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2. Enquadramento demográfico e processos de urbanização

2.2. Estrutura etária

2.2.1. Tentemos caracterizar a evolução demográfica do país na segunda metade do século XX a partir de outro conjunto de indicadores: os que se referem à estrutura etária da população.

Começando pela análise da situação registada no final dos anos 70, vale a pena recordar que foi precisamente nesta altura que começou a insinuar-se, na sociedade portuguesa, o processo de envelhecimento “no topo” e “na base”. Com efeito, se já se assistia, desde 1950, a uma diminuição da percentagem de efectivos com menos de 15 anos, acompanhando uma subida lenta, ainda que com assimetrias regionais consideráveis, da proporção dos mais idosos (65 e mais anos), foi precisamente a partir de 1981 que, a avaliar pelos números do Recenseamento Geral da População, se começou a desenhar com mais nitidez aquele envelhecimento. Se, em 1970, a proporção de jovens ainda superava a dos mais velhos em 18,8 pontos percentuais, a diferença reduz-se, dez anos depois, para 14,1 – num movimento que culminará em 2001, quando o número de jovens é suplantado, pela primeira vez em termos nacionais, pelo número de pessoas com idade igual ou superior a 65 anos.

Quadro 2.12 População jovem (0-14 anos) e respectivo peso no total da população residente em Portugal e no Continente (1950-2001)

População Jovem (N.º) População Jovem (%)

1950 1960 1970 1981 1991 2001 1950 1960 1970 1981 1991 2001

Portugal 2.488.085 2.591.955 2.451.850 2.508.673 1.972.403 1.656.602 29,5 29,2 28,5 25,5 20,0 16,0

Continente 2.298.576 2.390.288 2.266.745 2.358.539 1.847.544 1.557.934 29,3 28,8 28,1 25,3 19,7 15,8

Fonte: INE – Portugal, IX, X, XI, XII, XIII e XIV Recenseamentos Gerais da População, 1950-2001.

Quadro 2.13 População adulta (25-64 anos) e respectivo peso no total da população residente em Portugal e no Continente (1950-2001)

População Adulta (N.º) População Adulta (%)

1950 1960 1970 1981 1991 2001 1950 1960 1970 1981 1991 2001

Portugal 5.363.712 5.588.868 5.326.515 6.198.883 6.552.000 7.006.022 63,5 62,9 61,9 63,0 66,4 67,7

Continente 5.005.465 5.233.517 5.021.035 5.906.696 6.244.732 6.682.813 63,7 63,1 62,2 63,3 66,6 67,7

Fonte: INE – Portugal, IX, X, XI, XII, XIII e XIV Recenseamentos Gerais da População, 1950-2001.

Nota: Os valores de população por grupo etário relativos a 1950 dizem respeito à população presente e não à população residente.

Quadro 2.14 População idosa (65 e mais anos) e respectivo peso no total da população residente em Portugal e no Continente (1950-2001)

População Idosa (N.º) População Idosa (%)

1950 1960 1970 1981 1991 2001 1950 1960 1970 1981 1991 2001

Portugal 589.515 708.569 832.760 1.125.458 1.342.744 1.693.493 7,0 8,0 9,7 11,4 13,6 16,4

Continente 552.872 669.170 787.195 1.071.525 1.283.650 1.628.596 7,0 8,1 9,7 11,5 13,7 16,5

Fonte: INE – Portugal, IX, X, XI, XII, XIII e XIV Recenseamentos Gerais da População, 1950-2001.

Nota: Os valores de população por grupo etário relativos a 1950 dizem respeito à população presente e não à população residente.

A redução dos níveis de mortalidade – quer em idades jovens, quer entre a população idosa –, a diminuição das taxas de natalidade e a persistência de movimentos migratórios particularmente intensos até meados dos anos setenta são os principais factores explicativos do processo de “duplo envelhecimento” da população portuguesa nas últimas décadas do século XX.

