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EXPERIÊNCIAS E VIVÊNCIAS DE UMA PROFESSORA BOLSISTA DO PROJETO

OBSERVATÓRIO DA EDUCAÇÃO COM FOCO

EM MATEMÁTICA E INICIAÇÃO ÀS

CIÊNCIAS - OBEDUC

SILVA, Giselle de Paiva1 Posso afirmar que, a partir de minha experiência como professora bol- sista do Projeto Observatório da Educação com Foco em Matemática e Inicia-

ção às Ciências – OBEDUC2, tornei-me uma professora observadora de minha

própria prática.

Aperfeiçoando meu lado investigativo, no que se refere à aprendi- zagem e à dificuldade de cada aluno, a minha experiência no Projeto, reali- zando atividades de Matemática, levou-me em busca de uma fundamentação teórica nessa área com o intuito de melhorar meu trabalho em sala de aula, por meio de metodologias adequadas que atendessem às necessidades de aprendizagem dos alunos.

As ações do Projeto OBEDUC, polo UNEMAT3, acontecem em uma

das escolas parceiras, a Escola Estadual João Monteiro Sobrinho, situada no município de Nova Olímpia - MT, onde estou lotada desde que cheguei do Es- tado do Paraná para lecionar.

Esse município, situadono interior do Estado de Mato Grosso, conforme

dados do IBGE-2010, tem uma população de 17.529 habitantes e está localizado na mesorregião sudoeste mato-grossense, com uma área de 1.672.83 Km².

Destacam-se como base econômica as culturas de cana-de-açúcar, arroz, extrativismo vegetal, milho e feijão. A pecuária de corte cria e recria tem importante desempenho na região. No entanto, o que gera mais empre- go para a cidade é a empresa Usinas Itamarati, voltada para a produção de álcool e açúcar.

1 Licenciada em Matemática e Especialista no Ensino da Matemática pela Universidade Paranaense (UNIPAR) – Campus Umuarama - Paraná. Professora de Matemática da Escola Estadual João Monteiro Sobrinho - Nova Olímpia – MT. Bolsista do Observatório da Educação com Foco em Matemática e Iniciação às Ciências – OBEDUC no ano de 2013.

2 O Programa Observatório da Educação, resultado da parceria entre a Capes e o INEP, foi instituído pelo Decreto Presidencial nº 5.803, de 08 de junho de 2006, com o objetivo de fomentar estudos e pesquisas em educação, que utilizem a infra estrutura disponível das Instituições de Educação Superior - IES e as bases de dados existentes no INEP. O programa visa, principalmente, proporcionar a articulação entre pós-graduação, licenciaturas e escolas de educação básica e estimular a produção acadêmica e a formação de recursos pós-graduados, em nível de mestrado e doutorado. Disponível em http://www.capes.gov.br/educacao-basica/observatorio-da-educacao. Acesso em 07 de out. 2014. 3 O Projeto Observatório da Educação com Foco em Matemática e Iniciação às Ciências é um Projeto em rede que

Situada na Avenida Carlos Gomes Bezerra, nº 554, no Bairro Jardim Ouro Verde, a Escola Estadual João Monteiro Sobrinho completou 20 anos de existência no dia 04 de julho de 2011, e foi criada pelo decreto nº 490/91, publicado no D. O. nº 20.211 de 04 de julho de 1991, credenciada pela portaria nº 016/04 (2014).

Essa unidade escolar atualmente atende 1.100 alunos, 48 professores (22 efetivos e 26 interinos), oferecendo as seguintes modalidades: Ensino Fun- damental, em ciclos de formação humana, e a Educação de Jovens e Adultos (EJA) I, II, III segmentos.

Tendo como filosofia a base na estrutura sócio-econômica e anseio da comunidade, a Escola Estadual João Monteiro Sobrinho pretende: Desenvolver no educando habilidades que possibilitem a análise crítica e a participação ativa na sociedade, bem como cultivar valores que elevem o espírito de solida- riedade, companheirismo e respeito às diferenças. (PPP, 2011)4

Recebendo alunos oriundos de vários Estados brasileiros, principal- mente da Bahia e de Alagoas, pois como antecipado, o município, a partir da década de 1980, tem atraído pessoas de várias regiões brasileiras que buscam emprego nas Usinas Itamarati, pode-se afirmar, então, que uma das principais características da cidade é o caráter migratório, devido à logística que envolve a cultura de cana-de-açúcar.

O ensino nessa escola enfrenta os mesmos problemas que a maioria das escolas brasileiras apresenta, ou seja, indisciplina de alunos, falta de professo- res, etc. Entretanto, percebe-se o trabalho em equipe da comunidade escolar na busca de ações pedagógicas que venham ao encontro de algumas soluções para os problemas que são detectados, a fim de minimizá-los.

