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O turismo é muitas vezes entendido como um sinônimo de viagem ou

deslocamento, capaz de motivar pessoas a explorar destinos fora de seu território

habitual, movidas por interesse de buscar algo atípico, incomum a sua rotina ou

vivência.

Campos e Gonçalves (1998) destacam que o turismo é um relevante fator no

desenvolvimento econômico nacional e internacional, considerando-o como uma

atividade sofisticada, responsável por movimentar muito dinheiro, envolvendo

diversos serviços, profissionais especializados, atingindo milhares de pessoas no

mundo inteiro. O turismo relacionado a viagem de lazer é um fenômeno recente, que

se desenvolve a partir do século XIX, pois os meios de transportes eram mais

confortáveis, rápidos e seguros. Posteriormente as viagens turísticas passaram a ser

vistas como uma forma de revigorar as energias enfraquecidas após um ano de

trabalho, tornado-se uma atividade cada vez mais presente na vida das pessoas

(BOTINI; LEAL, 2010).

Beni (2012) considera o turismo um fenômeno inter e transdisciplinar, em um

sistema aberto associado a quatro amplos e complexos cenários, agregados a um

conjunto de relações ecológicas, sociais, econômicas e culturais, vulneráveis a

sofrer transformações advindas de diversas origens, estando sempre inserido no

sistema socioeconômico.

Do ponto de vista econômico, o turismo é definido:

A partir da perspectiva da demanda, ou seja, como resultado do consumo

dos visitantes. Diferenças de perfil e dos turistas e de condições natural e

econômica do lugar visitado implicam em conjuntos diferentes de produtos

consumidos (ECONOMIA DO TURISMO - IBGE, 2012, p. 9).

O produto ou oferta turística pode ser de caráter natural – compreendendo o

clima e a configuração física (balneários, relevos, fauna, flora e outros) – e artificial

como bens ou fatos significativos de cunhos históricos, culturais e religiosos de uma

sociedade (CAMPOS; GONÇALVES, 1998; BOTINI; LEAL, 2010). A oferta turística,

segundo Botini e Leal (2010, p. 15) é o “conjunto de recursos naturais, recursos

artificiais e pelos serviços que um local oferece às pessoas, despertando nelas o

desejo de visitá-lo”. Mas só os atrativos não são suficientes, é necessário

infraestrutura básica e equipamentos turísticos (como meios de hospedagens,

restaurantes, transportes, espaços de entretenimento, entre outros) para que a

atividade se desenvolva e possa atender aos turistas da melhor forma possível.

No turismo os serviços prestados são intangíveis, produzidos e consumidos

instantaneamente, propiciando experiências que são vivenciadas e percebidas de

maneiras diferentes por cada turista. Os serviços de hospedagens se destacam e

são considerados um dos mais importantes para a atividade turística, pois permite a

permanência temporária do transeunte no destino visitado, sendo reconhecido

também como o segundo maior gerador de empregos (PESQUISAS DOS

SERVIÇOS DE HOSPEDAGENS 2011 - IBGE, 2012).

Segundo Campos e Gonçalves (1998, p. 72) a palavra hospedagem:

Vem do latim e originalmente, significava hospitalidade, dada ou recebida, e

também aposento destinado a um hóspede. O termo hospitalidade, também

do latim, mantém até hoje o sentindo original, que serve para designar o

bom tratamento oferecido a alguém que se abrigue em nossas casas. É

interessante lembrar que a palavra hospital tem a mesma origem,

significando o bom recebimento dos doentes para tratamento e cura.

Castelli (2003, p. 56) compreende que uma empresa hoteleira pode ser

entendida como “uma organização que, mediante o pagamento de diárias, oferece

alojamento à clientela indiscriminada”. O autor considera que essa pode ser

classificada quanto ao seu tamanho em pequena, média e grade. Para os autores

Power e Barrows (2004, p. 36) “As empresas de hospitalidade estão agrupando-se,

em grande extensão, como organizações de serviços limitados ou operações de

serviços intensivos”. Os autores ressaltam que o serviço é um fator crucial de

diferenciação, sendo vital conhecê-lo e gerencia-lo, pois ele atuará na distinção

entre a mera sobrevivência e o sucesso.

