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Abordagem Sistêmica Ciclo de Causalidade

MÉTODO DE AVALIAÇÃO

Para a avaliação da situação competitiva regional, em função da complexidade da análise envolvida, foram escolhidos 3 índices:

• ICMacro - Índice de Competitividade Macro • ICMeso - Índice de Competitividade Meso • ICMicro - Índice de Competitividade Micro ICMRegional = ICMacro + ICMeso + ICMicro

Avaliação Baixa, para os critérios onde a região possui deficiências que afetam diretamente, de forma clara e grave, a sua situação competitiva, sem a presença de pontos positivos que venham a amenizar estes efeitos indesejáveis.

Por se tratar de notas subjetivas, a grande função dos índices é apresentar aos atores regionais de forma um pouco mais estruturada a identificação dos gargalos competitivos e a partir daí priorizar as ações.

4.2.1.1.3 Método de Validação da Fase I

A aplicação geral da metodologia de Pires (2001), apresenta um método de transição de uma fase para outra, ou seja, da Fase I para a Fase II, buscando maximizar os esforços da fase I na forma de projetos integrados e coerentes com os princípios do modelo teórico em questão, composto pelos seguintes passos:

Passo 1 - Pré-validação dos relatórios na sua versão preliminar junto com o grupo de atores das instituições diretamente envolvidos no projeto. Esta é uma atividade interna, que tem por objetivo definir se o conteúdo apresentado nas análises feitos está coerente. As sugestões provenientes das reuniões de pré-validação devem ser incorporadas aos relatórios, que passam para a versão “pré-validada”.

Passo 2 - Validação dos relatórios na versão “pré-validada” junto a deferentes grupos de atores regionais. Antes da versão final dos relatórios, sugere-se reuniões de validação: a) reunião para discussão do nível macro competitivo, com atores relacionados com esta problemática; b) reuniões para discussão das cadeias produtivas estudadas (nível meso competitivo), tomando o cuidado para que os atores macro e micro, dentro do escopo de atuação estejam presentes; c) reunião para discussão do nível micro competitivo, com empresários e instituições de apoio competitivo.

Passo 3 - Finalização dos relatórios, com base nas sugestões e criticas feitas durante as reuniões de validação, oportunizando novos dados secundários, novas entrevistas e novas análises, elaborando-se a versão “final” dos

relatórios de forma fiel aos atores regionais. Ele deve ter a ótica dos próprios atores regionais, ampliada a partir do processo de debate e discussão, apresentada de modo estruturado e dentro do principio sistêmico.

Passo 4 - Identificação de Idéias-Guia. Ao final de cada reunião de debate deve ser elaborada uma lista de idéias-guia e oportunidades de projetos, com base nas deficiências discutidas durante as reuniões, que poderiam ser alvo de ações integradas para o seu desenvolvimento. Esta memória de reunião será o ponto de partida da Fase II – PROJETO.

Passo 5 - Identificação de Parceiros Potenciais. Com base nas idéias-guia levantadas, os atores regionais, ainda durante a reunião de validação, devem identificar os possíveis parceiros que deveriam ser convidados para participar de uma reunião de elaboração de um pré-projeto com base na idéia-guia em questão.

A partir deste ponto inicia-se de forma mais efetiva a Fase II da metodologia, como descrito a seguir.

4.2.1.2 Fase II – Projetos

Projetos é a fase que Pires (2001) chama os atores regionais a debater os resultados das análises competitivas realizadas na fase I. A segunda fase da metodologia tem por objetivo principal iniciar o dialogo entre os atores regionais, por meio de uma mesma base de informações que induza uma nova ótica desenvolvimentista. Nesta fase, a percepção dos atores é aguçada e a partir daí são capazes de identificar ações prioritárias no sentido de alavancar seus resultados competitivos. Os atores devem ser levados a entender que existem problemas comuns, fora do seu ambiente individual de ação, e que necessitam da ação conjunta para sua solução. Estes problemas comuns (restrições do sistema) são as idéias-guia (Casarotto e Pires, 1998) que motivarão a elaboração de projetos integradores de desenvolvimento na forma de pacto territorial.

Figura 11 – Esquema de Funcionamento da Fase II

Fonte: Pires. 2001

4.2.1.2.1 Níveis da Fase II

As oportunidades no Nível Macro Competitivo estão ligadas ás variáveis de análise, como por exemplo: elaboração de programas de reconversão profissional, estruturação de políticas de fomento e incentivos, formação de vias de acesso, etc. Já as oportunidades no nível Meso Competitivo devem estar relacionadas com melhoria competitivas nas principais cadeias produtivas da região, atuando nas restrições competitivas das mesmas. Estes projetos, de caráter cooperativo, podem ser: redimensionamento da cadeia produtiva, logística, programas de qualificação, consórcios, balanceamento produtivo, valorização de produto (marketing conjunto), etc. As oportunidades no Nível Micro Competitivo deverão abordar as restrições competitivas identificadas nas empresas da região e dirão respeito a fatores bastante específicos, como tipos de treinamento necessários, necessidade de capital de giro, qualificação profissional e tecnologia, processos produtivos, etc.

Relatório

Situação Competitiva Regional

Seminários

Debate Sensibilização Atores Regionais

Visão Sistêmica Restrições Comuns

Idéias-Guia

Projetos

Pires (2001), salienta que dentre as inúmeras deficiências encontradas na fase I, os atores regionais devem identificar aquelas prioritárias, onde possam integrar seus recursos no sentido de gerar sempre resultados positivos.

4.2.1.2.2 Atividades da Fase II

Atividade 1 - Promoção de Eventos de Debate com os atores regionais (parceiros potenciais), devendo ser planejadas e executadas com objetivo de sair com uma proposta de projeto pré-definida, envolvendo vários atores regionais de forma integrada.

