• Nenhum resultado encontrado

2.4 Planeamento Urbano Sustentável

2.4.2 Estrutura Verde Urbana

As cidades são constituídas por vários componentes, edifícios, ruas, espaços verdes, entre outros, que, no seu conjunto, formam a cidade e lhe dão uma imagem própria. Cidade esta que é habitada e vivida por pessoas que se relacionam entre si e com o espaço que as envolve.

Da árvore ao canteiro, ao jardim de bairro ou ao grande parque urbano, as estruturas verdes constituem também elementos identificáveis na estrutura urbana com forma e funções próprias. Caracterizam a imagem da cidade; têm individualidade própria; desempenham funções precisas: são elementos de composição e do desenho urbano; servem para organizar, definir e conter espaços. Assim, embora os espaços verdes representem uma componente fundamental e indispensável à qualidade de vida urbana, eles nem sempre têm sido alvo da atenção merecida e, na maior parte das vezes, acabam mesmo por ter um tratamento secundário.

Os espaços verdes “são os espaços livres entendidos como espaços exteriores, enquadrados na estrutura verde urbana, que se prestam a uma utilização menos condicionada, a comportamentos espontâneos e a uma estada descontraída por parte da população utente. Inclui, nomeadamente: jardins, equipamentos desportivos a céu aberto e praças com exclusão dos logradouros privados” (DGOTDU, 2000). Assim, correspondem a “um conjunto diversificado de espaços cobertos de material vegetal. Abrange portanto um espectro impreciso onde se misturam passeios arborizados, quintas privadas, parques e jardins públicos, canteiros, separadores de vias públicas, faixas non aedificandi para protecção de infraestruturas ou de defesa ambiental, etc.” (LOBO et al., 1995).

Foi com a evolução das cidades ao longo dos tempos, sobretudo com o crescimento dos espaços urbanizados, que a necessidade de espaços verdes foi surgindo. Esta necessidade tornou-se mais evidente a partir da era industrial, com o consequente êxodo da população rural para a cidade, tendo sido nesta altura que surgiu o conceito de “espaço verde urbano como um espaço que tinha por objectivo recriar a presença da natureza no meio urbano” (MAGALHÃES, 1991). Desde então as necessidades têm evoluído e, naturalmente com elas, a concepção de espaço verde.

Assim, “a ideia de espaço verde revela-se como uma resultante de situações e funções onde dominam, de forma organizada ou não, os valores naturais e o grau de impermeabilização do solo é reduzido. A heterogeneidade do seu desenho e localização relativamente às áreas edificadas são imagem evidente da forma como com elas se relacionam e dos modos de uso e fruição possíveis no contexto urbano. As alterações culturais que acompanham o curso da história dos Homens e das sociedades deram origem a novos conceitos de articulação da cidade edificada com o meio natural” (FADIGAS, 1993).

No século XIX os espaços verdes eram essencialmente locais de encontro, de estadia ou de passeio público. Com as cidades industrializadas surgiu o conceito de “pulmão verde”, ou seja, o de espaço verde com dimensão suficiente para produzir o oxigénio necessário à compensação das atmosferas poluídas. Seguiu-se o aparecimento do conceito de “Green Belt”, ou seja, de cintura verde a rodear a “cidade antiga” separando-a das zonas de expansão pois considerava-se que estas cinturas criavam condições de oxigenação, humidificação e filtragem do ar indispensáveis para a melhoria da atmosfera urbana. Já no início do século XX afirma-se a ideia da estrutura

verde ou da rede de espaços verdes, a defesa de um contínuo que penetrasse as cidades

(CARVALHO, 2003). Este conceito relativo à cidade articula-se com outro que também surgiu entretanto, o conceito de continuum naturale que pretendia devolver a natureza às cidades, deixando que “a paisagem envolvente penetre na cidade de modo contínuo e tentacular, de diferentes formas e funções, que vão desde o espaço de lazer e recreio ao de enquadramento de infra-estruturas e edifícios, aos espaços de elevada produção de frescos agrícolas e à protecção de linhas ou cursos de água com seus leitos de cheia e cabeceiras” (MAGALHÃES, 1991). Este propósito é alcançado, seja através da criação de novos espaços ou da recuperação dos existentes, e da sua ligação através de

corredores verdes integrando caminhos de peões e vias.

