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Anno da Era vulgar 354 [à margem]

Tagaste, antiga Cidade Episcopal d’Africa na Provincia de Constantina da Regencia d’Argel, à 12 legoas S. E. de Bona ou Hipponia, era Municipio livre da Numidia; hoje porem huma pequena Villa e de nenhuma consideração em si, tendo-a por outra parte muito grande e sempre memoravel por ter sido a terra natal de Aurelio Agostinho, prodigio de sabedoria e santidade, e de renome immortal na Igreja Catholica. Nasceo de Patricio e Monica, pessoas de sangue, mas de fortuna mediana, ãos 13 de Novembro do anno de Christo 354, no Pontificado de Liberio, e imperio de Constancio. He este o meu muito amado Patriarcha, de cujo monachato e Regra cumpre-me, antes de passar adiante, dizer alguma cousa, ou transcrever o que elle mesmo disse à este respeito, e deixou escripto.

§ 1º 388 a 395 [à margem]

Monachato de Santo Agostinho

O proposito resoluto enfim, que Deos operou em Agostinho infiel e desencaminhado da Salvação, o proposito de se [ 6v. ] converter para Elle e abraçar a Verdade Catholica foi simultaneo com outro de se consagrar inteiramente a Deos sem cuidar de cousa mais alguma deste mundo, quero dizer, de ser servo de Deos, ou Frade ou Monge, que

3 SÃO TOMÁS, Leão, OSB – Benedictina Lusitana. Coimbra: Off. de Diogo Gomes de Loureiro, 1644.

val o mesmo. Ja na quinta de Cassiciaco, onde se converteo, apparece este proposito, ou os primeiros ensaios da vida monastica, declarado à Verecundo, dono da Quinta e seu hospedeiro. Verecundo não era Christão, e queria se-lo; mas como Agostinho era:

“Macerebatur anxitudine Verecundus de isto nostro bono, quod propter vincula

sua, quibus tenacissime tenebatur, deseri se nostro consortio videbat; / nondum Chris- tianus; conjuge fideli, / nec Christianum esse alio modo se velle dicebat, quam illo, quo non poterat.” Confess. 9-3. Que modo de vida, que estado tão singular tomou Aurelio

Agostinho com a sua conversão, que o não podia ter e seguir homem casado? Era o que sua mãe nelle viu acima dos seus votos, e incompatível com o estado de Verecundo, o qual estado não o he com a profissão Christã. “Unum erat propter quod in hac vita

aliquantum immorari cupiebant, ut te Christianum Catholicum viderem priusquam morerer cumulatius hoc mihi Deus meus praestitit, ut te etiam contempla felicitate terrena, Servum eius videam. Quid hic facio?” Ibi 9-20.

Depois do baptismo, e antes ainda de partir para Africa, exercitou a vida commum e Religiosa com os seus consocios [ 7 ] na conversão e baptismo: “Convertisti me ita ad

te, ut neque, uxorem quaererem, nec aliquam spem saeculi hujus... simul eramus, simul habitabamus placito sancto: quaerebamus quisnam locus nos utilius haberet servientes tibi: pariter remeabamus in Africam.” Ibi.4

Restituído à Africa, em Tagaste, sua patria, assentou e viveo com os seus em communidade no Ermo por espaço de 3 annos, depois de vender huns campos, que lhe cabião por herança de seus pâes. He claro em S. Possidio, cuja sentença e autoridade refere Baronio5 nos seguintes termos: “Rediens una cum sociis Alipio et Evodio in

patriam, quem condixerant vitae statum, cum adhuc in Italia essent, exercere coeperunt. Secedentes enim in rus ibidem triennio permansere. Porro toto illo triennio laicus Deo servivit.” E logo ahi fallando do que por este tempo escreveo, ajunta: “Haec, inquam omnia antequam Praesbyter fieret, ipso triennio commorationis in Eremo.” Ad an. 393.

Vindo à Hipponia com o fim de visitar hum amigo, que [ 7v. ] procurava ganhar para Deos, todos sabem, como foi com suma repugnancia ordenado Presbytero. Então o Bispo Valerio seu Ordenante, sabendo de seu Instituto, que praticava em Tagaste, para o contentar deu-lhe huma herdade fora dos muros de Hipponia para fazer mosteiro. = “Juvenis, falla Agostinho, veni in istam civitatem propter videndum amicum, quem

putabam me lucrari posse Deo, ut nobiscum esset in monasterio... quaerebam ubi constituerem monasterium, ut viverem cum fratribus meis... Et quia hic disponebam esse in monasterio cum fratribus, cognito instituto et voluntate mea beatae memoriae senex Valerius dedit mihi hortum illum, in quo nunc est monasterium... Caepi boni propositi fratres colligere, compares meos, nihil habentes, sicut ego nil habebam, et imitantes me, ut sicut ego tenuem paupertatem meam vendidi et pauperibus erogavi, sic facerent illi, qui me cum esse voluissent.” Serm. 1 de Com. Vit. Cler., recitado na Cathedral d’Hipponia.

