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Meta 18: assegurar, no prazo de dois anos, a existência de planos de carreira para os(as) profissionais da educação básica e superior

C. Introduzir formas de avaliação de sua própria tarefa docente (com participação dos alunos e outros professores) como instrumento de

2.4 FORMAÇÃO INICIAL E CONTINUADA

2.4.1 Formação inicial

Desde meados do século passado a educação brasileira convive com a falta de professores para a educação básica. Nesse contexto, diversas ações foram iniciadas pelo governo no sentido de ampliar os cursos de licenciatura em Física (UIBSON; ARAUJO; VIANNA, 2014). Variados programas de formação de professores na modalidade a distância foram implementados pelo Ministério de Educação (MEC) nos últimos anos. Dentre eles, é possível citar os programas ProFormação, TV Escola, Mídias na Educação, ProInfo e formação pela escola, além da proposta do Prolicen, hoje gerenciado pelo Sistema Universidade Aberta do Brasil (ARAÚJO; VIANNA, 2010).

Araújo e Vianna (2010) discutem a história da legislação dos cursos de Licenciatura em Física no Brasil, desde a era colonial até a digital. No Quadro 9, a seguir, apresentado por esses autores, podemos perceber a evolução dos aspectos legais que regulam e normatizam a formação inicial do professor de Física no Brasil.

Quadro 9 - Evolução dos aspectos legais que regulam e normatizam os cursos de Licenciatura em Física no Brasil

1939 1968 1996 Contexto político brasileiro - Era Vargas - República Populista

Governo Militar Redemocratização

Contexto global

- Pós-guerra - Guerra fria - Globalização

Objetivo da formação de professores - Formar os formadores da elite

- Suprir a demanda de uma carência permanente de professores Lócus de formação - Faculdade Nacional de Filosofia - Departamentos universitários - Departamentos universitários - Polos presenciais e a Internet Esquema de formação - 3 anos iniciais de disciplinas de conhecimentos específicos de física seguidos de 1 ano de disciplinas de conhecimentos específicos da Educação - Esquema 3+1 - Licenciaturas curtas ou polivalentes com visão integradora das diferentes ciências. Isto é, formação de vários licenciados em um único curso - Esquema vários em 1 - Graduação em Licenciatura Plena em Física dividido em dois módulos: um Núcleo Comum geral; e um específico, definidor de perfis (Físico-Educador ou Físico- Interdisciplinar) - Esquema 2+2 Fragmentação da formação - Curricular, com a oferta das disciplinas de didática após o curso de Bacharelado Departamental, com a fragmentação do curso entre os Departamentos herdeiros da extinta Faculdade Nacional de Filosofia - Departamental - Institucional, com a fragmentação do curso entre as instituições formadoras de consórcios para a EaD - Geográfica, com a dispersão espacial dos alunos e dos

Quadro 9 - Evolução dos aspectos legais que regulam e normatizam os cursos de Licenciatura em Física no Brasil

(Continuação)

1939 1968 1996

Público alvo - Bacharéis - Egressos do ensino - Egressos do ensino médio - Professores leigos da educação básica Carga horária mínima do curso (e das disciplinas pedagógicas) 4 anos (3+1 anos) - 1200 horas acrescido de estudos adicionais de 1 ano - Cursos de graduação plena com 2200 horas 2800h (1/5 do total) Modalidades de formação - Presencial - Presencial - Cursos intensivos com exames de suficiência - Complementaçã o pedagógica - Presencial - A distância mediado por TIC's - Complementação pedagógica Legislação federal parcial - Decreto nº 1.190/39 - LDB 4.024/61 - Lei nº 5.540/68 - Lei nº 5.692/71 - Parecer nº 895/71 - Resoluções CFE 30/74 - Resoluções CFE 37/75 Todas as modalidades: - Lei nº 9.394/96 - Lei nº 11.788/08 - Resolução CNE/CP 01/02 e 02/02 - Res. CNE/CES 9/02 - Parecer CNE/CP 27/01e 28/01 - Parecer CNE/CES 1.304/01 e 197/04 - Decreto nº 5.626/05 Para a EaD acrescenta-se: - Decretos: nº 5.622/05; 5.773/06; e 6.303/07 - Portarias Ministeriais nº 4.361/04; Port.Norm. nº 1/07 e nº 40/07

É importante reforçar que, atualmente, além das resoluções, pareceres e diretrizes gerais comuns aos cursos de formação de professores, existem documentos que tratam especificamente dos cursos de formação de professores de Física. As Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de Física17 apontam que, na elaboração dos projetos pedagógicos de cursos de Licenciaturas em Física, devem ser contemplados: o perfil dos formandos, as competências e habilidades, a estrutura do curso, os conteúdos básicos, os conteúdos definidos para a educação básica, o formato dos estágios, as características das atividades complementares e as formas de avaliação. Quanto às competências, habilidades e vivências formativas mínimas para a formação em Física, o documento aponta aquelas listadas no Quadro 10.

