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ORGANIZACIONAL

Acredita-se que a cultura organizacional existe a partir do momento que os

membros de uma organização ou de um grupo partilham de experiências e ideais

em comum. Schein (2009, p. 11) considera que:

Qualquer unidade social que tenha algum tipo de história compartilhada terá

desenvolvido uma cultura. E a força dessa cultura depende da extensão de

sua existência, da estabilidade dos membros do grupo e da intensidade

emocional das experiências históricas compartilhadas.

Para Oliveira (1988) entender a cultura de uma organização se faz necessário

compreender alguns procedimentos, dentre eles, o ambiente físico considerando a

disposição e a dinâmica do espaço (cores das paredes, cartazes, avisos, quadros,

arrumação das salas e disposição dos objetos), observar os arredores da empresa,

entrada, acessos internos, esses pontos podem ser altamente reveladores. Analisar

como a organização trata os estranhos, através do tipo de atendimento prestado e

informações fornecidas.

Entrevistar pessoas típicas da organização (independente do nível

hierárquico) permite conhecer mais sobre a mesma, já que estão presentes a muito

tempo e são importantes para a empresa (OLIVEIRA, 1988). Observar como as

pessoas utilizam seu tempo, considerando a rotina de trabalho, o ritmo das

atividades e a relação interpessoal da equipe. Entender como se dá o processo de

recrutamento e seleção, identificando o responsável por tal ação e os meios

utilizados, também tomar conhecimento do perfil desejado e adequado aos

interesses da organização.

Observar como se dá o progresso na organização, levando em conta os

funcionários promovidos e critérios dessa seleção, se são baseados nas

competências técnicas ou pelas experiências adquiridas na organização. O tempo

de permanências na empresa, se a essa dispõe de plano de carreira, se os

empregos ofertados são temporários ou se tem o desejo de manter por um longo

período de tempo os funcionários na organização. Analisar o conteúdo gerado pela

relação entre os funcionários, os principais assuntos de conversas, como se tratam e

se há afeição entre eles. Reconhecer que tipo de pessoa costuma ser prestigiada na

organização, investigando quem é esse individuo e a justificativa para a importância

desse dentro da organização (OLIVEIRA, 1988).

Oliveira (1988) considera que esses procedimentos possuem grande

abrangência sobre os estudos, mas está aberta a contribuições, inovações e novos

enfoques. Para Freitas (1991, p.47):

A identificação de uma cultura está diretamente associada ao que o

pesquisador considera como cultura, daí a existência de uma variedade de

métodos, recomendações e passos que abordam aspectos diferentes.

Schein (2009) defende que a cultura é criada e inserida pelos líderes na

medida em que a organização se forma e cresce, também pode emergir das

interações entre pessoas partindo convívio e experiências partilhadas. É possível

identificar e reconhecer a cultura através dos padrões, crenças e valores, objetivos e

procedimentos presentes e comumente desenvolvidos na empresa. Schein (2009)

apresenta algumas etapas, especificadas na figura 3, inerentes a qualquer

organização, desde que esteja em pleno funcionamento.

FIGURA 3: Etapas de adaptação externa e de sobrevivência

FONTE: Schein, 2009, p. 82.

A coerência entre as etapas descritas no quadro 3, se faz necessária para

que o grupo obtenha um desempenho eficaz. Se houver conflitos entre os subgrupos

haverá, consequentemente, formação de subculturas, podendo esses prejudicar o

1. Missão e estratégias. Obter entendimento compartilhado da missão essencial, da tarefa

principal e das funções manifestadas e latentes.

2. Metas. Desenvolver consenso sobre as metas, como derivadas da missão essencial.

3. Meios. Desenvolver consenso sobre os meios a serem usados para atingir as metas, como a

estrutura da organização, divisão de trabalho, sistema de remuneração e sistema de autoridade.

4. Mensuração. Desenvolver consenso sobre os critérios a serem usados ao mensurar quão bem

o grupo trabalha para atender às suas metas, tal como os sistemas de informação e controle.

Essa etapa também envolve o ciclo de obtenção das informações, de consegui-las no local

correto da organização e interpretá-las, de modo que a ação corretiva apropriada possa ser

adotada.