4 V Sobre este texto notão os P.P. Maurianos: / Vit. Aug. c. 11. nº 6 / = “Non alio spectabat placitum istud

eorum sanctum, nisi, ut spreto mundo, simul Deo servirent, qui jam non solum Christiani Catholici ab suscepta fide et sacra regeneratione, sed etiam, contempta felicitate terrena, servi Dei essent, et vere jam inde Monachi.”

Presbytero / somente / teve outro mosteiro perto dos muros de Carthago n’hum campo, que para isso lhe deu Aurelio Bispo desta Cidade, e por este mesmo mandado edificar. Agostinho agradece o campo e a fundação em carta / he a 64 / ão dito Bispo: = “Agrum fratribus datum provisione et liberalitate tua didicimus.” Neste mosteiro esteve o S. Patriarcha algum tempo como consta do cap. 23 do Liv. 1 das Retractações. = “Cum

Praesbyter adhuc essem contigit, ut apud Carthaginem [ 8 ] inter nos, qui simul eramus, ad Romanos Apostoli epistola legeretur, et quaedam interrogabar à fratribus.” De todos

estes 3 mosteiros faz menção expressa S. Paulino, escrevendo à S. Alipio ja Bispo, não o sendo ainda Agostinho. = “Benedictos Sanctitactis tuae comites et aemulatores in

Domino fratres, sidignantur, nostros, tam in eclesiis, quam in monasteriis Carthagine, Tagaste, et Hippone Regio.”

Finalmente feito Bispo à vontade de todos menos à sua, introduziu na Residencia Episcopal a vida monastica pelas razões, que allega no sermão citado: = “Perveni ad

Episcopatum: vidi necesse habere Episcopum exhibere humanitatem assiduam quibusque venientibus, sive transcuntibus. Quod si non fecissem Episcopus inhumanus dicerer; si autem consuetudo ista in monasterio permissa esset, indecens esset. Et ideo volui in domo ista Episcopi habere mecum monasterium Clericorum.” Ex aqui neste mosteiro Episcopal

o typo de vida Regular em quasi todas as Cathedraes,6 e em Portugal a professàrão

nomeadamente Braga, Porto, Lamego, Coimbra, Lisboa, e Evora; e verdadeiramente são estes os Cónegos [ 8v. ] Regrantes de S. Agostinho.7

§ 2º Regra de S. Agostinho

Mostrado o tronco da Familia Eremitico-Augustiniana pelas palavras formaes do seu mesmo Instituidor, segue-se dizer, que [ 9 ] Regra ou legislação lhe ordenou para seu governo, e procedimento. A mesma, que nós os Eremitas hoje temos, e professamos

6 V Levão alguns, que S. Agostinho não foi mais que imitador, ou restaurador e reformador dos que S.

Marcos tinha instituido em Alexandria. Servia-lhes de Regra os dous sermões do S. P. de Communi vita

Clericorum; mas depois abraçàram a composta para os Eremitas.

7 V Os outros, que se appelidao Conegos de S. Agostinho, não tem disto mais que a Regra do S. Padre,

que seus Fundadores particulares lhes designàrao e derão, como S. Domingos aos seus Frades, e D. Tello com Fr. João Peculiar ãos de S. Cruz de Coimbra, e tantos outros à 94 Congregações: d’hum e outro sexo, que se ajuntàrao e viverao nesta Regra.

Ora à vista do que fica dito sobre o monachato de S. Agostinho, com que justiça e consciencia nos inquietàrao os Conegos Lateranenses com porfiada demanda para nos excluir ate da filiação de S. Agostinho? Ainda depois do – Motu próprio – de Sixto IV de 11 de Maio de 1484, que impunha sillencio à dita Controversia, sahiu o P. Mestre Fr. Luis dos Anjos com a sua obra De vita et laudibus S. P. Augustini, – na qual defende demonstrativamente a nossa primogenitura, / que era o ponto da questão: / impressa em Coimbra em 1612, e em Madrid em 1614. E sendo consultada a Faculdade de Canones de Salamanca sobre o dito Motu proprio, julgou-o derogado pelo contrario uso, e por falta de suficiente promulgação, e porque ainda que isto nao houvesse o Papa prohibe somente: a “Turbulentas et periculosas altercationes plenas Civitatis et

ineptiarum, quae jurgiis et scandalis viam adperiant.” e não prohibe in universum: = “simplicem etiam assertionem alteriutrius partis, ejusque confirmationem.” Imprimiu-se esta consulta em Salamanca em

