• Nenhum resultado encontrado

Figura 35 – Página da BDTD em discordância com o leiaute do website

Link de acesso a BDTD disponível apenas no corpo do texto.

Página em discordância com o leiaute do

129

Com relação a padronização foi observado que links utilizados não ficam em destaque quando o usuário necessita retornar a página anterior e o website não disponibiliza datas de atualização dos conteúdos. Mesmo considerados pelos especialistas 3 e 4 como problemas de baixa prioridade de correção, ambos problemas impactam na realização de tarefas pelos usuários.

6.2.6 Flexibilidade e compatibilidade com o contexto de uso do website da bce

O website da biblioteca não disponibiliza nas suas páginas conteúdos e informações em outros idiomas (problema considerado de média prioridade de correção pelos avaliadores 3 e 4) , o que não permite a visibilidade dos serviços da biblioteca. Para o especialista 1 “se os textos estivessem em outros idiomas a visibilidade da biblioteca em comunidades acadêmicas seria muito maior”.

Figura 36 – Ausência de informações resumidas e conteúdos em outros idiomas

Constatou-se também que no website da BCE as informações institucionais da biblioteca (histórico, missão, organização) podem estar disponíveis em apenas uma página. O especialista 1 identificou que “seria mais fácil localizar as informações necessárias” e sugeriu o uso de “âncoras identificadas para minimizar este problema”.

Ausência de informações resumidas Conteúdos – apenas em português

130

Ainda relativo às informações sobre a biblioteca, os especialistas observaram que informações sobre copirraite não são disponibilizadas (problema de baixa prioridade de correção). “Bibliotecas deveriam incentivar a lei de direitos autorais” (especialista 1) e “não encontrei nenhuma menção relativa a quantidade de cópias de livros que posso tirar” (especialista 2).

O único problema considerado de alta prioridade neste critério foi a falta de atributos inseridos nos scripts e linguagens de marcação para permitir a acessibilidade de pessoas com deficiência. O especialista 1 observou que “os conteúdos e as ferramentas do website não fazem uso de navegadores que permitam o uso por pessoas com deficiências e que necessitam de tecnologia assistiva” e o especialista 2 admitiu que considerou este problema pelo fato que “bibliotecas tem um papel relevante na oferta de informações para diminuir a exclusão digital”.

Figura 37 – Ausência de atributos de acessibilidade

A avaliação ergonômica gerou resultados satisfatórios em relação ao website da BCE, porque foi elaborada de forma associativa, propondo a interação de três técnicas de avaliação de usabilidade. Outro ponto crucial que contribuiu para o sucesso desta avaliação foi a escolha dos especialistas, uma vez que somente especialistas detém o conhecimento que permite a aplicação

131

da técnica de maneira correta, poupando tempo e garantindo resultados mais confiáveis, confirmando a afirmação de Reitz et al. (2004), que é “indispensável que os avaliadores sejam especialistas em ergonomia, para que não haja perda de tempo na busca por conhecimento ergonômico e técnico dos componentes de interação de uma interface”. Também se constatou que a avaliação ergonômica permitiu o conhecimento de problemas que puderam ser abordados na análise da tarefa pelos usuários.

Outro aspecto importante observado na avaliação ergonômica foi a necessidade de adaptação dos instrumentos utilizados, de acordo com o contexto de uso. Concluiu-se que listas de verificação, guia de recomendações e heurísticas pré-determinadas, que avaliam qualquer tipo de página independente do seu contexto, acabam gerando um grande número de itens não aplicáveis, fato que não ocorreu na avaliação do website da BCE.

Entretanto, algumas desvantagens dos métodos e técnicas referendados na literatura acerca do tema não foram comprovados na avaliação ergonômica do website da BCE. A afirmação de Dias (2001, p.53) que “listas de verificação podem significar coisas diferentes para pessoas diferentes” não encontrou respaldo nesta pesquisa, haja vista a semelhança da identificação dos problemas considerados de alta prioridade de correção. Outra controvérsia identificada na literatura que não foi verificada nesta pesquisa foi a afirmação de Nielsen (1993) que “usuários sem experiências em avaliações de usabilidade podem tirar proveito dos seus resultados”. Os dados identificaram que a especificidade das questões da lista de verificação, quando adaptadas ao contexto de uso, não permitem a usuários sem experiências obterem resultados satisfatórios, pois usuários não estão familiarizados com a terminologia e os padrões de webdesign. Outra questão contraditória encontrada na literatura, que não foi confirmada nesta pesquisa, foi a afirmação de Bohmerwald (2005) de que fica a cargo do profissional de usabilidade a definição de como será modificada a interface de um website. Comprovou-se nesta pesquisa que o especialista em usabilidade identifica o problema, que deve ser repassado a equipe de desenvolvimento para análise, garantindo a imparcialidade das correções, que não serão realizadas sob a ótica de quem as avaliou.

Algumas vantagens dos métodos encontradas na literatura sobre usabilidade foram identificadas. Nesta pesquisa, a distinção entre o significado da lista de verificação e do guia de recomendações foi confirmada, conforme concluíram Cybis (2001), Dias (2001), Horn (1996) e Melchior (1996), assim como a visão de Mathias (1995) apud Jeffries (1991) de que um conjunto bem selecionado de recomendações é um dispositivo focalizador “que força o avaliador a ter uma visão ampla da interface”, através da lista de verificação. Portanto, o guia de recomendações é uma técnica que permite observações mais minuciosas do website, construindo uma relação simbiótica com a lista de verificação, uma vez que uma sem a outra não facilitam a obtenção de resultados plausíveis.

132

De maneira geral, os resultados da avaliação ergonômica do website da BCE foram positivos, levando em consideração que a Biblioteca da Universidade de Brasília nunca havia realizado avaliações de usabilidade. A realização desta pesquisa comprovou que essas avaliações podem atender os interesses dos usuários com eficiência.

No entanto, a questão da acessibilidade para pessoas com deficiência deve ser amplamente discutida no âmbito do website da BCE. Como o seu escopo é atender a toda a comunidade acadêmica é inadmissível que os atributos de acessibilidade não sejam privilegiados, principalmente ao levar em conta que o Brasil possui 24,6 milhões de pessoas com deficiência, ou seja, 14,5% da população brasileira, segundo dados do Serpro relativos ao ano de 2005 (ver

http://www.serpro.gov.br/acessibilidade/). Para que a acessibilidade faça parte do website da BCE, os desenvolvedores e gestores devem reconhecer a importância das recomendações de acessibilidade contidas em guias como o documento "Web Content Accessibility Guidelines 1.0 - WCAG 1.0" ("Recomendações para a acessibilidade do conteúdo da web 1.0") da W3C/WAI e a Declaração de Santa Cruz de La Sierra – Bolívia, de 15 de novembro de 2006, que apontou a inclusão social como mola propulsora do desenvolvimento da Comunidade Ibero-americana “. Além disso, conforme afirmaram Pupo & Vicentini (1998, p. 9):

Cabe à biblioteca universitária brasileira contribuir para a elevação de consciência da necessidade de incorporar os grupos minoritários, como é o caso dos deficientes – aos intelectuais, pesquisadores e cientistas, permitindo ao portador repensar a sua própria condição e a sua capacidade de superação das limitações impostas.

Outra questão que deve ser amplamente discutida no âmbito de atuação do website da BCE é a visibilidade dos seus produtos e serviços, o que se dá através da oferta de conteúdo em outros idiomas. Neste contexto, Bertholino et al. (2000), em trabalho que descreve a web como canal de divulgação de serviços e produtos de bibliotecas universitárias já havia observado que bibliotecas universitárias não utilizam a abrangência mundial da web para a divulgação de informações, já que dos 76 websites de bibliotecas universitárias analisados apenas 6,6% apresentam a opção para outro idioma.

Os resultados também demonstraram que gestores e desenvolvedores do website da biblioteca da BCE devem privilegiar a reestruturação das estruturas de navegação. No escopo de atuação da biblioteca, a opção mais adequada seria optar por listar todos os links do lado esquerdo das páginas, no local das caixas de busca, que passariam a ser disponibilizadas na parte superior da página, o que enfatizaria a totalidade dos serviços disponíveis, não ocorrendo com os menus

133