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5.4 Hospital D 123

5.8.5 Estrutura organizacional 147

No final de 2010, foi concluído o processo de governança e profissionalização do grupo. Na esfera societária, há um conselho composto de todos os sócios, em que são definidas as principais estratégias e aquisições.

No hospital, há um conselho consultivo composto por nove membros independentes, seguindo o modelo do IBGC, que ajudam no direcionamento e nas

diretrizes. O hospital funciona como holding, porque tem participação acionária em todas as empresas do grupo.

Abaixo do conselho consultivo, há o presidente executivo do grupo, responsável pelas 10 empresas, sendo diretor executivo dos dois hospitais; as outras empresas têm estruturas próprias que se reportam a ele. Abaixo do presidente, nos dois hospitais, há diretores executivos das áreas econômico- financeira, comercial e de marketing, área técnica e diretoria operacional (suporte e hotelaria).

5.8.6 Processo decisório

Uma decisão de ampliação é analisada no conselho consultivo e então vai ao conselho societário. O conselho consultivo faz as vezes de conselho de administração, que se reúne mensalmente. Os diretores executivos e financeiros são indicados pelo conselho consultivo e aprovados pelo conselho societário.

A razão da ampliação foi, em primeiro lugar, atender uma demanda e, em segundo, renovar e modernizar o hospital. O segundo hospital foi primeiramente pensado para ser uma maternidade. Consultadas, as operadoras manifestaram-se contra a criação da maternidade e orientaram para a criação de serviço pediátrico (hoje, esta unidade é a que apresenta a melhor rentabilidade).

Todas as decisões de ampliação foram precedidas de benchmarking, que consiste em realizar visitas a instituições brasileiras e depois no exterior. Só então o projeto é elaborado, a partir das tendências observadas. As pesquisas de mercado que têm sido feitas são basicamente de satisfação de clientes. Como se percebia uma demanda reprimida, o trabalho de pesquisa foi basicamente consultar as operadoras que já trabalham com o hospital. Não foi contratada assessoria externa.

O público-alvo do hospital foi e continua sendo o público B. A classificação de público, A, B, C, etc., de fato é feita com o plano das operadoras Trabalham com os planos intermediários dos convênios, o que significa atendimento em apartamento. A acomodação em enfermarias caminha para a extinção. Mantêm- se algumas unidades de enfermaria, para atender ao plano próprio. Mantêm ainda

um caráter de hospital geral, com todas as especialidades, em decorrência da demanda local.

Corpo clínico: em várias empresas os sócios são médicos que participam do processo de decisão. No processo de planejamento, os médicos são chamados a participar. O corpo clínico é organizado em equipes de especialidades. O hospital tem corpo clínico aberto. O médico é visto tanto como captador de pacientes para o hospital, como prestador de serviço para o paciente que procura a instituição, por exemplo, pelo pronto-socorro.

O fato de outros hospitais estarem se ampliando acaba tendo forte influência no processo de ampliação: por exemplo, nos investimentos em tecnologia e em hotelaria. Não obstante, as ampliações feitas até agora foram voltadas mais para a demanda, já que têm uma realidade mais local.

5.8.7 Comunicação

No planejamento estratégico, procura-se ouvir todos os colaboradores, médicos, fornecedores. Os resultados obtidos são divulgados com transparência.

Há boletins voltados para a divulgação interna e externa (por exemplo, para as operadoras), além de releases produzidos para a imprensa.

5.8.8 Planejamento estratégico

Há dez anos realizam planejamento estratégico para cinco anos, com revisão anual. O acompanhamento é feito através do BSC, reuniões trimestrais, para acompanhamento dos objetivos, e mensais, dos indicadores. O orçamento é anual, revisado semestralmente e acompanhado pelo conselho mensalmente.

O coordenador do planejamento estratégico é o presidente e há assessoria externa contratada. Todas as esferas participam do planejamento estratégico, que tem duração de aproximadamente três meses.

5.8.9 Estratégias da organização

O grupo, que é privado e tem sido certificado em qualidade, desenvolveu- se muito nos últimos dez anos, consolidou-se em tecnologia e como hospital de primeira linha na cidade de São Paulo, e profissionalizou a gestão e a governança. O processo de profissionalização visou à perspectiva de crescimento, pois será muito mais fácil se lançar no mercado para novos parceiros e captações, na medida em que têm uma empresa organizada.

O entrevistado acha provável que o grupo permaneça independente e não acredita que seja comprado por uma rede. Julga que vá crescer, até para fazer frente ao processo de verticalização que ocorre no setor, e, por isso, terá que crescer para outras regiões da cidade e buscar novos parceiros.

Segundo o entrevistado, esta é a discussão travada no momento: para ser competitivo, o grupo terá que crescer e buscar novos parceiros.

As estratégias surgem em parte dos anseios da família dos sócios, mas também são fruto das pressões de mercado, das operadoras e dos fornecedores. O entrevistado acredita que as macroestratégias são concebidas pelos conselhos, mas também há pressões de demanda feitas, por exemplo, pelas equipes médicas que trazem reivindicações.

5.8.10 Definição de estratégia

"Estratégia é justamente o caminho pelo qual a gente chega aos nossos objetivos. Você define os objetivos, e depois define o caminho que vai percorrer."

5.9.1 Caracterização do entrevistado

É o diretor geral estatutário da entidade desde 2010. Está na organização há quatro anos como executivo.

É engenheiro e administrador. Trabalhou por muitos anos na área de equipamentos voltados para a indústria da saúde. Tem experiência como consultor e executivo em organizações hospitalares. Com formação em engenharia e administração, não fez cursos específicos na área de saúde.

A vinda do entrevistado para a instituição fez parte de um contexto em que os proprietários se afastavam da administração e traziam um profissional do mercado, com o objetivo de aumentar a eficiência do hospital, para torná-lo mais atrativo para eventual aporte de capital, que acabou por ocorrer num processo que levou à mudança do controle societário.

5.9.2 Caracterização do hospital

Fundado nos anos 1950, foi adquirido recentemente por uma holding dona de outras empresas do setor saúde. É um hospital privado com finalidade lucrativa.