1 Os Partidos Políticos
1 hirante o m irtiiig, o Sr Joaquim l.ucas leu um telegram a que enviara ao m inistro da M arinha denunciando a ganância do coronel
6.7 A formação das Ligas Eleitorais
Os dois líderes políticos - Eerreira Chaves e José da Penha - ainda se encontravam no Rio de Janeiro, quando os seus correligio nários fundavam, em Natal, as ligas em prol de suas candidaturas.
As Ligas Pró-Chaves
Por iniciativa de um a plêiade de jovens - Helly Fernandes da C âm ara, João Nesi Filho, Álvaro Borges, Sandoval Wanderley, Joaquim Alexandre, A m aro Costa, Francisco Pinheiro Alves de Souza, M aurílio Freire Pereira e Olavo Guim arães W anderley - fun dou-se no dia 6 de janeiro de 1913, em reunião realizada no salão do Natal Clube e presidido pelo coronel Pedro Soares, a Liga M asculina Pró-Chaves. De im ediato a oposição batizou-a de "Liga Pró-Pança".
O Dr. Ponciano Barbosa, orador oficial da solenidade, a certa altura do seu discurso apelou: "Esforcem o-nos para m anter a
harm onia de todos os elementos. Não aceitemos o exemplo nada dig- nificador dos outros Estados que se banharam de sangue dos seus filhos”.
Em seguida falou o Dr. M anuel Dantas, que invertendo o sig nificado de um a frase do capitão ). da Penha, afirm ou: "O Senador Ferreira Chaves vencerá pela força do voto porque contra a sua candi datura não haverá voto de força que se levante”.
Essa I.iga elegeu um a Diretoria de 1 fonra presidida pelo coronel Pedro Soares e um a Diretoria Efetiva, assim composta: presidente - Dr. Moisés Soares; vice - Anfilóquio Câmara; oradores - Ponciano Barbosa, Luiz Potiguare Francisco Ivo; secretários-A lberto Roselli e 1. C. de Brito Guerra; tesoureiro coronel Francisco Cascudo.
Os jovens fundadores passaram a integrar a Com issão de Propaganda e Festas.
Por ocasião da instalação dessa Liga, 12 de janeiro, em sessão realizada aos salões do Natal Clube, quando o deputado Eloy de Souza referiu-se aos intentos revolucionários apregoados pelos adversários, o Dr. A bnerde Brito, que entrara acintosa m ente no recinto acom pa nhado de outros penhistas radicais, contestou o orador dizendo que a oposição não usaria tais processos revolucionários, mas apelaria tão- som ente para o voto tios norte-rio-grandenses. A assembléia, silen ciosa e atônita, esperou a resposta do deputado Eloy que destacou que a sucessão governamental pela via das urnas era tam bém o propósito dos partidários do governo (A República, 13 de janeiro de 1913).
Ainda em janeiro, dia 19, organizou-se a Figa Fem inina Pró- Chaves e a sessão realizada no Teatro Carlos Gomes, que ficou super lotado por senhoras e senhoritas da elite natalense.
A 1 Mretoria eleita ficou assim constituída: Presidente - Beatriz Dantas;
Vices - Mariin ha Galvão, Naninha Soares e Maurila Guerra; Secretárias-N inita Freire, Áurea Barros, Fdith SeabraeCorina Toscano;
O radoras - Palm yra W anderley, M aria Rosa Fernandes e Beatrys Melo.
No seu discurso de saudação, Palmyra Wanderley ressaltou que "as moças da Liga nada mais eram do que o elemento de pacificação
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e nada mais queriam do que a paz e a concórdia para a segurança do lar e a estabilidade fam ília”.
No mesmo mês foram organizadas, em Natal, as Ligas Operária, M arítim a e Infantil. Várias outras surgiram no interior do Estado, cuja relação tios integrantes era publicada pela im prensa governista:
A República e o Jornal da Manhã.
As Ligas Pró-José da Penha
No m esm o dia que os governistas fundaram a sua prim eira liga, 6 de janeiro, os oposicionistas organizaram a Liga Antioligarca J. da Penha. Na residência do deputado Augusto Leopoldo e sob a d i reção do professor Clement i no (iá ma ra, reu n i ra m-se cerca de cem pessoas a fim de fundar a referida entidade. Depois que o professor Clem entino explicou a finalidade daquela reunião, procedeu-se à eleição da Diretoria, que ficou assim constituída:
Presidente de I lonra-A ugusto Leite; Presidente Efetivo - Nizário Gurgel; Vice - Janúncio Nóbrega;
Oradores - Drs. Abner de Brittoe José Freire;
Secretários-O dorico Moreira Diase Epifânio M. de Noronha; Tesoureiro - Josué Silva.
Discursaram na ocasião oDr. Nizário Gurgel agradecendo a sua escolha e o I)r. Abner de Brito.
A reação dos governistas veio im ediatam ente através de num e rosas cartas anónim as repletas de vitupérioseam eaças.
Pelo dia 10 de janeiro com eçaram os penhistas a coletar assi naturas para fundar a Liga Fem inina Pró-J. da Penha, da qual era presidente a senhorita Joanita Gurgel. A notícia dessa liga chegou ao interior como um toque de clarim . O Diário do Natal, órgão da opo sição, publicou listas enorm es de senhoras e senhoritas de várias cidades do interior que aderiram á Liga Fem inina organizada em Natal.
Fundaram -se Ligas Pró-J. da Penha, em Apodi, M acaíba, Açu, Angicos, Pendência, Nísia Floresta, C anguaretam a, M acau, Pedro
Velho, Caicó, Arês, Nova Cruz (uma m asculina e outra feminina), Mossoró, Pau dos Perros, Touros, S. José de Mipibu e outras cidades. De todas essas cidades vinham listas das integrantes dessas associa ções cívicas, que eram publicadas na im prensa oposicionista.
Vale salientar que, apesar de as m ulheres não terem ainda o direito de votar, a quase totalidade das Ligas Pró-J. da Penha era com posta de m ulheres. O contrário ocorreu com as Ligas Pró-Ferreira Chaves.
Fundar ligas era a coqueluche daquela conjuntura política. Por isso, um cronista, parodiando Shakespeare, escreveu a seguinte observação:
Ser ou não ser por uma liga - Lis agrando, a importantíssima
questão do momento, o plnt du jourúe todas as esquinas, questão complexa, de difícil resolução, que apaixona uns e que endoidece outros. (iontam me até das fundações das Ligas Pró-Medo, Pró Lmprego e até da Liga Pró-Negócios de I .iga (iomigo não Liga.! (Jornal da Manhã, 14 de janeiro de lí)l.i).
Lssas ligas desem penharam um papel im portantíssim o durante a cam panha, m antendo acesos, em cada município onde se organizaram , os ideais políticosd asd u asiacçõesem luta.