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QUANDO CONCLUIU. N°. %

Sim 18 64,29

Não 10 35,71

ao fato das oportunidades de trabalho que surgem para exercerem a profissão de assistente social, muitas vezes não oferecerem essa mesma segurança.

Tabela 13 - Atividades profissionais exercidas pelos assistentes sociais

Tabela 14 - Vínculo empregatício dos assistentes sociais que trabalham em outras atividades profissionais

A tabela 15 a seguir, demonstra que entre os assistentes sociais que exercem outras atividades, 46,42% ganham entre dois salários mínimos e dois salários e meio; 25% ganham

T IP O D E V ÍN C U L O P R O F IS S IO N A L N °. %

C o ntrato Inform al ou tem po rário 7 25 C o ntrato Form al perm anente – C LT 10 3 5,71 C o ntrato Form al perm anente – E statutário 11 3 9,29

T O T A L 28 100

ATIVIDADES N°. %

Professora 3 10,71

Recepcionista no Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado -SINTE/RN 1 3,57

Técnico em saneamento CAERN 1 3,57

Coordenadora de um Núcleo de Qualificação Profissional no MEIOS 1 3,57

Auxiliar de Contabilidade 3 10,71

Atendente Comercial nos Correios 1 3,57

Auxiliar Administrativo numa Imobiliária 1 3,57

Animadora – AGENDA 21 1 3,57

Auxiliar Técnico no Tribunal de Justiça 1 3,57

Digitadora - Clínica de Saúde 1 3,57

Guarda Municipal 1 3,57

Auxiliar Administrativo na Fundação Nacional de Saúde 1 3,57

Técnica de Vigilância Epidemiológica 1 3,57

Técnico em Saneamento da Vigilância Sanitária 1 3,57

Recepcionista em Escola de Informática 1 3,57

Atendimento Bancário 1 3,57

Atendente Comercial 4 14,29

Autônoma - Proprietária de salão de beleza 1 3,57

Autônoma - Proprietária de Depósito de Material de Construção 1 3,57

Autônoma - Proprietária de Loja de confecções 1 3,57

Autônoma – Proprietária de Fábrica de doces 1 3,57

entre um salário mínimo e um salário e meio; 17,85% ganham quatro salários mínimos ou mais; e 10,71% ganham entre três salários e três salários e meio.

Tabela 15 - Faixa salarial dos assistentes sociais no exercício de outras atividades profissionais

Sobre o relacionamento dos assistentes sociais com o Conselho Regional de Serviço Social CRESS/RN, vemos que 60% não são inscritos, 26,67% são inscritos e 13,33% têm a inscrição cancelada, conforme Gráfico 06, a seguir.

A maioria dos entrevistados não é inscrita, justamente pelo fato de não estarem exercendo a profissão. Entre os desempregados, atribui-se à falta de condições financeiras; e entre os que exercem outras atividades, além da questão financeira, o fato de que se não estão exercendo a profissão não precisam ser inscritos no CRESS.

Além dessas justificativas, alguns entrevistados apresentam reclamações sobre o funcionamento do CRESS: falta de informações e divulgação. Como podemos observar nos seguintes depoimentos:

Tinha a inscrição, mas cancelei. Não gosto do funcionamento do CRESS: se paga uma anuidade cara e não se recebe nenhuma informação de nada. Recebi um jornalzinho mesmo assim atrasado. (15 – D)

Só conheci o CRESS depois que terminei o curso, não sabia nem o que era, que existia. (25 – D) FAIXA SALARIAL N°. % 1 SM* a 1 SM* e meio 7 25 2 SM* a 2 SM* e meio 13 46,42 3 SM* a 3 SM* e meio 3 10,71 4 SM* ou mais 5 17,85 TOTAL 28 100 * Salário Mínimo

Eu acredito que o CRESS fica muito fechado, fica muito no escritório trancado, poderia arranjar formas de chegar até nós, tem que achar um meio da pessoa se interessar, eu passei cinco anos na faculdade nunca teve um profissional do CRESS na sala de aula, pelo menos que eu lembro, falando do papel do CRESS ( 29 – T)

Gráfico 06 – Relação dos assistentes sociais não-inseridos no mercado de trabalho do Serviço Social

com o CRESS/RN.

Existem também os profissionais que não são inscritos, mas reconhecem a importância da participação no CRESS e atribuem a sua não participação à questão financeira e de tempo.