2.2.2. A avaliar pelos números dos Censos, foi, como já se disse, a partir de 1981, que se começou a desenhar com toda a nitidez o processo de envelhecimento “no topo” da população portuguesa. Na verdade, de uma proporção de indivíduos com pelo menos 65 anos rondando, em 1981, os 11,5%, passa-se, vinte anos depois, à escala do Continente, para 16,5% – mais quatro pontos percentuais, explicáveis em grande medida pela persistente redução das taxas de mortalidade em todos os níveis etários da população portuguesa. O índice de longevidade, que mede a percentagem dos grandes idosos (mais de 74 anos) no conjunto de todos os

indivíduos com mais de 64 anos, não tem deixado, também ele, de crescer acentuadamente, atingindo já 41,4% em 2001 (contra 32,8% em 1970).

Quadro 2.15 Índices de envelhecimento e longevidade em Portugal e no Continente (1950-2001)

Índice de Envelhecimento Índice de Longevidade

1950 1960 1970 1981 1991 2001 1950 1960 1970 1981 1991 2001

Portugal 23,7 27,3 34,0 44,9 68,1 102,2 32,4 33,6 32,8 34,2 39,3 41,4

Continente 24,1 28,0 34,7 45,4 69,5 104,5 32,3 33,5 32,8 34,2 39,3 41,4

Fonte: INE – Portugal, IX, X, XI, XII, XIII e XIV Recenseamentos Gerais da População, 1950-2001; cálculos próprios. Nota: Os valores de população por grupo etário relativos a 1950 dizem respeito à população presente e não à população residente.

O peso específico do escalão de idades superiores a 64 anos não teria aumentado de forma tão notória se, paralelamente, não se continuasse a verificar um processo de envelhecimento “na base”, isto é, a redução da importância relativa dos menores de 15 anos na população total – quase menos dez pontos percentuais nas últimas duas décadas (Quadro 2.12). Acompanhando as tendências de contenção das taxas de fecundidade que se vão desenhando na sociedade portuguesa a partir dos anos setenta, elas próprias decorrentes, em parte, dos enviesamentos da estrutura da população associados à intensidade dos fluxos emigratórios que até então se haviam verificado, assiste-se, de facto, entre nós, à redução tendencial do número de nados-vivos e dos valores das taxas brutas de natalidade (rever Quadros 2.4 e 2.7) e, portanto, a prazo, à contracção dos escalões etários da base da pirâmide (entretanto reconfigurada como “urna”).

Vale a pena completar esta breve referência às mudanças na estrutura etária da população portuguesa nas últimas décadas do século XX, chamando a atenção para o facto de se ter assistido, a partir de 1981, a um aumento da importância estatística relativa dos escalões de idade intermédios. Assim, após uma fase de alguma contracção imputável ao fortíssimo surto emigratório que vai dos anos 50 até meados de 70, e, seguramente, em boa parte, por influência do retorno de emigrantes e residentes nas ex-colónias que imediatamente lhe sucede, a tendência de redução inverte-se e leva a proporção de adultos a quase 68% da

população do Continente. Dos três blocos de idades considerados, este é, apesar de tudo, aquele que revela maior estabilidade ao longo do século8.

2.2.3. Procurando agora encontrar as principais especificidades de Penafiel a este respeito, vale a pena começar por assinalar a existência na população do concelho, nas duas décadas que terminam em 1970, de um certo peso de indivíduos idosos. De facto, embora mais atenuadamente do que a nível nacional, mas também mais nitidamente do que no conjunto dos concelhos do Vale do Sousa (excluindo o caso particular de Castelo de Paiva) e mesmo, quanto aos homens, do que no Distrito do Porto, há a registar algum envelhecimento “no topo” da população penafidelense.

Já “na base” é o inverso que se verifica: por um conjunto de circunstâncias em que avultará o carácter cronicamente elevado das taxas de natalidade concelhias, surge empolado, relativamente aos valores nacionais e distritais, o grupo de indivíduos com idade não superior a 14 anos (em 1970, ronda os 11 pontos percentuais a diferença relativamente ao valor do Continente).

