• Nenhum resultado encontrado

4 TRABALHO DOCENTE COMPARTILHADO, FORMAÇÃO E AVALIAÇÃO

4.1 FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES EM SERVIÇO: UM OLHAR

Como plano estratégico para melhorar os baixos índices de analfabetismo no Brasil o Programa de Formação Continuada Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC) foi desenvolvido em nível nacional, cuja metodologia propôs estudos e atividades práticas para Professores Alfabetizadores que compunham o Ciclo de Alfabetização, ou seja, que lecionam nos três primeiros anos do Ensino Fundamental (1º ano, 2º ano, 3º ano e classes multisseriadas ou multietapas). O programa se desenvolve em todos os estados brasileiros e está sob responsabilidade das universidades públicas, cadastradas na Rede Nacional de Formação Continuada de Professores (Tabela 1), e abrange o sistema de ensino estadual e municipal.

Tabela 1 – Amostragem do Público-alvo do PNAIC/2014

(continua) Quantitativo por universidade

Universidade * Qtd Coord. Geral Qtd Coord. Adjunto Qtd Supervisor Qtd Formador (Mat+Port) Qtd Coord. Local Qtd Orientador Qtd Professor UEMG 1 2 4 32 40 388 8880 UEM 1 2 3 22 174 263 4179 UEPG 1 2 3 23 135 271 5327 Ufac 1 1 2 10 23 120 2817 Ufal 1 1 6 19 103 286 6593 Ufam 1 1 4 22 65 396 9619 UFC 1 2 8 53 186 654 14831 Ufes 1 2 3 26 79 304 6700 UFG 1 1 4 36 244 457 9084 UFJF 1 2 3 24 204 273 4551 UFMA 1 2 8 34 218 858 19314 UFMG 1 2 7 23 105 290 5851 UFMS 1 2 10 18 80 218 4185 UFMT 1 2 3 28 142 317 6109 Ufopa 1 1 4 20 21 174 3902 Ufop 1 2 2 16 142 196 3475 UFPA 1 2 8 59 123 764 17253 UFPB 1 2 5 32 224 430 8567 UFPel 1 2 5 31 153 462 9396 UFPE 1 2 7 51 184 659 15162 UFPI 1 2 4 36 255 402 8534

Tabela 1 – Amostragem do Público-alvo do PNAIC/2014 (conclusão) UFPR 1 2 3 26 92 312 6557 UFRJ 1 2 10 53 95 651 14290 UFRN 1 2 3 24 168 288 5413 UFRR 1 1 1 4 16 68 1548 Ufscar 1 2 4 24 80 305 6793 UFSC 1 2 5 33 292 492 7635 UFS 1 2 3 13 75 168 3510 UFSM 1 1 7 42 335 546 7979 UFT 1 2 2 13 139 189 2586 UFU 1 2 2 12 95 156 2718 UFVJM 1 2 2 8 140 178 3166 UnB 1 2 2 8 3 134 3725 Uneb 1 2 17 77 416 1311 28419 Unesp 1 2 18 81 405 1096 19736 Unicamp 1 1 9 48 140 576 13031 Unifap 1 1 2 6 17 91 1999 Unimontes 1 2 2 14 120 174 3241 Unir 1 2 5 14 52 175 3916 Totais 39 70 200 1115 5550 15092 310816

*As nomenclaturas por extenso constam na lista de siglas.

Fonte: Simec/UFSM/2014 - Acesso Coordenador Geral.

A Formação Continuada do PNAIC objetivou proporcionar alternativas para um ensino mais participativo, em que o professor, sujeito ativo e protagonista, possa compartilhar os seus conhecimentos e buscar novas experiências para a aprendizagem em sala de aula. Os professores em serviço precisam de uma Formação Continuada mais flexível, que disponibilize, ao mesmo, espaço para refletir e trocar experiências.

