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ESTRATÉGIAS DE INTERVENÇÃO URBANA NA REDUÇÃO DO ACÚMULO DE

FORTALECIMENTO DAS ASSOCIAÇÕES COMUNITÁRIAS NO CAMPO EM MUCAMBO - CE

ESTRATÉGIAS DE INTERVENÇÃO URBANA NA REDUÇÃO DO ACÚMULO DE

MER GEFO RMAT 1 118 É importante lembrar que essas empresas instaladas são capitalistas e o espaço é visto como uma mercadoria, visando sempre a capacidade de um maior retorno financeiro para os investimentos realizados. A sociedade se altera conforme o modo de produção, existindo contradições na paisagem, como a Vila Betizado presente após a Avenida Monsenhor Aloísio Pinto e a Comunidade Gaviões, vizinha ao Shopping Center.

Com esta exposição, é reforçada a ideia do “Cid Marketing” presente nos estudos de Ferreira (2013). Apesar do local de estudo sofrer grandes mudanças, a comunidade local não possui os mesmos benefícios dos empreendedores. Os terrenos são valorizadas a cada ano, mas a pobreza continua assolando os habitantes ao redor.

Agradecimentos: FUNCAP. REFERÊNCIAS

FERREIRA, Diocleide Lima. A (re)invenção de uma cidade: Cid marketing e a

requalificação urbana em Sobral-CE. 2013. 316f. Tese (Doutorado em Ciências Sociais). Universidade Estadual de Campinas – Unicamp. Campinas-SP, 2013.

FONTENELLE FILHO, Joffre. As transformações socioespaciais no bairro Dom Expedito

em Sobral-Ceará. 2015. 155f. Dissertação (Mestrado em Geografia). Universidade Estadual

Vale do Acaraú. Sobral-CE, 2015.

PEREIRA, Francisco Ielos Faustino. Descentralização das atividades comerciais e de

serviços em cidades médias: uma análise de Sobral - CE. 2015. 155f. Dissertação (Mestrado

em Geografia). Universidade Estadual Vale do Acaraú. Sobral-CE, 2015.

PREFEITURA MUNICIPAL DE SOBRAL. Boletim Municipal. 13 de setembro de 2007, Ano III, nº 656. Disponível em: http://boletim.sobral.ce.gov.br/2007/b_setembro2007/13.htm. Acesso em: 18 fev. 2020.

______. Manual para investir em Sobral. Secretaria de Desenvolvimento Econômico. Ano II/2ª Edição. Sobral/CE, 2002.

SOBRAL. Lei Complementar n° 28 de 15 de dezembro de 2008. Dispõe sobre o Plano Diretor Participativo do Município de Sobral, e dá outras providências. Disponível em: http://seuma.sobral.ce.gov.br/images/leis/plano-diretor-2008-compressed.pdf. Acesso: 18 fev. 2020.

______. Lei Complementar nº 60, de 19 de julho de 2018. Altera o Título II da Lei

Complementar Nº 006, de 01 de fevereiro de 2000, que Dispõe sobre o uso e ocupação do solo da cidade de Sobral, os anexos II e IV desta lei, que determina a Planta Oficial de Parcelamento e Ocupação do Solo e as Atividades Especiais, respectivamente, e o anexo III da Lei Complementar Nº 33, de 15 de dezembro de 2010, que define os Indicadores Urbanos de Ocupação do Solo e dá outras providências. Disponível em:

http://seuma.sobral.ce.gov.br/media/com_download/files/20180725144008.pdf. Acesso em: 18 fev. 2020.

PAGE \* MER GEFO RMAT 1 119 RESÍDUOS SÓLIDOS PÚBLICOS EM ESPAÇOS COLETIVOS.

Francisco Bruno Monte Gomes Francisco Thiago do Nascimento Ferreira Sara Maria Paula da Rocha Rodrigues Marcus Vinicius Freire Andrade

INTRODUÇÃO

Os centros urbanos vêm sofrendo ao longo do tempo inovações constantes, que impactam diretamente na vida social dos habitantes, diante disso precisamos buscar estratégias para adequar-se as novas dinâmicas e desafios das cidades.

De acordo com Torres (2001), os problemas municipais ligados à saúde, à educação, ao transporte, ao saneamento básico, entre outros, estão de tal sorte entrelaçados e entranhados, na órbita de dois ou mais municípios, sendo indispensável à adoção, pelos administradores públicos, de instrumentos operacionais e legais, como consórcios ou associações, para a otimização dos recursos municipais.