5. Correção. Desenvolver consenso sobre a terapia apropriada ou as estratégias reparadoras a

serem usadas se as metas não forem atingidas.

desempenho do grupo. No entanto, se o contexto ambiental estiver em processo de

mudança, tais conflitos podem assumir um potencial de adaptação e nova

aprendizagem. Assim como, o consenso pode ser mais funcional no crescimento do

grupo e disfuncional nos estágios finais da formação da cultura (SCHEIN, 2009).

Entender como se forma a cultura de uma empresa não é um processo fácil,

tão pouco perceber sua influencia nos resultados da mesma, diversos autores

utilizam diferente enfoques de analise para interpretar a cultura organização. Cada

empresa elabora suas estratégias de acordo com seus objetivos, Oliveira (1988) se

propôs a investigar a cultua a partir das estratégias. Esse estudo está representado

na figura 4.

FIGURA 4: Compatibilidade entre estratégias e cultura organizacional

Fonte: Oliveira, 1988, p. 50.

O eixo vertical corresponde a importância das estratégias para empresa,

levando em conta procedimentos, operações ou medida, classificando-se em

grande, médio e pequena; já o eixo horizontal representa o grau de compatibilidade -

também medido em grande, médio e pequena – que é percebido entre a estratégia e

a cultura organizacional (OLIVEIRA, 1988).

Quando a importância da estratégia é pequena e a compatibilidade com

cultura é grande, o risco corrido pela empresa é negligenciável, já que a estratégia

Grande

(3)

Risco

Inaceitável

Imp

o

rt

â

n

ci

a

p

a

ra

a

Es

tra

g

ia

(2)

Risco

administrável

Média

(1)

Risco

negligenciável

Pequena

Grande Média Pequena

compõe-se bem com a cultura e não afeta o desenvolvimento dessa na empresa;

Em situação oposta, os ricos são demasiadamente altos e considerados

inaceitáveis, esse fato sucede-se quando a estratégia depende exclusivamente, para

ter sucesso, da medida a ser implementada, esperando-se um alto grau de

resistência cultural a essa implantação. Esse choque entre estratégia e cultura é

quase inevitável, deve-se tomar providencias que visem minimizar seus impactos

(OLIVEIRA, 1988).

Em caso da importância da estratégia estar classificada entre média à grande

e a compatibilidade da medida da cultura é igualmente classificada (de média à

grande), o risco está longe de ser negligenciado e deve ser considerado inaceitável,

já que esse pode ser administrado. Onde, cada medida a ser implementada na

organização, precisa que os administradores, consultores e envolvidos considerem

seus efeitos tanto sobre a estratégia como sobre a cultura da organização, caso

contrário, o risco de fracasso existe e pode ser considerados alto, uma vez que as

estratégias montadas e colocadas em ação por meios que negligenciam aspectos

inerentes a cultura organizacional em que estão inseridas (OLIVEIRA, 1988).

A cultura é vista de diferentes maneiras, que “as construções teóricas são

resultantes de opções dos pesquisadores, e que essas opções por natureza

recortam a realidade e se detêm em pedaços específicos” (FREITAS, 1991, p. 51).

Uma vantagem especial da “tipologia de atributos culturais é sua habilidade de

empiricamente examinar a extensão na qual os elementos de uma cultura são

congruentes” (SANTOS, 2000, p. 56).

Algumas tipologias se destacam na literatura, dentre elas a de Charles Handy

que desenvolve uma tipologia cultural se detendo aos canais de poder,

considerando determinadas estruturas e sistemas; Deal e Kennedy que buscam

definir critérios sobre o grau de risco entre as atividades da organização e a

velocidade do feedback transmitido pelo ambiente ao qual a organização atua; A

abordagem de Sethia e Von Glinow tem o propósito de analisar a administração de

recursos humanos e salientar o sistema de recompensas; A investigação de Robert

M. Donnelly se firma na ação do planejamento, influenciando a criação de valores e

o grau da estabilidade da organização (FREITAS, 1991).

A tipologia cultura de Quinn baseia-se na criação do modelo de valores

competitivos, o qual percebe a cultura organizacional através dos traços em comum.

Hierárquica e de Mercado (SANTOS, 2000; SILVA, 2007). Esse instrumento dispõe

de três dimensões, apresentadas na figura 5.

Figura 5: Principais Dimensões e valores enfatizados pelo Modelo de Valores Competitivos.

Fonte: Santos, 2000, p. 65.

A primeira dimensão está pautada no enfoque organizacional, ressaltando,

em sentido micro, o bem-estar e o desenvolvimento do individuo na organização,

considerando o ambiente interno e externo; a segunda está aliada a estrutura

organizacional, evidenciando o controle, a estabilidade, flexibilidade e a mudança; A

terceira dimensão baseia-se nos meios e fins organizacionais, revelando o processo

de planejamento (meio) e o direcionamento aos resultados e produtividade (fim)

(SANTOS, 2000). Essas dimensões são responsáveis pela criação de quatro

quadrantes que vão gerar as tipologias culturais de Camaron e Quinn (Como

demonstrado na figura 6), as quais servirão de base para esta pesquisa.

Coesão,

Moral

Inovação,

Adaptação

Participação,

Abertura

Crescimento,

Aquisição

de Recursos

Produtividade,

Resultado

Direção,

Clareza de

Objetivos

Controle,

Estabilidade

Documentação,

Administração

da Informação

FLEXIBILIDADE

CONTROLE

EXT

ERN

O

IN

TE

RN

O

Figura 6: Tipologia Cultura de Cameron e Quinn.

Fonte: Silva, 2007, p. 36.

O primeiro quadrante é denominado Cultura Clã, ressaltando valores como

coesão, moral participação e abertura. Este tipo de cultura caracteriza-se por

oferecer um ambiente de trabalho amigável, em que as pessoas possam partilhar

experiências pessoais e profissionais. A organização é percebida como uma

extensão familiar e baseia-se na lealdade e na tradição. O líder tem o papel de

orientar, delegar funções, facilitar a participação, o comprometimento e a lealdade

dos colaboradores. A empresa valoriza atividades desenvolvidas em equipe, bem

como a participação, consenso, coesão e moral. Os funcionários apresentam um

alto nível de comprometimento com a organização e o desenvolvimento dos

mesmos resultam em benefícios a longo prazo (CAMERON E QUINN, 2006 Apud

SILVA, 2007, p. 36).

O Segundo quadrante é nominado de Cultura Hierárquica, aborda como

valores centrais o controle, estabilidade, documentação e administração da

informação. Essa cultura propicia um ambiente de trabalho formal e estruturado,

mantendo regras políticas que integram e evidenciam a estabilidade, eficiência e

Cultura

Clã

Cultura

Inovativa

Cultura

Hierárquica

Cultura

Mercado

FLEXIBILIDADE

EXTERNO

INTERNO

CONTROLE

previsibilidade. Possui padrões de procedimentos das atividades desenvolvidas

pelos funcionários e detém ritmo estável de produção. A liderança marcada pela

coordenação e organização (CAMERON E QUINN, 2006 Apud SILVA, 2007, p. 36).

A Cultura Inovativa está presente no terceiro quadrante, ressalta os valores

como inovação, crescimento e aquisição de recursos, esses apontam para a

mudança e novos desafios, acreditando que o sucesso está atrelado a criação de

produtos e prestação de serviços únicos e originais. O ambiente de trabalho é

caracterizado como dinâmico, empreendedor e criativo. A liderança tem postura

idealista e está pautada para os riscos. Assumir a liderança de um produto ou

serviço é fundamental para essa Cultura. A organização permiti a liberdade e a

iniciativa individual. O comprometimento parte da experimentação e inovação,

mantendo a coerência na organização (CAMERON; QUINN, 2006 Apud SILVA,

2007, p. 36).

No quarto quadrante está inserida a Cultura de Mercado, ressalta a

produtividade, resultado, direção e clareza dos objetivos. O ambiente externo a

organização é visto de maneira negativa, como um adversário, e que o valor

determina a escolha dos consumidores. A gestão foca na produtividade, primando o

alcance de metas e rendimentos. O objetivo da organização é ocupar um espaço de

destaque, melhorar sua posição competitiva, tem finalidade clara e estratégia

agressiva, estimulando a produtividade e a rentabilidade na organização

(CAMERON E QUINN, 2006 Apud SILVA, 2007, p. 36).

Essa tipologia cultural de Cameron e Quinn (1996 Apud RAMALHO, 2008)

tem o objetivo de analisar a cultura a partir de seis dimensões:

 Características dominantes;

 Liderança organizacional;

 Gerenciamento de empregados;

 União organizacional;

 Ênfase estratégica;

 Critérios de sucesso.

Sendo possível analisar os quatro tipos de cultura organizacional dentro das

seis dimensões, considerando as características e aspectos intrínsecos de cada

cultura.

3 COMPROMETIMENTO ORGANIZACIONAL E HOTELARIA

Assim como a cultura, o construto de comprometimento organizacional ainda

está em desenvolvimento e em processo de investigação. Entender como se dá e os

aspectos inerentes ao mesmo tem estimulado o interesse de muitos pesquisadores,

os quais elaboram seus estudos baseados em métodos e modelos já utilizados por

renomados autores da área.

O comprometimento organizacional está atrelado a três elementos básicos

que são a participação, o envolvimento e o comprometimento (ROBINNS; JUDGE;

SOBRAL, 2010). Para entendê-lo é necessário considerar aspectos que determinam

o comportamento do individuo na organização, bem como a formação e a

identificação do seu papel e importância para mesma. Também, perceber a

influencia do contexto da organização sobre as pessoas é essencial para que se

possa compreender o comprometimento. Zanelli, Borges-Andrade e Bastos (2004)

acreditam na relevância dos gestores e pesquisadores compreenderem a função do

conhecimento, pensamentos e processos que os criam e os transformam, inferindo

as características e dinâmicas mais apropriadas a organização.

Uma vertente que tem sido muito estudada e que está inserida no

comprometimento organizacional é o comportamento organizacional, conceituado

por Robinns (2009, p. 2) “como o estudo sistemático das ações e das atitudes que

as pessoas apresentam dentro da organização”. Hitt, Miller e Collella (2013, p.11)

definem o comportamento organizacional como “as ações de indivíduos e grupos em

um contexto organizacional”. As principais áreas que contribuem para esse campo

de estudo são a psicologia (buscando entender as ações e atitudes individuais) e a

sociologia (visa analisa a relação interpessoal).

Robinns (2009) apresenta três tipos de comportamento: produtividade,

absenteísmo e a rotatividade. A produtividade é uma preocupação comum aos

administradores, geram inquietações sobre a quantidade e qualidade gerada pelos

colaboradores. O absenteísmo e a rotatividade podem afetar negativamente os

resultados da empresa ou organização, uma vez que a ausência do funcionário ao

trabalho compromete a produtividade e o rendimento do mesmo. Como também, os

altos índices de rotatividade aumentam consequentemente os custos e trazem riscos

de contratar pessoas com baixo know how e pouca experiência. Nesse sentido, a

administração do comportamento organizacional centra-se em conquistar,

desenvolver e aplicar o conhecimento e as competências dos indivíduos (HITT;

MILLER; COLLELLA; 2013).

Barreto (2011) concluiu que há relação entre as estratégias, políticas e

práticas de gestão de pessoas e o desempenho organizacional. Sendo valido

investigar o papel dos valores, grau de satisfação e motivação. Naves e Coleta

(2003, p. 210) “ressaltam que são inúmeros os alvos de vínculo que o trabalhador

tem: a organização, o grupo, o sindicato, os valores, a profissão, o trabalho etc”. Os

valores em uma organização caracterizam-se como princípios que agregam e

trazem estima aos pensamentos, conhecimentos e preceitos partilhados e entendido

pelos indivíduos como elementos comuns.

Quanto a satisfação, Robinns (2009, p.24) coloca que “esse termo refere-se a

um conjunto de sentimentos que um individuo nutre em relação ao seu trabalho”.

Zanelli, Borges-Andrade e Bastos (2004) acreditam que a satisfação na organização

existe quando há altos níveis de contentamento, resultando em menor absenteísmo,

melhoria do desempenho e aumento da produtividade (Figura 7).

Figura 7: Consequências dos vínculos com o trabalho para a organização

Fonte: Zanelli et. al, 2004, p. 302.

Os Autores Zanelli, Borges-Andrade e Bastos (2004) avaliam a satisfação

dentro da visão multidimensional, considerando fatores como chefia, colegas de

trabalho, salário e oportunidades de promoção. A satisfação está muitas vezes

associada a algum estimulo desejado pelo empregado passível de alcançar na

empresa ou organização.