Assistiu-se assim à evolução de uma ideia inicial de jardim, como espaço verde de referência em meio urbano, para a ideia de espaço verde, em si mesmo, consolidando-se este conceito como componente essencial no espaço urbano. Ora, esta evolução “resulta, na passagem do conceito individualizado para o conceito massificador, a

Figura 12 – Paisagem Urbana Com e Sem Espaços Verdes, Adaptado de PRINZ, 1984

necessidade de se encontrarem critérios de caracterização tipológica e funcional susceptíveis de tornar facilmente inteligível o papel, natureza, organização e funções dos espaços verdes urbanos” (FADIGAS, 1993). Pode-se observar na figura 12 um retrato da paisagem urbana com e sem espaços verdes (PRINZ, 1984).

Esta evolução diversificada da concepção de espaço verde a par da verificação de que os espaços verdes urbanos actuam favoravelmente no meio físico dos aglomerados e sobre o bem-estar dos seus habitantes, levou a que fosse necessário estabelecer padrões mínimos a adoptar.

Assim, decorrente da investigação sobre as funções de produção de oxigénio e absorção de dióxido de carbono, regularização do estado higrométrico e da temperatura do ar, a absorção e filtragem das poeiras atmosféricas ALOYS BERNATZKY (1966, in MAGALHÃES, 1991), considera que 40 m2 de espaço verde total por habitante seriam suficientes para satisfazer aqueles objectivos.

Contudo, para além da importante acção que os espaços verdes exercem sobre a saúde física e mental dos habitantes das cidades, eles constituem também um equipamento social, tanto mais indispensável quanto mais urbanizadas forem as áreas onde se inserem. Esta necessidade surge da pressão social e cultural que impõem uma cada vez mais elevada qualidade ambiental, fazendo com que os espaços verdes sejam indispensáveis no espaço urbano e representem mesmo um “movimento cultural de fusão das entidades cidade e campo” (FADIGAS, 1993).

A preocupação com a necessidade de espaços verdes na cidade foi também evidenciada na CARTA DE ATENAS (1933), considerando os espaços verdes componentes essenciais na construção da cidade. Assim quanto “mais a cidade aumenta, menos as

condições da natureza aí são respeitadas. Por condições da natureza entende-se a

presença, numa proporção suficiente, de certos elementos indispensáveis aos seres vivos: Sol, Espaço e Verdura (…) são os três primeiros materiais do urbanismo” (CARTA DE ATENAS, 1933). Considera-se então que o primeiro dever do urbanismo é o de atender às necessidades fundamentais do Homem, pois a sua saúde depende, em

grande parte, da submissão às condições de natureza. Neste sentido, o ar tem a sua qualidade assegurada pela presença de espaços verdes e deverá ser puro, desprovido não só de poeiras inertes como também de gases nocivos; o sol comanda todo o crescimento, pelo que deverá penetrar no interior de cada alojamento para ai espalhar os seus raios sem os quais a vida se estiola; e o espaço tem de ser largamente distribuído, pois a sensação de espaço é de ordem psicológica e a estreiteza das ruas, o estrangulamento dos saguões, criam uma atmosfera tão perniciosa para o corpo como deprimente para o espírito.

Ora, as principais vantagens da existência de estrutura verde urbana poderão resumir-se (CARVALHO, 2003): na estabilidade e estruturação biofísica do território, acautelando especialmente um eficaz escoamento das águas pluviais; no conforto ambiental, sendo que a vegetação poderá desempenhar um papel importante na protecção dos ventos, na regulação da temperatura e da humidade e no combate à poluição, pela sua acção filtrante e descontaminante da atmosfera; no enriquecimento estético e diversificação da paisagem urbana, em movimento, forma, cor, sombra, valor psicológico de presença de elementos naturais; e na oferta de espaços para recreio e lazer, prática de desporto, contacto com a representação da natureza. Assim, a qualidade do ambiente urbano é essencialmente feita dos espaços verdes, sobretudo da sua diversidade, usos e funções. Assim, a concepção dos espaços verdes urbanos deve sempre considerar, além da aptidão ecológica, os seguintes aspectos: os critérios de localização, determinados em função da natureza do revestimento vegetal e do tipo de actividade a que vai servir de suporte; o dimensionamento, que deve ser estabelecido em função da viabilidade económica de manutenção desses espaços e, uma vez mais, das actividades neles previstas; e as características ecológicas da região, em que se inserem e a tipologia/estrutura urbana de que farão parte integrante.