Portanto, cabe o poder público e a sociedade civil obterem senso de responsabilidade sobre o meio que habita. A Educação Ambiental é uma boa prática para o desenvolver dessa dinâmica do ser cidadão, pois nela consta um amplo leque de possibilidade para implantar métodos promissores.

Na contemporaneidade o desafio de mostrar novas formas de implementação e melhoria para a sociedade vem se mostrando mais em alta, pois o cuidado do meio se tornou uma tarefa difícil sem aplicação da Educação Ambiental.

Então, adequar-se ao novo diante da realidade local e atual é necessário, não se permite ver os espaços urbanos apenas como um local onde possa descartar resíduo e sim como espaço de conivência em comunidade prazeroso.

De acordo com Dias (2011), todas as espécies animais existentes, o ser humano é a que tem maior capacidade de adaptação e modificação do meio circundante, criando assim seu meio ambiente próprio, deste modo o ser humano sempre modificou o ambiente natural para sua melhor vivência.

Assim percebemos que municípios que adotam a revitalização como estratégia de melhoria para os centros urbanos alcança resultados positivos, pois transforma os espaços que antes eram depósitos de resíduos sólidos em pontos de Arte Urbana tornando o local mais prazeroso, pois a arte é libertadora e capaz de transformar.

Os resíduos depositados nas ruas a céu aberto atraem ratos, baratas, moscas e outros insetos que podem trazer doenças a população e com a chegada das chuvas os resíduos podem também permitir o desenvolvimento de larvas de mosquitos vetores de doenças como a dengue entre outros.

Neste sentido a revitalização destes espaços se faz necessário uma vez que resgata histórias e reconstrói patrimônio local, essencialmente na recuperação e identidade e diversidade, buscando conferir os moradores uma sensação de pertencimento ao espaço antes era percebida de forma fragmentada e compartimentada.

Diante disso, o presente artigo tem como objetivo fazer uma análise das ações de revitalização aplicadas em espaços públicos coletivos sofridos com a problemática do acúmulo de resíduos sólidos urbanos no município de Sobral-CE.

PAGE \* MER GEFO RMAT 1 120 REVISÃO DE LITERATURA

Gestão de resíduos sólidos urbanos no Brasil-Ceará-Sobral: Perspectivas e Desafios.

A carência dos sistemas de limpeza urbana na maioria dos municípios brasileiros se mostra fragilizado, entende-se que essa política para eles não tem importância. Os números referentes à geração de RSU- Resíduos Sólidos Urbanos revelam uma produção total anual de 78,4 milhões de toneladas no país, o que demonstra uma elevação no aumento em cerca de 1% em relação a 2016 (ABRELPE, 2017).

Em dados mais recentes também disponibilizados pela ABRELPE (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais) o montante coletado em 2017 foi de 71,6 milhões de toneladas, registrando um índice de cobertura de coleta de 91,2% para o país, evidenciando que 6,9 milhões de toneladas de resíduos não foram objetos de coleta e, consequentemente, tiveram destino impróprio.

Assim, como em alguns municípios do Brasil a política de resíduos sólidos não tem sua relevância para o poder público e para minimizar esse feito, grande maioria das populações realizam destinações clandestinas de toda a produção dos materiais sem nenhum cuidado e causado sérios problemas a sociedade, os últimos estudos e panoramas divulgados por órgãos de pesquisa e a academia de forma geral não revelam avanços no setor, tornando assim um fato extremante preocupante.

A disposição final, tida como um dos principais pilares dos sistemas de gestão de resíduos apresenta-se, em grande parte, na forma de vazadouros a céu aberto, a pior das alternativas. Embora proibidos, ratificando tal proibição pelo artigo 47 da Lei 12.305/10, os “lixões” ainda são muito utilizados para a disposição de resíduos no Brasil (TENÓRIO; ESPINOSA, 2004, p. 163-164).

O Estado do Ceará possui uma política voltada para a gestão de resíduos sólidos urbanos (Lei Estadual n. 13.103, de 24 de janeiro de 2001), buscando promover a integração de um consórcio com 184 municípios, propondo ações de planejamento, bem como, o desenvolvimento de políticas públicas eficientes.

