• Nenhum resultado encontrado

SANTOS, Diana de Almeida1 Desde o início da faculdade, tinha interesse em participar dos projetos existentes no curso de Licenciatura em Matemática com o objetivo de ganhar experiência e me firmar nessa área. Porém, não tinha liberdade para isso, pelo fato de morar em uma cidade diferente da qual está localizado o Campus Dep. Est. Renê Barbour, além de precisar trabalhar diuturnamente para custear o deslocamento e as despesas relacionadas à faculdade.

No começo de 2014, surgiu a oportunidade de participar como bolsista do Observatório da Educação com Foco em Matemática e Iniciação às Ciências

– OBEDUC – aprovado no Edital nº 038/2010/CAPES/INEP2. Expectativas

iam surgindo de como seria a experiência, o desejo de trabalhar, e também de ter/ver resultados.

Após a seleção, fui escolhida para trabalhar na Escola Estadual Jonas

Lopes da Silva, em Tangará da Serra – MT3, uma das escolas parceiras do

Projeto, situada na zona urbana do município, e que atende 413 alunos (2014) no Ensino Fundamental.

Percebi, após o início de minha inserção nessa escola, que ela demons- tra boa receptividade em relação a projetos, pois todos os profissionais estão sempre dispostos a participar, ajudar, dar ideias.

Assim é que neste relato apresento algumas das atividades por mim rea- lizadas nesta escola, em sala de aula, especificamente: “Pescaria das Potências” e “Contato de 1° Grau”. A primeira foi aplicada nos 6°, 7° e 8° anos; a outra, nos 6°, 7° e 9° anos.

Para a realização da primeira, as salas foram divididas em grupos de cinco alunos, com o objetivo de formar o maior número de pares de potências e seus va- lores numéricos. No início, percebi que os alunos tiveram um pouco de resistência,

1 Licencianda em Matemática pela Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT) - Campus Universitário Dep. Est. Renê Barbour - Barra do Bugres. Bolsista do Observatório da Educação com Foco em Matemática e Iniciação às Ciências – OBEDUC, atuando na Escola Estadual Jonas Lopes da Silva– Tangará da Serra - MT. 2 O Programa Observatório da Educação, resultado da parceria entre a CAPES e o INEP, foi instituído pelo Decreto

Presidencial nº 5.803, de 08 de junho de 2006, com o objetivo de fomentar estudos e pesquisas em educação, que utilizem a infra estrutura disponível das Instituições de Educação Superior - IES e as bases de dados existentes no INEP. O programa visa, principalmente, proporcionar a articulação entre pós-graduação, licenciaturas e escolas de educação básica e estimular a produção acadêmica e a formação de recursos pós-graduados, em nível de mestrado e doutorado. Disponível em http://www.capes.gov.br/images/stories/download/bolsas/Extrato_Edital_ OE_38_2010.pdf Acesso em 01 de out. 2014.

3 O Projeto OBEDUC atende também escolas nos municípios mato-grossenses de Barra do Bugres, Nova Olímpia, Nortelândia, Cáceres, Sinop, Rondonópolis e Sorriso.

pois não conseguiam entender o conteúdo trabalhado “potências”. Mas no decorrer da atividade, eles foram se envolvendo e conseguiram executá-la com êxito.

O jogo começou com as cartas sendo embaralhadas e cada jogador re- cebeu cinco. As demais ficaram no centro da mesa, com as faces voltadas para baixo, formando o lago da pescaria. Inicialmente, os jogadores formaram todos os pares com as cartas que receberam e as colocaram à sua frente, de modo que todos os jogadores pudessem ver o par formado.

Os alunos decidiram quem começava, e o jogo seguiu no sentido horá- rio. Cada jogador, na sua vez, pedia para o seguinte a carta que desejasse para tentar formar um par com as cartas que tinham em mãos. Ele podia pedir na forma de potência ou como um número. Por exemplo, se o jogador A tivesse na mão o 5², ele deveria tentar conseguir o 25 para formar um par. Ele, então, dizia ao próximo: “Eu quero o 25”. Se o colega tivesse essa carta, ele deveria entre- gá-la, e o jogador A, que pediu a carta que formava o par, colocava-a em seu monte. Se o colega não possuísse essa carta, ele dizia: “Pesque!”. E o jogador A deveria pegar uma carta do monte no centro da mesa. Se ele conseguisse formar o par que desejava ou outro par qualquer, colocava a carta em seu monte; se não conseguisse, ficava com a carta em sua mão e o jogo prosseguia.