Os profissionais participantes do PNAIC (apresentados no quantitativo da Tabela 1) são cadastrados ao Sistema Integrado de Monitoramento Execução e Controle do Ministério da Educação (Simec), que operacionaliza o orçamento e o monitoramento das ações propostas. O Ministério da Educação e a Secretaria de Educação Básica oferecem suporte técnico e financeiro e desempenham o papel de coordenador do desenvolvimento do programa utilizado pelosperfis cadastrados no Simec. O acesso é feito através do número do CPF e de uma senha. Todos os perfis recebem bolsas-auxílio pagas pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), que estão condicionadas à aprovação pelo Coordenador Geral da IES no Simec. Para tanto, ele não pode estar recebendo nenhuma outra

ajuda financeira (bolsa) de programas federais (BRASIL, 2004). A não possibilidade do acumulo de bolsas dos Programas de Formação de Profissionais da Educação Básica é regulamentado pela Lei nº 11.273/2006. “Essa lei proíbe expressamente o bolsista de receber bolsa em mais de um programa, seja de formação inicial (pagamento feito pela Capes), seja de Formação Continuada (pagamento feito pelo FNDE)” (BRASIL, 2014a). Apresento no Quadro 2 os programas de Formação Continuada de profissionais da educação básica, regidos pela Lei nº 11.273/2006.

Quadro 2 – Lei nº 11.273/2006

Conselhos Escolares; Escola da Terra; Escola de Gestores; Escolas Interculturais de Fronteiras; E-tec Brasil; Formação de Tutores; Formação pela Escola; Gestar II; Mais Educação; Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa; Pacto Nacional pelo Fortalecimento do Ensino Médio; Pradime; Pró- Conselho; PROEI – Especialização em Educação Infantil; ProInfo; Projovem Campo – Ensino e Pesquisa; Renafor (SEB e Secadi); Saberes Indígenas na Escola; Saúde na Escola.

A Lei nº 11.273/2006 também proíbe o acúmulo das bolsas pagas pelo FNDE com aquelas pagas pela Capes, em programas de formação inicial de profissionais da educação básica – Universidade Aberta do Brasil (UAB) e Parfor.

Fonte: Produzido pela autora com base em dados do Portal FNDE (BRASIL, 2014a).

O Pacto trouxe a necessidade do trabalho em equipe entre todos os envolvidos, desde os educadores primários até as autoridades do Ministério da Educação. A equipe responsável pelo desenvolvimento das formações é assim distribuída: Coordenador-Geral, Coordenador Adjunto, Formador, Supervisor, Coordenador Local, Orientador de Estudo e Professor Alfabetizador. O Coordenador Geral, juntamente com os Coordenadores Adjuntos são responsáveis por toda a equipe no sistema, monitoramento das atividades e autorização de bolsas. Eles vêm coordenar as atividades da formação propostas pelo Programa, cumprindo as incumbências definidas em portarias e resoluções implementadas (BRASIL, 2014b).

Os Supervisores são responsáveis por dar suporte/apoio às atividades pedagógicas, aos Formadores, aos Orientadores de Estudo e à Coordenação Local envolvida no Programa. Os Formadores da IES são responsáveis por ministrar a formação dos Orientadores de Estudo e por acompanhar o seu trabalho, juntamente com os supervisores, por meio da orientação de planejamento e da avaliação das atividades. (BRASIL, 2014b).

Os Coordenadores Locais são selecionados pela Secretaria de Educação. Cada município que adere ao programa precisa indicar no sistema um Coordenador Local, que será

responsável por coordenar as atividades no município. Suas atribuições são: avaliar os Orientadores de Estudo cursistas quanto à frequência, à participação e ao acompanhamento dos Professores Alfabetizadores no Simec e fazer a interlocução entre o município/estado e a IES formadora, articulando e aperfeiçoando as ações pedagógicas no município, dentre outras ações. (BRASIL, 2014b).

Os Orientadores de Estudo são responsáveis pela formação dos Professores Alfabetizadores pertencentes ao Ciclo de Alfabetização, estes vinculados a seu perfil no Simec (BRASIL, 2014b). Os Professores Alfabetizadores são atendidos em seus municípios pelos Orientadores de Estudo em encontros presenciais mensais. Além desses, temos a Equipe de Apoio à Coordenação (equipe técnica) responsável pela organização dos dados, pela garantia da infraestrutura da formação e pelo acompanhamento do trabalho desenvolvido pela IES. Este locus estratégico fica a cargo de cada Instituição de Ensino Superior (IES) ter ou não, pois o mesmo é específico para dar assessoria à Coordenação Geral e Adjunta no desenvolvimento das ações estabelecidas pelos documentos norteadores. De acordo com o Caderno de Apresentação do PNAIC:

O Professor Formador, profissional selecionado por universidades públicas brasileiras, realiza a formação dos Orientadores de Estudo. O Orientador de Estudos, por sua vez, selecionado pelos municípios, a partir de critérios estabelecidos pelo MEC, organiza, com base nos mesmos princípios formativos, a formação dos Professores Alfabetizadores, atuantes nos três primeiros anos, em escolas públicas de diversas regiões do País. Esse tripé, formado pelos três grupos de professores, mobilizará diferentes saberes que se materializarão em práticas escolares que devem resultar em conhecimentos efetivos para as crianças. (BRASIL, 2014b, p. 11).

Esta equipe de trabalho é constituída especificamente para planejar, monitorar e realizar ações no âmbito do Ciclo de Alfabetização. De acordo com o caderno de apresentação do PNAIC, a estrutura do programa é composta “[...] por dois grupos de professores: Formadores e Orientadores de Estudo. A ação deles incide sobre um terceiro grupo: dos Professores Alfabetizadores. Esse grupo trabalha diretamente com as crianças que é o objetivo maior do programa” (BRASIL, 2014b, p. 11). Na Figura 4, apresento como é organizado e estruturado o programa através da equipe de gestão.

A Formação Continuada presencial dos Orientadores de Estudo e dos Professores Alfabetizadores tem como objetivo abordar e discutir referenciais teóricos e metodológicos que envolvem as necessidades enfrentadas pelos professores no dia a dia da sua profissão. Ao proporcionar esse espaço de integração, troca de experiências, motivação, aprendizagem e

parceria, espera-se que os professores reflitam sobre as suas ações e repensem as suas práticas, adequando-se às reais necessidades de cada contexto.

Figura 4 – Equipe de Gestão PNAIC

Fonte: Autora.

Para atender a esta demanda, o programa baseia-se em quatro eixos de atuação: “Formação continuada na modalidade presencial para os professores alfabetizadores e seus orientadores de estudo; materiais didáticos, obras literárias, obras de apoio pedagógico, jogos e tecnologias educacionais; avaliações sistemáticas; gestão, mobilização e controle social” (BRASIL, 2012b, p. 5). Na Figura 5, constam os eixos de atuação PNAIC.

Figura 5 – Eixos de atuação PNAIC

Fonte: Produzido pela autora com base no Manual do Pacto (BRASIL, 2012b).

Em relação à formação, o programa pretendeu fornecer aos professores, currículos inovadores, nos quais seja possível refletir e questionar os conhecimentos comuns, de modo a determinar uma reconstrução das práticas de maneira compartilhada a partir de discussões sobre a alfabetização, na perspectiva do letramento, no que tange a questões pedagógicas das diversas áreas do conhecimento em uma perspectiva interdisciplinar. Quanto ao material didático, foram disponibilizados acervos de literatura e jogos pedagógicos, por número de turmas de alfabetização, para possibilitar aos docentes e alunos explorar melhor os conteúdos. Na Tabela 2, apresento os dados de turmas cadastradas ao PNAIC, em nível Nacional. Ressalto que o MEC encaminhou material didático e pedagógico a todas estas turmas de professores.

Tabela 2 – Dados gerais de turmas cadastradas no Simec

Fonte: Simec Coordenador Geral/UFSM/2015.

Para monitorar o trabalho dos participantes envolvidos, o MEC disponibiliza mensalmente, no Simec, atividades obrigatórias para avaliar o processo de formação, o que é considerado fundamental para a gestão do programa. Demonstro, no Quadro 3, uma das avaliações propostas ao Professor Alfabetizador (aplicada no mês de dezembro de 2015, na terceira formação do PNAIC).

Quadro 3 – Avaliação diagnóstica/Professor Alfabetizador

Fonte: Simec Coordenador Geral/UFSM/2015.

Em relação ao eixo avaliação, considera-se que as avaliações sejam processuais, desenvolvidas e realizadas continuamente pelo professor junto aos educandos. Além disso,

são realizadas avaliações em larga escala, como a Provinha Brasil e a Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA8), que são avaliações sistemáticas que pretendem diagnosticar a aprendizagem dos alunos. Acredita-se que estas avaliações permitem aos professores e gestores a obtenção de informações que auxiliem no monitoramento e na avaliação dos processos de desenvolvimento da alfabetização, mais especificamente, a aquisição de habilidades de Leitura e de Matemática. No ano de 2013, a avaliação externa universal ANA foi aplicada junto aos alunos concluintes do 3º ano visando aferir o nível de alfabetização alcançado ao final do ciclo. No Gráfico 1, apresento uma amostragem dos resultados da ANA na região Sul, onde apresenta os níveis de proficiência em Leitura.