Não fiz meu registro, porque não estou trabalhando, quando conseguir alguma coisa eu faço o registro. ( 33 – T)

Não tenho nenhuma relação, porque desempregada né, a realidade é essa, e pra mim fazer o registro que é fundamental, é imprescindível, não tenho como tá garantindo. ( 43 – D)

Vemos que apesar de não estarem exercendo a profissão 26,67% (12) assistentes sociais entrevistados são inscritos no CRESS, pois acreditam na importância do seu

60 26,67 13,33 0 10 20 30 40 50 60 70

Não inscritos Inscritos Inscrição cancelada

engajamento e colocam esse vínculo com o CRESS até mesmo como um dos elementos que pode vir a facilitar a sua inserção no mercado de trabalho da profissão, como podemos ver nos depoimentos abaixo:

Eu sou registrada no CRESS. Estou há três anos pagando devagarzinho; no momento que você tiver a oportunidade, você tem que aproveitar. Aí se você não tiver inscrita, é o que mais tem nos editais: vínculo com o conselho profissional. É importante ter vinculo com as coisas que acontecem no âmbito do Serviço Social. Eu vou lá e sempre recebo o jornalzinho. ( 32 – T)

Sempre tô indo lá no CRESS para me informar sobre concurso, sobre material. Então sempre eu tô indo lá no CRESS, para não perder o vínculo também. ( 36 – T)

Nota-se que há entre os profissionais uma vinculação do CRESS com suas expectativas de inserção no mercado trabalho. Alguns o percebendo como um instrumento de capacitação e atualização, podendo assim facilitar a sua inserção no mercado de trabalho; outros que reforçam a importância da fiscalização dos espaços profissionais como forma de garantir ou facilitar a inserção do assistente social no mercado de trabalho.

3.2 - Percepção dos Assistentes Sociais sobre a Relação Profissão/Mercado de Trabalho e sobre a Relação Formação Profissional/ Não-Inserção no Mercado de Trabalho

Um dos aspectos mais importantes da pesquisa é a percepção dos assistentes sociais sobre a não-inserção no mercado de trabalho. Para o conhecimento dessa realidade interrogamos os assistentes sociais sobre a que atribuem a sua não-inserção no mercado de trabalho da profissão. Chegamos aos seguintes dados: 34% atribuem à restrição desse

mercado; ou seja, às poucas vagas existentes; 13% atribuem a não-inserção às exigências de qualificação que o mercado tem colocado; 10% afirmam que não procuraram o suficiente por um emprego; 10% afirmam que não estão trabalhando na área do Serviço Social por opção, 09% atribuem a sua não-inserção à falta de experiência profissional a qual tem sido exigida pelo mercado de trabalho, dentre outros motivos, conforme Gráfico 07 a seguir .

Gráfico 07 – Motivos pelos quais não estão exercendo a profissão. (quadro geral).

Diante desse quadro, percebe-se que a maior parte dos entrevistados atribuem a sua não-inserção à restrição do mercado de trabalho; ou seja, afirmam que os espaços de atuação são poucos e os que existem absorvem poucos profissionais. Conforme vemos nos depoimentos:

O campo de trabalho para o assistente social é muito restrito. ( 05 - T)

Eu acho que não tem campo, fora você passar num concurso...o empregador da gente eu acho que é muito limitado, nenhuma empresa vai lhe contratar,

9 34 8 8 10 10 8 13 0 5 10 15 20 25 30 35 40

Falta de experiência profissional Mercado de trabalho restrito Não tem quem lhe indique As opções que aparecem não valem a pena Por opção Não têm procurado o suficiente As exigências de qualificação são muitas Os empregados não valorizam a profissão

normalmente se existe alguma atividade relacionada ao social numa empresa privada, eles contratam um psicólogo que atende melhor às necessidades da empresa. Então você fica limitada ali... a única função é no Estado, num hospital, se não for isso.. (17 – T)

Além de acreditarem que os espaços para a profissão são poucos, afirmam que os poucos espaços existentes se restringem mais ainda pelo fato de serem ocupados por outros profissionais, pois os empregadores preferem contratar esses outros profissionais:

O mercado de trabalho do assistente social é muito fechado. As empresas enormes não contratam ou contratam só uma. Contratam outras pessoas que não são assistentes sociais para exercer. ( 04 – T)

..vejo que têm muitas pessoas que não são assistentes sociais exercendo a função de assistente social. Isso atrapalha muito o mercado de trabalho. (10 – D))

Apesar de 34% terem citado como causa de sua não inserção no mercado de trabalho a restrição dos espaços, 08% reconhecem que o campo de atuação do assistente social é amplo, como também são muitas as necessidades ou demandas existentes. No entanto, o não reconhecimento disso, por parte dos empregadores, é o que determina a restrição do mercado de trabalho para a profissão. Como ressaltou as seguintes entrevistadas.