Quadro 10 - Competências, habilidades e vivências formativas mínimas para a formação em Física

Competências essenciais

1. Dominar princípios gerais e fundamentos da física, estando familiarizado com suas áreas clássicas e modernas;

2. Descrever e explicar fenômenos naturais, processos e equipamentos tecnológicos em termos de conceitos, teorias e princípios físicos gerais; 3. Diagnosticar, formular e encaminhar a solução de problemas físicos, experimentais ou teóricos, práticos ou abstratos, fazendo uso dos instrumentos laboratoriais ou matemáticos apropriados;

4. Manter atualizada sua cultura científica geral e sua cultura técnica profissional específica;

5. Desenvolver uma ética de atuação profissional e a consequente responsabilidade social, compreendendo a Ciência como conhecimento histórico, desenvolvido em diferentes contextos sócio-políticos, culturais e econômicos.

17

Contempla o parecer 1.304/2001, de 06 de novembro, de 2001 e a resolução 9/2002, de 11 de março, de 2002.

Quadro 10 - Competências, habilidades e vivências formativas mínimas para a formação em Física

(Continuação) Habilidades gerais

1. Utilizar a matemática como uma linguagem para a expressão dos fenômenos naturais;

2. Resolver problemas experimentais, desde seu reconhecimento e a realização de medições, até a análise de resultados;

3. Propor, elaborar e utilizar modelos físicos, reconhecendo seus domínios de validade;

4. Concentrar esforços e persistir na busca de soluções para problemas de solução elaborada e demorada;

5. Utilizar a linguagem científica na expressão de conceitos físicos, na descrição de procedimentos de trabalhos científicos e na divulgação de seus resultados;

6. Utilizar os diversos recursos da informática, dispondo de noções de linguagem computacional;

7. Conhecer e absorver novas técnicas, métodos ou uso de instrumentos, seja em medições, seja em análise de dados (teóricos ou experimentais);

8. Reconhecer as relações do desenvolvimento da física com outras áreas do saber, tecnologias e instâncias sociais, especialmente contemporâneas; 9. Apresentar resultados científicos em distintas formas de expressão, tais como relatórios, trabalhos para publicação, seminários e palestras.

Habilidades específicas (além de outras de um mercado em mudanças contínuas)

1. O planejamento e o desenvolvimento de diferentes experiências didáticas em física, reconhecendo os elementos relevantes às estratégias adequadas; 2. A elaboração ou adaptação de materiais didáticos de diferentes naturezas, identificando seus objetivos formativos, de aprendizagem e educacionais; Vivências formativas

1. Ter realizado experimentos em laboratórios;

2. Ter tido experiência com o uso de equipamento de informática;

3. Ter feito pesquisas bibliográficas, sabendo identificar e localizar fontes de informações relevantes;

4. Ter entrado em contato com ideias e conceitos fundamentais da física e das ciências, através da leitura de textos básicos;

5. Ter tido a oportunidade de sistematizar seus conhecimentos e seus resultados em um dado assunto através de, pelo menos, a elaboração de um artigo, comunicação ou monografia;

6. No caso da Licenciatura, ter também participado da elaboração e desenvolvimento de atividades de ensino.

Além disso, preconizam a flexibilidade do currículo, a carga horária de 2400 horas, distribuídas em 4 anos, sendo metade do núcleo básico comum e a outra metade em módulos sequenciais definidores de ênfase e a elaboração de uma monografia de conclusão do curso.

Nesse âmbito, merece destaque a formação a distância que, no Brasil, desde o final do século passado, tem ocupado um grande espaço nas discussões sobre a democratização de acesso e possibilidade de inclusão de pessoas em idade adulta que querem e/ou precisam estudar e/ou pessoas que não têm condições de frequentar um curso presencial, seja pela distância, seja pela falta de tempo. A efetivação dessa modalidade foi ampliada com mais força em consequência da indicação da educação a distância no artigo 80 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB n°9.394), de 20 de dezembro de 1996, já contando com algumas regulamentações do MEC para sua oferta na segunda metade da década de 1990, mas foi em 2005, com a assinatura do Decreto no. 5.622, que regulamenta o citado artigo 80 da LDB, que maiores esclarecimentos foram prestados sobre a concepção do ensino a distância e do sistema brasileiro de EAD, incluindo publicações de normas e orientações para a implementação da modalidade nas universidades brasileiras (FLORES et al., 2010).

Em termos de alunos matriculados, segundo o Censo da Educação Superior de 2010, do INEP, os cursos de formação de professores de Física em EaD estão em vigésimo segundo lugar entre as graduações oferecidas nesta modalidade, com um total de 4926 matrículas na rede federal, 488 na rede estadual e 456 na rede privada (SILVA; MARQUES, 2012).

Trazendo esse breve histórico, queremos lançar um olhar para o estado de Santa Catarina. Esse estado tem várias instituições que oferecem o curso de Licenciatura em Física. São quatro instituições públicas, a saber: Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), com o curso em Florianópolis, na modalidade presencial desde 1974 e na modalidade a distância desde 2005; a Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), com curso em Joinville, modalidade presencial desde 1994; Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), recentemente com turmas nos campus de Araranguá e Jaraguá do Sul, desde 2009, passou a oferecer o curso de Licenciatura em Ciências da Natureza, com habilitação em Física e, neste ano de 2015, assumiu a denominação para Licenciatura em Física e o Instituto Federal Catarinense (IFC), com turmas nos campus de Concórdia e Rio do Sul, desde 2011. Além dessas instituições públicas, há algumas privadas, pertencentes ao sistema ACAFE, quais sejam: UNOCHAPECÓ, com curso em Chapecó,

implementado no ano de 2003; Universidade do Oeste de Santa Catarina (UNOESC), com curso em Capinzal, implementado em 2012; Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC), com curso em Criciúma, desde 2012, pelo PARFOR; e a Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL), com curso em Tubarão, pelo PROFOR, implementado em 2013.

Ainda com relação à instituição responsável pela formação dos professores de Física da rede pública estadual de SC, obtivemos a seguinte distribuição (Gráfico 1), a partir do questionário on-line enviado aos professores, quanto à prioridade de escolha do estudante para a sua formação:

Gráfico 1 - Instituição onde buscou a Formação Inicial

Fonte: Elaborado pelo Autor (2015)

Nota:Instituição onde buscou a Formação Inicial, correspondente à questão 13 do questionário online, apêndice C.

Além das instituições supracitadas, consta no Sistema de Gestão Educacional de 2015 (SISGESC/2015) que atualmente lecionam, nessa rede, professores formados nas seguintes instituições, apresentadas em ordem alfabética:

 Centro Técnico-Educacional Superior do Oeste Paranaense  Centro Universitário Católico do sudoeste do Paraná – Unics  Centro Universitário Luterano de Palmas

 Faculdade de Chapecó

 Faculdade de Ensino Superior do Centro do Paraná  Faculdade Guarapuava

 Faculdades Reunidas de Administração Ciências Contábeis e Econômicas de palmas

 Fundação Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC  Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa

Catarina

 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Catarinense

 Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul  Universidade Comunitária da Região de Chapecó  Universidade de Franca

 Universidade de Passo Fundo  Universidade de Santa Cruz do Sul  Universidade de São Paulo

 Universidade do Contestado

 Universidade do Extremo Sul Catarinense - Unesc  Universidade do Oeste de Santa Catarina

 Universidade do Oeste Paulista  Universidade do Planalto Catarinense

 Universidade do Sul de Santa Catarina - Unisul  Universidade do Vale do Itajaí - Univali  Universidade Estadual de Campinas  Universidade Estadual de Londrina

 Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul  Universidade Estadual de Ponta Grossa  Universidade Estadual do Centro Oeste  Universidade Estadual do Maranhão  Universidade Federal de Mato Grosso  Universidade Federal de Pelotas  Universidade Federal de Santa Catarina  Universidade Federal de Santa Maria  Universidade Federal de São Paulo  Universidade Federal do Paraná  Universidade Federal do Rio de Janeiro  Universidade Federal do Rio Grande  Universidade Federal do Rio Grande do Sul

 Universidade Federal Rural de Pernambuco  Universidade Iguaçu

 Universidade Metropolitana de Santos  Universidade Regional de Blumenau

 Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul - UNIJUÍ

 Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões

No entanto, não há informação se a formação que estes professores receberam destas instituições foi de fato para a Licenciatura em Física, já que o SISGESC informa apenas que são professores habilitados e que lecionam Física sem especificar a habilitação.

