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O REINO E A IGREJA

B) USO NOS EVANGELHOS

Jesus usou este título apenas indiretamente:

1. Referindo-se a Deus como seu Pai. (Mt 11.22 e Jo 5.17,18) “meu Pai trabalha até... e eu também” = a Deus.

2. Narrando a Parábola dos lavradores maus (Mc 12.6); 3. Confirmando no Julgamento pelo Sinédrio (Mc 14.61,62);

4. Chamando Deus de Pai na oração agonizante no Getsêmani. (Mc 14.36). Outras pessoas aplicaram o título a Jesus:

1. Evangelho de João 20.31. Explicando a finalidade do Evangelho.

2. A voz de Deus: no batismo de Jesus: Mc. 1.11; Lc 3.22; Mt 3.17. No episódio da transfiguração: Mt. 17.5; Mc 9.7; Lc 9.35.

3. Na tentação, Satanás diz: Se tu és o Filho de Deus, manda que estas pedras se tornem em pães (Mt 4.3).

4. Na possessão do Gadareno os demônios o reconheceram (Mt 8.29). 5. Pedro o declara em nome do Colégio Apostólico (Mt 16.16,17).

C) OS TRÊS SENTIDOS DO TÍTULO “Filho de Deus”:

1. O SENTIDO MESSIÂNICO.

Só poderia ser usado por aquele que fosse realmente o Messias — o Rei de Israel (Mt 16.16-20); o Ungido, o Enviado por Deus para redimir a Israel e toda a criação. Jesus confirmou no Sinédrio (Mc 14.61). Jesus suportou, sendo escarnecido na cruz (Mt 27.40; Mc 15.32).

2. O SENTIDO ÉTICO.

Só poderia ser usado por aquele que fosse realmente o Messias — o Rei de Israel (Mt 16.16-20); o Ungido, o Enviado por Deus para redimir a Israel e toda a criação. Jesus

confirmou no Sinédrio (Mc 14.61). Jesus suportou, sendo escarnecido na cruz (Mt 27.40; Mc 15.32).

3. O SENTIDO ÉTICO.

Denota que Jesus tinha uma relação especial, íntima e obediente a Deus, tornando-se jus ao título por atuar intensamente em todos os seus ideais, propósitos e obra.

4. O SENTIDO METAFÍSICO.

Jesus tem a mesma essência e natureza de Deus. Jesus é igual ao Pai. No ventre da virgem Maria, Jesus foi gerado, não criado, não houve começo para Deus. Ele veio ao mundo e se encarnou — como Jesus histórico (Jo 1.1) Ele disse “Antes que Abraão existisse, eu sou” (Jo 8.57,58) (Note que há diferença entre ser criado — ter começo e entre ser gerado — “dar origem ou existência a” ou “é dar o ser a”).

II. “Filho do Homem” [p. 893]

Entender o significado desse título implica em resultados dinâmicos em nosso posicionamento e em nossa atuação como servos de Deus no mundo. “Filho de” significa “o que tem a natureza de” ou “o que tem participação com”.

Esse título identificou Jesus Cristo com o ser humano.

- Participante dessa natureza, de suas fraquezas, limitações e necessidades; também de seus objetivos e de seu destino; menos de sua pecaminosidade. Jesus levou sim as suas dores, se fazendo pecado (não pecador) por nós, para assumir a penalização, conforme Isaías 53 e Filipenses 2.7,8.

Esse título proclamou sua humanidade.

- Sua natureza inicial e ideal bem como escatológica (cf. Ef 4.13) quando Deus há de restaurar e glorificar o homem, vivificado e eternizado (cf. 1 Co 15.45-47) ”Ele é o

homem padrão que Deus queria que todos fossemos: Ele é o paradigma de toda a humanidade.”(Lima, p.105).

1. SENTIDO DO TÍTULO NO VT

Aparece às vezes no VT, só para designar a pessoa humana.

“Deus não é homem... nem filho do homem...” [{fdf)-}eb = Ben ādām] (Nm 23.19). “Que é o homem... e o filho do homem [{fdf)-}eb = Ben ādām] para que o visites” (Sl 8.4).

