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Parte I Enquadramento teórico

3. A Biblioteca Escolar 2.0

3.2 Que ferramentas Web ao serviço de uma Biblioteca 2.0?

3.2.6. Ferramentas de agregação de conteúdos

Quando um utilizador queria saber se existiam novidades nas páginas Web ou Blogues que seguia e lhe interessavam a forma mais comum de o fazer era visitá-las uma a uma com a frequência desejada e comprovar que, na maior parte das vezes, não havia atualizações… Este trabalho podia ser facilitado através da adição da hiperligação à listagem de favoritos do navegador da Web (Internet Explorer, Firefox, …) ou pela subscrição de um e-mail de alerta ou de uma newsletter que alguns serviços prestavam e que eram enviados manualmente.

Com o surgimento das ferramentas de agregação de conteúdo, deixa de ser o utilizador que parte em busca da informação atualizada, mas sim a própria informação que vai ter com ele. Um dos meios que o utilizador pode utilizar para que a informação venha ter com ele é através do RSS.

O RSS é uma linguagem de estrutura e conteúdo de páginas Web e as suas iniciais correspondem a Rich Site Summary ou Really Simple Syndication, sendo que é está última que acaba por dar mais sentido ao que se pretende: agregação realmente simples.

Face ao uso do e-mail ou da newsletter, o RSS é mais vantajoso para o utilizador pois é ele quem decide as novidades que quer ver, não ficando sujeito a mensagens de spam, vírus e ao acesso descontextualizado. Acrescenta-se que a leitura via RSS tem um carácter privado já que não se tem que fornecer qualquer informação pessoal aos detentores da informação e é de fácil e instantâneo cancelamento. As desvantagens, a existirem, ficam do lado dos fornecedores da informação pois este tipo de leitura por RSS não deixa marcas nas estatísticas dos sítios Web.

Por último é relevante referir que os canais RSS são facilmente integráveis noutras ferramentas Web 2.0 sendo que muitas delas já integram canais RSS como muitos serviços de Blogues.

Porque usar agregação de conteúdos na Biblioteca?

O uso deste tipo de ferramentas coloca a Biblioteca Escolar, uma vez mais, na lógica da Web 2.0 assumindo que valorizam a inteligência coletiva e o trabalho em rede e os interesses dos utilizadores pois, de acordo com Çelikbaş (2004) ao adotarem feeds RSS, as bibliotecas assumem um papel ativo como:

- Consumidores de informação (recebendo de forma organizada as atualizações de páginas/Blogues selecionados).

- Produtores de informação (mantendo as suas páginas Web fornecendo informação sobre os seus serviços, novas aquisições, divulgação/anúncios, divulgação de newsletters digitais e muitas outras informações como por exemplo o catálogo).

- Veículos de transmissão de informação (subscrevendo sítios de interesse, partilhando o seu conteúdo no sítios da BE; subscrevendo feeds de interesse para o público-alvo; compilando uma lista de feeds anotados para ajudar os utilizadores a escolherem os feeds do seu interesse).

Como usar a agregação de conteúdos na Biblioteca Escolar?

Marketing: atividades, eventos, anúncios e muito mais – Os feeds podem ser

usados para publicar qualquer aviso do Website da biblioteca, exposições, promoções de serviços ou de novos recursos da BE;

Listas de livros – O maior potencial do uso dos feeds RSS na biblioteca talvez

seja a criação de um modo extremamente fácil de listas de livros ou outros recursos Cd, DVD, CD-ROM, …, como por exemplo: as novas aquisições; os mais procurados, os mais lidos ou vistos

Índices de revistas ou de livros – As compilações de índices de periódicos

podem ser fornecidos aos utilizadores, sendo que estas listas podem ser organizadas por temáticas.

Tarragó (2007) no artigo “Sindicación de contenidos con canales RSS: aplicaciones atuales y tendências acrescenta outras sugestões de uso, como sejam:

Ambientes pessoais de aprendizagem – As bibliotecas podem organizar

listagens específicas de recursos adequados aos mais diversos ambientes de aprendizagem que podem ser organizados por palavras-chave;

Catalogação cooperativa - A biblioteca adquire capacidade de incorporar

registos bibliográficos que outras bibliotecas partilham

Disseminação seletiva da informação – O uso do RSS para a apresentação de resultados de busca em bases de dados on-line é algo comum. Desta forma, este serviço converte-se numa nova variante do serviço de disseminação seletiva de informação, que implica a criação de perfis de consulta.

Serviço de referência – Respostas a questões frequentes, FAQ, como factos,

números, opiniões, horários, podem ser usados nos canais RSS

Da nossa parte, acrescentaríamos ainda as seguintes utilizações do RSS em BE:

Fidelização de utilizadores – Ao prestar um serviço de inegável qualidade e

utilidade para os utilizadores a Biblioteca Escolar consegue fidelizar utilizadores.

Divulgação de feeds de outras bibliotecas ou sítios Web – Da mesma forma

que produz feeds, a biblioteca pode disponibilizar no seu sítio ou Blogue feeds de outros sítios (notícias de jornais, revistas, editoras, escritores, bases de dados, bibliotecas, profissionais...) de acordo com as necessidades e interesses dos utilizadores. Muitas ferramentas de bookmarking social também disponibilizam canais RSS de etiquetas que podem ser subscritas.

Canal de comunicados ou informações – A biblioteca pode criar um canal de

informações e/ou comunicados referindo informações úteis (horários, atividades, etc.).

Problemáticas associadas

Seleção de conteúdos a partilhar / Gestão de coleções – Tudo o que se

escreveu neste trabalho a propósito da partilha de conteúdos se aplica no que se refere à agregação de conteúdos. Deste modo, não basta agregar conteúdos. É necessário pensar o que agregar e para quem agregar. No primeiro caso, temos de começar por conhecer os interesses dos utilizadores e avaliar a qualidade dos conteúdos que selecionamos. No segundo caso, temos de garantir a produção de conteúdos que suscitem aos utilizadores a vontade de subscrever os respetivos feeds. Mais uma vez deve ser referido que deve haver critérios de seleção e avaliação de recursos de modo a evitar feeds irrelevantes que só podem contribuir para um excesso de informação.

Falta de conhecimentos técnicos – Nem todos os sítios Web oferecem feeds.

Deste modo, apesar de ser relativamente simples programar em linguagem html um serviço RSS, será necessário um mínimo de formação neste campo que nem todos os responsáveis pelas Bibliotecas Escolares terão. Assim sendo, para muitas bibliotecas o serviço RSS será apenas disponibilizado a partir de subscrição de serviços RSS disponibilizados por outros sítios;

Impossibilidade de produção de estatísticas de acesso – A BE fica

impossibilitada de obter com facilidade estatísticas de acesso e subscrição aos seus serviços RSS o que poderá ser obstáculo a uma posterior “afinação”/adequação do serviço aos utilizadores;

Volatilidade dos feeds – Dado o facto de a Internet ser extremamente volátil

tendo em conta a facilidade com que se criam e cancelam páginas Web ou Blogues, é necessário estar muito atento à atualidade dos feeds que a biblioteca subscreve.

Lançar periodicamente um olhar sobre todos os feeds - Isso pode ser

aproveitado para os reorganizar (criar novas pastas temáticas, alterar as etiquetas, …) e eventualmente apagar uns quantos feeds, porque deixaram de interessar por já não estar tão centrados no tema que tratam, ou porque já estão desatualizados

Ser seletivo - Ao princípio poderá parecer que alguns sítios Web ou Blogues são

mesmo? Será necessário, antes de subscrever, acompanhar durante algum tempo esse mesmo sítio ou Blogue para estar certo da sua política editorial

Filtrar os feeds - Há alguns programas que permitem criar filtros para os feeds,

como por exemplo o FeedRinse.

Juntar vários feeds num só - Há muitos Blogues e páginas muito interessantes

mas que se atualizam com pouca frequência. É possível reduzir a lista de subscrições usando ferramentas como o Feedblendr, RSS Mixer,...