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4.3.1- Processos

Os processos serão demonstrados através de fluxograma(s), que representarão da forma mais fiel possivel o fluxo de atividades e informações do processo (ou subprocesso) em estudo, e também através de formulário para a descrição das atividades.

Para a representação gráfica do macro fluxograma, propõe-se a utilização de diagramas de blocos. Cada bloco, por sua vez, representará a divisão do que se pretende analisar. Assim, obedecendo a hierarquia do processo (como definido no capítulo II), para cada caso deve-se definir o que é um processo e quais são suas divisões. Isto deverá ser definido pela equipe técnica responsável pela aplicação deste modelo, com a participação de outros profissionais que estejam bastante envolvidos com as atividades analisadas, uma vez que para cada organização poderá ocorrer diferente entendimento do que são considerados processos, subprocessos, atividades ou tarefas. O mais importante, é que o fluxograma represente a realidade e seja o mais informativo possível, sem conter informações em excesso. Considerando que os aspectos de segurança do trabalho normalmente exigem ações em nível de atividades, e até de tarefas, alguns processos, ou

suas subdivisões, podem e devem ser detalhados (explodidos), a partir do uso de outros diagramas de blocos, aumentando assim o nível de particulariedade exigido.

As etapas básicas para a construção de um diagrama de blocos podem ser as seguintes; a) Definir o nível de detalhamento pretendido (superficial ou profundo); b) Definir o que se deseja analisar (processo, subprocesso, atividade, tarefa); c) Definir quais e quantos são os blocos para a seqüência de eventos analisados; d) Montar o diagrama de blocos, respeitando a seqüência de acontecimento dos eventos.

Como observado, na elaboração de um fiuxograma de processos ocorre a participação de várias pessoas, de forma que o mesmo deve ser aproveitado para as primeiras discussões referentes ao objetivo final de sua construção, que são os aspectos de segurança do trabalho. Isto possibilita os primeiros contatos com as pessoas envolvidas no processo em questão, aumentando o nível de participação de todos, o desenvolvimento do espirito de equipe entre os participantes e a compreensão dos trabalhos desempenhados pelos demais.

Um exemplo de formulário, apresentando os diagramas propostos, está demonstrado no formulário “01 a” (anexo 1.2a).

No formulário “01 b” (anexo 1.2b), são descritos os tipos de fluxo de produção (em linha, em células, etc.) e o tipo de produção (em massa, em lote, unitária) e o lay-out operativo.

A partir do diagrama de blocos definido no formulário Cia, para cada bloco, propõe-se a realização da descrição pormenorizada das atividades pertinentes aos mesmos, com o objetivo do conhecimento e do registro de informações mais detalhadas.

Este é, também, o momento das primeiras anotações sobre as relações entre as atividades pré estabelecidas pela organização (formais), e aquelas realizadas na prática pelos trabalhadores. Assim, pode ser verificado se o trabalhador encontrou uma forma diferente de realizar as atividades e, se estas, são melhores ou piores que aquelas pré estabelecidas, no que diz respeito aos aspectos de segurança do trabalho.

Portanto, a partir do formulário “C1c” (anexo 1.2c), esta descrição deverá ser apresentada. Outras ferramentas de análise de métodos de trabalho em geral, podem contribuir para a execução desta fase.

Capítulo 4 96

4.3.2- Tecnologia

Como definido nos capítulos II e in, a fase tecnologia está subdividida em três níveis: hardware, orgware e software, que serão apresentados em separado.

4.3.2.1- Hardware

Para a coleta de dados referentes aos bens fisicos incorporados à execução de atividades laborais, propõe-se o uso de um formulário com as seguintes informações a serem aplicadas sobre cada bloco do diagrama realizado na fase anterior. Para cada equipamento/máquina/dispositivo, propõe-se os seguintes indicadores básicos a serem identificados:

1- Descrição do equipamento/máquina/dispositivo- sua marca, modelo, fiinções básicas, utilidades e dificuldades para o uso.

2- Matéria prima envolvida/objetos de trabalho - quantos e quais estão envolvidos na execução da atividades em estudo.

3- Tipificação- definir o tipo de funcionamento do equipamento. Exemplo, se o mesmo é automático, manual, misto, etc.

4- Porte- qualitativamente, determinar se o objeto de interesse é pequeno, médio ou grande.

5- Condições visuais- verificar se as condições físicas em geral do equipamento em questão é boa, satisfatória, regular ou ruim. Comentar.