Para melhor situar as informações, a SED dispõe de duas fontes para coleta de dados: o Censo Escolar, com dados estatísticos educacionais de âmbito nacional, realizado todos os anos e coordenado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), alimentado anualmente de acordo com a Portaria n° 254, de 26 de março de 2007; e o Sistema de Gestão Educacional (SISGESC), com dados estatísticos educacionais de âmbito estadual realizado periodicamente ao longo do ano. O Censo Escolar18 é estático, com uma única coletada realizada ao longo do ano; já o SISGESC é dinâmico, sendo alimentado continuamente, diante de possíveis alterações que ocorrem ao longo do ano, como redução de turmas, alteração de número de alunos matriculados, alteração do número de professores e outros. Ambas as fontes são alimentas pelas escolas e são utilizadas para planejar e avaliar a educação no estado.

O Censo é utilizado para pensar questões nacionais mais amplas que envolvem todas as redes educacionais, permitindo comparativos.

Trata-se do principal instrumento de coleta de informações da educação básica, que abrange as suas diferentes etapas e modalidades: ensino regular (educação Infantil e ensinos fundamental e médio), educação especial, educação de jovens e

18

Pela Portaria Nº 264, de 26 de março de 2007, o ministro de Estado da Educação determina a última quarta-feira do mês de maio, de cada ano, como data de referência para as escolas informarem os dados educacionais ao Censo Escolar. Segundo essa portaria, todos os estabelecimentos de ensino do país deverão responder ao Censo Escolar, por meio do sistema "Educacenso", com base nessa data de referência, ou seja, assim como no SIGESC, a alimentação do Censo é uma responsabilidade de cada escola.

adultos (EJA) e educação profissional (cursos técnicos e cursos de formação inicial continuada ou qualificação profissional). O Censo Escolar coleta dados sobre estabelecimentos de ensino, turmas, alunos, profissionais escolares em sala de aula, movimento e rendimento escolar. Essas informações são utilizadas para traçar um panorama nacional da educação básica e servem de referência para a formulação de políticas públicas e execução de programas na área da educação, incluindo os de transferência de recursos públicos como alimentação e transporte escolar, distribuição de livros, implantação de bibliotecas, instalação de energia elétrica, Dinheiro Direto na Escola e Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação – Fundeb (INEP, 2011).

O SISGESC dispõe, no âmbito estadual, das mesmas informações as quais são utilizadas para traçar um panorama estadual da educação básica, servindo de referência para a formulação de políticas públicas e a execução de programas na área de educação, principalmente quando se deseja uma leitura mais próxima da realidade em determinado período do ano letivo.

Neste trabalho, optou-se pela utilização dos dados do SISGESC devido ao fato do Censo Escolar não fornecer informações quanto à habilitação dos professores e só trazer informações sobre a situação funcional dos professores - ACT e Efetivo - a partir de 2013. Na Tabela 1, a seguir, apresentamos dados referentes a quantidade, habilitação e situação funcional, que foram coletados de 2010 a 2015, para uma mesma época do ano.

Tabela 1 - Número de professores de Física na rede pública estadual

Ano Total de Professores ACT Efetivos 2010 1138 658 495 2011 1118 583 551 2012 1537 1025 515 2013 1435 857 584 2014 1208 735 501 2015 1113 650 472

O total de professores corresponde ao número de professores atuantes na rede estadual, pois um mesmo professor pode ser ACT e Efetivo ao mesmo tempo, ou seja, pode ser efetivo em uma determinada carga horária e ter um contrato de ACT em carga horária complementar. É por isso que a soma entre a quantidade de professores ACT com a quantidade de efetivos não coincide com o total de professores. No ano de 2015, por exemplo, há uma intersecção de 9 professores entre os grupos de ACT e efetivos.

A variação no número total de professores está condicionada a algumas variáveis, quais sejam: número de alunos matriculados, número de turmas e carga horária dos professores. Já a variação do número de efetivos está mais relacionada à alteração na função do professor, pois alguns saem de sala para assumir cargos administrativos, como direção ou alguma coordenação na escola, havendo também redução por conta dos casos de aposentadoria.

O aumento expressivo de professores no ano de 2012 deveu-se ao concurso público daquele ano, último ocorrido para ingresso na carreira do magistério do estado. O decréscimo 2015 ocorreu por conta da redução de turmas do 1º ano do ensino médio. Nesse ano, não houve abertura de novas turmas, em função da implementação dos nove anos do Ensino Fundamental, que vinha ocorrendo gradativamente, chegando a vez dos nonos anos, em 2015.

