• Nenhum resultado encontrado

5 METODOLOGIA DA PESQUISA

5.1 ETAPAS DA PESQUISA

A presente pesquisa foi desenvolvida em quatro grandes etapas. Por se tratar de pesquisa teórica, a principal e mais demorada etapa executada foi a de revisão bibliográfica, base para todo o trabalho desenvolvido.

A etapa de revisão bibliográfica aqui chamada de etapa de formação do referencial teórico, embora fundamental para qualquer tipo de pesquisa, neste caso foi ampla de forma a fornecer o referencial teórico necessário para atender os objetivos da pesquisa.

O Quadro 5.2 sintetiza as etapas de pesquisa.

QUADRO 5.2 – Etapas de Execução da Pesquisa

ETAPA DA PESQUISA DESCRIÇÃO

1 – Revisão Teórica Etapa mais longa da pesquisa, os dados e informações nela

coletados serviram de base para as outras etapas da pesquisa. Como fontes de dados e informações foram utilizados livros, artigos científicos, revistas, anais de cogressos, leis e normas, páginas de Internet, visitas técnicas e entrevistas informais com especialistas. Devido ao caráter inovador da presente pesquisa, houve a necessidade de se pesquisar uma gama larga de temas: definições de qualidade, alimentos e assuntos afins; teorias de troca; teoria acerca da gestão de cadeias de suprimentos e afins; sistemas de informação e afins; prêmios da qualidade; métodos de pesquisa; teorias de marketing; métodos e ferramentas da qualidade e outras teorias econômicas e de gestão.

2 – Elaboração da ECQ/MCQ Nesta etapa, com base nos dados e informações levantados na etapa 1, definiu-se o conceito de corodenação da qualidade, Estrutura para Coordenação da Qualidade (ECQ) e a lógica de implantação e aplicação do Método para Coordenação da Qualidade (MCQ), além de propor um tipo de estrutura para o agente coordenador.

3 – Ilustração e Avaliação Ilustrou-se a ECQ e o MCQ com dados da cadeia de maçã

minimamente processada. Além disso, com o intuito de verificar se a ECQ e o MCQ são aplicáveis na prática, avaliou-se a ECQ e o MCQ através de um workshop realizado com 9 representantes de média gerência de 3 usinas sucro-alcooleiras e 4 produtores rurais fornecedores de cana-de-açúcar para as referidas usinas.

4 – Divulgação Os resultados desta pesquisa já estão sendo divulgados

desde 2003, com a apresentação deste trabalho em congressos e simpósios nacionais e internacionais e publicações em revistas científicas nacionais. Previstos para o ano de 2005, os próximos passos de divulgação desta pesquisa serão a publicação de artigos em periódicos científicos internacionais, apresentação dos resultados em congressos nacionais e, se possível, internacionais, além da publicação de um livro.

Fonte: Elaboração própria.

Para a avaliação da ECQ e do MCQ, realizou-se um workshop na cidade de Sertãozinho-SP, conforme descrito na linha 3 do Quadro 5.2, contando com a presença de representantes das usinas Santa Elisa, Albertina e Santo Antonio.

Todas as três usinas estão entre as maiores do Brasil, sendo que a primeira situa-se entre as maiores do mundo. Tais usinas são referências nacionais na produção de açúcares granulado, invertido ou líquido.

Nenhuma das três usinas trabalha exclusivamente com cana própria, ou seja, parte da matéria-prima processada advém de terceiros (fornecedores externos). Todas as usinas escolhidas trabalham com uma visão sistêmica da cadeia do açúcar, comprovado por visita técnica e entrevista a gerentes dessas usinas, antes da execução do workshop.

Todas as três usinas são certificadas conforme as normas da série ISO, possuindo os certificados ISO 9001:2000 e ISO 14000, além de já possuírem os sistemas de Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC), Boas Práticas Agrícolas (BPA) e Boas Práticas de Higiene (BPH), implantados ou em fase de implantação em suas linhas de produção de açúcar.

Além disso, todos os gerentes presentes no workshop, haviam participado ou estavam participando dos processos de implantação e auditoria interna relativos a tais certificações.

Essas características das usinas e gerentes foram importantes para garantir que todos possuissem um nível mínimo de conhecimento e aplicação de sistemas da qualidade sendo a base para a coordenação da qualidade na cadeia como próximo passo a ser almejado na busca de mais elvados patamares de capacidade competitiva.

Todos os gerentes que participaram do workshop tinham ao menos 10 anos de experiência no cargo, com profundo conhecimento das práticas de produção aplicados em suas respectivas áreas de dentro de cada usina: agrícola, produção e vendas/expedição.

A ausência de representantes do segmento de distribuição e outras empresas compradoras de açúcar para elaboração de outros produtos alimentícios foi satisfatoriamente coberta pela presença dos gerentes de vendas que possuíam forte relacionamento com segmentos a jusante na cadeia.

Os produtores rurais escolhidos foram graduandos em administração ou graduados em engenharia agronômica. Tal característica dos produtores escolhidos pode ocasionar na falsa impressão de que a implantação da ECQ e MCQ junto ao segmento

de produção agrícola poderia ser relativamente fácil. Porém, mesmo sabendo desse viés, a escolha de produtores rurais com alto nível de formação acadêmica foi necessária.

Por se tratar de um trabalho teórico, para uma avaliação confiável da ECQ e MCQ, o entendimento dos princípios teóricos e da lógica de funcionamento e implantação do MCQ, tornava-se fundamental.

Certamente, a escolha de produtores rurais com baixo nível de escolaridade comprometeria tal entendimento.

