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7.9 - Outras informações relevantes

suprimentos. Por outro lado, os agentes tradicionais do varejo alimentar consistem em diversos canais de venda alimentar que já existiam antes do surgimento das redes varejistas modernas. Tradicionalmente, são representados por pequenas e médias empresas, pertencentes e gerenciados por famílias ou indivíduos, e cujos processos de cadeia de suprimentos dependem da compra de produtos vendidos por pequenos distribuidores e armazéns.

Varejistas de alimentos nacionais vs. regionais

A indústria varejista de alimentos brasileira é altamente competitiva e a maioria dos principais varejistas de alimentos do Brasil é controlada por companhias estrangeiras. O Carrefour foi o primeiro varejista alimentar internacional a se estabelecer no Brasil, quando abriu seu primeiro hipermercado, em 1975. Vinte anos mais tarde, em 1995, a rede norte-americana Walmart entrou no mercado brasileiro, principalmente através da aquisição de redes locais, e em junho de 2018 vendeu o controle de sua participação (80%)para o fundo de investimentos Advent Internacional. Em 1999, o grupo francês Casino também entrou no mercado e, em 2012, tornou-se o acionista controlador da Companhia Brasileira de Distribuição, ou Grupo Pão de Açúcar (GPA). Em dezembro de 2018, os dois maiores participantes do mercado com cobertura nacional representavam, juntos, 30,9% do total de vendas no varejo alimentar (o Carrefour detinha uma participação de mercado de 15,8%, enquanto a do GPA era de 15,1%), segundo a ABRAS. O restante do mercado é majoritariamente composto por varejistas regionais ou estaduais.

Fonte: (I) ABRAS 2019

Os nossos concorrentes variam dependendo da localização e do formato das lojas, e a participação de mercado pode variar substancialmente de uma região para outra. O principal concorrente nacional do Atacadão até o momento é o Assaí, uma bandeira do Grupo Pão de Açúcar, que opera no segmento de atacado de autosserviço. Outros concorrentes de destaque são o Makro, Sam’s Club e Maxxi (ambos do Grupo Walmart Brasil), Roldão e Tenda. No formato de hipermercados, os principais concorrentes do Carrefour são o Extra, do grupo Pão de Açúcar, que opera lojas no Sudeste e no Sul do Brasil, e o Walmart, que opera através de várias bandeiras nas regiões Sudeste, Nordeste e Sul do Brasil. Nossos supermercados localizados no Estado de São Paulo e nas regiões metropolitanas de Belo Horizonte e Brasília tendem a competir com empresas regionais, como os Supermercados BH e a Epa Supermercados. As nossas lojas de conveniência Carrefour Express, localizadas na cidade de São Paulo, concorrem, principalmente, com as bandeiras Minuto Pão de Açúcar, Extra Mini, do Grupo Pão de Açúcar e com a bandeira Dia, embora também concorra com várias bandeiras locais.

A indústria varejista de alimentos ainda é muito fragmentada no Brasil. De acordo com o Supermercado Moderno, há mais de 160 varejistas de alimentos no Brasil com mais de 100 milhões de reais em vendas no varejo.

56.3

53.6

8.5 6.9

6.3 6 5.3 3.7

3.4 3.1

Carrefour GPA Cencosud Irmãos Muffato SDB Companhia de Alimentos

Supermercados BH Companhia Zaffari DMA Distribuidora Sonda Supermercados

Savegnago Supermercados

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Hábitos de consumo e formatos do setor de varejo de alimentos

Os hábitos de consumo dos brasileiros têm evoluído e têm induzido mudanças na proposta de valor e de compras dos formatos do varejo alimentar. Atualmente, os consumidores tendem a realizar compras em diversos formatos. A recente desaceleração econômica brasileira fez com que os consumidores ficassem mais sensíveis aos preços e cada vez mais dispostos a trocar a conveniência e um maior nível de serviços na loja a fim de economizar, o que favoreceu o formato atacado de autosserviço. Por outro lado, alterações nas características demográficas urbanas, como famílias menores, maior expectativa de vida e mobilidade mais desafiadora nas grandes cidades, têm incentivado a demanda por experiências de compra mais curtas e próximas de casa, favorecendo os formatos supermercado e conveniência.

Outro ponto importante na mudança dos hábitos de consumo dos brasileiros está na conscientização em consumir alimentos frescos e saudáveis. Nossa campanha “Act for Food” busca desenvolver produtos com garantia de origem e rastreabilidade via QR code, valorizar produtos e produtores locais trazendo maior frescor ao nosso portfólio, expandir nosso sortimento de produtos orgânicos, desenvolver um corredor saudável dentro de nossos hipermercados e ampliar nossas parcerias com fornecedores.

-Formatos de loja

Atualmente, existem quatro principais formatos de lojas no varejo alimentar brasileiro - (1) atacado de autosserviço, (2) hipermercados, (3) supermercados e (4) lojas de conveniência. Os formatos atacado de autosserviço e lojas de conveniência vêm ganhando participação desde 2011, de acordo com o Planet Retail.

Fonte: Planet Retail 2018.