A partir de 2013, o SISGESC passou a incluir o número de professores habilitados. No entanto, como já mencionado, sem especificar se esta habilitação é para o ensino de Física. Na Tabela 2, temos o número de professores habilitados que lecionam a disciplina de Física, no período de 2013 a 2015.

Tabela 2 - Número de professores habilitados que ensinam Física na rede pública estadual

Ano Total de Professores Habilitados

ACT Efetivos

2013 598 181 421

2014 498 135 383

2015 507 139 376

Fonte: Adaptado do SISGESC, 2013 a 2015.

Como não há informações mais precisas e detalhadas quanto à formação inicial dos professores habilitados, pode ser que a demanda por formação inicial em Física seja maior do que a apresentada nos

dados anteriores. Entre os 179 professores que responderam ao questionário on-line, 16 ainda frequentam o curso superior, 47 possuem superior completo, 101 já possuem especialização e 15 possuem mestrado. Quanto aos habilitados para o Ensino de Física, temos um total de 115, sendo que, dentre esses, 101 fizeram curso de licenciatura em uma das instituições citadas no gráfico anterior e 14 fizeram licenciatura em Ciências, com ênfase em Física ou graduação em área afim e complementação para ensinar a disciplina de Física. Entre os habilitados, há 23 professores que se habilitaram em cursos na modalidade a Distância. O Gráfico 2 apresenta o número de professores habilitados, não habilitados e em processo de habilitação para o Ensino de Física.

Gráfico 2 - Percentual de professores com habilitação para o Ensino de Física

Fonte: Elaborado pelo Autor (2015)

Nota: Percentual de professores com habilitação para o Ensino de Física, correspondente à questão 11 do questionário online, apêndice C.

Entre os habilitados para o ensino de Física, há 01 professor que concluiu a licenciatura antes da década de 1980; 01 professor na década de 1980; 13 professores na década de 1990 e 100 professores concluíram a habilitação depois do ano de 2000, conforme mostra o Gráfico 3 a seguir.

Gráfico 3 - Período de Conclusão do curso de licenciatura

Fonte: Elaborado pelo Autor (2015)

Nota: Período de Conclusão do curso de licenciatura, correspondente à questão 14 do questionário online, apêndice C.

Estes últimos dados são relevantes para refletirmos sobre as demandas para o ensino de Física na atualidade, como por exemplo, a integração das TDIC nas necessidades formativas já discutidas e sobre a importância da formação continuada que será discutida no próximo tópico. Infelizmente, não conseguimos confirmar com a SED se, de fato, a maioria dos professores de Física concluiu a formação inicial depois do ano 2000. O que podemos inferir, pela participação via questionário on-line, é que a maioria dos professores de Física que estão mais ―conectados‖ está entre os que concluíram a formação inicial após o ano 2000. De fato, dos 179 professores que responderam ao questionário on- line, apenas 13 afirmaram não participar de nenhuma rede social, mas afirmam em seguida participar do Facebook, o que demandaria uma investigação mais aprofundada sobre o sentido atribuído ao termo ―rede social‖ por esses sujeitos, que não foi possível por este instrumento.

Além disso, 99 professores consideram que a formação inicial contribuiu com o desenvolvimento de habilidades necessárias para o uso das TDIC no processo de ensino-aprendizagem, contra 80 que consideram que a formação inicial não contribuiu com essa questão, sendo que, entre os que consideram que a formação inicial contribui

com o desenvolvimento dessas habilidades, 60 concluíram a licenciatura depois de 2000, 34 na década de 1990 e 5 na década de 1980.

Com o SIGESC, conseguimos dimensionar a escolaridade dos professores habilitados que estão atuando na rede estadual neste ano de 2015. A situação está representada na Tabela 3.

Tabela 3 - Escolaridade dos professores Habilitados

Escolaridade Total de Professores

Apenas graduados 267

Especialistas 219

Mestres 021

Fonte: SED-SC/SISGESC/2015

A falta de professores habilitados para o ensino de Física atuando na rede pública estadual não está relacionada apenas à falta de pessoas habilitadas. Apesar de o número de egressos continuar pequeno, tivemos um aumento considerável na oferta de cursos de licenciatura em Física, o que consequentemente aumentou o número de habilitados. Entretanto, uma vez formados, nem todos assumem a docência, e dos que assumem