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O ambiente em que a empresa está inserida envolve diversos elementos numa combinação complexa, os quais podem ou não representar grande impacto para as empresas, dependendo do grau de influência que esses elementos exercem sobre as atividades organizacionais e pela freqüência e constância nas alterações que venham a ocorrer (MILES, SNOW, 1978). Dessa forma, o ambiente externo apresenta-se de forma diferente para cada setor. Alguns setores podem ser considerados como estáveis, ou seja, seus elementos não sofrem alterações com muita freqüência e não causam grande impacto para as ações da organização. Por outro lado, existem os setores cada vez mais competitivos e consequentemente mais dinâmicos, com uma forte pressão para mudanças, nesse caso, as empresas necessitam estar atentas para percebê-las e poder se adequar rapidamente buscando as alterações necessárias para atuar e crescer no mercado.

Mesmo atuando dentro do mesmo setor, empresas podem apresentar diferentes níveis de desempenho, que podem ser explicadas pela percepção dos administradores quanto às mudanças ambientais, principalmente quando inseridas em um ambiente dinâmico e competitivo. Devido a percepção do ambiente, é possível tomar decisões chave para a adequação da organização a essas mudanças, com a adoção de estratégias competitivas referentes à indústria e estratégias ajustadas à organização em relação à estrutura e aos processos administrativos. Quanto maior a incerteza ambiental percebida e o ajuste da

organização em relação ao ambiente, maiores chances de prosperar em seu mercado. A incerteza ambiental percebida é um fator importante na ligação de fatores organizacionais como estrutura, processos e a estratégia (HUBER et al 1975; MILES, SNOW, 1978).

Empresas que compreendem melhor o seu ambiente são capazes de adotar estratégias mais adequadas para o setor em que atuam. A formulação de estratégias consistentes proporciona maiores oportunidades e melhor desempenho às empresas. As escolhas estratégicas devem adaptar as ações internas em relação ao ambiente e essas ações referentes à estrutura e processos desenvolvidos pela empresa devem ser consistentes com a estratégia e o ambiente. As empresas também se diferenciam por outras decisões estratégicas, que estão voltadas para a observação da indústria em que atuam. Essas estratégias podem ser semelhantes ou diferentes entre as empresas, o que proporciona analisar grupos estratégicos dentro de determinado setor.

Assim, percebe-se a influência do ambiente para a estratégia organizacional. O ambiente externo pode ser descrito como fatores políticos, sociais e econômicos que podem exercer influência sobre as organizações e sobre as suas decisões estratégicas, alguns setores podem sofrer um impacto maior que outros, principalmente quando esses fatores externos sofrem alterações muito dinâmicas e tiver um impacto nos processos organizacionais da empresa por isso é necessário que as escolhas estratégicas estejam em sintonia com as mudanças ambientais, suas oportunidades e ameaças.

Neste contexto, Furtado (2004) destaca que a inteligência competitiva pode ser entendida como um processo contínuo e sistemático, que converte bits e peças de informação competitiva em conhecimento estratégico para apoiar a tomada de decisão gerencial, ou seja, agrega valor à informação. Por esta razão, é que a I.C. possui uma associação explícita com os sistemas de planejamento e administração estratégica.

Figura 6. Inteligência Competitiva e Gerenciamento Estratégico Fonte: FURTADO, 2004.

A inteligência competitiva não é uma função, mas sim um processo, surgindo na organização em todos os seus segmentos, como uma atividade contínua e não relegada a uma área, divisão ou unidade de negócios, de forma a agregar valor às informações, possibilitando a obtenção de vantagem competitiva (BRASILIANO, 2004).

Na visão de Tachizawa e Rezende (2000), estratégia competitiva é o conjunto de ações que uma organização empreende com a finalidade de melhorar o seu desempenho presente e futuro. Ou seja, são ações executadas para melhorar sua posição diante de concorrentes reais ou potenciais e materializam-se através da busca de vantagem em relação aos concorrentes, atendimento às necessidades dos clientes e adaptação às mudanças ambientais.

Os autores ainda afirmam que o grande objetivo de toda organização é ter uma forte posição competitiva, o que significa elevar as barreiras à entrada de novos competidores, engendrar um perfil de potencialidades maior e melhor do que o perfil dos seus concorrentes; ter um conjunto compatível de estratégia competitivas inerentes; aumentar a integração ou o poder de barganha em relação aos fornecedores e intermediários e, por último, ter uma alta participação no seu segmento de mercado, ou seja, possuir um conjunto de produtos ou serviços altamente compatibilizados pelos usuários.

Gerenciamento Estratégico Informações de

Mercado Informações da Concorrência

Informações da Instituição

Plano Estratégico Plano Tático

Informações do Meio Ambiente

Silva, Espíndola e Vilar (2006) destacam que o objetivo da inteligência competitiva é coletar informações e disponibiliza-las para a organização, que identificará o que poderá ser considerado como pontos fortes e pontos fracos em seu ambiente interno, e como oportunidades e ameaças no ambiente externo, composto por ambiente operacional e macroambiente. Só então é possível à organização conceber sua estratégia com vistas à obtenção de vantagem competitiva. Tal concepção conduz à formulação de ações estratégicas, ou seja, aquelas conducentes às metas e objetivos da empresa.

Os referidos autores complementam ainda que a inteligência competitiva é necessariamente exercida ex-ante e ex-post à definição estratégica, porquanto se, de um lado esta definição orienta o esse forço da I.C., esta, por sua vez, mediante um processo retroalimentação condiciona o aperfeiçoamento da decisão estratégica. Desta maneira, a I.C. deve ser conduzida de maneira institucionalizada com atribuições e responsabilidades cometidas a um setor que cuide especialmente do seu gerenciamento.

3 METODOLOGIA

De acordo com Gil (1999), para que um conhecimento possa ser considerado científico, é necessária a identificação das operações que possibilitam sua verificação; ou seja; o método que possibilita chegar a tal conhecimento. A seguir serão descritas as etapas metodológicas utilizadas para a presente pesquisa, abrangendo: a especificação do problema, a definição das hipóteses, a definição constitutiva e operacional das variáveis, a delimitação da pesquisa, a coleta e o tratamento de dados.