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O contrato possui um ciclo lógico de existência: nasce do mútuo consentimento, sofre as vicissitudes de sua carreira jurídica e termina normalmente com a execução ou o cumprimento das prestações; o que constitui suas etapas de formação, execução e extinção. (DINIZ, 2003).

Os contratos como os negócios jurídicos em geral, têm também um ciclo vital: nascem do acordo de vontades, produzem os efeitos que lhes são próprios e extinguem-se. A extinção dá-se, em regra, pela execução, seja instantânea, diferida ou continuada. O cumprimento da prestação libera o devedor e satisfaz o credor. Este é o meio normal de extinção do Contrato (GONÇALVES, 2009, p. 154).

Desse modo, a extinção contratual pressupõe uma formação contratual. Diante deste contexto, pode-se compreender que a extinção do contrato está necessariamente ligada à existência e à formação do contrato. Destaca-se que nem todos os contratos são cumpridos, pois muitos já nascem viciados, o que lhes afeta a validade; deve-se considerar também que podem ocorrer exceções em que o juiz declara a inexistência da relação contratual, uma vez que não se pode extinguir um contrato que não exista; e outros casos, os contratos são regularmente celebrados, não existindo vícios na sua formação, mas são atingidos por eventos supervenientes que podem tornar sua execução impossível ou

extremamente onerosa para uma das partes, com extrema vantagem para a outra, ou ainda pela inadimplência culposa de uma das partes.

Dessa forma, como nem sempre os negócios se efetivam com base nas condições de formação do contrato, esse pode ser extinto de várias maneiras, destacando-se, as seguintes: por extinção normal; por fatos anteriores à avença, tais como, nulidade absoluta ou relativa (art. 166, CC); cláusula resolutiva (art. 474, CC); ou cláusula de arrependimento (art. 49, CDC); por fatos que podem ocorrer durante a avença, tais como, resolução, resilição ou rescisão, esse último termo é utilizado como sinônimo de resolução ou de resilição, devendo ser empregado nos casos de extinção do contrato por lesão ou celebrado em estado de perigo; ou por morte do contratante, como ensina Gonçalves (2009); Loureiro (2008) e Nogueira (2018).

Extinção normal do contrato: Verifica-se a extinção normal do contrato quando

são cumpridas as obrigações pactuadas pelas partes; nesse modo, não há qualquer problema em relação à forma e aos efeitos, pois uma vez terminado, são extintas prestações nele previstas. Conquanto, ainda após o término do contrato as obrigações decorrentes do princípio da boa-fé contratual podem permanecer como, por exemplo, o dever de não divulgar informações sigilosas a respeito do outro contratante ou do objeto do contrato. É fundamental salientar ainda, que com a extinção normal da relação contratual, eliminam-se todos os direitos e obrigações criados pelo contrato.

Nulidade: Segundo Nogueira (2018) uma das formas atípicas da extinção dos

contratos e a nulidade, pois faz parte da espécie de extinção por fatos anteriores à sua celebração, sendo que o início da causa extintiva ocorreu antes da celebração do mesmo. O conceito de nulidade pode ser entendido como, “uma sanção, por meio da qual a lei priva de efeitos jurídicos o contrato celebrado contra os preceitos disciplinadores dos pressupostos de validade do negócio jurídico” (DINIZ, 2003, p. 176). A nulidade pode ser absoluta, quando realizado por pessoa absolutamente incapaz, por exemplo, hipótese prevista no art.166, I, CC; ou relativa.

Cláusula resolutiva: Trata de uma das formas de extinguir um contrato, podendo ser conceituada como uma disposição contratual que antecipa o término do contrato pela inexecução, por parte de um dos contratantes.

Cláusula de arrependimento: Trata-se de disposição contratual pela qual o

acontecer o arrependimento de qualquer uma das partes, o contrato poderá ser desfeito, ficando definida uma multa que será devida à parte lesada como forma de compensação pecuniária.

Resolução: É a forma de extinção que ocorre por descumprimento contratual de

uma das partes, por inexecução voluntária ou involuntária ou por onerosidade excessiva. A inexecução voluntária impossibilita a prestação por culpa do devedor, tanto na obrigação de dar como na de fazer ou de não fazer, enquanto a inexecução involuntária pode ocorrer em função de fatos que vão além da a vontade dos contratantes, os quais os impossibilitaram de cumprir a obrigação que lhes é determinada. Assim, pode acontecer uma resolução do contrato, sem ressarcimento das perdas e danos, por se tratar de uma sanção aplicada a quem agiu culposamente, sem intervenção judicial, exonerando-se o devedor da obrigação. (DINIZ, 2003).

Resilição: Decorre por vontade de uma (unilateral) ou ambas (bilateral) as

partes, assim chamada resilição, que quando for bilateral, esta se resolve através do distrato, conforme previsto no art. 472, CC: “o distrato faz-se pela mesma forma exigida para o contrato” (BRASIL, 2002). Conforme Diniz (2003) o distrato consiste em um negócio jurídico que rompe o vinculo contratual, por meio da declaração de vontade de ambos os contraentes de desfazer o contrato que firmaram. Quando se tratar da unilateral, pode ser estipulada em cláusula contratual quando houver previsão legal, sendo assim denúncia ou revogação, conforme art. 473, CC, pelo qual “a resilição unilateral, nos casos em que a lei expressa ou implicitamente o permita, opera mediante denúncia notificada à outra parte” (BRASIL, 2002).

Morte de uma das partes do contrato: Extinto o contrato por morte de uma das

partes, as obrigações são transmissíveis ao patrimônio deixado pelo falecido. Esse patrimônio é chamado de espólio que é o conjunto de bens, direitos e obrigações que integram o patrimônio deixado pelo de cujus, e que será partilhado entre os herdeiros no inventário, sendo que é importante verificar se no contrato não havia a previsão de um seguro por morte ou invalidez permanente, caso em que a seguradora será responsável pelo saldo da dívida (dependendo do contrato).

Feitas essas considerações, passa-se ao capítulo 3, foco desse trabalho monográfico.

3 CONTRATOS EMPRESARIAIS E INTEREMPRESARIAIS

Esse capítulo trata dos contratos empresariais e interempresariais. Assim, considerando a importância dos contratos, para que se obtenha uma melhor compreensão no que se refere aos contratos empresarias, o presente capítulo mostra o conceito, as características e os tipos de contratos empresariais e de interempresariais, conforme segue.