

Quadro 13: ÁREA DESMATADA NO BIOMA AMAZÔNIA.

Estados Acumulado 1988-2015 (km²) Acre 13.333 Amazonas 22.420 Amapá 1.506 Maranhão 24.412 Mato Grosso 139.824 Pará 139.862 Rondônia 56.418 Roraima 7.170 Tocantins 8.560 Total 413.506

Fonte: (Projeto PRODES, 2015)

Cerrado

Inicialmente, a ocupação humana do Cerrado era basicamente de agropecuária para subsistência, retirada de madeira para carvão, pesca e caça. O desenvolvimento de técnicas agrícolas que diminuíam a acidez do solo e aumentavam sua fertilidade permitiram o desenvolvimento da agricultura em grande escala e a intensificação da criação de gado. Para isso houve o plantio de espécies de gramíneas exóticas, de maior valor comercial que invadem áreas de Cerrado, excluem competitivamente espécies nativas e aumentam a

incidência de fogo. A alteração de regime de fogo afeta algumas espécies nativas e também leva a alterações climáticas, como a redução da precipitação e o aumento da temperatura média do ar. Atualmente, o bioma Cerrado abriga o principal polo de expansão da produção agropecuária do país e por consequência, essas atividades já resultaram na eliminação de uma expressiva porção da cobertura vegetal nativa do bioma e na fragmentação da maioria dos seus hábitats naturais, acarretando em elevadas perdas de biodiversidade e um aumento significativo da erosão dos solos (Martinelli & Moraes, 2013). A taxa de desmatamento no Cerrado ao longo dos anos pode ser observada no quadro 14, a seguir.

Quadro 14: ÁREA DESMATADA NO BIOMA CERRADO. Área desmatada no período anterior a 2002 (km²) 890.636 Área desmatada no período 2002-2008 (km²) 85.074 Área desmatada no período 2008-2009 (km²) 7.637 Área desmatada no período 2009-2010 (km²) 6.469 Área desmatada no período 2010-2011 (km²) 7.247 Área Total de desmatam ento no bioma (km²) 999.063 % desmatamento sobre a área total bioma 48,89 Fonte: (MMA & IBAMA, 2015)

Mata Atlântica

Atualmente, a área abrangida pelo bioma abriga quase 72% da população nacional, estimada em 190 milhões no último Censo demográfico do IBGE em 2010, o que totaliza mais de 145 milhões de habitantes no bioma, concentrando 70% do PIB somados a 2/3 da economia industrial do país. A pressão causada pela expansão urbana desordenada pode ser considerada a base de degradação florestal do bioma, e uma de suas maiores ameaças (Martinelli & Moraes, 2013). Considera-se que até nas regiões mais inacessíveis houve certo tipo de interferência antrópica, restando somente 12,5% de vegetação remanescente, quando somado fragmentos igual e maiores a 0,03 km². A crescente devastação para fins de agricultura, ocupação por pastagens, reflorestamentos e implantação de loteamentos reduziu as florestas primárias a poucos e pequenos fragmentos de vegetação, ficando mais susceptíveis à contaminação biológica por espécies exóticas (Woehl-Jr et al., 2008). A taxa de desmatamento na Mata Atlântica ao longo dos anos pode ser observada no quadro 15, a seguir.

Quadro 15: ÁREA DESMATADA NO BIOMA MATA ATLÂNTICA.

Período Total Desmatado (km²) Intervalo (anos) Taxa anual (km²)

1985 a 1990 5.364,80 5 1.072,96 1990 a 1995 5.003,17 5 1.000,63 1995 a 2000 4.459,52 5 891,9 2000 a 2005 1.748,28 5 349,66 2005 a 2008 1.029,38 3 343,66 2008 a 2010 303,66 2 151,83 2010 a 2011 140,9 1 140,9 2011 a 2012 219,77 1 219,77 2012 a 2013 239,48 1 239,48 2013 a 2014 182,67 1 182,67 Total: 1985 a 2014 18.691,63 29 644,539

Fonte: (Fundação SOS Mata Atlântica & INPE, 2015)

Caatinga

As suas florestas abertas foram intensamente exploradas para a extração de madeira e pecuária, de maneira que atualmente a vegetação é predominantemente aberta e arbustiva, pouco restando da vegetação arbórea. O principal fator que leva à desertificação no bioma é de origem antropogênica, principalmente práticas como agricultura, pecuária e retirada de madeira para produção de lenha e carvão. A mineração e extração de argila também são importantes, bem como a influência do clima e do solo (Martinelli & Moraes, 2013). A taxa de desmatamento na Caatinga ao longo dos anos pode ser observada no quadro 16, a seguir.

Quadro 16: ÁREA DESMATADA NO BIOMA CAATINGA.

Período % vegetação suprimida Área desmatada (km²)

Até 2008 45,39 375.116 Até 2009 45,92 377.037 Fonte: (MMA & IBAMA, 2011a).

Pampa

A conservação dos campos sulinos vem sendo ameaçada gerando perda de habitat e fragmentação com consequências nos padrões de biodiversidade e incremento nos riscos de extinção de espécies da flora e da fauna silvestre. De maneira natural, a dinâmica dos ecossistemas campestres está associada à ocorrência de determinados níveis de distúrbios,

como o pastejo animal e o fogo. Contudo, as paisagens campestres têm-se modificado pela ação humana com a aceleração da conversão dos campos para outros usos da terra como as lavouras de trigo, soja e arroz, a pecuária insustentável com introdução de espécies exóticas forrageiras, queimadas indiscriminadas e a silvicultura de monoculturas como eucalipto, pinus e acácia-negra (Martinelli & Moraes, 2013). A taxa de desmatamento nos Pampas ao longo dos anos pode ser observada no quadro 17, a seguir.

Quadro 17: ÁREA DESMATADA NO BIOMA PAMPA.

Período % vegetação suprimida Área desmatada (km²)

Até 2008 53,98 95.958,63 Até 2009 54,12 96.207,50 Fonte: (MMA & IBAMA, 2011b)

Pantanal

Circundados por áreas mais elevadas de planaltos, correm os rios que alimentam a planície alagada, e são os locais que mais sofrem com a perda de hábitat, principalmente para a agricultura e a pecuária. A mineração, apesar de não ser comum atualmente, contaminou com mercúrio os rios da região e causou erosão do solo. O turismo local não sustentável torna-se predatório e afeta toda a rede trófica do bioma devido à caça e pesca ilegais. A pecuária é a atividade econômica mais importante e antiga no Pantanal, onde atualmente há cerca de 3,5 milhões de cabeças de gado, que utilizam basicamente pastagem com espécies nativas e exóticas que acabam por invadir outras áreas, excluindo competitivamente espécies nativas. A implementação de hidrovias, hidrelétricas e outras obras vem se tornando a principal ameaça ao bioma nas últimas décadas (Martinelli & Moraes, 2013). A taxa de desmatamento no Pantanal ao longo dos anos pode ser observada no quadro 18, a seguir.

Quadro 18: ÁREA DESMATADA NO BIOMA PANTANAL.

Período % vegetação suprimida Área desmatada (km²)

Até 2002 12,35 18.691

2002 a 2008 2,83 4.279

2008 a 2009 0,12 188

Total 15,31 23.160