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As imunidades tributárias são as exclusões da competência tributária em relação a determinados bens, pessoas e fatos em que, a própria Constituição, ao traçar a

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competência tributária, proíbe o seu exercício em relação a eles:

A imunidade tributária contribui para delimitar o campo tributário, cujas regras também demarcam as competências tributárias dos entes políticos.

Neste sentido, a imunidade tributária é um fenômeno de natureza constitucional que direta ou indiretamente fixam a incompetências das pessoas políticas para onerar com exações, determinadas pessoas, em função de sua natureza jurídica. A Doutrina dominante classifica as imunidades em subjetivas, objetivas e mistas.

Em termos técnicos, a imunidade é sempre subjetiva, uma vez que ela beneficia pessoas, quer por sua natureza jurídica, quer pela relação que se apresenta com determinados fatos, ou situações.

A imunidade objetiva também alcança pessoas, mas não por suas qualidades, características ou tipo de atividade que desempenham, porém relacionadas com determinados fatos, bens ou situações, a exemplo da imunidade do art. 150, VI, “d”, da CF. e imunidade subjetiva art. 150,VI “a” da CF. Enquanto a imunidade mista alcança pessoas por sua natureza jurídica e porque relacionadas com determinados fatos, bens ou situações consoante se defende do art. 153, PP 4º, da CF.

Segundo CARRAZZA. Op. cit. p. 469. 2000:

Em uma acepção ampla, a expressão “imunidade tributária” alcança quaisquer tributos, taxas e contribuições de melhoria. Em uma acepção restrita, apenas os impostos.

A - Imunidade das taxas previstas no artigo 5º, XXXIV, letras "a" e 'b", direito de (petição aos Poderes Públicos em defesa dos direitos da legalidade ou do abuso de poder e obtenção de certidões em repartições públicas, para defesas de direitos, e

LXXVI, letras "a" e "b", da CF/88, ( a gratuidade assistência gratuita aos reconhecidamente pobres, do registro civil de nascimento e a certidão de óbitos);

B - Imunidade sobre o patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros das pessoas colocadas no pólo ativo para instituir e exigir tributos (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) artigo 150, VI letra "a", da Constituição Federal;

C - a imunidade dos Templos de qualquer culto (artigo 150, inciso III, letra "b" da CF/88, onde se reafirma de forma explícita o princípio da liberdade da crença e da prática de cultos religiosos (artigo 5º, inciso VI, da CF/88). Na verdade existe uma proteção ao direito individual da liberdade de crença e das práticas religiosas é assegurada pela vedação de exigência de impostos sobre templo, de qualquer culto. Revela ainda, a inviolabilidade a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos. No entanto, não são imunes a impostos, as casas de residências dos padres, pastores, rabinos, pais-de-santo, exceto se situadas no próprio edifício do templo.

A imunidade tributária cessa quando as rendas dos templos fogem à finalidade dos cultos ou são aplicadas fora do país.

D - Imunidade sobre o patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei, VI letra "c", da CF/88. Os partidos políticos são instrumentos de governo, entidades estas fundadas e mantidas exclusivamente para fins públicos, como órgão imediatos e complementares da organização estatal, previstos, expressamente na Constituição (artigo 17). Por outro lado, as instituições educacionais e de assistência social privadas, embora pessoas de direito privado, exercem suas atividades sem intuito de lucro. A lei não poderá restringi-la nem vai curá-la a requisitos ou condições. No entanto, em beneficio de instituições educacionais e assistências é que vinculadas requisitos ou condições, já porque estas são meras pessoas de direito privado.

E- imunidade ao patrimônio, renda ou serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou dela decorrentes, extensiva às autarquias e as fundações mantidas pelo Poder Público (artigo 150. Item VI, § 2º, combinado com o item VI, letra "a" da CF/88;

F - imunidade em relação ao imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza, dos rendimentos provenientes da aposentadoria e pensões, pagas pela Previdência Social da União, dos Estados do Distrito Federal e dos Municípios a pessoas com idade superior a sessenta e cinco anos, cuja renda total seja constituída, exclusivamente, de rendimentos do trabalho (artigo 153, § 2º, item II, da Constituição Federal);

Seletivo significa dizer, deverá haver variação da alíquota em função da essencialidade do produto: logo, alíquota maior, sobre produtos menos essências.

G – imunidade do imposto sobre produtos industrializados, sobre produtos industrializados destinados ao exterior, artigo 153, § 3º, item III, da Constituição Federal);

É uma forma estimular à reforma agrária, melhorando a política conflitiva entre latifundiários e camponeses sem terra.

H – imunidade do imposto sobre a propriedade rural, das pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando a explore, só ou com sua família, o proprietário que não possua outro imóvel (artigo 153, § 4º, da Constituição Federal);

I – imunidade em relação ao ICMS sobre operações destinadas ao exterior de produtos industrializados, excluídos os semi-elaborados definidos em lei complementar (artigo 155, item X, letra “a”, da Constituição Federal);

J – imunidade do ICMS sobre operações que destinem a outros Estados sem caráter oneroso de petróleo, inclusive lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e energia elétrica (artigo 155, letra “b”, da Constituição Federal);

K – imunidade do imposto sobre o ouro, em relação ao ICMS, quando estiver definido como ativo financeiro ou instrumento cambial (artigo 155, X, letra “c”, combinado com o artigo 153, § 5º, da Constituição Federal);

L – imunidade do ICMS, proibindo a inclusão na base de cálculo o valor do imposto sobre produtos industrializados, quando a operação, realizada entre contribuintes e relativa a produto destinado a industrialização ou comercialização, configure fato gerador dos dois impostos (artigo 155, XI, da Constituição Federal);

M – imunidade sobre operações relativas a energia elétrica, combustíveis líquidos e gasosos, lubrificantes e minerais do País, com exceção da incidência do ICMS, Imposto de Importação, Imposto de Exportação e Imposto sobre Vendas a Varejo de Combustíveis Líquidos e Gasosos (artigo 155, § 3º, da Constituição Federal);

N – imunidade do imposto de transmissão “inter vivos”, a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, quando os direitos reais consistirem apenas na garantia ou cessão de direitos a sua aquisição (artigo 156, item II, da Constituição Federal);

O – imunidade do imposto de transmissão de bens ou direitos (artigo 156, II, da Constituição Federal) na incide “quando incorporados ao patrimônio da pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos decorrentes de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil (artigo 156, § 2º, item I, da Constituição Federal);

P – imunidade dos impostos federais, estaduais e municipais nas operações de transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária (artigo 184, § 5º, da Constituição Federal); a doutrina tem entendimento que neste caso trata-se imunidade, e não de isenção.

Q – imunidade com relação à contribuição para a seguridade social, das entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei (artigo 195, § 7º, da Constituição Federal); Apesar de o texto constitucional falar em “isentas”, trata-se apenas de equívoco terminológico do legislador constituinte. Há uma diferença substancial entre isenção e imunidade, ressaltando que a isenção decorre de lei, aparecendo como uma exclusão do crédito tributário, enquanto que a imunidade é uma proibição constitucional ao poder de tributar. No caso, trata-se de uma imunidade e não de isenção.