Atividade 2 - Formação de Parcerias com base nas idéias-guia surgidas nos eventos de debate que possibilita aproximação entre os atores regionais e suas instituições, o que favorece a consolidação efetiva de parcerias, com a celebração de um convênio especifico para a elaboração e execução do pré- projeto acordado. Este convênio deve definir contrapartidas financeiras e/ou técnicas entre os parceiros do projeto.

Atividade 3 - Estruturação da Equipes de Projeto com base nos pré-projetos definidos, a primeira atividade a ser desempenhada é estruturação de uma equipe encarregada da elaboração do projeto em questão. Esta equipe, composta por representantes dos parceiros envolvidos na iniciativa, deve ser qualificada na metodologia de desenvolvimento regional segundo a abordagem teórica utilizada neste modelo competitivo, bem como nos seus princípios norteadores.

Atividade 4 - Elaboração de Projetos Integrados de Desenvolvimento, a equipe estruturada elabora o projeto em questão, apresentando o seu resultado final para validação dos parceiros. Para isso, o projeto deve contar com exeqüibilidade técnica e financeira. Após esta validação, o projeto pode ser oficialmente lançado na região.

Atividade 5 - Execução dos Projetos Integrados de Desenvolvimento, após a validação seguir a execução, de acordo com o plano financeiro, cronograma e esquema de funcionamento definido previamente. Se bem formatados, os projetos iniciais são os que trarão os primeiros resultados da metodologia.

Estes resultados, corretamente divulgados darão um forte impulso no seu ciclo de amadurecimento e desenvolvimento, dando inicio à elaboração da Fase III.

4.2.1.2 Fase III – Estrutura

A construção dessa fase se dá a partir das duas fases anteriores. Como esta terceira fase da metodologia é uma conseqüência direta dos resultados obtidos nas duas primeiras, não se pode prever com exatidão elementos ou métodos de trabalho, por se tratar de uma metodologia endógena-induzida totalmente construída pelos próprios atores regionais. É o que Pires (2001) chama a atenção para a uma nova ótica sistêmica de desenvolvimento regional, estabelecida pelo rompimento com a ótica desenvolvimentista antiga, limitada, política, setorial e geográfica. Nesta fase surgem as instituições intermediárias de governância regional, como forma de solucionar alguns problemas comuns de ordem estrutural do território em questão.

A fase III é a fase onde a região, representada pelos atores, articulados na forma de uma matriz de parceiros, ainda em formato preliminar, organiza-se para capturar todas as oportunidades que começam a surgir, conforme detalhamento.

Figura 12 – Oportunidades de Desenvolvimento

Plano Estratégico Regional Integração de Lideranças Estrutura de Desenvolvimento Pacto Territorial

Estratégia das Instituições Federais Plano Estratégico da Cadeia Produtiva Apoio ao desenvolvimento de Clusters Integração entre Empresas

Integração entre Empresas e Região Estratégia das Instituições Regionais Plano Estratégico de Negócios Reconversão de Negócios Integração entre Empresas Desenvolvimento de Negócios Programas e Projetos Específicos Fonte: Pires (2001).

MACRO

MESO

4.2.1.3.1 Atividades da Fase III

Atividade 1 - Divulgação dos Resultados obtidos com os projetos executados na fase II, fortalecendo a motivação para que um número maior de atores e instituições participe desta iniciativa.

Atividade 2 - Consolidação da Matriz de Parcerias. Envolvendo parceiros já interados em projetos específicos e outros parceiros motivados pela divulgação dos resultados da iniciativa, esta fase procura consolidar formalmente o pacto territorial sob a forma de uma matriz de parcerias consolidada. Esta matriz de parceiros deve contar com as instituições que tenham interesse no desenvolvimento regional e que estão realizando, ou planejando realizar, ações de melhoria das condições competitivas da região, para minimizar o número de iniciativas paralelas e divergentes no território. Com isso, a possibilidade de integração de esforços, recursos e de alavancagem dos resultados é muito maior.

Atividade 3 - Institucionalização. A matriz de parceiros consolidada deve institucionalizar o processo iniciado sob a forma de um projeto. Esta institucionalização pode acabar desenvolvendo, inclusive, uma forma jurídica especifica para esta iniciativa. Nesta fase, raramente são criadas estruturas inteiramente novas. Na maioria das vezes, os atores, através da ampliação da sua percepção da realidade, enxergam novas funções e formas de organização para as estruturas já existentes. Estruturas pequenas ou informais passam a ganhar maior força de atuação regional. A análise sistêmica da realidade regional aponta também, uma série de espaços intermediários que podem ser preenchidos por instituições do território. Por sua vez, este processo é basicamente de integração e organização dos esforços regionais já existentes, como será apresentado na aplicação do modelo.

Atividade 4 - Sistematização. Os esforços realizados nos projetos iniciais, as fases e as atividades da metodologia devem ser sistematizados, dentro do escopo institucional criado para a iniciativa, que visa garantir a sua continuidade na região.

O método formulado por Pires (2001) que embasa essa dissertação, apresenta um caráter inovador a partir de sua sistematização em três fases que fecham um ciclo (Figura 10) que, à medida que vai sendo desenvolvido, traz resultados crescentes, tanto em termos de amplitude das ações desenvolvidas pelos atores regionais, quanto em termos de ampliação da sua visão sistêmica acerca da sua situação competitiva, dos seus negócios e da sua região, reforçando os conceitos de governância, capital social e identidade regional.

Figura 13 – Esquema de Funcionamento do Método

Fonte: Pires (2001)

Quadro 10 - Estrutura do Método

Fonte: Adaptado da Estrutura do Método (Pires, 2001).

ESQUEMA DE FUNCIONAMENTO DO