Quadro 2.16 População jovem (0-14 anos) e respectivo peso no total da população residente (1950-2001)

População Jovem (N.º) População Jovem (%)

1950 1960 1970 1981 1991 2001 1950 1960 1970 1981 1991 2001 Continente 2.298.576 2.390.288 2.266.745 2.358.539 1.847.544 1.557.934 29,3 28,8 28,1 25,3 19,7 15,8 Distrito do Porto 327.502 393.322 431.120 439.425 353.616 314.587 31,1 33,0 32,9 28,1 21,5 17,7 Grande Porto 212.527 257.211 283.510 293.011 233.598 205.776 28,8 30,8 30,5 26,2 20,0 16,3 Tâmega 146.585 164.407 173.840 166.468 130.527 114.359 35,7 37,3 38,5 33,1 25,3 20,7 Vale do Sousa 59.638 73.534 87.495 88.341 72.761 67.144 36,9 39,2 40,9 34,2 26,0 21,6 Com. Urbana Vale do Sousa 65.561 80.578 93.300 93.842 76.662 70.478 37,0 39,2 40,5 34,1 25,9 21,5 Castelo de Paiva 5.923 7.044 5.805 5.501 3.901 3.334 38,2 39,7 35,9 32,3 23,6 19,2 Felgueiras 12.516 15.330 17.130 15.762 13.394 12.818 37,6 39,4 41,2 32,8 26,1 22,3 Lousada 9.262 11.012 12.595 12.916 11.280 10.051 37,2 39,4 39,5 34,1 26,5 22,5 Paços de Ferreira 8.143 10.915 14.070 13.776 11.202 11.482 37,6 39,6 41,8 33,9 25,3 21,7 Paredes 13.475 17.187 22.350 24.035 18.981 17.589 37,3 39,6 42,1 35,5 26,0 21,1 Penafiel 16.242 19.090 21.350 21.852 17.904 15.204 35,5 38,2 39,7 34,0 26,2 21,2

Fonte: INE – Portugal, IX, X, XI, XII, XIII e XIV Recenseamentos Gerais da População, 1950-2001.

Nota: Os valores de população por grupo etário relativos a 1950 dizem respeito à população presente e não à população residente. Os valores concelhios de população residente relativos a 1970 referem-se apenas à “população residente nas famílias” (excluem, por isso, a “população residente nas convivências”).

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Quadro 2.17 População adulta (15-64 anos) e respectivo peso no total da população residente (1950-2001)

População Adulta (N.º) População Adulta (%)

1950 1960 1970 1981 1991 2001 1950 1960 1970 1981 1991 2001 Continente 5.005.465 5.233.517 5.021.035 5.906.696 6.244.732 6.682.813 63,7 63,1 62,2 63,3 66,6 67,7 Distrito do Porto 663.499 722.819 781.890 987.538 1.123.374 1.247.415 63,0 60,6 59,7 63,2 68,4 70,0 Grande Porto 482.166 523.930 574.475 724.946 810.771 889.312 65,4 62,7 61,9 64,8 69,4 70,5 Tâmega 237.163 244.791 243.110 291.905 333.895 372.123 57,8 55,6 53,8 58,0 64,8 67,5 Vale do Sousa 92.240 102.675 113.545 152.064 185.295 214.462 57,1 54,7 53,1 58,8 66,3 69,1 Com. Urbana Vale do Sousa 100.867 112.142 122.580 161.987 196.116 226.209 56,9 54,6 53,3 58,8 66,3 69,0 Castelo de Paiva 8.627 9.467 9.035 9.923 10.821 11.747 55,6 53,3 55,9 58,3 65,5 67,8 Felgueiras 18.770 21.220 21.925 28.580 33.674 39.283 56,4 54,6 52,7 59,5 65,7 68,2 Lousada 14.186 15.272 17.355 22.279 28.060 30.629 57,0 54,6 54,5 58,8 66,0 68,5 Paços de Ferreira 12.204 15.105 17.780 24.276 30.028 36.990 56,4 54,9 52,8 59,7 68,0 69,8 Paredes 20.661 23.742 27.955 39.527 48.924 58.521 57,2 54,7 52,6 58,4 67,0 70,2 Penafiel 26.419 27.336 28.530 37.402 44.609 49.039 57,8 54,8 53,1 58,2 65,2 68,3

Fonte: INE – Portugal, IX, X, XI, XII, XIII e XIV Recenseamentos Gerais da População, 1950-2001.

