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SUBPROJETO IV – ZONEAMENTO ECONÔMICO ECOLÓGICO

5.2.3 Fase III ESTRUTURA

Como a presente pesquisa-ação sistematizada na forma do Projeto “Paraúna Município Geo-Digital” na Fase III – ESTRUTURA, que é conseqüência direta das fases anteriores, não se pode prever com exatidão elementos e métodos de trabalho por tratar-se de um método endógeno-induzido. Onde seus atores entram em ação, ou seja, está fase é totalmente construída pelos atores regionais. É a fase onde os atores regionais, sob a forma de uma matriz de parceiros regionais já consolidada, buscam sistematizar os esforços feitos até então, garantindo ao mesmo tempo, a sua continuidade. Com os resultados já alcançados no pacto territorial e nos projetos integradores de desenvolvimento, a nova ótica sistêmica de desenvolvimento regional necessita garantir a sua permanência com uma estrutura dedicada a este fim, rompendo com a ótica desenvolvimentista antiga, limitada política, setorial e geográfica. O ponto aqui em questão é a viabilidade do projeto a médio e longo prazo.

A seguir tem-se nas Figuras 16 e 17 o processo de construção de análise do espaço e o diagrama da competitividade sistêmica.

Figura 16 – Processo de Construção da Análise do Espaço

Fonte: Própria

Mapas Sociais Análise Social do território

Avaliação da Economia Local Base de Dados Georeferenciados: avaliação, monitoramento, etc. Zoneamento social e demais instrumentos de planejamento Diagnósticos

Dinâmica Social no Espaço – demografia, família, mobilidade, etc.

Estrutura Sócio-Espacial Estrutura Produtiva Mercado de Trabalho

Interação e Cooperação entre atores da Política Pública.

Mobilidade Social: mídia, associações profissionais, entidades patronais, ONGs e

movimentos sociais. Decisões Estratégicas sobre o

Futuro Local

Figura 17 - Diagrama da Competitividade Sistêmica do Ecoturismo

Fonte: Adaptado do modelo de planejamento turístico de Acerenza, 1992. Análise dos recursos

ecoturísticos potenciais existentes

Avaliação dos mercados

ecoturísticos atuais Análise das políticas e prioridades em nível nacional e local

Identificação dos principais fluxos de ecoturismo

Análise de cada um dos principais fluxos turísticos

potenciais Instalações ecoturísticas exigidas Identificação dos produtos ecoturísticos alternativos Identificação de lugares e áreas de principal interesse ecoturístico

Definição dos objetivos nacionais para o desenvolvimento do ecoturismo Identificação dos destinos ecoturísticos concorrentes Avaliação dos produtos

concorrentes Análise das Instalações ecoturísticas existentes

Determinação dos principais fluxos

ecoturísticos

Fixação das idéias-guia para o desenvolvimento do ecoturismo Principais lugares e áreas de uso ecoturístico potencial Destinos ecoturísticos favoritos

Programação das facilidades adicionais necessárias para o desenvolvimento do ecoturismo Preparação do plano de desenvolvimento físico (Plano Mestre) Determinação da estratégia para a implementação dos programas Proteção e preservação do meio ambiente

Análise dos impactos econômicos e sociais

Nas Figuras 16 e 17, tem-se a estruturação de competitividade sistêmica local, cujo objetivo é visualizar a situação competitiva regional, relacionando os principais elementos das análises feitas para os três níveis competitivos (macro, meso e micro), que apesar de suas limitações, possibilita a identificação dos gargalos competitivos e das prioridades de ação, constituindo um instrumento de avaliação constante para os atores regionais.

Com isso, os atores regionais em seus diferentes níveis são levados a perceberem a inter-relação entre situações próprias e comuns, levando-os à cooperação como forma de solucionar seus problemas.

5.3 Conclusão

Para as organizações dedicadas ao ecoturismo se conscientizarem do seu espaço e papel na atividade, é importante que cada uma delas perceba as diferentes necessidades das comunidades locais e que alinhe esses grupos com as estratégias nacionais de conservação/desenvolvimento. O método aqui descrito foi idealizado para demonstrar aos interesses setoriais como eles se inter-relacionam com outros setores, revelando, por meio disso, novas oportunidades para a conservação e desenvolvimento possam trabalhar juntos. Esse processo adota as áreas de proteção como foco para favorecer os valores das comunidades locais, enquanto proporciona educação para os turistas, em relação tanto às questões de conservação quanto às da própria comunidade local.

O maior acesso a informação garante à população local maior espaço no planejamento e no processo de tomadas de decisão. A educação desempenha um papel poderoso no aumento do envolvimento da população local.

Os programas apresentados e outros similares acabam levando a um maior controle local sobre as áreas de proteção e a atividade turística. Portanto, a população local ao se envolver no estudo, na discussão e no planejamento das estratégias de controle do processo de tomadas de decisão relativo ao desenvolvimento, está adotando um passo crucial no aumento e na valorização de seu papel no ecoturismo e no desenvolvimento local.

Crocker (citado em Encel & Encel, 1991:150) sustenta que o ecodesenvolvimento participativo é um meio de confrontar os efeitos danosos do turismo. O ecodesenvolvimento participativo inclui elementos de cooperação, autogestão, co-gestão e solidariedade. Embora a maioria dos países subdesenvolvidos admita que os velhos modelos econômicos não funcionem e só beneficiem os países desenvolvidos, os quais acabam controlando a economia, existem modelos alternativos, como foram relacionados nesta pesquisa, funcionando atualmente de diversas formas.

A resposta ao problema da pesquisa foi dada através da soma de dados descritivos coletados com a percepção dos entrevistados, os quais foram analisados sob a ótica do referencial teórico proposto. Conforme as perguntas da pesquisa, pode-se salientar que o referencial teórico foi balizar nesta pesquisa-ação. Este procedimento foi adotado devido à falta de um modelo adequado ao caso, usando-se um cruzamento de princípios de gestão da qualidade e produtividade para a questão do ecoturismo na forma de um modelo competitivo para o desenvolvimento local, objetivando legitimar o ecoturismo como ferramenta de promoção do desenvolvimento do município de Paraúna/GO, através do seu gerenciamento pelos atores regionais, garantindo a sustentabilidade das áreas naturais e melhoria da qualidade de vida da população local.

CAPÍTULO 6 CONCLUSÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES