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Formação Contínua de Professores e a Indisciplina

No que diz respeito ao uso recorrente da legislação produzida pelo Ministério da Educação e Ciência relativamente à diminuição da indisciplina, os professores inquiridos, afirma que algumas vezes utiliza a legislação (47%), 27% dos professores inquiridos “raramente” utiliza a legislação, 13% dos professores inquiridos utiliza “sempre” a legislação e 13% dos professores inquiridos utiliza “muitas vezes” a legislação.

Gráfico 17 – Uso da legislação produzida pelo Ministério da Educação e Ciência relativamente à diminuição da indisciplina

Face à indisciplina dos alunos, os procedimentos adotados pelos professores inquiridos são: repensar as metodologias e estratégias adotadas, refletir o relacionamento professor/ aluno, ignorar a situação ou investir na sua formação.

Relativamente ao primeiro ponto, os professores inquiridos, 47% deles demonstraram intenção de “algumas vezes” repensarem as suas metodologias e estratégias adotadas, 46% deles demonstraram intenção de “muitas vezes” repensarem as suas metodologias e estratégias adotadas e 7% deles “raramente”demonstram intenção de repensarem as suas metodologias e estratégias adotadas.

Relativamente ao segundo ponto, 40% dos professores inquiridos, demonstraram intenção de “muitas vezes” refletirem sobre seu relacionamento com os alunos, 40% deles demonstraram intenção de “algumas vezes” refletirem sobre seu relacionamento com os alunos, 13% deles demonstraram intenção de reflectirem “sempre” sobre seu relacionamento

a)Repensar as metodologias e estratégias adotadas 46% 47% 7% Muitas vezes Algumas vezes Raramente c) Ignorar a situação 7% 66% 27% Algumas vezes Raramente Nunca b) Refletir o relacionamento professor/aluno 13% 40% 40% 7% Sempre Muitas vezes Algumas vezes Raramente

d) Investir na sua formação 20% 33% 27% 13% 7% Sempre Muitas vezes Algumas vezes Raramente Nunca

53% 47%

Algumas vezes Raramente

com os alunos e 7% “raramente” demonstraram intenção de refletir sobre seu relacionamento com os alunos.

No que diz respeito ao ponto três, os professores inquiridos, 67% “raramente” ignoram a situação, 27% “nunca” ignoram a situação e 6% “algumas vezes” ignoram a situação.

No que concerne ao ponto quatro, os professores inquiridos 33% “muitas vezes” pensam em investir na sua formação, 27% “algumas vezes” pensam em investir na sua formação, 22% pensam”sempre” em investir na sua formação, 13% “raramente” pensam em investir na sua formação e 7% “nunca” pensam em investir na sua formação.

Na opinião dos professores inquiridos, 53% consideram que “algumas vezes” as medidas tuteladas pelo Ministério da Educação e Ciência têm êxito diminuição da indisciplina e 47% consideram que “raramente” as medidas tuteladas pelo Ministério da Educação e Ciência têm êxito diminuição da indisciplina.

Os professores entrevistados são da mesma opinião que a maioria dos inquiridos. Uma vez que consideram que as medidas tuteladas pelo Ministério da Educação e Ciência têm êxito na diminuição da indisciplina, isto porque munem os órgãos de gestão de meios mais eficazes no combate da indisciplina. Porém, há uma concordância similar no que se refere ao rigor e a equidade da aplicação das medidas existentes.

Gráfico 19 – Medidas tuteladas pelo Ministério da Educação e Ciência e o êxito na diminuição da indisciplina

13% 33% 54% Muitas vezes Algumas vezes Raramente 53% 33% 13% 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% Algum as ve zes Rara men te Nunc a

Face aos normativos existentes e na opinião dos professores inquiridos, os normativos existentes para 53% “raramente” são suficientes para combater a indisciplina, para 34% “algumas vezes” são suficientes para combater a indisciplina e para 13% “muitas vezes” são suficientes para combater a indisciplina.

Quanto à frequência de ações de formação sobre indisciplina por parte dos professores inquiridos, 53% afirmam que frequentam “algumas vezes” essas ações, 33% afirmam que “raramente” frequentam essas ações e 13% afirmam que não frequentam essas ações.

Gráfico 20 - Os normativos existentes são suficientes no combate da indisciplina

7% 47% 33% 13% Sempre Muitas vezes Algumas vezes Raramente 73% 20% 7% Sempre Muitas vezes Algumas vezes

Dos professores inquiridos, 47% afirmam que consultam “muitas vezes” o Estatuto do aluno e Ética Escolar, 33% afirmam que consultam “algumas vezes” o Estatuto do aluno e Ética Escolar, 13% afirmam que “raramente” consultam o Estatuto do aluno e Ética Escolar e 7% afirmam que consultam “sempre” o Estatuto do aluno e Ética Escolar.

Fazendo uma análise atenta das entrevistas e entrosando com as respostas dadas pelos professores inquiridos, verificamos que a maioria dos professores entrevistados consultam o Estatuto do aluno e Ética Escolar e todos são da opinião que este normativo é uma ótima ferramenta de auxílio no combate da indisciplina. É importante ressalvar a opinião unânime dos entrevistados que este documento possibilita uma maior autonomia, quer à escola quer ao diretor.

Relativamente à análise do Projeto Educativo da sua escola, e com base no gráfico n.º 25 dos professores inquiridos 73% analisa “sempre” este, 20% analisa “muitas vezes” este e 7% analisa “algumas vezes” este documento.

Gráfico 22 – Frequência da consulta do Estatuto do Aluno e Ética Escolar

73% 20% 7% Sempre Muitas vezes Raramente

Este análise efetivamente é possível, porque os professores cooperam bastante entre eles e como partilham a mesma escola há muito tempo também facilita a compreensão das mudanças existentes neste documento estruturante.