Nota: Os valores de população por grupo etário relativos a 1950 dizem respeito à população presente e não à população residente. Os valores concelhios de população residente relativos a 1970 referem-se apenas à “população residente nas famílias” (excluem, por isso, a “população residente nas convivências”).

Quadro 2.18 População idosa (65 e mais anos) e respectivo peso no total da população residente (1950-2001)

População Idosa (N.º) População Idosa (%)

1950 1960 1970 1981 1991 2001 1950 1960 1970 1981 1991 2001 Continente 552.872 669.170 787.195 1.071.525 1.283.650 1.628.596 7,0 8,1 9,7 11,5 13,7 16,5 Distrito do Porto 61.662 77.227 96.550 135.324 164.511 219.834 5,9 6,5 7,4 8,7 10,0 12,3 Grande Porto 42.212 54.533 70.350 99.963 123.431 165.592 5,7 6,5 7,6 8,9 10,6 13,1 Tâmega 26.582 31.359 34.925 45.290 51.188 64.827 6,5 7,1 7,7 9,0 9,9 11,8 Vale do Sousa 9.763 11.482 12.960 18.161 21.327 28.862 6,0 6,1 6,1 7,0 7,6 9,3 Com. Urbana Vale do Sousa 10.729 12.727 14.285 19.763 23.120 31.119 6,1 6,2 6,2 7,2 7,8 9,5 Castelo de Paiva 966 1.245 1.325 1.602 1.793 2.257 6,2 7,0 8,2 9,4 10,9 13,0 Felgueiras 1.977 2.345 2.570 3.673 4.180 5.494 5,9 6,0 6,2 7,6 8,2 9,5 Lousada 1.422 1.663 1.915 2.709 3.162 4.032 5,7 6,0 6,0 7,1 7,4 9,0 Paços de Ferreira 1.293 1.517 1.805 2.635 2.960 4.513 6,0 5,5 5,4 6,5 6,7 8,5 Paredes 1.999 2.459 2.835 4.131 5.094 7.266 5,5 5,7 5,3 6,1 7,0 8,7 Penafiel 3.072 3.498 3.835 5.013 5.931 7.557 6,7 7,0 7,1 7,8 8,7 10,5

Fonte: INE – Portugal, IX, X, XI, XII, XIII e XIV Recenseamentos Gerais da População, 1950-2001.

Nota: Os valores de população por grupo etário relativos a 1950 dizem respeito à população presente e não à população residente. Os valores concelhios de população residente relativos a 1970 referem-se apenas à “população residente nas famílias” (excluem, por isso, a “população residente nas convivências”).

O panorama do envelhecimento na região poderá ser aferido de uma forma graficamente sugestiva observando as Figuras 2.3 e 2.4. Nelas se registam, respectivamente, o comportamento do índice de dependência de idosos (que mede a relação entre a população com 65 e mais anos e a população entre os 15 e os 64 anos) e o índice de envelhecimento (que mede a relação entre a população com 65 e mais anos e a população entre os 0 e os 14 anos).

Figura 2.3 Índice de dependência de idosos (1950-2001)

6,00 8,00 10,00 12,00 14,00 16,00 18,00 20,00 22,00 24,00 26,00 1950 1960 1970 1981 1991 2001 Portugal Distrito do Port o Grande Porto T âmega Vale do Sousa Penafiel

Figura 2.4 Índice de envelhecimento (1950-2001) 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0 90,0 100,0 110,0 1950 1960 1970 1981 1991 2001

Portugal Distrito do Porto Grande Porto Tâmega Vale do Sousa Penafiel

Fonte: INE – Portugal, IX, X, XI, XII, XIII e XIV Recenseamentos Gerais da População, 1950-2001.