Por fim, todos os produtores rurais escolhidos eram fornecedores das usinas em questão e eram considerados exemplares segundo o sindicato rural da região de Sertãozinho-SP. Apesar disso, muitos pontos de conflito foram levantados entre os representantes das usinas e os produtores rurais, como é visto mais adiante.

A avaliação da ECQ e do MCQ se deu a partir da aplicação de um questionário formado por questões fechadas, semi-abertas, e abertas, num total de 18 questões, facilitando a compreensão do significado da resposta sem, contudo, tolhir a necessidade de expressão das pessoas inqueridas (Apêndice D).

O questionário foi aplicado após a ECQ e o MCQ terem sido descritos aos representantes das usinas e produtores rurais.

O resultado da aplicação do questionário encontra-se no Capítulo 8 que trata da ilustração e da avaliação da ECQ e do MCQ.

Os questionários respondidos sofreram análises qualitativa e quantitativa, onde para cada questão respondida, identificaram-se palavras e frases-chave com o intuito de se verficar qual o percentual das respostas apresentavam um mesmo sentido em questionários de diferentes respondentes.

A escolha de representantes da indústria sucro-alcooleira para executar a avaliação da ECQ e do MCQ se deu por dois motivos fundamentais: facilidade para reunir representantes de empresas líderes de mercado de dada cadeia de produção agroalimentar e importância estratégica da indústria sucro-alcooleira.

A importância estratégica da indústria sucro-alcooleira pode ser atestada ao serem analisados seus histórico e dados produtivo-econômicos recentes.

Segundo o MAPA (2005), a cana-de-açúcar foi introduzida no Brasil para consolidar a colonização portuguesa e, ao mesmo tempo, garantir grandes lucros à metrópole, a cana-de-açúcar tornou-se um dos produtos mais importantes do

agronegócio brasileiro, sendo que do auge durante o chamado ciclo da cana (séculos XVI e XVII) aos dias de hoje, a cultura sempre manteve uma forte participação na economia nacional.

O país é o maior produtor mundial de cana, com uma área plantada de 5,4 milhões de hectares e uma safra anual de cerca de 354 milhões de toneladas. Em conseqüência disso, também é, naturalmente, o mais importante produtor de açúcar e de álcool (MAPA, 2005).

Em 2003, segundo dados consolidados pela Secretaria de Produção e Comercialização (SPC), as exportações de açúcar atingiram 12,9 milhões de toneladas, com receita de US$ 2,1 bilhões, um resultado 2,2% superior ao registrado em 2002. Os principais destinos do açúcar brasileiro foram a Rússia, Nigéria, Emirados Árabes Unidos, Canadá e Egito. A produção em 2003/2004 atingiu a marca de 24,8 milhões de toneladas de açúcar (MAPA, 2005).

A cana também é matéria-prima para extração de álcool. Cada tonelada de cana tem o potencial energético de 1,2 barril de petróleo. Atualmente, o álcool movimenta 15% da frota automotiva do país. Em 2003/2004, o Brasil produziu 14,4 bilhões de litros de álcool. Em 2004, o volume de embarques ficou em torno de 800 milhões de litros (MAPA, 2005).

Por ser um combustível não-poluente, o álcool é um produto que cada vez mais interessa às nações interessadas em reduzir a emissão de gases nocivos à saúde humana.

Países como a China e o Japão já manifestaram intenção de importar o combustível, comprovando a perspectiva de que as exportações de álcool cresçam a taxas elevadas nos próximos anos (MAPA, 2005).

A Figura 5.1 detalha e relaciona as etapas da pesquisa caracterizadas no Quadro 5.2, procurando evidenciar a seqüência lógica geradora desta tese e de sua proposta teórica.

O Capítulo 6 seguinte dá início à Etapa 2 da pesquisa ao descrever e detalhar os elementos constituintes da Estrutura para Coordenação da Qualidade (ECQ) e os módulos do Método para Coordenação da Qualidade (MCQ).

A Etapa 3 da pesquisa inicia-se com o Capítulo 7 que descreve e ilustra o Procedimento para Implantação da ECQ/MCQ (PIEM).

Conceitos Fundamentais

Cadeia de Produção Agroalimentar

Network

Netchain

Qualidade: aspectos genéricos

Qualidade de Produto

Padrões e Iniciativas para Alimentos Gestão da Qualidade

Gestão da Cadeia de Suprimentos

Teorias de Relações de Troca

Coordenação de Cadeias de Produção Requisitos da Qualidade em Alimentos Cadeia de Redes de Produção COORDENAÇÃO DA QUALIDADE EM CADEIAS DE PRODUÇÃO AGROALIMENTARES Segurança dos Alimentos

REFERENCIAL TEÓRICO

Requisitos para Proposta de Modelo para Coordenação da Qualidade Necessidades de Melhoria Justificativa Relevância Necessidades Realidade da Qualidade do Setor Agroalimentar Desenvolvimento de um Método para Coordenação da Qualidade Módulos do Método para Coordenação da Qualidade Elementos da Estrutura para Coordenação da Qualidade Desenvolvimento de uma Estrutura para Coordenação da Qualidade ECQ MCQ PIEM Procedimento de Implantação da ECQ/MCQ Ilustração e Avaliação da ECQ e do MCQ CONCLUSÕES DIVULGAÇÃO Etapa 1 da pesquisa Etapa 2 da pesquisa Etapa 3 da pesquisa Etapa 4 da pesquisa

Fonte: Elaboração própria.

6 PROPOSTA DE ESTRUTURA E DE MÉTODO PARA COORDENAÇÃO DA