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1.3 METODOLOGIA E DIVISÃO DOS CAPÍTULOS

1.3.2 Estrutura do texto dissertativo

O trabalho está dividido em seis capítulos sendo quatro deles referentes ao conteúdo da dissertação. No primeiro capítulo foram introduzidos o tema, os objetivos, a e metodologia. O marco teórico está distribuído em dois capítulos que marcaram épocas históricas de correntes de pensamento e escolas que trataram dos elementos da composição estética e dos sistemas construtivos de edificações. Foram destacados os aspectos técnicos construtivos que nasceram das percepções, representações gráficas, e dos significados culturais e psicológicos da forma. Conceitos de arte e do belo complementaram as discussões sobre os sistemas compositivos e atos contemplativos.

No capítulo quatro faz-se a junção, em marcha ré, da compilação teórica com o artesanato contemporâneo “sem os aditivos da teoria”: cópia por cópia; ausência de abstração de ideias e valorização das regras. Apresenta-se o grupo de trabalho Cia do Bambu, que no início possuía somente as técnicas do fazer, com o bambu6, e

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Não foi objetivo de este trabalho estudar os aspectos físicos e técnicos do material e suas variedades vegetais. Consultar trabalhos na linha dos autores citados a seguir: CASAGRANDE JUNIOR, Eloy Fassi .

posteriormente encontrou nos “conceitos de equilíbrio visual” a viabilidade de singularizar a composição e os sistemas construtivos de peças. O universo da estética invadiu as mentes dos participantes que se maravilharam com o desenho e os protótipos os quais, posteriormente, se transformavam em peças.

A análise comparativa de peças em bambu realizadas pelo grupo de trabalho no capítulo cinco constata que houve duas etapas na confecção. A primeira foi aquela em que os resultados finais da confecção não apresentavam visualmente a interferência de atributos teóricos, mas sim de técnicas artesanais. Por outro lado, a linguagem visual das peças, confeccionadas a partir do ato projetivo, revela a introdução de aspectos plásticos e estéticos nos sistemas construtivos. Lidar com estes elementos da proporção, do aguçamento, dos pesos visuais, dos limites e da simetria foi aprendido nas oficinas, ricas de discussão, compartilhamento de saberes e conhecimentos. Criaram-se ambientes e dinâmicas para estabelecer a visão critica das peças na fase do protótipo revendo constantemente os conceitos e as técnicas nos atos de pensar e do fazer.

O último capítulo foi a conclusão, com considerações sobre a análise e sobre a pequisa-ação. O texto elaborado nesta dissertação pode ser visto dentro da visão interdisciplinar, podendo ser utilizado em várias áreas do conhecimento. Mesmo que ele trate da arte do fazer e do contemplar, os conteúdos estão replicados pela sociedade: no vestuário, na habitação, na alimentação, na decoração, e na comunicação. Ou seja, na arquitetura, na arte, no design, na engenharia, na filosofia, na história e na antropologia.

Ao apresentar os resultados de oficinas pelo método da comparação, foi possível primeiramente separar as técnicas do fazer das teorias da forma, para em seguida apontar quais foram as modificações inseridas pelo pesquisador. Desta forma, foi alcançado o objetivo de incorporar, pela leitura gráfica da forma, da composição, dos sistemas construtivos e da estética, as melhorias aplicadas nas peças.

Bambu, v. 1, p. 170-179, 2011. CASAGRANDE JUNIOR, Eloy. Fassi; UMEZAWA, Helena Akemi . Projeto Bambu: Sequestro de Carbono, Tecnologia Social e Sustentabilidade (IDS, CEFET-PR, ECOPLAN, UFPR). In: Carlos Roberto Sanquetta; Rafaelo Balbinot; Marco Aurelio Busch Ziliotto. (Org.). Fixação de

O ato da cópia se transformou com a introdução de estímulos dos sentidos, da contemplação, da repetição de técnicas e da retomada de noções aritméticas. Os atos livres de criação se desprenderam da cópia pela cópia de peças por meio da abstração e da superação de desenhos e modelos. “Das peças nascem outras peças” descoladas da rigidez da técnica do desenho. Por outro lado, os saberes da linguagem visual não limitam a criatividade do artesão e sim incrementa o seu domínio sobre os elementos da forma. Assim, o ato artístico pode ser materializado na contemplação e no fazer.

O grupo de trabalho Cia do Bambu7 não fez uso do desenho, da arte, da percepção e da intuição no ato criativo. O que os artesãos conseguiram realizar foi a interpretação e a compreensão de como fazer uso destes elementos e de reproduzi-los conforme suas vivências e experiências.

No cotidiano da sociedade os conceitos de composição, estética e sistemas construtivos estão disseminados por todas as áreas, seja no marketing, na moda, no design, no visagismo e na comunicação visual. O objetivo central do uso ampliado destes conceitos é provocar, no público, as sensações de prazer epicúrico e aguçar a ilusão da necessidade do consumo.

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Esta dissertação não trata da formação de grupos de trabalho e nem da sua operacionalização. Indicam-se aos leitores alguns textos acadêmicos que podem introduzir temas desta natureza. São eles: Conci, Janete Lucia. A Constituição de grupos de trabalho alternativo e a intermediação da

tecnologia no município de Fazenda Rio Grande-PR. Dissertação (Mestrado em Programa de Pós-

graduação em Tecnologia) - Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Curitiba, 2008.

Umezawa, Helena Akemi. O uso potencial do bambu para o desenvolvimento sustentável local:

Estudo de caso da Colônia Parque Verde, Fazenda Rio Grande - PR. 2002. Dissertação (Mestrado

em Programa de Pós-Graduação em Tecnologia - PPGTE) - Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Curitiba, 2002.

FERREIRA, Elisete. Dinâmicas de apropriação do conhecimento por famílias de catadores de

material reciclável: políticas públicas, projetos e tecnologias sociais. Dissertação (Mestrado em

Programa de Pós-graduação em Tecnologia) - Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Curitiba, 2008.