Vários países têm determinado padrões mínimos referentes aos espaços verdes urbanos, pelo que se apresentam em seguida alguns breves exemplos de alguns países da Europa (MAGALHÃES, 1991). Em França, uma circular governamental de 1973 estabeleceu a norma de 10 m2/habitante de espaço verde de proximidade, em meio urbano denso e para os espaços verdes de fim-de-semana determinou 25 m2/habitante. Em Espanha, o anexo ao regulamento de planeamento prevê a reserva, em solos de uso residencial, de uma área média de 15 m2/alojamento para jardins, qualquer que seja a dimensão das unidades de alojamento. São classificadas como jardins públicos as superfícies que reúnam as seguintes condições mínimas: superfície não inferior a 1000 m2, onde possa ser feita uma circunferência de 30 m de diâmetro mínimo; possua condições apropriadas para a plantação de espécies vegetais e tenham garantida uma adequada exposição solar em relação à possível edificação circundante. Em Itália, um decreto ministerial de 1968

estabeleceu índices urbanísticos para as zonas residenciais consoante a sua tipologia, desde as zonas mais densas e antigas até às zonas pouco edificadas, da periferia. Esses valores vão desde os 9 m2/habitante no primeiro caso, até aos 15 m2/habitante nas zonas não edificadas ou parcialmente edificadas, contíguas a áreas de natureza histórica, artística ou arqueológica. Esse limiar desce para os 8 m2/habitante no que se refere aos municípios com uma população inferior a 10 000 habitantes. Em Inglaterra, em termos médios, e para uma população de cerca de 80 000 habitantes, a “National Playing Fields Association” previa a reserva de 52 m2/habitante para espaços verdes urbanos. E em Portugal, o Centro de Estudos de Planeamento integrou nas normas para programação de equipamentos colectivos uma regra que define, globalmente, para as expansões urbanas, a exigência da disponibilidade de 30 m2 de espaço verde por habitante, correspondendo a 20 m2 a espaço verde integrando a estrutura verde principal e 10 m2 a espaço verde integrando a estrutura verde secundária (FADIGAS, 1993). No entanto, o valor que se considera desejável para a estrutura verde urbana é de 40 m2 de espaço verdepor habitante (MAGALHÃES, 1991), englobando a estrutura verde urbana e sub-

urbana.

Naturalmente que este valor é considerado tendo em conta a influência que os espaços verdes exercem no controle climático e na purificação da atmosfera urbana, dado que “um ser humano tem necessidade de uma quantidade de oxigénio igual à que pode fornecer uma superfície foliar de 150 m2, ou seja, uma área de 40 m2 (Bernatzky, 1966,

in MAGALHÃES, 1991).

O referido valor recomendado corresponde à área de toda a estrutura verde urbana, cuja concepção deve atender ao conceito de continuum naturale definido Art.º 5.º da Lei de Bases do Ambiente (Lei n.º 11/87, de 7 de Abril) como: “o sistema contínuo de ocorrências naturais que constituem o suporte da vida silvestre e da manutenção do potencial genético e que contribui para o equilíbrio e estabilidade do território”, constituindo como que um sistema arterial da cidade, de forma semelhante à rede viária, e integrar vários tipos de espaços, hierarquizados de acordo com a sua situação ecológica e função a desempenhar.

Por estrutura verde urbana “entende-se o conjunto de áreas verdes para uso predominantemente público, que asseguram um conjunto de funções ecológicas em meio urbano e ainda com funções de estadia, de recreio e de enquadramento da estrutura urbana. Nesta estrutura se engloba todos os espaços verdes, designadamente, as alamedas, praças, jardins públicos e parques urbanos” (DGOTDU, 2000).

Neste sentido, a estrutura verde urbana deverá ser constituída por duas sub-estruturas, para as quais se apontam os seguintes dimensionamentos (MAGALHÃES, 1991):

estrutura verde principal – 30 m2/habitante; e estrutura verde secundária – 10

m2/habitante.

Considera-se então que a estrutura verde principal é constituída pelos espaços verdes localizados nas situações ecológicas mais favoráveis à sua implantação e abarca, naturalmente, entre outras, as áreas de maior interesse ecológico ou as mais importantes no funcionamento dos sistemas naturais (vegetação, circulação hídrica e climática, património paisagístico, etc.). Assim, integra as áreas da Reserva Agrícola Nacional e da Reserva Ecológica Nacional que se localizem nas zonas urbanas e sua periferia e que, por tal, deverão assumir também funções urbanas. É através desta estrutura verde

principal que se procura assegurar a ligação da paisagem envolvente ao centro da

cidade e também o enquadramento das redes de circulação viária e pedonal, mediante integração dos espaços que constituem os equipamentos colectivos verdes de maior dimensão e de concepção mais naturalista.

