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15 SIMPLIFICAÇÃO DO DESENHO DAS FORMAS FACIAIS

IV. PROJETO PRÁTICO 4.1. INTRODUÇÃO

4.2. CRIAÇÃO DOS EXERCÍCIOS DE DESENHO

4.2.1. EXERCÍCIOS DE DESENHO DO ROSTO

O primeiro exercício desenvolvido partiu dos desenhos de simplificação das formas do rosto das protagonistas femininas do cinema de animação mainstream, realizados aquando da fase investigativa. Este exercício mostra ao leitor desenhos simplificados de rostos femininos, baseados nas personagens principais dos filmes analisados, e pede-lhe que intervenha sobre os desenhos apresentados. Contudo, esta intervenção não deve ser feita só no sentido de melhor completar o desenho, mas sim com o intuito de modificar o aspeto geral do rosto e contrariar o que seria o primeiro impulso de desenhar segundo aquilo que é considerado estereotipicamente belo.

Figura 23. Exercício 1 – Rosto. Legenda: “Todas estas caras são muito parecidas: cabeças redondas com queixos bicudos, narizes pequenos e olhos grandes. Desenha sobre elas e transforma-as em novas caras mais interessantes e diferentes. Dica: usa bigodes, queixos duplos, cores inesperadas, penteados excêntricos, sinais e verrugas, maquilhagem e – porque não? – monocelhas.”

IV. PROJETO PRÁTICO

4.1. INTRODUÇÃO

A parte prática deste projeto surgiu como resposta aos resultados obtidos nas investigações previamente analisadas. As conclusões retiradas das análises feitas à representação do género feminino no cinema de animação mainstream dos últimos 25 anos e nas séries de animação contemporâneas serviram para justificar o desenvolvimento e propósito do projeto prático: a criação de um livro.

Surgiu assim a vontade de criar um livro de atividades, onde o leitor/utilizador encontraria exercícios de desenho que promovessem o pensamento crítico face ao desenvolvimento de personagens femininas para o contexto da animação mainstream. Cada exercício de desenho seria pensado para abordar questões específicas levantadas pelos resultados da investigação. O objeto final seria então um livro de exercícios que levassem o leitor/utilizador a inovar o desenho da personagem feminina.

No entanto, pareceu-nos pertinente apresentar os resultados obtidos e as conclusões retiradas da investigação para oferecer contexto aos leitores/utilizadores que completassem os exercícios. Surgiu então a ideia de criar duas partes dentro do mesmo livro: uma parte teórica e uma parte prática. Na parte teórica, encontraríamos um resumo das conclusões de cada etapa da investigação, de forma a oferecer ao leitor uma visão geral do estado atual da representação do género feminino no contexto da animação mainstream.

Na parte prática, encontraríamos os vários exercícios de desenho desenvolvidos com o intuito de abordar as diferentes questões levantadas pela investigação.

4.2. CRIAÇÃO DOS EXERCÍCIOS DE DESENHO

Tendo sempre como ponto de partida o trabalho desenvolvido durante a fase de investigação, pensámos que seria pertinente separar os exercícios em dois grandes grupos: exercícios de desenho do rosto e exercícios de desenho do corpo.

4.2.1. EXERCÍCIOS DE DESENHO DO ROSTO

O primeiro exercício desenvolvido partiu dos desenhos de simplificação das formas do rosto das protagonistas femininas do cinema de animação mainstream, realizados aquando da fase investigativa. Este exercício mostra ao leitor desenhos simplificados de rostos femininos, baseados nas personagens principais dos filmes analisados, e pede-lhe que intervenha sobre os desenhos apresentados. Contudo, esta intervenção não deve ser feita só no sentido de melhor completar o desenho, mas sim com o intuito de modificar o aspeto geral do rosto e contrariar o que seria o primeiro impulso de desenhar segundo aquilo que é considerado estereotipicamente belo.

Figura 23. Exercício 1 – Rosto. Legenda: “Todas estas caras são muito parecidas: cabeças redondas com queixos bicudos, narizes pequenos e olhos grandes. Desenha sobre elas e transforma-as em novas caras mais interessantes e diferentes. Dica: usa bigodes, queixos duplos, cores inesperadas, penteados excêntricos, sinais e verrugas, maquilhagem e – porque não? – monocelhas.”

O segundo exercício parte do mesmo princípio que o exercício anterior, mas usando desenhos simplificados de rostos de personagens masculinas. Neste exercício, é pedido ao leitor que transforme as caras masculinas que o livro apresenta em caras femininas. Assim, esperamos iniciar vagarosamente o debate sobre o que realmente distingue um rosto feminino de um masculino, quais são os códigos visuais utilizados nessa distinção e quais são os facilitismos que podemos evitar para tornar os nossos desenhos mais interessantes.