O assistente social tem oportunidade em várias áreas, mas as oportunidades de trabalho são poucas. Os empregadores não reconhecem a importância do assistente social. (07 – D)

A carência é enorme, mas o espaço pra o Serviço Social ainda é muito pouco. Ninguém tem tanto interesse em trabalhar o social, eles passam sempre a mão por cima disso. (24 – T)

Bem, o mercado de trabalho eu posso dizer assim que tá difícil, mas segundo as pessoas falam e segundo eu acho é um mercado bom, porque eu creio que deveria existir serviço social nas escolas e em todo canto que você trabalhasse com o público eu creio que deveria ter assistente social.(19 – D)

É preocupante o fato de 34% dos entrevistados colocarem como causa da sua não- inserção no mercado de trabalho a restrição desse mercado. Afirmam que o campo de trabalho para o assistente social é pequeno e apenas 8% citam que o campo de atuação é grande mas, o que acontece é a não valorização do trabalho social por parte dos empregadores. Mostra-se com isso um desconhecimento sobre o amplo campo de atuação do Serviço Social.

A questão do não reconhecimento, por parte dos empregadores, das demandas sociais existentes na sociedade - as quais se configuram num amplo espaço de atuação para a profissão de assistente social - e os outros elementos citados nas entrevistas como causas da não inserção no mercado de trabalho, não são acompanhados de uma análise que contemplem elementos mais gerais da conjuntura social na qual a profissão está inserida. Apenas em duas entrevistas aparecem elementos mais gerais do problema da não inserção dos profissionais no mercado de trabalho; ou seja, da restrição desse mercado, como a implementação do Estado neoliberal, colocada como a crise do Estado:

Eu vejo o mercado muito difícil. Na hora em que a população passa por uma crise, o mercado de trabalho vem sofrendo crise, claro que o assistente social como trabalhador também está em crise. O maior empregador do assistente social é o Estado e hoje agente vê que o Estado está mínimo. (29 - T)

Eu atribuo esse problema, essa deficiência do mercado de trabalho à própria situação estrutural do país. É uma questão estrutural. (42 – D)

Ainda entre aqueles que atribuíram a sua não-inserção no mercado de trabalho à restrição desse mercado, alguns afirmam que o problema está na quantidade de assistentes sociais que é lançada num mercado de trabalho pequeno como o da cidade de Natal.

O mercado é muito pequeno. Eu acho Natal muito pequena. Natal tem comércio, não tem indústrias, empresas, não tem mercado. (27 - D)

Em primeiro lugar, o nosso país tem muitas condições de ter muita gente inserida nesse mercado; só que eu também acho que é muita gente jogada no mercado, tem a UFRN, tem a FACEX, para um mercado de uma cidade pequena desta, realmente... Eu sei que tem inúmeras possibilidades de você trabalhar como assistente social porque é uma área muito ampla, você pode se inserir em várias coisas, mas acho que é gente demais. Por isso que quando tem concurso é aquela concorrência imensa, a não ser que você saia e vá procurar em outro canto, mas eu acho que aqui na cidade de natal é muito pouco para a quantidade de gente que está no mercado de trabalho. (34 - T)

Outro elemento citado pelos assistentes sociais como motivo da sua não-inserção no mercado de trabalho foi a questão da qualificação que o mercado de trabalho tem exigido. Citam que as exigências de qualificação têm sido muitas e elas não têm conseguido atender a essas exigências.Essa dificuldade é percebida nos dados da Tabela 08 que informa sobre a qualificação dos assistentes sociais, onde apenas 12 fizeram algum curso na área após terminar a graduação em Serviço Social e 33 não fizeram nenhum curso após terminarem a graduação.

Também referem-se à falta de experiência profissional, critério esse exigido há algum tempo exclusivamente pelas empresas privadas; e que agora passa a ser uma exigência também presente em muitos concursos públicos para assistente social na esfera estatal. Isso se torna um complicador para o acesso desses profissionais ao mercado de trabalho, uma vez que 73% ainda não tiveram oportunidade de exercer a profissão de assistente social e apenas 27% já exerceram a profissão.

