• Nenhum resultado encontrado

Formas de apuração – Lucro real 156

A apuração da CSLL pode ser pelo lucro presumido (arbitrado), por estimativa e pelo lucro real.

No caso das instituições financeiras, observa-se que a partir de 1999 há a obrigação da apuração da CSLL pelo do lucro real. É o que estabelece o artigo 14, II, da Lei nº. 9.718/1998.

186 JORGE, Tarsis Nametala Sarlo. Ob. cit., p. 431. 187 PONTES, Helenilson Cunha. Ob. cit., p.47.

188 CARRAZA, Roque Antônio; D. BOTTALL, Eduardo. Operações de Exportação e Equiparadas e Imunidade à Contribuição Social sobre o Lucro. Revista Dialética de Direito Tributário n° 91, p. 113.

157 “Art. 14. Estão obrigadas à apuração do lucro real as pessoas jurídicas: (...)

II - cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras de títulos, valores mobiliários e câmbio, distribuidoras de títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, empresas de seguros privados e de capitalização e entidades de previdência privada aberta; (...)”

Lucro real é o lucro líquido de apuração ajustado pelas adições e exclusões autorizadas no artigo 6º, do Decreto-Lei nº. 1.598/1977189, devendo ser precedida da apuração do lucro real de cada período de apuração de acordo com o artigo 37, §1º, da Lei nº. 8.981/1995190.

189 “Art 6º - Lucro real é o lucro líquido do exercício ajustado pelas adições, exclusões ou compensações prescritas ou autorizadas pela legislação tributária.

§ 1º - O lucro líquido do exercício é a soma algébrica de lucro operacional (art. 11), dos resultados não operacionais, do saldo da conta de correção monetária (art. 51) e das participações, e deverá ser determinado com observância dos preceitos da lei comercial.

§ 2º - Na determinação do lucro real serão adicionados ao lucro líquido do exercício:

a) os custos, despesas, encargos, perdas, provisões, participações e quaisquer outros valores deduzidos na apuração do lucro líquido que, de acordo com a legislação tributária, não sejam dedutíveis na determinação do lucro real;

b) os resultados, rendimentos, receitas e quaisquer outros valores não incluídos na apuração do lucro líquido que, de acordo com a legislação tributária, devam ser computados na determinação do lucro real. § 3º - Na determinação do lucro real poderão ser excluídos do lucro líquido do exercício:

a) os valores cuja dedução seja autorizada pela legislação tributária e que não tenham sido computados na apuração do lucro líquido do exercício;

b) os resultados, rendimentos, receitas e quaisquer outros valores incluídos na apuração do lucro líquido que, de acordo com a legislação tributária, não sejam computados no lucro real;

c) os prejuízos de exercícios anteriores, observado o disposto no artigo 64.

§ 4º - Os valores que, por competirem a outro período-base, forem, para efeito de determinação do lucro real, adicionados ao lucro líquido do exercício, ou dele excluídos, serão, na determinação do lucro real do período competente, excluídos do lucro líquido ou a ele adicionados, respectivamente.

§ 5º - A inexatidão quanto ao período-base de escrituração de receita, rendimento, custo ou dedução, ou do reconhecimento de lucro, somente constitui fundamento para lançamento de imposto, diferença de imposto, correção monetária ou multa, se dela resultar:

a) a postergação do pagamento do imposto para exercício posterior ao em que seria devido; ou b) a redução indevida do lucro real em qualquer período-base.

§ 6º - O lançamento de diferença de imposto com fundamento em inexatidão quanto ao período-base de competência de receitas, rendimentos ou deduções será feito pelo valor líquido, depois de compensada a diminuição do imposto lançado em outro período-base a que o contribuinte tiver direito em decorrência da aplicação do disposto no § 4º.

§ 7º - O disposto nos §§ 4º e 6º não exclui a cobrança de correção monetária e juros de mora pelo prazo em que tiver ocorrido postergação de pagamento do imposto em virtude de inexatidão quanto ao período de competência.”

190 Art. 37. Sem prejuízo dos pagamentos mensais do imposto, as pessoas jurídicas obrigadas ao regime de tributação com base no lucro real (art. 36) e as pessoas jurídicas que não optarem pelo regime de tributação com base no lucro presumido (art. 44) deverão, para efeito de determinação do saldo de imposto a pagar ou a ser compensado, apurar o lucro real em 31 de dezembro de cada ano-calendário ou na data da extinção.

158

A sistemática de tributação sob o Lucro Real é disciplinada pelos artigos 246 a 515 do Decreto nº. 3.000/1999 (Regulamento do Imposto de Renda), podendo mencionar o artigo 246 que estabelece, tal como o artigo 14 da Lei nº. 9.718/1998 quais pessoas jurídicas são obrigadas, bem como o artigo 247, que traz o já mencionado conceito de lucro real.

b.2) Alíquota

Neste ponto reside uma das atuais discussões em torno da CSLL, ainda pendente de decisão pelo Colendo Supremo Tribunal Federal.

Considerando que as instituições financeiras adotam o regime de apuração da CSSL pelo lucro real, até 30 de abril de 2008, a alíquota para o setor financeiro era igual a dos demais contribuintes, ou seja, de 9% (nove por cento). Com o fim da CPMF foi editada a Medida Provisória nº. 413, de 03 de janeiro de 2008, que majorou a alíquota para 15% (quinze por cento).

O artigo 17 desta Medida Provisória, convertida na Lei nº. 11.727, majorou o percentual da alíquota, sendo que um dos argumentos deste aumento foi à lucratividade do setor e da necessidade de compensar a perda com a extinção da CPMF.

Neste sentido também apontamos o §1º, do artigo 23, da Lei nº. 8.212/1991, que estabelece que a alíquota da CSLL para as instituições financeiras é de 15% (quinze por cento).

Contra a referida Medida Provisória foi ajuizada ação direta de inconstitucionalidade, cujos argumentos serão a seguir abordados.

1) Alteração da alíquota das instituições financeiras pela Medida Provisória nº.