Levando em consideração a criação da lei, o Estado do Ceará se mostrou eficaz na elaboração de seu plano, pois se mostrou bem hábil até mesmo da lei Federal (Lei Federal n° 12.305/2010) e ser promulgada no país. Mediante as medidas tomadas foi aplicado o Índice de Qualidade Ambiental, que aplica uma porcentagem para cada município de possua uma política sobre boa prática sobre resíduos sólidos, então foram criados o Selo Verde e o Selo Municipal Verde que aplica as seguintes regras.

O Selo Verde foi criado através da Lei Estadual n. 15.086/2011, alterada pela Lei n. 15.813/2015, e regulamentado pelo Decreto n. 31.854/2015. O Selo Verde é uma certificação voluntária solicitada junto à SEMACE e possibilita uma redução de 10% (passando de 17% para 7%) na alíquota praticada em nível estadual para o empresário individual ou sociedade empresarial que utilize, em seu processo produtivo, insumos resultantes da reciclagem de resíduos sólidos.

Selo Municipal Verde foi criado pela Lei Estadual n. 13.304/2003, alterada pela Lei n. 16.1285/2016. O Selo Município Verde é uma certificação ambiental que identifica, a cada dois anos, as prefeituras cearenses que atendem aos critérios preestabelecidos de conservação e uso sustentável dos recursos naturais, incentivando o fortalecimento da gestão ambiental. Dentre os critérios avaliados estão as ações para melhoria do saneamento básico dos municípios avaliados.

PAGE \* MER GEFO RMAT 1 121 No município de Sobral, na região Norte do Estado do Ceará, possui um aterro controlado, onde todos os RSU da cidade são lá destinados, que o mesmo, faz parte da administração pública municipal.

Visando aprimorar e assim promover o atendimento das exigências legais, o município adotou a política de consórcio público, para assim poder melhorar todo o processo de gestão. Não somente Sobral, como também os municípios situados na mesma macrorregião contarão com um aterro sanitário mais eficiente e com todas as etapas necessárias para prover tal atividade. A nova estruturação será instalada num terreno de 100 hectares na zona rural de Sobral, com poucos quilômetros da área urbana. O projeto prevê a implantação de sete estações de transferências de resíduos sólidos nos municípios de Cariré, Coreaú (sede), Coreaú (Ubaúna), Forquilha, Massapê, Pacujá e Santana do Acaraú. Esses espaços receberão e armazenarão temporariamente os resíduos das coletas em virtude da grande distância entre os centros geradores e o local de disposição final, no mapa abaixo mostra sua localização (LEITE et al., 2018).

Em relação aos dados quantitativos, o município de Sobral tem uma de produção resídua bastante variada, de acordo com o Plano Integrado de Gestão contemplado e divulgado no ano de 2014, assim como ilustrado no gráfico 1 a seguir:

Gráfico 1: Composição gravimétrica dos resíduos sólidos do município de Sobral-CE.

Fonte: PGIRS, 2014.

Em sua maioria, os resíduos coletados no município de Sobral são: materiais orgânicos (41%), plásticos (15%), metais (13%), papel e papelão (10%), resíduos da construção civil (6%); vidros (4%); isopor (4%); borracha (4%); e pilhas e baterias (3%).

Em Sobral, atualmente a coleta regular atende a todo o município e é desenvolvida pela Secretária de Obra, Mobilidade e Serviço Público. A uma grande porcentagem da população urbana que é atendida com frequência diária; outra parcela com frequência de duas ou três vezes por semana; e uma minoria com apenas uma vez por semana. Divulgado e bastante debatido pela prefeitura municipal calendário de coletas (figura 1), do qual, facilita todo esse processo de trabalho.

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Fonte: Secretária de Obra, Mobilidade e Serviço Público, 2019. Disponivel:

http://secomp.sobral.ce.gov.br/calendario-da-coleta-sistematica-lixo

Ainda conforme o plano de resíduos do município a existência de um projeto de recilagem aplicado chamado de Coleta Seletiva Agendada com iniciativa público-privada, com o apoio da Enel (Ecoenel) (figura 2), funcionando com a instalação de um posto estratégico para recebimento de materiais recicláveis e todos tendo um “abatimento” em sua conta mensal de energia elétrica.

Figura 2: Ponto de coleta voluntária do projeto.

Fonte: Enel, 2019. Disponível: https://www.enel.com.br/pt-ceara/Sustentabilidade/iniciativas/archive/ecoenel.html

MATERIAL E MÉTODOS