 Atacado de autosserviço. Os atacados de autosserviço são caracterizados principalmente por preços competitivos em todas as categorias de alimentos básicos. Oferece os produtos alimentares básicos, adquiridos em larga escala por consumidores que querem se beneficiar de preços mais baixos, reforçando a oferta de valor do formato no sentido de satisfazer decisões de consumo orientadas por preços.

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 Hipermercados. Os hipermercados são caracterizados principalmente por sua ampla variedade de produtos alimentares e seleção de produtos não-alimentares. Historicamente, os preços competitivos têm sido a principal força dos hipermercados quando comparados aos supermercados, mas, atualmente, para concorrer com os atacados de autosserviço, os hipermercados têm atraído os consumidores pela ampla e diversificada oferta de produtos e serviços.

 Supermercados. Os supermercados são caracterizados principalmente por sua variedade de produtos frescos de qualidade, localização conveniente e alto nível de serviço ao cliente, especialmente em relação às necessidades de reposição. Nos últimos dois anos, este formato tem observado o maior número de abertura de novas lojas de varejo alimentar no Brasil, quase se igualando ao formato de conveniência e 150% maior que o número de aberturas no formato atacado de autosserviço, de acordo com o Planet Retail.

 Conveniência. As lojas de conveniência são caracterizadas pelo sortimento de produtos alimentares básicos oferecidos em lojas convenientemente localizadas próximas aos consumidores, tais como áreas residenciais de alta densidade e ruas comerciais movimentadas. O formato também favorece as oportunidades de consumo no local, como bebidas refrigeradas, alimentos prontos para o consumo e lanches, entre outros.

Varejo não-alimentar

O varejo de produtos não-alimentares em nossas lojas consiste principalmente em bens duráveis, como eletrodomésticos, eletroeletrônicos, dispositivos móveis e equipamentos de informática.

As vendas de produtos não-alimentares, especificamente de bens duráveis, experimentaram fortes taxas de crescimento no Brasil até 2013, mas o agravamento dos indicadores sociais e macroeconômicos contribuiu para um declínio nas vendas nos últimos anos.

Nossos principais concorrentes no varejo de produtos não-alimentares são tipicamente os varejistas existentes, incluindo as operações em lojas físicas e em plataformas de comércio eletrônico, como Via Varejo, Magazine Luiza, Máquina de Vendas, Lojas Americanas, Fast Shop, Ricardo Eletro, B2W, além de grandes e modernos varejistas de alimentos, como o Grupo Pão de Açúcar e o Walmart.

E-commerce

Os varejistas no Brasil vêm adotando cada vez mais uma abordagem omnicanal por meio do desenvolvimento e lançamento de plataformas de e-commerce para complementar sua oferta de produtos e serviços em lojas físicas. No Brasil, o e-commerce representa uma grande oportunidade com inúmeros fatores sustentando sua expansão, tais como: (1) o grande número e a evolução crescente na quantidade de usuários de internet no país, (2) a pequena, mas acelerada penetração do varejo on-line e (3) uma crescente oferta de produtos alimentares on-line.

Usuários de internet numerosos e em crescimento

O Brasil tem o quarto maior número de usuários de internet do mundo (149 milhões em junho de 2018, de acordo com a Internet World Stats). Entretanto, eles representam apenas 71% da população no Brasil, porcentagem que ainda é considerada baixa se comparada a outros países, como o Estados Unidos e o Japão, como evidenciado no quadro abaixo:

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Fonte: Internet World Stats 2019.

Crescente penetração do varejo na internet

As vendas do e-commerce têm crescido rapidamente no Brasil, com um CAGR de 16,1% no período 2011-2018, e o número total de compradores on-line ativos atingiu 58,5 milhões de pessoas em 2018, de acordo com o Ebit.

De acordo com a estimativa do Ebit, as vendas online de alimentos e bebidas no Brasil representaram 2,2% do faturamento de e-commerce em 2018, entrando no ranking das dez principais categorias do e- commerce brasileiro.

Fonte: E-bit/Nielsen

Crescente oferta de produtos alimentares na internet 829.0 560.0 312.3 149.0 143.3 118.6 111.6 109.6 92.1 44.6 0 100 200 300 400 500 600 700 800 900

China Índia EUA Brasil Indonésia Japão Nigéria Rússia Bangladesh Paquistão

Usuários de Internet em 2018 (Milhões)

58% 41% 96% 71% 53% 94% 55% 76% 55% 22%

% Penetração (% do total da população)

18.7 22.5 28.8 35.8 41.3 44.4 48.8 53.2 0 10 20 30 40 50 60 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018

Vendas de E-Commerce (R$ B)

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Embora apenas 1% de cerca de 18.500 varejistas de alimentos no Brasil tenham começado a vender produtos alimentares na internet, de acordo com a ABRAS, as vendas de produtos alimentares na internet deverão crescer significativamente devido à demanda de jovens consumidores urbanos da classe alta, bem como à crescente popularidade do canal entre grupos de consumidores mais velhos e à possibilidade de comprar a qualquer hora e em qualquer lugar uma variedade ilimitada de produtos. Em abril de 2018 o Carrefour iniciou o comércio de produtos alimentares no site

www.carrefour.com.br, antes disponível somente via aplicativo.