6- Grau de risco- determinar de forma qualitativa e preliminar se os riscos inerentes ao dispositivo analisado é baixo, médio, médio alto, alto. Comentar.

7- Possíveis danos ao homem- quais são os principais agentes de risco envolvidos. Agentes químicos, físicos, biológicos, ergonômicos ou de acidentes.

8- Controle de riscos já existentes- descrever as medidas de segurança já existentes no equipamento, tanto aquelas oriundas de sua fabricação, quanto aquelas incorporadas pela empresa (sinalização, para de emergência, manutenção periódica, sistema preventivo contra incêndios, etc.).

Esta fase é considerada preliminar, de forma que os dados coletado serão qualitativos, por observação, e através de troca de informações com o pessoal envolvido, sendo que nenhum juízo de valor ainda será feito. Alguns dados preliminares desta fase, referentes aos riscos, serão confirmados, ou não, na etapa de investigação.

Um exemplo de formulário, apresentando a ordenação de dados propostos a serem coletados, está demonstrado no formulário “C2a” (anexo 1.2d).

4.3.2.1- Orgware

Para a coleta de dados referentes a estrutura organizacional da empresa e da forma como as atividades relacionadas à segurança do trabalho são realizadas na prática, propõe- se o uso de um formulário com a seguinte estrutura:

Com relação á estrutura organizacional da empresa, os dados serão diretamente apresentados através de um fiuxograma hierárquico. A partir deste fiuxograma, pode-se definir as relações formais da área de segurança do trabalho, porém, devem ser feitas, também, observações sobre as relações informais desta área de conhecimento com as demais áreas de atuação da empresa. Isto possibilitará o conhecimento de informações importantes sobre como a segurança do trabalho funciona e, também, como a mesma é vista pelos vários segmentos da organização.

1- Elaboração do fiuxograma da estrutura hierárquica da empresa- posicionando, formalmente, o setor de segurança do trabalho.

2- Observações sobre a atuação da segurança do trabalho- apresentar comentários sobre a divisão de tarefas e responsabilidades internas ao setor de SHST; Coleta de informações e impressões através de diálogos com gerentes e trabalhadores, sobre a atuação prática do setor de segurança do trabalho; Verificar o grau de participação dos dos demais setores na tomada de decisão de aspectos relacionados á segurança do trabalho; outros..

Um exemplo de formulário, apresentando a ordenação de dados propostos a serem coletados, está demonstrado no formulário “C2b” (anexo 1.2e).

Capítulo 4 98

4.3.2.3- Software

A coleta de dados explícitos referentes às pessoas envolvidas nos processos de trabalho, pode ser feita a partir das informações obtidas sobre os aspectos relacionados abaixo. Esta atividade será realizada através da consulta de documentos existentes na empresa e, em observações in loco. Importante salientar que alguns dados serão complementados nos formulários referentes aos riscos no ambiente laborai (ergonômicos), e apresentados na etapa investigar.

1- Definição da atividade de interesse- a partir da descrição das atividades realizadas no formulário “C ia”.

2- Capacitação para a atividade- verificação dos requisitos e necessidades básicas de capacitação dos trabalhadores, referentes à execução da atividade em estudo, principalmente relacionadas à: habilidades especiais (destreza manual, intelectual, escolaridade, legal, etc.); ocupação (especializada, semi-especializados, não qualificados); aptidão fisica (preparo/constituição física, acuidade visual, resposta auditiva, etc.); treinamentos (se há necessidade ou não, e qual o tipo).

3- Dados de morbidade- Queixas dos próprios trabalhadores e resultados dos últimos exames médicos ocupacionais realizados.

4- Rol de Incompatibilidades verificadas- Relacionar as incompatibilidades, ou seja, relacionar os requisitos de capacitação (item 2) com as condições apresentadas na prática e, verificadas in loco.

* Os dois primeiros itens, dizem respeito às necessidades inerentes à atividade em estudo.

Os itens 3 e 4, dizem respeito as verificações, in loco, das condições reais em que os trabalhadores executam suas atividades.

* O perfil profissiográfico padrão de cada função (ou seja, o perfil com as exigências funcionais específicas para a referida função), quando existentes na empresa, é uma ferramenta muito útil para execução deste passo.

Um exemplo de formulário, apresentando a ordenação de dados propostos a serem coletados, está demonstrado no formulário “C2c” (anexo 1.2f),