Entre os motivos atribuídos pelos assistentes sociais para a sua não-inserção no mercado de trabalho do Serviço Social estão, também, os motivos pessoais. Conforme Gráfico 07 vimos que 20% dos profissionais atribuíram a sua não inserção no mercado de trabalho a motivos pessoais: 10% acham que não procuraram o suficiente por um emprego e 10% afirmam que não exercem por opção. Essa pouca procura, ou a não procura, por um emprego é justificada pelos que estão desempregados aos seguintes motivos: querem exercer a

profissão, mas dedicaram-se à criação dos filhos; não se identificam com a profissão, por isso não tem motivação para procurar emprego na área, como está expresso nos depoimentos seguintes:

No meu caso, foi um pouco de comodismo mesmo. Quando eu terminei o curso eu tava com uma filha pequena, e aí eu tinha que cuidar dela também ... tanto é que não fiz nenhum concurso nesse período, tiveram vários a nível local ,mas eu não fiz nenhum concurso desses, agora que eu estou pensando, comecei a estudar meio que timidamente, fazendo meu projeto, para ver se consigo fazer o mestrado, e paralelamente o tempo que sobra estou tentando estudar, para ver se quando abrir algum concurso.... (32 – T))

...porque eu fiz Serviço Social gostei, mas era um curso que eu não me identificava, quer dizer a pior coisa do mundo é você fazer uma coisa que você não se identifica muito, fazer por fazer como eu fazia, aí não tive motivação para procurar nada, correr atrás de nada, quando você é apaixonada pela profissão, você gosta daquilo, você move céus e terra, se você não tem você se acomoda. Foi meu caso, eu sempre quis Direito... (35 - D)

Entre aqueles que trabalham em outras atividades e que atribuíram a sua não-inserção a motivos pessoais, podem ser observadas várias situações: há os que querem exercer a profissão, mas não tem tempo de procurar emprego na área do Serviço Social, pois a atividade atual absorve todo o seu tempo; os que querem exercer a profissão, mas se acomodaram na atividade atual por oferecer condições de estabilidade contratual e financeira; e os que não querem exercer a profissão de assistente social, pois preferem atuar nessa outra atividade.

Alegam que as oportunidades de trabalho para exercerem a profissão de assistente social surgidas até aqui não valem à pena, levando muitos até a desistirem de atuar na profissão e partirem para alternativas, tais como: preferir a atividade em que estão atualmente, estudarem para concursos apenas em outras áreas, fazerem outra faculdade, etc, como se observa nos seguintes depoimentos

O mercado é restrito, mas também outro fator é que eu já trabalhava aqui quando terminei. Me acomodei porque me remunera melhor do que qualquer outra opção que foi dada pelo mercado, é tanto que agora eu fiz vestibular pra Contábeis e passei e vou ingressar agora na UFRN novamente, vou ficar aqui no escritório e ser contadora mesmo. (20 - T)

É muito melhor eu trabalhar onde estou hoje, tendo essas remuneração do que arriscar trabalhar como assistente social. Não tentei nada na área porque o que mais me prendeu nessa atividade é a questão da remuneração, é um trabalho que eu gosto de fazer, não é minha área, mas eu tenho prazer em fazer, sou bem remunerada, então eu fico feliz em continuar. (39- T)

Têm pessoas que trabalham em prefeituras do interior, viajam quase todo dia e ganham o que eu ganho. Há uma desvalorização profissional, um trabalho assim não me interessa. (38 –T)

Importante destacar que 64,29% dos profissionais que exercem outras atividades já exerciam quando concluíram a graduação em Serviço Social (Tabela 12), e afirmam que isso contribuiu para uma acomodação ou impossibilidade de procurar atuar na área.

As condições de trabalho a que esses profissionais se referem que estão tendo em outras atividades e que não são oferecidas nas oportunidades que têm surgido para exercer a profissão de assistente social é a estabilidade do emprego, em muitos casos, e o salário que recebem, para alguns.( Vide Tabela 14 e 15)

Sobre a remuneração do assistente social no Brasil, conforme informações do CFESS (2005), não há uma lei de piso salarial, estando a categoria organizada, em sua maioria, em sindicatos por ramos de atividade, tendo sua remuneração definida pelos contratos coletivos nas diversas áreas de trabalho. Assim, considerando-se as disparidades regionais e a lógica econômica, os salários têm variado, praticando-se de R$400,00 a R$5.000,00, dependendo da área e da experiência profissional, da natureza técnica/política e teórico/metodológica.