Gráfico 1 – Níveis de proficiência em Leitura na escala ANA

Fonte: INEP Diretoria de Avaliação da Educação Básica, Coordenação-Geral do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica, 2014 (INEP, 2015).

No ano de 2014, os resultados referentes à prova ANA, (que havia sido realizada em 2013), chegaram às escolas para que a gestão pensasse em ações que aproximassem o contexto escolar à realidade dos alunos. As provas forneceram resultados referentes ao desempenho em leitura, escrita e matemática, além de dois indicadores contextuais: indicador

8

De acordo com o INEP (2013) a “Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA) produzirá indicadores que contribuam para o processo de alfabetização nas escolas públicas brasileiras. Para tanto, assume-se uma avaliação para além da aplicação do teste de desempenho ao estudante, propondo-se, também, uma análise das condições de escolaridade que esse aluno teve, ou não, para desenvolver esses saberes”.

de nível socioeconômico e indicador de formação docente. De acordo com a entrevista realizada com a Coordenadora Geral do PNAIC /MEC, Mirna Araújo, para o site Plataforma do Letramento:

O resultado foi divulgado nas universidades pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), em setembro de 2014. Assim, as universidades planejaram ações junto aos municípios para a leitura e a interpretação dos resultados, bem como a definição de metodologia específica que atendesse à demanda de aprendizagem dos alunos do Ciclo de Alfabetização (PLATAFORMA DO LETRAMENTO, 2015).

Enfatizou, também, que o MEC estava aguardando os resultados apresentados no “quadro 1” para planejar ações formativas com base na análise comparativa entre as avaliações realizadas em 2013 e 2014. Em relação a este eixo, apresento a avaliação ANA realizada no Município de Caxias do Sul-RS/PNAIC/UFSM, em que a Colaboradora A diz

Os resultados de desempenho apresentados nesta primeira edição, realizada em 2013, foram interpretados considerando as informações do contexto escolar. Os resultados de desempenho nas áreas avaliadas são expressos em escalas de proficiência. As escalas de Língua Portuguesa (Leitura) e de Matemática, referentes ao ano de 2013, são compostas por quatro níveis progressivos e cumulativos, ou seja, por uma organização da menor para a maior proficiência. Quando um percentual de alunos foi posicionado em determinado nível da escala, pode-se pressupor que, além de terem desenvolvido as habilidades referentes a este nível, provavelmente também desenvolveram as habilidades referentes aos níveis anteriores. A escala de proficiência de Língua Portuguesa (Escrita) também é composta por quatro níveis e, no geral, pressupõe a progressão da aprendizagem de um nível para outro. Contudo, é importante ressaltar que o processo de aquisição da escrita não ocorre em etapas lineares.

A Rede Municipal considerou ter avançado nos resultados de aprendizagem, mas ressaltou que ainda precisa melhorar, pois praticamente 30% dos alunos do 3º ano apresentam desempenho abaixo do esperado em matemática, leitura e escrita, conforme pode ser observado na Tabela 3. Esta rede se caracteriza por heterogênea, já que é composta por 86 escolas de Ensino Fundamental, localizadas na periferia da cidade, com entornos diferenciados, formação docente e indicadores de níveis socioeconômicos diferentes.

Foi reatado pela Colaboradora B que em virtude dessa configuração territorial, é necessário fortalecer o vínculo e a formação dos professores para a compreensão dessa realidade. “Ninguém vai ensinar a dar aula, mas a compreender essa realidade, e intervir

nela de forma científica e profissional”. A mesma colaboradora destacou que há uma

pessoas por dia pra vir procurar alguma coisa na cidade, ou emprego, ou escola, ou saúde, quer dizer 14 pessoas por dia chegam procurando alguma coisa”.

Tabela 3 – Resultado ANA/2013

TESTE Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 4

MATEMÁTICA 11.36% 27.50 % 22.39 % 38.75 %

LEITURA 12.03 % 28.73 % 42.47 % 16.76 %

ESCRITA 8.61 % 18.79 % 19.31 % 51.89 %

Fonte: Arquivo Coordenador Local.

A Coordenadora Local (Colaboradora A) informou que na rede é adotado como prioridade o estudo de cada escola em relação a si mesma, aos seus avanços, as suas fraquezas e as suas possibilidades. Destaca em sua fala que “[...] a equipe diretiva de cada escola tem

acesso, na página do Inep, ao resultado da ANA da instituição que gerencia. Além disso, a escola recebe da SMED os resultados dos monitoramentos dos alunos do Ciclo de Alfabetização”. Esta rede municipal de ensino realiza as avaliações propostas pelo MEC, mas

também realiza avaliações próprias, elaborados pela equipe da secretaria. A Colaboradora A menciona:

É feita uma amostragem e depois são aplicados no início e no final do ano. As escolas participam também da Provinha Brasil, que tem apresentado significativos avanços (INEP, 2015). Com base nesses monitoramentos são planejadas ações a serem desencadeadas pela SMED e pela escola.

Segue um exemplo de resultado de monitoramento dos testes de escrita do 1º semestre de 2014 aplicados aos alunos de 1º, 2º e 3º anos (Figura 6).

Esta pesquisa demostra que, a partir do momento em que as escolas intensificam a sua participação nas avaliações externas e a SMED promove o estudo dos resultados, tratando-os como diagnósticos para planejamentos futuros, os gestores e os professores criam um novo olhar sobre a avaliação. Eles tendem a buscar atender às necessidades de recuperação de aprendizagem de cada aluno, intensificando o apoio pedagógico, realizando encaminhamentos para outros profissionais e incorporando metas relacionadas à avaliação no seu plano plurianual. Esta amostragem demonstra que a Formação Continuada pelo PNAIC está apresentando práticas formativas avaliadas positivamente.

Figura 6 – Avaliação realizada pela SMED de Caxias do Sul-RS

Fonte: Arquivo Coordenador Local.

Esta é uma das considerações feitas pelo MEC para que as formações tivessem continuidade, pois de acordo com o Portal MEC (BRASIL, 2004), inicialmente o PNAIC foi previsto como um “Curso presencial de dois anos para os Professores Alfabetizadores, com carga horária de 120 horas por ano”, mas como o programa vinha sendo avaliado e os resultados vinham avançando, o mesmo teve continuidade. Assim, a primeira formação do PNAIC desenvolveu-se no final do ano de 2012 e no ano de 2013, e a segunda formação, no ano de 2014 e no início de 2015, e a terceira formação no ano de 2015.

Os princípios da Formação Continuada que orientam as ações do PNAIC são: a prática da reflexividade; a constituição da identidade profissional; a socialização; o engajamento e colaboração (BRASIL, 2014). A Formação Continuada de Professores, considerada uma das vias principais de acesso à qualidade de ensino, nesse sentido, o professor alfabetizador é um dos grandes agentes para atingir a meta de alfabetizar todas as crianças até os oito anos de idade, ao final do 3º Ano do Ensino Fundamental. Na formação do PNAIC, que se articulou no final do ano de 2012 e durante todo ano de 2013, foram trabalhados os Cadernos de Alfabetização em Língua Portuguesa (Figura 7) e realizada a primeira formação dos Orientadores de Estudos, computando 160 horas presencias.

Figura 7 – Trajetória de implementação do PNAIC

Fonte: Arquivo PNAIC/UFSM.

Os Cadernos de Alfabetização em Língua Portuguesa (Quadro 4) reúnem textos de especialistas em Educação que tratam da importância de garantir o acesso de todos os cidadãos a um ensino de qualidade.

No ano de 2014 e no início de 2015, foram trabalhados os Cadernos de Alfabetização Matemática na Perspectiva do Letramento (Quadro 5), um material adotado em consonância com o material de formação em linguagem (BRASIL, 2004), de acordo com o qual foi realizada a segunda formação dos Orientadores de Estudo, com o total de 200 horas de formação. Os Cadernos de Alfabetização Matemática estão organizados da seguinte forma:

Quadro 4 – Cadernos de Alfabetização em Língua Portuguesa

(continua) CADERNOS DE ALFABETIZAÇÃO EM LÍNGUA PORTUGUESA

CADERNO DE APRESENTAÇÃO Formação do Professor Alfabetizador

FORMAÇÃO DE PROFESSORES

Formação de Professores no Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa AVALIAÇÃO

Avaliação no Ciclo de Alfabetização: reflexões e sugestões CADERNO DE EDUCAÇÃO ESPECIAL A Alfabetização de Crianças com Deficiência: uma proposta inclusiva

UNIDADE CADERNOS DA EDUCAÇÃO DO CAMPO

01 Currículo no ciclo de alfabetização: perspectivas para uma educação do campo. 02 Planejamento do ensino na perspectiva da diversidade.

03 Apropriação do sistema de escrita alfabética e a consolidação do processo de

alfabetização em escolas do campo.

04 Brincando na escola: lúdico nas escolas do campo.

05 O trabalho com gêneros textuais em turmas multisseriadas.

06 Projetos didáticos e sequências didáticas na educação do campo: a alfabetização e as diferentes áreas de conhecimento escolar.

07 Alfabetização para o campo: respeito aos diferentes percursos de vida. 08 Organizando a ação didática em escolas do campo.

UNIDADE CADERNOS DO ANO 1

01 Currículo na alfabetização: concepções e princípios.

02 Planejamento Escolar: Alfabetização e Ensino da Língua Portuguesa. 03 A aprendizagem do sistema de escrita alfabética.

04 Ludicidade na sala de aula.

05 Os diferentes textos em salas de alfabetização.

06 Planejando a alfabetização: integrando diferentes áreas do conhecimento; projetos didáticos e sequências didáticas.

Quadro 4 – Cadernos de Alfabetização em Língua Portuguesa

(conclusão)

07 Alfabetização para todos: diferentes percursos, direitos iguais. 08 Organização do trabalho docente para a promoção da aprendizagem.

UNIDADE CADERNOS DO ANO 2

01 Currículo no ciclo de alfabetização: consolidação e monitoramento do processo

de ensino e de aprendizagem.

02 A organização do planejamento e da rotina no ciclo de alfabetização na

perspectiva do letramento.

03 A apropriação do sistema de escrita alfabética e a consolidação do processo de

alfabetização.

04 Vamos brincar de construir as nossas e outras histórias. 05 O trabalho com gêneros textuais na sala de aula.

06 Planejando a alfabetização e dialogando com diferentes áreas do conhecimento. 07 A heterogeneidade em sala de aula e os direitos de aprendizagem no ciclo de

alfabetização.

08 UNIDADE 8: Reflexões sobre a prática do professor no ciclo de alfabetização:

progressão e continuidade das aprendizagens para a construção do conhecimento por todas as crianças.

UNIDADE CADERNOS DO ANO 3

01 Currículo inclusivo: o direito de ser alfabetizado. 02 Planejamento e organização da rotina na alfabetização.

03 O último ano do ciclo de alfabetização: consolidando os conhecimentos. 04 Vamos brincar de reinventar histórias.

05 O trabalho com os diferentes gêneros textuais em sala de aula: diversidade e

progressão escolar andando juntas.

06 Alfabetização em foco: projetos didáticos e sequências didáticas em diálogo com

diferentes componentes curriculares.

07 A heterogeneidade em sala de aula e a diversificação das atividades.

08 Progressão escolar e avaliação: o registro e a garantia de continuidade das

aprendizagens no ciclo de alfabetização.

Quadro 5 – Cadernos de Alfabetização em Matemática

CADERNOS DE ALFABETIZAÇÃO EM MATEMÁTICA

Apresentação Alfabetização Matemática

Pacto Nacional

pela Alfabetização

na Idade Certa

Caderno 01 Organização do trabalho pedagógico.

Caderno 02 Quantificação, registros e agrupamentos.

Caderno 03 Construção do sistema de numeração decimal.

Caderno 04 Operações na resolução de problemas.

Caderno 05 Geometria.

Caderno 06 Grandezas e medidas.

Caderno 07 Educação estatística.

Caderno 08 Saberes matemáticos e outros campos do saber.

Educação matemática no campo.

Educação matemática inclusiva.

Jogos na alfabetização matemática.

Encarte dos jogos na alfabetização matemática.