1620, e foi aprovada pela Universidade de Coimbra; e assim a Consulta Salmaticense como a aprovação de Coimbra posteriores ão Livro do P. Mestre Fr. Luiz dos Anjos.

todos. Que este brevissimo Codigo seja obra authentica e genuina de Agostinho não sei que alguem o negue. Sei porem, que Desiderio Erasmo8 fez huma nota sobre a sua

dedicação na qual diz elle ser provavel, que Agostinho escrevesse para mulheres e não para os homens aquella sua Regra, composta depois e accomodada para estes. Apresento a nota. = “Haec Regula et sententiis, et dictionis figura refert Augustinum: quin et pia

civilitate humanitateque praefert auctorem suum: quamquam probabile est eam non Clericis sed faeminis esse scriptam... Nonnulis autem mutatis, eam accomodaverunt viris.” / Oper. S. Aug. edicc. Ven. 1552./

Conceito de S. Bernardo sobre a inviolabilidade de semelhantes Escriptos. “Regula Sanctorum Basilii, Augustini, Benedicti, nec non authentici Canones, et

siqua sunt alia Ecclesiastica Institutae dignae auctoritatis, quoniam à sanctis tradita sunt, sancita [ 9v. ] stabiliter perseverant; nec omnino cuivis subjectorum ea aliquo modo variare, vel mutare conceditur.” De Praec. et Dispensat. cap. 3.

Censura de Cenomano Doutor de Pariz à Nota de Erasmo

“Nec omnino quidquam habet verossimile commentum Erasmi, Augustinum

Regulam vivendi minime viris scripsisse, sed, quam faeminis tradidisset, post ea viros, ablatis, quae non convenirent, sibi accommodasse. Nam si persuasum est, Augustinum et sibi adhaerentes Regulam primitas sub Apostolis constitutam voto firmasse, quomodo in tam sancta Congregatione sine lege et sanctis institutis viveretur? Cum haec Regula sententiis et dictionis figura referat Auctorem Augustinum, quomodo dubitas viris esse traditam, et pectus ipsum Augustini non esse praecipere viris reseratum, cum quibus consuetudinem ducebat? Cum tot retro Saeculis tam multi Doctores et praeclari viri hanc crediderint Regulam Augustini traditam viris, quin et commentariis illustrarint, simul et sedes Apostolica adprovaverit, nescio, si tot proceribus Ecclesiae neglectis, quispiam inveniatur usque adeo insani cordis, ut uni Erasmo, Monachorum nomen tam acriter insectanti, adhaereat.”

Juizo e Resolução da Faculdade Theologica de Pariz.

Anno Domini 1539 die Sabbati ultima Januarii fuit congregata Sacrae Theologiae Facultas apud S. Maturinum per juramentum post missam de Spiritu Sancto, super [

10 ] difficultate orta circa censuram Erasmi super tertiam Regulam Religiosorum S.

Augustini... Facultas disputavit de materia illa non solum per deputatos, sed per totam Facultatem disputatum est diligenter: et tandem, matura praecedente deliberatione, conclusum fuit... = Quod illa censura Erasmi non est probanda, sed est scandalosa, et apologia Magistri nostri Caenomani contraria illi censurae est recipienda et digna, quae imprimatur.”

Juizo dos P.P. Benedictinos de S. Mauro

Na edição das Obras de S. Agostinho, que estes doutos Padres ordenârao e derão ão prelo em Pariz desde 1679 ate 1700, vem à Regra de S. Agostinho com o titulo – Ad

Servos Dei = e começa = Ante omnia Fratres Carissimi... etc. Ora na admoestação

previa escrevem elles: = “Quae res utita se habeat, certe jam dice est, cum virorum

instituendis moribus adhiberi coepit. Quippe perantiquae Tornatensis Regulae partem facit potissimam: laudatur in concordia Regularum à Benedicto Anianae Abatte; quodque è re nostra est hic admonere, in Codici Corbiensi mille annos praeferente continetur viris adcommodata.” = O mosteiro Tornatense foi edificado, segundo Mario Bispo Aventino,

em 515. Tambem os Lovanienses reconhecem e tem por legitimo o titulo = Ad servos Dei. Epocha

Não se pode fixar o anno em que o S. Patriarcha compos [ 10v. ] esta sua Regra. Quem a confrontar com a obra do mesmo S. Doutor – De Opere Monachorum – verá em muitos capitulos desta as maximas da Regra, e ate pelas mesmas palavras. Ora o livro – De

Opere Monachorum – foi escripto no anno de 400. He certo porem, que existia ja em

427: por quanto neste anno Valentino, Abbade de mosteiro junto à cidade de Adrumento, despachou Fr. Floro ão S. Patriarcha, em virtude da ordem, que do mesmo recebera / carta 214 / para lhe explicar como deviao entender o que elle tinha escripto contra os erros de Pelagio. Partiu Floro com carta do seu Abbade datada em 427, na qual se lê a seguinte clausula: = “Siquid autem famulus tuae Sanctitates suggesserit Florus pro Regula monasterii,

digneris, Pater, petimus, libenter accipere, et per omnia nos infirmos instruere.” Não sei,

que outra Regra podessem ter os Monges de Adrumeto, sobre a qual pedissem instrucções à S. Agostinho. V. Adrumeto na Geogr. Pareceme ser muito anterior à citada obra – De

Opere Monachorum – isto he, escripta e dada antes do anno 400.