Com a chegada dos anos 80, algumas alterações vão verificar-se no comportamento destas variáveis. Assim, o peso específico dos idosos, embora em crescimento regular até 2001, não mais excederá os valores distritais e nacionais. Neste ano, o diferencial em causa será mesmo de 6 pontos percentuais relativamente ao valor do Continente e de quase 2 em relação ao do Distrito. Quanto à componente juvenil da população, embora em diminuição persistente desde 1970, ela permanecerá bem acima dos níveis do Continente (+5,4 pontos percentuais, em 2001) e do Distrito (+3,5 pontos percentuais, também em 2001).

2.2.4. Uma visão panorâmica da estrutura etária das populações do Vale do Sousa e de Penafiel permite assinalar que o processo de envelhecimento no topo e na base, apesar de não deixar de se verificar no contexto territorial que privilegiamos, apresenta, contudo, aqui, um ritmo de concretização bem menos intenso do que aquele que se desenha a nível do país e do Continente – neste segmento do Noroeste Português as “pirâmides etárias” como que resistem, apesar de tudo, a metamorfosear-se em “urna”.

Começando pelo envelhecimento no topo, observar-se-á que, no Vale do Sousa, a proporção de idosos fica, em 2001, a sete pontos percentuais do valor característico do Continente, enquanto, em Penafiel, tal distância, embora ligeiramente atenuada, não deixa de

atingir os seis pontos. Os números parecem apontar, aliás, neste caso, para um lento processo de divergência – que ocorre ao longo de toda a segunda metade do século XX – em relação aos valores médios nacionais, facto que, não parecendo explicável por disparidades significativas em matéria de taxas de mortalidade (ver Quadro 2.7), deve ser encarado como efeito estatístico simétrico de uma certa resistência ao envelhecimento na base, que aqui também se verifica.

De facto, quanto aos escalões etários mais baixos, o que se verifica é que, não tendo eles, em 2001, o peso específico que haviam alcançado em 1981 (ano em que a proporção de jovens até aos 15 anos ultrapassou um terço do total de efectivos, contra um quarto registado a nível do Continente), a verdade é que este grupo continua, no Vale do Sousa e em Penafiel, a apresentar um valor acima dos 21%, quando no Continente não chega a 16% (ver Quadro 2.16).

Nada melhor, para tornar bem expressivo o resultado conjugado desta dupla resistência (no “topo” e na “base”), no Vale do Sousa e em Penafiel, ao envelhecimento da população, do que regressar à Figura 2.4. Representando esta, graficamente, a evolução comparativa dos índices de envelhecimento nas principais unidades espaciais que temos considerado, e sabendo-se que estes correspondem à relação entre a proporção de idosos (65 ou mais anos) e a proporção de jovens (menos de 15 anos) no conjunto da população residente, então a referida Figura permite-nos tornar bem patente o efeito conjugado dos dois tipos de divergência que assinalámos. Para um valor do índice que já é, no Continente, superior a 100, Penafiel mantém-se no patamar dos 50, algo acima, apesar de tudo, do que ocorre no conjunto do Vale do Sousa.

Relativamente ao peso específico dos escalões etários intermédios no conjunto da população, a estabilidade que verificámos ter existido no Continente ao longo da segunda metade do século XX não teve confirmação – bem longe disso – no Vale do Sousa e em Penafiel.

Por razões que dificilmente poderão deixar de ser imputadas à forte incidência de fenómenos de repulsão demográfica em determinados períodos, chegou a ser muito baixa, em comparação com os valores do Continente, a proporção de adultos (15 a 64 anos) na região e no concelho. Mais recentemente, tal défice deixou, contudo, de se verificar, assistindo-se, a partir dos anos oitenta, a uma subida brusca das proporções em causa, que, aliás, ultrapassaram, em 2001, a do Continente (ver Quadro 2.17).