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a) estabelecer alíquotas mínimas nas operações internas, mediante resolução de iniciativa de um terço e aprovada pela maioria absoluta de seus membros;

b) fixar alíquotas máximas nas mesmas operações para resolver conflito específico que envolva interesse de Estados, mediante resolução de iniciativa da maioria absoluta e aprovada por dois terços de seus membros;

VI – salvo deliberação em contrário dos Estados e do Distrito Federal, nos termos do disposto no inciso XII, g, as alíquotas internas, nas operações relativas à circulação de mercadorias e nas prestações de serviços, não poderão ser inferiores às previstas para as operações interestaduais;

VII – em relação às operações e prestações que destinem bens e serviços a consumidor final localizado em outro Estado, adotar-se-á:

a) a alíquota interestadual, quando o destinatário for contribuinte do imposto;

b) a alíquota interna, quando o destinatário não for contribuinte dele;

VIII – na hipótese da alínea a do inciso anterior, caberá ao Estado da localização do destinatário o imposto correspondente à diferença entre a alíquota interna e a interestadual;

IX – incidirá também:

a) sobre a entrada de mercadoria importada do exterior, ainda quando se tratar de bem destinado a

consumo ou ativo fixo do estabelecimento, assim como sobre serviço prestado, cabendo o imposto ao Estado onde estiver situado o estabelecimento destinatário da mercadoria ou do serviço;

b) sobre o valor total da operação, quando mercadorias forem fornecidas com serviços não compreendidos na competência tributária dos Municípios;

X – não incidirá:

a) sobre operações que destinem ao exterior produtos industrializados, excluídos os semi- elaborados definidos em lei complementar;

b) sobre operações que destinem a outros Estados petróleo, inclusive lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e energia elétrica;

c) sobre o ouro, nas hipóteses definidas no art. 153, § 5º;

XI – não compreenderá, em sua base de cálculo, o montante do imposto sobre produtos industrializados, quando a operação, realizada entre contribuintes e relativa a produto destinado à industrialização ou à comercialização, configure fato gerador dos dois impostos;

XII – cabe à lei complementar: a) definir seus contribuintes;

b) dispor sobre substituição tributária;

c) disciplinar o regime de compensação do imposto;

d) ficar, para efeito de sua cobrança e definição do estabelecimento responsável, o local das operações relativas à circulação de mercadorias e das prestações de serviços;

e) excluir da incidência do imposto, nas exportações para o exterior, serviços e outros produtos além dos mencionados no inciso X, a; f) prever casos de manutenção de crédito,

relativamente à remessa para outro Estado e exportação para o exterior, de serviços e de mercadorias;

g) regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal, isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados.

§ 3º. – À exceção dos impostos de que tratam o inciso II do Caput deste artigo e o art. 153, I e II, nenhum outro tributo poderá incidir sobre operações relativas a energia elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do País.”

Seguindo, ainda, os traços do princípio federativo, a Constituição Federal estabelece, em seu artigo 155, a competência impositiva dos Estados e do Distrito Federal.

Neste sentido, o sistema tributário nacional estabeleceu alguns critérios na distribuição das competências tributárias. Consoante o tributarista Francisco Ribeiro dos Santos, sobre a unidade e a completude do sistema, ensina:

“As normas do ordenamento jurídico formam uma estrutura

totalizadora, sendo o todo considerado como unidade, por sintetizarem-se nele os conceitos de unidade e pluralidade.”73

Essas competências são distribuídas e delimitadas, sob pena de instaurar-se o verdadeiro descontrole tributário, administrativo e jurídico para o Estado. Por isso,a Constituição Federal em seus artigos 153, 155, 156, sob as égides "Dos impostos da União", Dos Impostos dos Estados e do Distrito Federal" e dos Impostos dos Municípios", estabeleceu a competência desses entes políticos, bem assim, do artigo 154 que trata-se da competência residual da União, que será objeto de apreciação.

Deste modo, há que se entender que a repartição da competência tributária decorre da própria estrutura do Estado-Federação e, para que tenha condições de plena eficácia, necessário se torna a sua rigidez e exaustividade, objetivando prevenir os eventuais conflitos e invasões de uma pessoa política por outra. Em suma, a distribuição de competência tributária, ou seja, a divisão das áreas dentro das quais a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios podem criar e cobrar tributos, é a taxativa, isto é, não admite qualquer invasão de uns pelos outros.

Os quadros mencionados no item 2.3 relativo aos impostos que a Constituição Federal outorgou à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, deixa patente que para a definição dos fatos geradores, base de cálculo e contribuinte, necessário se torna a existência de lei complementar (e em casos específicos, alíquotas), deve-se ficar atento aos efeitos do denominado “princípio da recepção”, segundo o qual a Constituição de 1988 excepciona, adota, convalida as normas preexistentes, desde que sejam compatíveis e adequáveis a nova ordem constitucional.

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Nos termos do artigo 34, dos Atos das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição de 1988, há hipóteses em que a falta de lei complementar prevista no artigo 146, III, não impede a União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios editar as leis ordinárias à aplicação do sistema tributário nacional previsto na Carta Magna.

Neste sentido, vale ressaltar que antes do CTN vigorar no Brasil, havia um sistema tributário tripartite que, em base essencialmente política, consistia na coexistência de três sistemas tributários autônomos (federal, estadual e municipal), cada qual com seus impostos privativos, cujo produto da arrecadação pertencia em sua totalidade à pessoa política competente para instituí-lo.

3. 2. 1 Conflitos de Competência

Como já observado, a competência tributária é matéria eminentemente constitucional, taxativa e exaustivamente prevista, de sorte que haverá conflito de competência na medida em que um ente político arvorar-se de competência alheia.

Nesse sentido, reiterando a assertiva de que todas as competências tributárias são previstas na Constituição Federal, conclui-se que:

"a pessoa política não

pode usurpar competência tributária alheia, nem aquiescer que sua própria competência tributária venha a ser utilizada por outra pessoa política."74

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Desta forma, pode-se:

"enxergar o conflito de competência como uma

situação de efetivo esbulho de um direito outorgado privativamente a terceiros."75

Desse quadro, duas situações merecem destaque, embora não se confundam com o conflito de competência, a saber: a hipótese do bis in idem e da bitributação.

3. 2. 2 Bis in idem e bitributação

A clássica diferença entre a hipótese do bis in idem e a bitributação está na particularidade de que o primeiro ocorre quando uma única pessoa política institui tributos diversos sobre o mesmo fato gerador e o mesmo contribuinte, mas pela incidência de duas normas legais distintas.

A bitributação, por seu turno, ocorre quando a dupla tributação tem origem em pessoas políticas distintas, de modo que:

"são duas normas,

cada qual emanada de um legislativo, incidindo sobre o mesmo fato jurídico e onerando o mesmo contribuinte."76

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(75) MARTINS. op. cit. p. 138 (76) SABBAG. op. cit. p. 695