O equipamento verde situado nestas ou noutras zonas, simultaneamente mais ricas e mais sensíveis sob o ponto de vista ecológico, terá manifestamente maior capacidade de utilização pelo jogo e recreio, necessitando, no entanto, dum maior encargo de manutenção. “Estas áreas não apresentam apenas valor estruturante, cénico ambiental, tendo também um uso próprio, de lazer, recreio ou desporto. Este será tão mais intenso quanto mais estas áreas forem dotadas de equipamentos, se situarem junto de outras estadias e percursos urbanos e revelarem segurança. Importa por isso que tenham visibilidade, presença constante de pessoas e que se articulem de forma muito próxima com outras funções.

Já a estrutura verde secundária é constituída pelos espaços públicos adjacentes às habitações, aos serviços, aos equipamentos e às actividades económicas e que, por terem uma utilização diária e direccionada a todos os grupos etários, não devem localizar-se a uma distância que ultrapasse os 400 m do utente. Representa então o espaço verde integrado no “contínuo construído”, que penetra nas zonas edificadas, sendo portanto de cunho mais urbano, e modifica-se ao longo do seu percurso, para constituir ora um espaço de jogo e recreio, ora uma praça arborizada, ora um separador entre trânsito e de peões, entre outros. Esta estrutura verde secundária “não inclui apenas o verde. O contexto desses espaços está de tal forma colado à expressão de cada área urbana, que é impossível entendê-los independentemente. Será preferível então denominá-los de espaços abertos, não edificados, e pensá-los especificamente para cada parte da cidade. Estes espaços poderão ser públicos ou privados; com o modernismo – abertura de quarteirões – surgem também os semi-privados” (CARVALHO, 2003). A estrutura verde secundária, integrada no contínuo construído, deverá situar-se até 400 m do utente. Desta área, a reservada aos idosos e crianças até aos 5 anos não deverá

localizar-se a mais de 100 m da habitação. Para uma distância máxima, em superfície plana, o utente percorre a pé com conforto até 800 m. A partir de 800 m o equipamento deve ser servido por transporte público.

Por fim, salienta-se que a estrutura verde urbana deve ser encarada como um equipamento colectivo (tal como uma escola, um centro de saúde, etc.), que é fundamental para alcançar determinado nível de qualidade de vida, e deve procurar garantir a relação de continuidade com áreas mais naturalizadas, persistindo o carácter predominantemente verde destes espaços de forma a assegurar a sua dinâmica ao nível biológico e ecológico.

Para melhor entender o conceito de estrutura verde urbana apresentam-se as tabelas 4 e 5 que sintetizam a sua utilização e tipologia (MAGALHÃES, 1991). Refira-se que os valores apresentados nas seguintes tabelas correspondem apenas a recomendações globais que podem contribuir para a criação de uma estrutura verde.

Tabela 4 – Estrutura Verde Urbana – Utilização, Adaptado de MAGALHÃES, 1991

Estrutura Verde Urbana

Recomendações Globais de Planeamento:

Estrutura Verde Principal

(Integrada no contínuo natural)

Utilização Máxima

Utilização Média

Utilização Mínima

> Parque de cidade (zonas verdes especiais – Espaços Verdes didácticos, feiras, exposições, etc.) > Parque Urbano

– Espaços Verdes ligados ao Equipamento Escolar de Saúde, Desportivo, Cultura, etc. > Parque Sub-Urbano

> Desporto Livre

> Hortas Urbanas

Parques de Campismo Zonas de Merenda

– Zonas de Protecção (em relação às zonas industriais, às infraestruturas de transporte, aos ventos, etc.) – Zonas de Protecção às Linhas de Drenagem Natural das Águas Pluviais

– Matas de Protecção 20 m 2/habitante – Zonas Agrícolas – Cemitérios 10 m 2/habitante

Estrutura Verde Secundária

(Integrada no contínuo construído)

Utilização Máxima > Espaços para recreio infantil (0-5 anos) > Espaços para recreio infantil (6-9 anos) > Espaços para recreio juvenil (10-16 anos) > Espaços para Idosos e Adultos

> Espaços para Convívio e Encontro (praças arborizadas, alamedas, “jardim público”, etc) Espaço Verde ligado ao Equipamento Escolar e de Saúde, próximo da habitação