Figura 24. Exercício 2 – Rosto. Legenda: “Agora que os desenhos são baseados em personagens masculinas, já temos mais variedade de formas. Consegues tornar estas caras femininas, desenhando sobre cada uma delas? Dica: Sem desenhar cabelos compridos ou maquilhagem, consegues fazer com que os desenhos pareçam rostos femininos? O que é que distingue uma personagem masculina de uma feminina?”.

O terceiro exercício, apesar de ainda partir do mesmo princípio que os exercícios anteriores, apresenta ao leitor elementos faciais isolados, provenientes tanto de personagens femininas como de personagens masculinas. Depois de dois exercícios estruturados, que apresentam uma base mais rígida de trabalho, este terceiro exercício já sugere o início de uma abstração que será incentivada cada vez mais ao longo das propostas. Pretende-se que o leitor já possa aplicar aqui algum do léxico visual apreendido nos primeiros exercícios e que explore novas possibilidades de representação – mais uma vez, forçando a quebra de convenções sobre os sinais visuais que codificam o género feminino.

Figura 25. Exercício 3 – Rosto. Legenda: “Estes elementos foram inspirados por diferentes personagens, tanto femininos como masculinos. Completa cada cara e cria rostos femininos inesperados.”

O quarto exercício apresenta ao leitor um desafio de caráter mais abstrato, pedindo-lhe que crie rostos femininos a partir das linhas já presentes no papel. Espera-se que o leitor se sinta desafiado, pelo nível de abstração da base de desenho, mas preparado para criar rostos novos, utilizando os códigos visuais previamente treinados. As linhas foram feitas de forma aleatória e depois selecionadas e compostas na dupla página de forma a oferecer apoio ao leitor que procura como poderão aparecer caras nesta composição.

O segundo exercício parte do mesmo princípio que o exercício anterior, mas usando desenhos simplificados de rostos de personagens masculinas. Neste exercício, é pedido ao leitor que transforme as caras masculinas que o livro apresenta em caras femininas. Assim, esperamos iniciar vagarosamente o debate sobre o que realmente distingue um rosto feminino de um masculino, quais são os códigos visuais utilizados nessa distinção e quais são os facilitismos que podemos evitar para tornar os nossos desenhos mais interessantes.

Figura 24. Exercício 2 – Rosto. Legenda: “Agora que os desenhos são baseados em personagens masculinas, já temos mais variedade de formas. Consegues tornar estas caras femininas, desenhando sobre cada uma delas? Dica: Sem desenhar cabelos compridos ou maquilhagem, consegues fazer com que os desenhos pareçam rostos femininos? O que é que distingue uma personagem masculina de uma feminina?”.

O terceiro exercício, apesar de ainda partir do mesmo princípio que os exercícios anteriores, apresenta ao leitor elementos faciais isolados, provenientes tanto de personagens femininas como de personagens masculinas. Depois de dois exercícios estruturados, que apresentam uma base mais rígida de trabalho, este terceiro exercício já sugere o início de uma abstração que será incentivada cada vez mais ao longo das propostas. Pretende-se que o leitor já possa aplicar aqui algum do léxico visual apreendido nos primeiros exercícios e que explore novas possibilidades de representação – mais uma vez, forçando a quebra de convenções sobre os sinais visuais que codificam o género feminino.

Figura 25. Exercício 3 – Rosto. Legenda: “Estes elementos foram inspirados por diferentes personagens, tanto femininos como masculinos. Completa cada cara e cria rostos femininos inesperados.”

O quarto exercício apresenta ao leitor um desafio de caráter mais abstrato, pedindo-lhe que crie rostos femininos a partir das linhas já presentes no papel. Espera-se que o leitor se sinta desafiado, pelo nível de abstração da base de desenho, mas preparado para criar rostos novos, utilizando os códigos visuais previamente treinados. As linhas foram feitas de forma aleatória e depois selecionadas e compostas na dupla página de forma a oferecer apoio ao leitor que procura como poderão aparecer caras nesta composição.

Figura 26. Exercício 4 – Rosto. Legenda: “Consegues ver caras nestas linhas? Desenha sobre elas e cria rostos femininos.”.

O quinto e último exercício deste capítulo sobre o rosto apresenta ao leitor uma composição de manchas cinzentas e pede-lhe que, mais uma vez, intervenha graficamente sobre a página para criar rostos femininos inovadores. Uma vez que se supõe que será mais provável que o leitor utilize a linha

– em vez da mancha – para criar os seus desenhos, este será o exercício mais abstrato e talvez mais desafiante deste capítulo. Pedindo ao leitor que intervenha no livro, desenhando sobre uma linguagem gráfica diferente daquela que será mais provável utilizar, esperamos incentivar a criatividade. As manchas apresentadas foram criadas aleatoriamente, tal como as linhas do exercício anterior, e posteriormente selecionadas e organizadas na dupla página.

Figura 27. Exercício 5 – Rosto. Legenda: “E consegues imaginar caras novas nestas manchas? Desenha sobre elas e desenha caras femininas inovadoras.”.

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