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Educação a Distância: docência e tutoria como processo de mediação pedagógica em curso de Libras

2. Estratégias, procedimentos e ações da equipe

O Curso de Aperfeiçoamento em Libras tem como público alvo o professor ouvinte da educação básica e é organizado na perspectiva do ensino de Libras como segunda língua ou L2 e conduzido pela abordagem comunicativa de Língua complementada pela abordagem direta de ensino de Línguas. Com enfoque na aprendizagem, foi criada uma sequência didática de modo a levar o aluno ao desenvolvimento da Competência Linguística na Libras.

Foram criados e disponibilizados, também, materiais especí icos para o curso como: videoaulas, textos, material impresso, jogos ,

e-books via web. Nessa direção, o aluno cursista tem a oportunidade de aprender de modo contextualizado, tanto a Língua de Sinais, como também tomar conhecimento da cultura do povo surdo, da sua história, da legislação, da língua, das políticas públicas e das concepções de educação do surdo. Para atender os mil professores foi montada uma estrutura com dez Professores Formadores sendo que cada um acompanha quatro Tutores que por sua vez acompanham uma turma de em média 25 alunos. Dessa maneira, foram formadas quarenta turmas. Esta divisão tem por objetivo não sobrecarregar os Tutores com uma grande quantidade de alunos permitindo, portanto, um melhor acompanhamento.

O curso de Libras em questão foi dividido em cinco unidades além da parte introdutória que realizou a apresentação do curso com um Tutorial e um Fórum de Dúvidas sobre a apresentação do mesmo. Nesta parte, também foram informados os programas necessários para a navegação e realização das atividades. A primeira Unidade iniciou em Agosto de 2013 sendo que o inal do curso foi em Janeiro de 2014.

Ao inal do curso foi constatado que 536 alunos efetuaram as atividades de maneira satisfatória para conseguir o certi icado de aprovação, atingindo pelo menos 60% do total de 100 pontos distribuídos. Este índice de aprovação foi conseguido com um esforço de toda a equipe que foi identi icando as principais di iculdades dos alunos ao longo do período do curso, sendo que nos dois últimos meses foi

intensi icado o contato com os alunos não só por e-mails, mas também via telefone entre outros (e-mails internos, e-mails externos, SMS, redes sociais, telefone, Fóruns, etc.), procurando identi icar eventuais di iculdades e motivar os alunos e postarem as atividades pendentes.

No entanto, mesmo com todo o esforço da equipe na primeira edição, identi icou-se a possibilidade de alcançar um melhor resultado na edição seguinte. Palloff; Pratt (2004) relatam o seguinte sobre o índice de abandono:

Muitos administradores perguntam-se por que o índice de abandono nos cursos on-line dos Estados Unidos chega a 50% dos alunos matriculados. Alguns entendem que o problema central é a qualidade dos cursos oferecidos ou a diferença existente quando se aprende e se ensina on-line, enquanto outros acreditam que as mesmas circunstâncias de vida que levam os alunos aos cursos on-line – obrigações pro issionais e familiares- são os obstáculos (Palloff; Pratt, 2004, p.135).

Os contatos com os alunos da primeira edição evidenciaram que nenhum aluno relatou algum tipo problema relevante com relação à qualidade do curso. No entanto, foram relatadas diversas di iculdades com relação a obrigações pro issionais e familiares que de alguma maneira comprometiam uma considerável parte do tempo dos alunos. Outro aspecto identi icado em menor proporção foi a falta de uma estrutura adequada para a realização do curso como, por exemplo, uma internet com melhor qualidade. Em algumas regiões a internet não possui uma estabilidade e/ou velocidade adequada, lembrando que o curso teve alunos matriculados de várias regiões do Brasil. Segundo Palloff; Pratt (2004, p.149) “o papel da instituição na retenção do aluno virtual não pode, contudo, ser ignorado.” Neste sentido, a equipe elaborou um conjunto de atitudes e procedimentos visando contribuir sobremaneira com um menor índice de evasão e, portanto, um maior índice de aproveitamento.

Com relação à qualidade do curso, foi planejado e colocado em prática um curso de treinamento para todos os Tutores. Desta maneira, os Tutores puderam esclarecer eventuais dúvidas (deles ou dos alunos) e também efetuarem sugestões complementares. Outro ponto

210 Eliamar Godoi | Márcia Dias Lima | Roberval Montes da Silva | Organizadoras

importante do treinamento foi a possibilidade do compartilhamento de procedimentos e iniciativas que tiveram bom resultado na primeira edição. Além do treinamento, outras medidas foram adotadas em prol da efetivação de uma melhor concepção de docência e da mediação pedagógica. Tori (2010) comenta sobre as tecnologias interativas usadas na EaD e seu papel na aproximação entre os alunos, os professores e os colegas.

A aproximação (do aluno com conteúdo, do aluno com o professor ou do aluno com os colegas de aprendizagem) é condição necessária, ainda que não su iciente, para que ocorra a aprendizagem. Assim sendo, “aprendizagem a distância” soa como um paradoxo (Tori, 2010, p.61).

Dentro da perspectiva da aproximação, também foi decidido que os alunos seriam contatados para a con irmação do interesse em fazer o curso. Esta medida se deve ao fato que vários alunos matriculados na primeira edição nunca acessaram a plataforma para a realização das atividades. Desta maneira, também foi dada a oportunidade a alunos realmente interessados naquele momento.

Para a segunda edição, no que se refere aos Tutores e Professores Formadores, icou decidido que o contato com os alunos deveria ser mais intenso desde o começo do curso e não somente quando começassem as desistências. Os meios de contato deveriam ser os mais variados possíveis dependendo da necessidade. Além da comunicação via plataforma, também deveriam ser usadas as comunicações via e-mails particulares, pois se o aluno não estivesse acessando o ambiente virtual, não estaria vendo as mensagens dos Tutores que os acompanha. O contato via telefone ixo e celular também deveria ser efetuado caso os recursos anteriores não obtivessem resultados.

Também foi instituído que os Tutores enviassem relatórios de acompanhamento da turma em um período mais curto. Desta maneira, poderia evidenciar mais rapidamente as ações de motivação para algum aluno que eventualmente deixou de realizar as atividades. Todas estas medidas vão ao encontro ao que Palloff; Pratt (2004) comentam sobre a questão do abandono e da retenção do aluno no curso.

Desse modo, por meio da reaplicação dessas ações, espera-se, portanto, que a quantidade de alunos desistentes seja cada vez menor