Quanto à análise do Regulamento Interno da sua escola, 73% dos professores inquiridos afirmam analisar “sempre” o Regulamento Interno, 20% dos professores inquiridos afirmam analisar “muitas vezes” o Regulamento Interno e 7% dos professores inquiridos afirmam que “raramente” o analisam.

No que diz respeito aos normativos existentes, e neste caso o Regulamento Interno verifica-se um elevado domínio de conhecimento do mesmo por parte dos professores. Isto porque este agrupamento possui um quadro de professores estável ao longo dos anos, pois já lecionam nesta escola há muitos anos.

No entanto, e no que diz respeito à sua aplicação esta acaba por deferir um pouco entre eles. Isto porque, cada um carateriza e categoriza os atos dos alunos de foma diferente, como temos oportunidade de observar nas respostas dadas pelos entrevistados mais à frente. Em que, aqui todos eles afirmam que aplicação do mesmo depende sempre do próprio professor e da sua forma de atuação “particular”.

40% 40% 20% 0% 10% 20% 30% 40% Muitas vezes Algumas vezes Raramente 7% 13% 67% 7% 7% Sempre Muitas vezes Algumas vezes Raramente Nunca

No que concerne à legislação existente e adequação da mesma face à organização escolar atual, 40% dos professores inqueridos considera-a “muitas vezes” adequada a organização escolar atual, 40% dos professores inqueridos considera-a “algumas vezes” adequada a organização escolar atual e 20% dos professores inqueridos “raramente” a considera adequada a organização escolar atual.

Gráfico 25 – Considerações sobre a legislação existente e adequação e coerência com a organização escolar atual

33% 20% 27% 20% 0% 10% 20% 30% 40% Muitas vezes Algumas vezes Raramente Nunca

Face à análise feita do gráfico nº 28, 67% dos professores inquiridos sente-se “algumas vezes” emocionalmente esgotado com a docência, 13% dos professores inquiridos sente-se “muitas vezes” emocionalmente esgotado com a docência, 7% dos professores inquiridos sente-se “sempre” emocionalmente esgotado com a docência, 7% dos professores inquiridos “raramente” se sente emocionalmente esgotado com a docência e 7% dos professores inquiridos “nunca” se sente emocionalmente esgotado com a docência.

Relativamente à questão se ao longo da sua carreira profissional, já pensou em exercer outra atividade, 33% dos professores inquiridos respondeu que pensou “muitas vezes” nessa situação, 27% dos professores inquiridos respondeu que “raramente” pensou nessa situação, 20% dos professores inquiridos respondeu que pensou “algumas vezes” nessa situação e 20% dos professores inquiridos respondeu que “nunca” pensou nessa situação,

5.3.2 – Entrevistas semi- estruturadas

A entrevista é um eficaz instrumento de pesquisa sobre comportamentos, perceções, atitudes e opiniões sobre o real. Mas também sobre o imaginário, sobre as representações que os indivíduos têm acerca da realidade ou como esta deveria ser.

As entrevistas, para Ketele e Roegiers consistem “num método de recolha de informações que consiste em conversas orais, individuais ou de grupos, com várias pessoas seleccionadas cuidadosamente, cujo grau de pertinência, viabilidade e fiabilidade é analisado na perspectiva dos objectivos de recolha de informações” (1999, p. 18). Como refere Quivy e Campenhoud as entrevistas apresentam vantagens no que diz respeito ao “grau de profundidade dos elementos de análises escolhidos” (1992, p. 195).

Queríamos conhecer as representações que os professores têm sobre a legislação produzida pelo Ministério e da Educação e Ciência no que diz respeito ao combate sobre a indisciplina e de que forma esta contribui para a sua diminuição na organização escolar. Decidimos optar pela realização de entrevistas semi-estruturadas, que nos possibilitassem recolher dados descritivos através de uma linguagem do próprio sujeito, permitindo desta forma ao investigador desenvolver uma ideia sobre a maneira como os sujeitos interpretam aspetos do mundo.

A investigação qualitativa carateriza-se pela exposição, redefinição e reconstrução dos fenómenos sociais. Neste sentido este tipo de investigação privilegia a interpretação, o entendimento e a perceção dos factos. As entrevistas semi-estruturadas possibilitam a espontaneidade nas respostas. Tratou-se de entrevistas individuais, onde entrevistados falarem livremente, não condicionando as suas repostas.

A escolha dos interlocutores privilegiados não foi aleatória, mas sim, tendo em conta aqueles que não possuíssem cargos. Isto para não condicionar as suas respostas aquando da realização das entrevistas.

Para a realização das entrevistas elaboramos um guião para as entrevistas, com dez questões. Foram realizadas 5 entrevistas, na sua realização, preocupamo-nos em respeitar o guião da entrevista para não alterar os seus objetivos, mas sem limitar a flexibilidade resultante do próprio discurso dos entrevistados.

Para salvaguardar o anonimato dos entrevistados, damos-lhes os códigos E1 a E5 e procedemos à gravação de forma a garantir a fidedignidade.

A partir dos dados fornecidos pelos entrevistados foi-nos possível perceber quais as suas representações, acerca da indisciplina e do contributo da legislação existente para o combate da indisciplina na organização escolar.

Segundo Bardin “a análise de conteúdo é “um conjunto de técnicas de análise das comunicações visando obter por procedimentos sistemáticos e objectivos de descrição do conteúdo das mensagens indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção (variáveis inferidas) destas mensagens” 2008, p.44). Assim sendo uma análise de conteúdo requer a definição das dimensões (que no nosso caso são a indisciplina e a gestão e instrumentos de atuação