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1 INTRODUÇÃO

2.5 FLUXO DE INFORMAÇÕES DO SIAFI E NOVO SIAFI

Nesta seção será contextualizada a forma sobre como se dá o fluxo de informações do Siafi, que ocorre, como será visto, de forma hierarquizada. Essa explicação prévia é necessária para entender a forma como ocorre a interação entre as partes interessadas do Projeto Novo Siafi.

Como o Novo Siafi se trata de uma evolução tecnológica do Siafi, o fluxo de informações aqui explicitado se aplica integralmente ao novo sistema. Assim, será utilizado, nesta seção, apenas o termo Siafi para se referir ao sistema.

A STN é responsável pela administração, implementação, manutenção e regulamentação do uso do Siafi (elaboração da definição lógica e das normas de utilização) e da sua infraestrutura (SECRETARIA DO TESOURO NACIONAL, 2011d), atividades desempenhadas com auxílio do Serpro. O Serpro, por sua vez, disponibiliza sua rede, equipamentos e técnicos de desenvolvimento do sistema e, além disso, é responsável pelo desenvolvimento e funcionamento do Siafi, armazenamento e segurança de dados. Já os usuários cumprem o papel, não só de introduzir os dados no sistema, mas também de serem responsáveis pela qualidade e veracidade dos dados inseridos (SECRETARIA DO TESOURO NACIONAL, 2008a).

Segundo a Norma de Execução STN nº 01, de 08 de janeiro de 2015, os usuários do Siafi são, preferencialmente, servidores públicos vinculados diretamente ao órgão responsável pelos lançamentos no sistema ou por ele requisitados, podendo, em casos excepcionais, ser acessado por usuários terceirizados, sob autorização expressa (SECRETARIA DO TESOURO NACIONAL, 2015).

Ao ser cadastrado, cada usuário do Siafi é vinculado a uma UG, que é a unidade orçamentária ou administrativa que realiza atos de gestão orçamentária, financeira e/ou patrimonial (SECRETARIA DO TESOURO NACIONAL, 2013a). A comunicação de usuários do Siafi é feita por meio do módulo Comunica, que permite o envio e consulta de mensagens às diversas UG (SECRETARIA DO TESOURO NACIONAL, 2008b).

Contabilidade Federal, pode-se afirmar que há uma hierarquia no fluxo de informações do Siafi. Este Sistema é formado por:

1. STN, como órgão central;

2. Órgãos setoriais: unidades de gestão interna dos Ministérios, da Advocacia-Geral da União, do Poder Legislativo, do Poder Judiciário e do Ministério Público da União, responsáveis pelo acompanhamento contábil, no Siafi, de determinadas unidades gestoras executoras ou órgãos, podendo assumir as seguintes formas:

a. Setorial de UG: unidade responsável pela execução contábil no sistema e pelo acompanhamento de determinado número de UG Executoras; b. Setorial de Órgão: UG responsável pelo acompanhamento de um

órgão, compreendendo as UG Executoras a ele pertencentes;

c. Setorial de Órgão Superior: unidade de gestão interna dos Ministérios e órgãos equivalentes responsáveis pelo acompanhamento dos órgãos e entidades supervisionados.

As setoriais de órgão superior representam o elo entre as UG e o Órgão Central (STN) (SECRETARIA DO TESOURO NACIONAL, 2012c). As UG que exercem funções de órgão setorial têm o poder de consultar o Siafi e obter quaisquer informações sobre as UG a ela vinculadas (SECRETARIA DO TESOURO NACIONAL, 2001).

Assim, o acompanhamento das informações registradas no Siafi segue uma hierarquia organizada na forma de sistema organizacional. A STN funciona como Órgão Central dos sistemas de Administração Financeira Federal e de Contabilidade Federal (BRASIL, 2000, 2009). Ambos os sistemas agregam ainda as unidades setoriais, que estão sujeitas à orientação normativa e à supervisão técnica do órgão central (BRASIL, 2001) e têm, dentre outras funções, o papel de apoiar o Órgão Central na gestão do Siafi (BRASIL, 2000, 2009).

As unidades setoriais têm como funções coordenar, orientar, acompanhar as atividades das UG a ela vinculadas (BRASIL, 2000), além de prestar a estas, assistência e apoio técnico (BRASIL, 2009). Assim, na execução orçamentária e financeira realizada no Siafi, uma UG executora se reporta à sua Setorial de UG, que, por sua vez, se reporta à Setorial de Órgão, que se remete à Setorial de Órgão Superior que, num nível macro, está vinculada ao Órgão Central. Cabe ressaltar que uma mesma UG pode desempenhar, concomitantemente, as funções

de Setorial de UG e Setorial de Órgão.

Esse fluxo de informações é cabível, por exemplo, no repasse de recursos financeiros ou quando uma UG verifica a ocorrência de dúvidas de operacionalização ou outros problemas no Siafi ou Novo Siafi e necessita de orientações, que são dadas pelos órgãos setoriais, de acordo com a hierarquia exposta. Em tese, a comunicação dos usuários, por meio do módulo Comunica, também segue esta hierarquia, embora não haja mecanismos, no sistema, que impeçam que os usuários se comuniquem com outras unidades que não façam parte da sua estrutura de órgão superior, nem tampouco que se comuniquem diretamente com a STN. Porém, a hierarquia aqui exposta, tem sido seguida formalmente pelas unidades, como constatado na unidade Setorial Contábil de Órgão Superior do MEC, em observação durante a realização da pesquisa.

Há que se frisar que as Setoriais de Órgão Superior não realizam, em regra, execução orçamentária e financeira, sendo responsáveis pelo acompanhamento das suas unidades vinculadas, efetuando registros nessas unidades a título de exceção, isto é, apenas quando necessário (BRASIL, 2000, 2009). Porém, quanto às Setoriais de UG e de Órgão, é regra que estas realizem execução orçamentária e financeira no Siafi (SECRETARIA DO TESOURO NACIONAL, 2013a). A figura 1 ilustra a hierarquia das informações do Siafi, conforme fora aqui exposto.

Figura 1 – Hierarquia das informações do Siafi

Fonte: elaboração própria

Desse modo, obedecendo-se a hierarquia aqui explicitada, e com base no que diz a STN [entre 2010 e 2015b], pode-se afirmar que o atendimento aos usuários do Siafi é realizado, inicialmente pelas unidades setoriais de UG, em primeira instância, de órgão, em segunda, e de órgão superior, em terceira

instância. Na instância superior, o atendimento é realizado pela STN, Órgão Central, por intermédio da COSIS/STN, com papel de resolver ou repassar ao Serpro questões referentes a aspectos tecnológicos, da Coordenação-Geral de Contabilidade e Custos da União (CCONT/STN), que atende usuários com problemas e dúvidas em matéria contábil, e da Coordenação-Geral de Programação Financeira (COFIN/STN), responsável pelo atendimento na área de programação financeira.

A STN [entre 2010 e 2015] ainda menciona um outro canal direto ao usuário, que é o Centro de Atendimento Serpro (CAS/Serpro), que funciona diariamente por meio de telefone. Como constatado na unidade Setorial de Órgão Superior do MEC, o atendimento também tem sido realizado por e-mail e telefone, mas sempre obedecendo à hierarquia aqui exposta.

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capítulo é apresentado o referencial teórico, que, segundo Prodanov e Freitas (2013), deve conter as teorias que fundamentam a pesquisa, identificando o estado da arte sobre o tema e a aplicação das referências utilizadas.

3.1 DEFINIÇÃO E DISCUSSÃO DE CONCEITOS ABORDADOS NA PESQUISA