Outro aspecto que pode influenciar o comportamento dos funcionários é a

motivação, os autores Hitt, Miller e Collella (2013, p. 172) definem essa como:

Estratégias Organizacionais

Indivíduos satisfeitos

no trabalho

Indivíduos envolvidos

com o trabalho

Resultados Organizacionais

 Alta Produtividade

 Alto Desempenho

 Baixo absenteísmo

 Baixa Rotatividade

Forças oriundas do interior de uma pessoa e que são responsáveis pelo

direcionamento, pela intensidade e pela persistência espontâneas dos

esforços dessa pessoa no sentido de alcançar objetivos; essa realização

não depende exclusivamente da capacidade do individuo ou de fatores

relacionados ao ambiente.

A motivação é gerada pelo estimulo incitado pela necessidade de obter algo.

Abraham Maslow (1954 apud Robinns, 2009, p. 48-49) elenca cinco necessidades

existentes em cada ser humano consideradas a partir de uma hierarquia:

Fisiológica: incluem fome, sede, abrigo, sexo e outras necessidades

corporais.

Segurança: inclui segurança e proteção contra danos físicos e emocionais.

Sociais: incluem afeição, a sensação de pertencer a um grupo, aceitação e

amizade.

Estima: inclui fatores internos de estima como respeito próprio, autonomia e

realização; e fatores externos de estima, como status, reconhecimento e

atenção.

Auto-realização: a intenção de tornar-se tudo aquilo que se pode ser; inclui

crescimento alcance de pleno potencial e autodesenvolvimento.

A medida que cada necessidade é atendida, passa-se a buscar satisfazer

novas necessidades. A teoria de Maslow acredita que praticamente nenhuma

necessidade será satisfeita por completo, pois uma necessidade substancial

satisfeita anula a motivação (ROBINNS, 2009). Para Kotler (2006) a motivação é

gerada a partir do entendimento das necessidades e desejos de seus membros,

permitindo alcançar alto desempenho e bons resultados para organização.

Os valores, a satisfação e a motivação contribuem para o envolvimento do

individuo na organização. Dentro da óptica psicológica, o significado do trabalho e a

adequação de supervisão, contribuem para o processo de envolvimento com o

trabalho; Na perspectiva sociológica, o processo de socialização do indivíduo

permite internalizar os valores e normas sociais relacionadas ao trabalho, permitindo

aceitar as regras vigentes na organização e baseando seu comportamento através

delas (ZANELLI; BORGES-ANDRADE; BASTOS, 2004). De uma maneira geral o

envolvimento pode ser entendido como a participação dos funcionários, tendo o

objetivo de incitar o comprometimento com o sucesso da organização (ROBINNS,

2009). Assim é possível notar que quanto maior a participação e o envolvimento com

organização será mais fácil obter um alto nível de comprometimento.

Como já exposto no início desse tópico, ainda não há consenso sobre o

conceito do comprometimento organizacional e muitos dos estudos desenvolvidos

sobre o tema são com base em enfoques e a natureza dos vínculos (MEDEIROS,

2003; NAVES; COLETA, 2003). Zanelli, Borges-Andrade e Bastos (2004) acreditam

que o comprometimento organizacional atua como um preditor aos comportamentos

pertinentes ao contexto organizacional, dentre eles o absenteísmo, rotatividade e

desempenho; instiga-se a descobrir um comportamento desejável para organização

que revele lealdade e integração aos interesses e desejos dessa. Esses autores

entendem o comprometimento como uma interação social na qual há uma obrigação

ou promessa quase formal entre as partes.

Para Medeiros (2003, p.31) do ponto de vista teórico, é importante:

Estabelecer com clareza as dimensões que compõem o construto de

comprometimento organizacional, bem como a validação de um instrumento

mais adequado para a mensuração do comprometimento, com maior

confiabilidade e validade para o contexto cultural brasileiro.

Estudar e entender as dimensões e seus enfoques são necessários para

compreender a formação do conceito de comprometimento organizacional. As

principais dimensões são: afetivo, instrumental e normativa. Onde o conceito e a

função do comprometimento vária de acordo com a dimensão.

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