No Rio Grande do Norte, conforme dados da Pesquisa realizada por Nicolau (1999) o menor salário encontrado entre os assistentes sociais foi de R$ 358,00 e o maior de R$

3.563,00.32 Já na pesquisa sobre o perfil do assistente social, realizada em 1999 pelo CRESS/RN, mostra-se que dos assistentes sociais inseridos no mercado de trabalho, a renda mensal desse ficou assim distribuída: 41,86% (90) ganhavam entre 6 a 10 salários mínimos, 37,21% (80) 1 a 5 salários mínimos, 17,21% (37) recebiam 11 a 20 salários mínimos e 3,72% (08) recebiam mais de 20 salários mínimos. Percebe-se, pois uma realidade de faixa salarial muito boa se levarmos em consideração a situação econômica vivenciada atualmente pelos profissionais. (CRESS, 1999)

No entanto, alguns aspectos devem ser levados em consideração sobre esses dados da renda dos assistentes sociais: 24,65% (53) possuíam outra fonte de renda além do emprego de assistente social, como também o tempo de exercício profissional dos assistentes sociais que fizeram parte da pesquisa: 26,51% (57) tinham de 6 a 10 anos de exercício profissional, 24,19% (52) tinham de 11 a 15 anos , 24,19% (52) tinham de 16 a 20 anos de exercício profissional, 13,02% (28) tinham menos de 6 anos e 12,09% (26) tinham mais de 20 anos de exercício profissional.

Confirma-se, pois uma grande variação dos níveis salariais do assistente social na esfera nacional e local, nas diferentes áreas e até mesmo numa mesma área de atuação. Ressaltando que os dados obtidos geralmente se referem aos salários de assistentes sociais com vínculos empregatícios estáveis, sendo que as oportunidades de trabalho que não valem à pena a que os assistentes sociais entrevistados se referem, em sua maioria, são através de contratos temporários, cargos comissionados onde as condições salariais são mais precárias do que as apontadas nas pesquisas mencionadas acima. Apesar de que até mesmo nos concursos públicos surgidos ultimamente tem sido oferecido um salário que fica na faixa dos R$ 300,00.

32 Essa pesquisa se refere aos assistentes sociais que trabalham na área de Assistência Social à Criança e

Até mesmo entre os desempregados, há aqueles que colocam como motivo de não estarem exercendo a profissão o fato das oportunidades que aparecem não valerem a pena:

Quando aparece alguma oportunidade não vale a pena. (12 -D)

Eu tô tentando procurar um emprego seguro que me dê segurança, porque pra entrar em prefeitura e depois tá: ai! o prefeito saiu, tô desempregada. Estou me preparando para conseguir um emprego seguro, por isso eu tô só estudando pra concursos. Emprego sem vínculo eu não quero.(19-D)

Além dessas dificuldades objetivas existentes no mercado de trabalho, existem alguns elementos que provocam dificuldades subjetivas nos profissionais que não conseguiram ainda exercer a profissão para que lutem na busca por um emprego. Como foi citado nas entrevistas:

Às vezes, quando a gente termina fica com medo de ir atrás, com negatividade achando que não tem vagas, mas tem que ir atrás!” ( 16- T)

Quando eu terminei eu fiquei assim: onde é que eu poderia tá deixando meu currículo, fiquei assim desorientada. Eu fui até o CRESS e conversei com uma das conselheiras de lá e saí mais frustrada do que quando entrei porque ela foi logo dizendo: se aqui em Natal você não tiver uma carta de um político pra te encaminhar, te indicar você não consegue emprego.... Então eu saí pior do que eu entrei lá, porque na verdade eu ainda via...eu estava bem mal, sem querer sair de casa, sem ânimo pra nada porque você cria toda uma expectativa, depois de cinco anos. (18 – T)

Percebe-se nesse depoimento um pouco do sofrimento psicológico pelo qual passa o profissional que se forma e não consegue se inserir no mercado de trabalho. O desânimo e a frustração, decorrentes dos longos anos de estudo, a expectativa de colocar em prática o que aprendeu e a não realização dessa expectativa, como também o não atendimento a uma necessidade, pois a maioria não deseja entrar no mercado de trabalho apenas por desejo de

exercer a profissão, mas por necessidade, pois tem no trabalho a sua única forma de subsistência.

É notório que o sentimento de fracasso é estimulado pela forma com que é tratado o problema do desemprego na sociedade33: a própria ideologia neoliberal toma como estratégia de mascaramento das verdadeiras causas do problema do desemprego a atribuição das suas causas ao próprio indivíduo, e isso leva a sociedade a culpar o desempregado pela sua situação.

Essa forma de tratar o problema provoca atitudes (conscientes ou inconscientes, expressas de forma aberta ou mascarada) nas pessoas próximas ao desempregado, as quais passam a atribuir a causa da não inserção no mercado de trabalho ao desânimo, a preguiça, a