A administração em hotelaria é baseada na filosofia do Menagement, termo

inglês que não pode ser traduzido apenas como gerência ou gestão, Marques (2004,

p. 3) o interpreta como:

Uma arte, ou técnica, que permite aos que a utilizam em sua plenitude e

com pleno aproveitamento, conseguir resultados fora do normal, ou atingir

objetivos que, a princípio, pareciam utópicos. É a arte de tentar o

impossível, cada vez mais posta a prova.

Power e Barrows (2004) consideram que um gerente bem-sucedido no setor

de hospitalidade deve possuir habilidades e conhecimento específico, no intuito de

atingir uma diversidade de objetivos gerenciais. Castelli (2003, p.117) analisa a

administração hoteleira sobre a óptica da qualidade, em que:

A administração de serviços não pode ser confundida com o departamento

de atendimento ao cliente ou departamento de reclamações. Neste caso a

qualidade fica limitada tão somente a um departamento, ou seja, a falta de

qualidade não faz parte da preocupação global da empresa, mas tão

somente daquelas pessoas a ele vinculadas.

Tal autor salienta que a qualidade é responsabilidade de todos os membros da

organização e não somente de um departamento, já que a empresa é um sistema.

Outro aspecto importante na gestão hoteleira é o elemento humano, apesar

dos avanços tecnológicos, inovações, aperfeiçoamentos e benefícios por eles

trazidos, o recurso humano é fundamental (CASTELLI, 2003). O gerente deve deixar

os membros satisfeitos, respeitando e ouvindo suas opiniões, considerando essas

na tomada de decisão (MARQUES, 2004). As atitudes gerenciais vão variar de

empresa a empresa, pois se baseiam nos objetivos e estratégias seguidas. Os

gestores exercem grande influencia na cultura de uma organização, bem como o

convívio entre os membros, a cultura é formado por elementos que identificam e dão

significado a empresa. Marques (2004, p. 15) elenca alguns elementos inerentes à

cultura:

 O sistema de atitudes ou modo de agir;

 Hábitos ou costumes;

 Valores espirituais ou materiais de grupo;

 Esforço coletivo para o desenvolvimento do estado intelectual,

artísticos ou de conhecimentos;

 Libertação desse espírito, pela absorção desses conhecimentos.

O desejo de servir deve ser um espírito de serviço presente nos membros de

empresas hoteleiras, é um atributo preponderante para a excelência do atendimento

(CASTELLI, 2003).

Considerando que os colaboradores e seu empenho são fatores importantes

para a prestação de serviços de qualidades, é necessário manter os membros

motivados. Pois “a valorização do indivíduo melhora o ambiente de trabalho, e como

tal, o relacionamento na empresa” (MARQUES, 2004, p. 31). A organização pode

obter resultados positivos a partir da educação e treinamento de seus membros, o

incentivo de buscar conhecimento e desenvolvimento de habilidades, gerar bons

hábitos e permitir a ascensão profissional (CASTELLI, 2003).

Assim, a gestão hoteleira é complexa, no que tange os serviços, já que esses

podem ser planejados, mas não mensurados em sua execução. Outro fator

relevante é as pessoas, a administração das mesmas é primordial para obtenção de

resultados positivos para esse setor, devido aos serviços serem, em grande parte,

realizados por elas, faz-se necessário manter um ambiente de trabalho agradável e

que permita a satisfação dos membros.

4 MÉTODO

Esta etapa tem a finalidade de apresentar a metodologia adota,

caracterizando os aspectos metodológicos, como o tipo de pesquisa, a população e

amostra pesquisada, os instrumentos utilizados para levantamentos dos dados e os

processos de análise dos resultados obtidos.

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