O jogo acabava quando terminavam as cartas do lago, ou quando não fosse mais possível formar pares. Ganhava o jogador que, ao final, tivesse o maior número de pares em seu monte.

Acredito, então, que a maior dificuldade, nessa atividade, foi o fato de haver muitos alunos em sala e somente eu, a bolsista, para auxiliá-los com as regras, jogadas, estratégias, dúvidas no conteúdo. Observei que alguns grupos conseguiram se desenvolver mais que os outros, jogando até cinco vezes en- quanto outros conseguiram, no máximo, duas.

A outra atividade, “Contato de 1° Grau”, é um jogo retirado do Livro

“Mathema4”, cujo objetivo é trabalhar com os alunos equações de 1° grau. Foi

aplicada nos 6°, 7° e 9° anos e os alunos foram separados em grupos de quatro, pois tinham que jogar em duplas.

Esse jogo contém um tabuleiro e cartas nas quais há equações de 1º grau para serem resolvidas pelos jogadores. Esses devem resolvê-las para que se desloquem pelo tabuleiro até o campo denominado “chegada”.

Durante a realização desse jogo, percebi que a maior dificuldade dos

4 SMOLE. Kátia Stocco, et al. Jogos de matemática de 6º a 9º ano. Porto Alegre: Artmed, 2008 (Série Cadernos Mathema – Ensino Fundamental). A ideia central dos Cadernos Mathema Ensino Fundamental é apresentar de forma organizada algumas das muitas ideias e estudos sobre recursos, como jogos e calculadoras, ou sobre temas que fazem parte do currículo de Matemática, como operações, frações, geometria e medidas. Disponível em: http://www.grupoa.com.br/livros/didatica-e-praticas-pedagogicas/cadernos-do-mathema-ensino- fundamental/9788536307022. Acesso em 02 set. 2014.

alunos foi o fato de não se lembrarem de como resolver equações de 1º grau. Assim, tive de relembrá-los e até mesmo ensinar para alguns deles. Depois de algum tempo manuseando o jogo, e ainda com certa dificuldade na resolução das equações, notei que a turma já conseguia desenvolvê-lo com mais facilida- de e entendimento. Alguns alunos gostaram tanto que o levaram para jogar com familiares e amigos. As imagens a seguir mostram, respectivamente, os alunos realizando as atividades da “Pescaria das Potências, e do contato de 1º Grau”.

Ressalto que as atividades aplicadas em sala de aula, que estão sendo por mim realizadas nesta escola (2014), são decorrentes de pesquisas na in- ternet, em livros, e também a partir de sugestões de pesquisadores do Projeto OBEDUC. Os encontros que acontecem no Campus de Barra do Bugres tam- bém têm me auxiliado nestas intervenções, quando são discutidas as ações nas escolas, apresentações de ideias, e novas ações que vão sendo planejadas.

Além disso, estou tendo a oportunidade de ler, conhecer e discutir tra- balhos de vários autores das áreas de Matemática e Ciências, o que muito me fortaleceu, pois acredito que não devemos viver só pensando se o modo como agimos em sala de aula está correto, ou não, mas sim, procurar um embasamen- to teórico sobre nossas ações.

Creio que essa falta de embasamento teórico é a pior parte da história, pois estamos trabalhando com pessoas. Estamos trabalhando com o intuito de preparar alunos para a cidadania, para o mundo do trabalho, enfim, para a vida.

E esse Projeto tem tudo a ver com isso, pois sei que ele tem um enorme potencial para alcançar um dos objetivos para o qual fora criado, ou seja: pro- mover situações que tenham o potencial de impactar positivamente o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica - IDEB.

Fonte: Diana de Almeida dos Santos, Acervo

Particular, 2014. Fonte: Diana de Almeida dos Santos, Acervo Particular, 2014. Figura 2 – Grupos do 6º Ano realizando a

atividade “Contato de 1° Grau” Figura 1 – Um dos grupos do 6º Ano

realizando a atividade “Pescaria das Potências”

Figura 1 – Banner do Projeto

Novos Talentos Figura 2 – Alunos da Escola Estadual Dr. Emanuel Pinheiro da Silva Primo

A EXPERIÊNCIA DA ESCOLA ESTADUAL