Total: 30 m2/habitante

Tabela 5 – Estrutura Verde Urbana – Tipologia, Adaptado de MAGALHÃES, 1991

Estrutura Verde Secundária Estrutura Verde Principal

Estrutura Verde Urbana Espaços Adjacentes à Habitação Espaços Próximos da

Habitação Parque Urbano Desporto Livre Hortas Urbanas Parque da Cidade

Parque Sub- Urbano

Utentes Crianças (0-5 anos) e Idosos Todos os residentes do bairro

Toda a população da área de influência deste espaço Toda a população da área de influência deste espaço Agregados interessados Toda a população do centro urbano e respectiva área de influência População urbana e, eventualmente, população da região

Ritmo de Utilização Diário Diário

Semanal ou diário para as populações residentes ou que trabalham nas imediações Semanal ou diário para as populações residentes ou que trabalham nas imediações Semanal Diário para os utentes do centro da cidade Semanal para a população da região Semanal ou ocasional

Acessibilidade/Localização Até 100 m Até 400 m 800 m

Em função dos transportes públicos Em função dos transportes públicos Junto ao centro da cidade Em função dos transportes públicos

Dimensionamento 10 m2 por habitante 20 m2 por habitante

Unidade Funcional Depende da morfologia urbana e das características da população ≥ 3 ha ≥ 5 ha 200 m2/cada ≥ 30 ha ≥ 80 ha

População Base - 2 500 hab. 10 000 hab. 10 000 hab. 10 000 hab. 10 000 hab. 250 000 hab.

Recreio infantil (0-5) e de Idosos Recreio infantil (6-9) Recreio juvenil (10-16) Recreio e convívio de adultos e idosos Recreio convívio e desporto Áreas de desporto livre, polivalente, associado a zonas de estar

Nota: As hortas não deverão existir isoladamente. A área mínima conveniente depende do tipo de solo e da disponibilidade de água ESPAÇOS VERDES ESPECIAIS como Jardim Zoológico, Jardim Botânico, locais para feiras, exposições, zonas de convívio, etc Zonas de merenda, parques de campismo, percursos. etc

A legislação portuguesa no Decreto-Lei n.º 555/99, de 16 de Dezembro, que aprovou o novo regime jurídico da urbanização e da edificação, estipula que os projectos de loteamento devem prever áreas destinadas à implantação de espaços verdes e de utilização colectiva, infra-estruturas viárias e equipamentos. Ora, a Portaria n.º 1136/2001, de 25 de Setembro, veio definir os parâmetros de dimensionamento das áreas destinadas a espaços verdes e de utilização colectiva, infra-estruturas viárias e equipamentos de utilização colectiva, determinando os valores mínimos a considerar, atendendo aos tipos de ocupação do espaço, como se pode observar na tabela 6.

Tabela 6 – Tipologia de Espaços Verdes, Adaptado do ANEXO I da Portaria n.º 1136/2001, de 25 de Setembro

Tipo de Ocupação Espaços Verdes e de Utilização Colectiva Equipamentos de Utilização Colectiva Habitação em Moradia Unifamiliar 28 m 2/fogo 35 m2/fogo

Habitação Colectiva 28 m2/120 m2 a.c.1 hab. 35 m2/120 m2 a.c. hab.

Comércio 28 m2/100 m2 a.c. com. 25 m2/100 m2 a.c. com.

Serviços 28 m2/100 m2 a.c. serv. 25 m2/100 m2 a.c. serv.

Indústria e ou Armazéns 23 m2/100 m2 a.c. ind./armaz. 10 m2/100 m2 a.c. ind./armaz.

Refira-se que, embora os espaços verdes estejam já previstos na lei, bem como o seu respectivo dimensionamento, aqueles valores podem considerar-se pouco satisfatórios no sentido de garantir uma correcta e continuada presença de espaços verdes no espaço urbano, para além de nada ser dito quanto à necessidade de regras específicas relativas para a manutenção futura destes espaços.

Este diploma define que os espaços verdes e de utilização colectiva são espaços livres, entendidos como espaços exteriores, enquadrados na estrutura verde urbana, que se prestam a uma utilização menos condicionada, a comportamentos espontâneos e a uma estada descontraída por parte da população utente. Inclui, nomeadamente, jardins, equipamentos desportivos a céu aberto e praças, com exclusão dos logradouros privados em moradias uni ou bifamiliares e que os equipamentos de utilização colectiva são áreas afectas às instalações (inclui as ocupadas pelas edificações e os terrenos envolventes afectos às instalações) destinadas à prestação de serviços às colectividades (saúde, ensino, administração, assistência social, segurança pública, protecção civil, etc.), à prestação de serviços de carácter económico (mercados, feiras, etc.) e à prática de actividades culturais, de recreio e lazer e de desporto.

A questão fundamental é que “muitos dos espaços verdes assim programados não

Documentos relacionados