“Eu sou aquele que vos consola; quem, pois és tu para que temas o homem, que é mortal, ou o filho do homem [{fdf)-}eb = Ben ādām] que se tornará em feno?” (Is 51.12).

No livro do profeta Ezequiel, as dezenas de vezes em que o termo é empregado, refere-se ao profeta que é de natureza terrena e humana, mas autorizado por Deus (Ez 2.1).

Ez 2.1: E disse-me: Filho do homem [{fdf)-}eb = Ben ādām], põe-te em pé, e falarei contigo.

Já no livro de Daniel, o termo aparece no sentido messiânico, designando aquele ser especial e sobrenatural, revestido de glória e poder, que vem da parte de Deus para estabelecer um reino eterno (Dn 7.13,14).

Dn 7.13: Eu estava olhando nas minhas visões noturnas, e eis que vinha com as nuvens do céu um como filho de homem [$fnE) rab bar nasha]; e dirigiu-se ao ancião de dias, e foi apresentado diante dele.

“Este texto é outra representação da esperança messiânica. O título do Nazareno, Filho do Homem, provavelmente se baseou nesta passagem. A passagem dá, em resumo, a mensagem principal das profecias messiânicas: o reino de Deus na terra vencerá o poder dos inimigos e será estabelecido pelo Filho do Homem, que terá domínio eterno sobre todos os povos, nações e línguas”.27

“Baseando-se nos versículos 18, 22, 27 do capítulo 7, alguns intérpretes pensam que a frase “um como Filho do Homem” refere-se ao “povo glorificado e ideal de Israel”, “os santos do Altíssimo”. Mas a frase “vinha com as nuvens do céu” não concorda com a interpretação coletiva. Os dois títulos, “Filho do Homem” e “Servo Sofredor”, referem-se ao Redentor que veio do povo escolhido; da nação sacerdotal. O domínio mundial do Messias é facilmente transferido “ao povo glorificado e ideal da Israel”.28

2. SENTIDO DO TÍTULO USADO POR JESUS: Modo messiânico e também escatológico.

Davis, em o Dicionário da Bíblia, diz que 78 vezes o título “filho do homem” é usado no NT.

O Senhor Jesus fez uso deste título inúmeras vezes, identificando-se com a profecia de Daniel (7.13,14,26,27).

Mt 24.30 “Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem...”.

Mt 25.31,32 “E quando o Filho do homem vier em sua glória e todos os anjos... se assentará no trono da sua glória... e apartará uns dos outros...”.

Este título no cumprimento da profecia de Daniel nos consola, dando-nos a certeza de que Jesus Cristo já inaugurou o seu Reino Eterno entre nós. Isto nos motiva a manter nossa posição de servos, que paciente e perseverantemente prosseguem na expansão do Reino, pregando, ensinando e discipulando. Assim como ele é enviado do pai e a nós enviou (Jo 20.21) para produzirmos muitos frutos, compreendendo que se Ele identificou- se conosco através dos sofrimentos, carências, tentações, porém, vencendo em tudo e tirando o pecado do mundo, nós agiremos de tal modo, que resguardaremos o Evangelho

27 CRABTREE. A. R. TEOLOGIA DO VELHO TESTAMENTO. 2ª ed. Rio de Janeiro, JUERP, 1977. 28 Ibid.

das ideologias políticas, das distorções religiosas de falsos profetas, para apresentar o Evangelho, a sã doutrina em conquista de almas através da obra missionária.

Identificando-nos assim com os nossos semelhantes, conscientes de suas misérias, condenação e penalização sem Cristo e saindo do aconchego dos templos para buscar as almas perdidas pelas ruas, praças, casas e favelas, na certeza da esperança de que em breve veremos aquele que se identificou como o Filho do Homem, para ajudar os homens em suas fraquezas, vindo sobre as nuvens com poder e grande glória, como chefe supremo da nossa salvação e vitória.

JOÃO, O BATISTA - UM NOVO PROFETA, INAUGURA UMA NOVA

No documento TEOLOGIA BÍBLICA DO NOVO TESTAMENTO BENTES (páginas 30-34)

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