• Nenhum resultado encontrado

As metodologias ágeis é tema recorrente em várias conferências da Engenharia de Software pelo mundo. Embora se tenha passado quase 20 anos depois de seu surgimento, ainda continuam estudos e não faltam pesquisadores que se aprofundam no tema. Assim sendo, nada mais que oportuno a apresentação de dados que possam refletir a real situação de como elas se encontram hoje, seus principais obstáculos e suas fórmulas de sucesso e

4.2.1 Cenários

Neste trabalho, a evolução das metodologias ágeis está sendo medida em relação aos últimos nove anos, desde a pesquisa realizada por Dybå e Dingsøyr [44] e Dikert et al. [40], este último, um trabalho realizado em 2016 e chegando até os dias atuais. Para que isto pudesse ser realizado empiricamente, os cenários inicial e final foram comparados com as pesquisas daquela época (2008), conferindo os dados em 2016 e também por meio da questão número 5 do questionário da pesquisa de campo (2017). Entretanto, um cenário intermediário também se fez necessário, onde levou-se em consideração os dados apresentados por Melo et al. [98] em maio de 2012, que mostrou um relativo crescimento da adoção de metodologias ágeis, especificamente Scrum. Os dados podem ser vistos na Tabela 4.3

4.2.2 Formatação e Análise

Reportando-se à Tabela 4.1, a legenda “NA” representa a informação de que o participante nunca utilizou metodologia ágil em sua empresa, até o presente momento em sua vida profissional — mas que utiliza Metodologias Tradicionais, na atualidade. Para uma melhor compreensão, em um primeiro momento, os dados foram formatados em dois grupos distintos, sendo o primeiro com os dados sobre as metodologias que mais se sobressaíram, SCRUM e XP, colocando-as lado a lado para comparação conforme a Tabela 4.3, e o segundo grupo, mostrado na Tabela 4.4, com as outras metologias citadas e também as respostas de quem nunca as utilizaram, mas reportando apenas os estudos referentes à pesquisa de campo deste trabalho, a qual rotulou-se de Mazuco(2017).

(a) Dybå x Melo x Mazuco

A Tabela 4.3 evidencia as colunas M, Dybå/2008, Melo/2012 e Mazuco/2017, com os seguintes elementos: A coluna M mostra os dados que representam os resultados das três pesquisas estudadas, constando de XP, SCRUM e Outras. Cabe ressaltar que a variável “Outras” representa os resultados diferentes de Scrum e XP, podendo ser uma outra metodologia ágil ou ainda as metodologias tradicionais; A coluna Dybå/2008 formata e apresenta os resultados de sua pesquisa realizada em 2008 [44]; A coluna Melo/2012 formata e apresenta os dados da pesquisa empreendida por Melo em 2012 [98] e a coluna Mazuco/2017 sumariza e apresenta os dados constantes da Tabela 4.1, especificamente os dados da coluna METODOLOGIA, portanto os dados da pesquisa de campo deste trabalho.

Tabela 4.3: Evolução das metodologias Scrum e XP, em comparação com outras metodologias desde 2008.

M Dybå/2008 Melo/2012 Mazuco/2017

XP 76% 7.3% 16.7%

SCRUM 3% 51.1% 44.4%

Outras 21% 41.6% 38.9%

Para esses dados, um script rodando no programa R (ver o Apêndice F) obteve o gráfico mostrado na Figura 4.3. Evidencia-se que em 2008, com o estudo de Dybå, a metodologia XP tinha a preferência dos desenvolvedores de software, um resultado esperado para a época, pois a metodologia estava bem consolidada entre os praticantes, bem aliados aos pressupostos de Kent Beck [15] e seus adeptos. Portanto, em 2008 a curva do gráfico acentuado em XP justificava-se pela sua forte presença, em detrimento de Scrum de Schwaber e Sutherland [133], que apenas despontava no cenário, ocupando uma terceira posição, ainda bem abaixo das outras metodologias juntas.

Em 2012, com os estudos de Melo et al. [98], o panorama se inverte, onde houve uma queda na adoção da metodologia XP, desta vez dando lugar à metodologia Scrum que passou a ocupar 51% da preferência. Entretanto, é digno de menção que outras metodologias passassem a ocupar o lugar que era quase exclusivo de XP e essa tendência vem a se consolidar no presente estudo, conforme apresentado na Figura 4.3, apontado por Mazuco(2017) com um aumento considerável (38,9%). Percebe-se que com o passar do tempo as metodologias ágeis apresentaram uma tendência a se tornar homogêneas, embora Scrum nos dias de hoje ainda ocupe a primeira posição do ranking com 44,4% da preferência.

Dyba(2008) Melo(2012) Mazuco(2017) Evolução das Metodologias Ágeis 2008 a 2017

0 20 40 60 80 100 76.0 3.0 21.0 7.3 51.1 41.6 16.7 44.4 38.9 XP Scrum Outros %

Chamou a atenção o considerável aumento da adoção de outros tipos de metodologias que não Scrum e XP. É notório que esse fenômeno também foi observado nos três cenários descritos. Em 2008, 21% das preferências era destinado a essas metodologias, e em 4 anos cresceram o dobro. Dybå rotulou essas metodologias de Lean, que entre elas era a que mais se sobressaía, e as demais de “Genéricas”. Melo especificou bem as outras metodologias diferentes de Scrum e XP denominando-as, ora como um misto entre as duas, ora como tipos customizados entre elas e até uma variante do Scrum denominada Scrumban. Essas, juntas, ocupavam 41,6% da preferência. Em 2017 há uma pequena diminuição na ocorrência dessas outras metodologias, portanto mantendo essa tendência, fato que mereceu uma análise em separado.

(b) Outras Metodologias (Mazuco/2017)

Neste estudo, o intuito era descobrir, dos 38,9% que responderam “Outras”, quais eram as metodologias utilizadas, mesmo quem não adotassem metodologias ágeis, ou seja: o que representa os dados compilados em "Outras". Esses dados foram transportados para uma outra tabela, conforme apresentado na Tabela 4.4, que sumariza os resultados diferentes de SCRUM e XP da pesquisa de campo deste trabalho, esses dados também são mostrados na quinta coluna da Tabela 4.1, onde a variável M identifica o fato ocorrido (“Metodologias Tradicionais”, “Lean”, “FDD”e “Kanban” e a variável Mazuco/2017, a sumarização dos resultados.

Tabela 4.4: Outros resultados evidenciados em Mazuco/2017.

M Mazuco/2017

Metodologias Tradicionais 57.1%

Lean 7.1%

FDD 14.3%

Kanban 21.5%

Neste cenário, pouco mais da metade dos participantes que não adotavam Scrum ou XP (38,9% da pesquisa de Mazuco/2017) informaram que utilizavam as Metodologias Tradicionais, com um percentual de ocorrência de 57,1%. Dentre as metodologias Lean, FDD e Kanban. Neste cenário, dentre as metodologias ágeis, Kanban é a que mais se sobressaiu, ocupando a segunda posição com 21,5%, ficando FDD e Lean nas posições subsequentes com 14,3% e 7,1%. O gráfico da Figura 4.4 mostra esse panorama.

Values

Outras Metodologias − Mazuco(2017)

0 20 40 60 80 100 7.1 14.3 21.5 57.1 LEAN FDD KANBAN

Minha equipe nunca usou

%

Figura 4.4: Outras metodologias em Mazuco(2017).