Por outro lado, as empresas Walmart e Dia anunciaram em maio de 2019 que encerraram suas operações de comércio eletrônico por conta de reestruturações internas.

As Soluções Financeiras como Pilar Fundamental para o Varejista

Os varejistas do Brasil vêm desenvolvendo parcerias com instituições financeiras para expandir as ofertas de crédito e fornecer aos clientes outros produtos e serviços relacionados. As soluções financeiras normalmente disponibilizadas incluem cartões de crédito de marca própria ou com bandeira, empréstimos pessoais e seguros, oferecendo taxas diferenciadas bem como descontos e benefícios, para compras realizadas em suas próprias lojas. A oferta de uma gama bem desenvolvida de soluções financeiras permite aos varejistas aumentar suas vendas e promover a fidelização dos consumidores, reduzindo simultaneamente os custos operacionais, aproveitando receitas adicionais e captando parte da receita que, não fosse a oferta de soluções financeiras próprias do varejista, seria de outra forma paga aos operadores de cartões ou às agências de financiamento.

De acordo com dados da ABECS, no Brasil, meios de pagamento eletrônicos chegaram a 38,3% de participação no consumo das famílias no 4º Trimestre de 2018.

O faturamento total do Banco Carrefour teve um crescimento de 31,5% em 2018, acompanhado de um forte crescimento em nosso número de cartões emitidos. Segundo a CardMonitor, em setembro de 2018, o CSF já era a quinta maior emissora de cartões no Brasil, atrás apenas dos quatro grandes bancos – Itaú, Bradesco, Santander e Banco do Brasil. Iniciativas para ampliar a base de clientes do cartão Carrefour, como a proposta de isentar a taxa de anuidade do cartão para clientes que comprassem no Carrefour (em qualquer formato) ao menos uma vez por mês, criada em janeiro de 2019, trouxe ganhos consideráveis na captação de novos clientes e em nosso faturamento.

Serviços Complementares (Drogarias e Postos de Combustível)

Acreditamos que drogarias e postos de combustível são ofertas complementares atraentes para varejistas alimentares, aumentando o apelo das lojas ao oferecer aos consumidores a possibilidade de adquirir vários produtos em um único ponto de atendimento (one-stop shop), contribuindo para (i) o aumento do movimento, (ii) aumento da fidelização do cliente e (iii) imagem de preço competitiva.

As drogarias são as principais fornecedoras de produtos farmacêuticos no Brasil. De acordo com o Conselho Federal de Farmácia, existiam mais de 87,8 mil drogarias no Brasil em dezembro de 2018, a maior parte das quais voltadas à venda de medicamentos prescritos, produtos sem receita e produtos de cuidados pessoais. Por outro lado, nos Estados Unidos e em outros países, as drogarias oferecem uma grande variedade de produtos, incluindo alimentos e produtos de higiene pessoal. Acreditamos que esse setor tem potencial para um crescimento contínuo, principalmente devido ao envelhecimento da população, ao maior acesso a medicamentos, em especial devido à crescente proeminência dos medicamentos genéricos, aos níveis mais altos de renda disponível no longo prazo, ao aumento do mercado formal e do foco em cuidados com a saúde por parte dos consumidores. Concorremos principalmente com as grandes redes nacionais de drogarias, como a Raia Drogasil, a DPSP e Pague Menos, além de drogarias locais e regionais.

Os postos de combustíveis são o principal canal de distribuição de combustíveis no Brasil. De acordo com a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis ou ANP, existiam mais de 42.039 postos de combustíveis no Brasil em dezembro de 2017. Os postos de combustíveis no Brasil são impactados pela alta dependência do modal rodoviário na matriz de transportes do país. Quando comparado a outros países com grande extensão territorial, fica claro que o Brasil é mais dependente do transporte rodoviário do que de outros tipos de sistemas de transporte, como ferrovias, hidrovias e dutos. O aumento do número de postos de combustíveis foi diretamente influenciado pelas taxas de

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crescimento do PIB e pelo aumento da frota de veículos, principalmente leves, que influenciam a venda de gasolina, etanol e gás natural. Este, por sua vez, está altamente associado à disponibilidade de crédito e à renda disponível. De acordo com o IBGE, havia mais de 91 milhões de veículos no Brasil em 2016, dos quais 51 milhões eram automóveis. As mudanças legislativas e o aumento da fiscalização no setor de distribuição de combustível ocorridas nos últimos anos restringiram progressivamente a concorrência desleal, criando igualdade de condições no mercado de distribuição brasileiro. Com o passar do tempo, essas melhorias devem beneficiar o mercado formal, por meio da captura de volume de postos de bandeira branca. Concorremos, principalmente, com as grandes redes nacionais de postos de combustíveis, como BR e Ipiranga, bem como com os postos de combustíveis localizados nas adjacências das lojas de alguns dos nossos concorrentes do setor de varejo alimentar.