Um fator importante na busca da melhoria de tais problemas, é que a escola, atualmente, apresenta um quadro de profissionais com bom nível de es- colarização, composto, em sua maioria, de profissionais efetivos com formação superior nas áreas específicas e alguns com mestrado.

A pesquisa também tem se mostrado relevante, prova disso é a parceria com o Projeto OBEDUC, o que muito têm contribuindo para o aumento dos índices de desempenho dos alunos em Matemática. E como resultado dessa parceria, destaca-se a classificação de alunos na Olimpíada Brasileira de Mate- mática, a OBEMEP.

Assim, enquanto eu atuava como professora bolsista desse Projeto (ano de 2013), tive a oportunidade de desenvolver diversas atividades com a equipe composta por mim, uma acadêmica do curso de Licenciatura em Matemática (e que fora minha aluna no Ensino Fundamental) e a professora colaboradora, mestre em Ciências.

As atividades de intervenção eram desenvolvidas a partir do momento em que nós detectávamos alguma dificuldade dos alunos em relação a algum conteúdo matemático, e então, buscávamos metodologias diferenciadas para o avanço na aprendizagem. Na imagem a seguir, uma dessas intervenções.

Figura 1 – Alunos realizando uma atividade de intervenção em Matemática EE João Monteiro Sobrinho – Município de Nova Olímpia – MT (2013)

Fonte: Giselle de Paiva Silva, Acervo Particular, 2013.

Em relação à Sala do Educador5, ou seja, a formação continuada para

professores da escola, eu, juntamente com a professora colaboradora do Pro- jeto, após levantamento feito com os professores e a equipe gestora da esco- la, buscávamos temas para serem estudados que contemplassem os anseios da comunidade escolar. Sob meu ponto de vista, esta era uma das atividades do Projeto que mais nos desafiava, pela dificuldade de se alcançar os objetivos propostos em uma formação continuada.

Dentre as experiências do Projeto, posso ressaltar uma das atividades mais importantes para a minha formação enquanto pesquisadora: a escrita do artigo científico sobre um relato de experiência, e que culminou na publica- ção do mesmo, e também na apresentação oral no Seminário de Educação da Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT – Campus Cuiabá - SEMIE- DU 2013.

Ressalto que, para a elaboração desse artigo, o apoio de todos os parti- cipantes do Projeto foi fundamental, e também de toda a equipe do Projeto que atua na escola, cujo tema nasceu a partir de uma das intervenções em sala de

5 Locus de reflexão, estudo e aprendizagem docente. A Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso implantou em 2004 o projeto Sala de Professor, cujo princípio está fundamentado no fortalecimento da formação continuada de professores na perspectiva de instituir a escola como espaço de aprendizagem docente. A Sala de Professor teve sua implantação coordenada pela SEDUC e CEFAPROS, estes, tiveram que orientar e acompanhar na estruturação e organização do projeto na escola. Por ser um projeto cujo foco é a formação continuada, o mesmo busca capacitar os professores no próprio local de trabalho, a escola, contexto onde as atividades pedagógicas acontecem realmente, na sala de aula, na biblioteca, no pátio, nas relações, no coletivo de professores, colegas, alunos, ou seja, com todos os segmentos da escola e do seu entorno. Disponível em http://www.seduc.mt.gov.br/ conteudo.php?sid=376&cid=9584&parent=0. Acesso em 01 out. 2012.

aula, ou seja, da minha própria observação das dificuldades dos alunos, resul-

tando, posteriormente, na pesquisa pela metodologia adequada6. Por meio desta

experiência, estou traçando caminhos para o Mestrado.

Durante o tempo que permaneci no Projeto, adquiri mais conhecimento e experiência como pesquisadora, e destaco, aqui, uma das melhores atividades que foi a minha participação no Encontro Geral dos Polos – UNESP, ocorrido em maio/2013, em Ilha Solteira - SP.

Nesse evento, pude contemplar as discussões entre os polos que for- mam o OBEDUC, palestras, além de diversos relatos de experiências das es- colas parceiras do polo UNESP. Destaco, ainda, a oportunidades de ver como o Projeto ocorre em outro contexto cultural, cujos integrantes expuseram suas práticas por meio de apresentações orais.

E mais, a participação dos acadêmicos bolsistas trouxe também muitas contribuições para o encontro. Nas mesas redondas que ocorreram, os repre- sentantes de cada polo puderam contribuir com suas falas, com suas narrativas, com seus saberes. Inclusive eu.

Por fim, creio que, para mim, como professora da educação básica, ter a oportunidade de falar e ser ouvida pela universidade é muito importante, pois acredito que seja o primeiro passo para a melhoria da educação. Começando lá no chão da escola.

6 Atividades Inovadoras e Investigativas no Ensino da Divisão: relatos de experiências em uma escola da rede estadual no interior de MT. (SEMIEDU, 2013).