§ 3º

Sobre o appellido de Servos de Deos peculiar ãos Eremitas de Santo Agostinho. Assim se denominou o Fundador, assim chamou os seus Frades, assim intitulou a sua Profissão, e assim subscriptou a sua Regra, que lhes deu. “In me dilexerunt quod

audierant, paucis agellis paternis contemptis, ad Dei liberam [ 11 ] servitutem me fuisse conversum. – Si fratres, si filii nostri estis, si conservi, vel potius in Christo Servi vestri sumus... Regula S. Augustini ad Servos Dei.” Outros testemunhos identicos à este ficao

transcriptos no §1º, e assinalados. Em consequencia disto não foi o P. Mestre Purificação9

temerario em suspeitar existencia d’antigos mosteiros e Frades da Ordem das inscripções lapidares, que achou com o titulo de – Servus, Serva, famulus vel famula Dei, vel Christi.

Com tudo não quer o A. do Elucidario10, que fosse aquelle appellido privativo

do estado monastico ou do Instituto Eremitico, mas commum a todos os estados ate o seculo 13, e que isto he demonstrado. Daqui conclue ser temeridade o decidir, que ja

9 PURIFICAçÃO – Chronica. 10 VITERBO – Elucidario.

no seculo 7º houvesse mosteiro em Aldea Rica à huma legoa de Celorico da Beira, / v.

Açores na Geogr. / pela inscripção lapidar, que na capella Mor da Igreja Matriz, d’huma

mui avançada antiguidade, se lê n’hum tumulo levantado, da parte do Evangelho: e que he pensamento extravagante do nosso Purificação querer ali freiras existentes na era 704/714 o Purificação / que o epitafio marca. Porem sendo sem duvida, como confessa o dito Autor do Elucidario, que houve tempo, em que se fundou naquelle sitio huma Casa Religiosa, não permittindo hesitar em cousa tao clara e patente as colunas do claustro e paredes das Officinas, que se descobriram nos passaes dos Priores, onde vai a extravagancia do Padre Mestre Purificação? Se não pode decidir-se, que fosse [ 11v. ] precisamente no Seculo 7º, tambem o chronista Augustiniano o não decide, mas decide somente, sem extravagancia ou temeridade, a existencia, de mosteiro da Ordem por aquelles tempos e naquelle sitio, da inscripção feita pelo titulo de – Famula Christi – a par da tradição antiquissima, e monumentos extantes e confessados pelo Senhor Viterbo. Chama-se para aqui o citado artigo de Geografia.

“Deo vota, Deo dicata, devota, sacrata, dedita, Sacra Virgo, Virgo Dei”, são titulos os mais communs na antiguidade de – Sanctimonialis foemina, quae Deo continentiae et integritatis votum vovit –11 Destas se devem entender muitas lapidas Sepulchraes,

que em toda a Hespanha se encontrao com o dictame de – Famula Dei, Famula Christi,

Ancilla Christi, Ancilla Dei – escreveo o Senhor Viterbo, e não foi com pensamento

extravagante, como eu creio. Entao o nosso chronista vendo e lendo estas lapidas com o dictame ou ephiteto, [ 12 ] com que o seu Patriarcha se apellidou, depois que abraçou com o baptismo a perfeição christã, e appellidou os Eremitas seus filhos, e em tempos em que se ignora qual outro Instituto ou Regra florecesse nas Hespanhas, este chronista, digo, colligiu daquellas a existencia de mosteiros, e Frades e Freiras da Ordem com pensamento extravagante e temerario, porque alguns ou muitos usurpârão o sobrenome de Servos de Christo, e o mandarão gravar na campa de suas sepulturas?12

Não nego que assim fosse; mas não deixa por isso de ser distinctivo da Profissão Religiosa aquelle appellido ou dictame, como este Antiquario lhe chama, e com especiali- dade dos filhos de S. Agostinho, como fica mostrado. Ainda mais: S. Isidoro, que morreu em 4 de Abril de 636, no cap. 13 da sua Regra diz: “Ternis autem tunicis contenti erunt

Servi Christi.”etc.13 [ 12v. ] Em huma doação à Igreja de S. Maria de Oliveira de 20 de

11 V Ate o 4º seculo em suas casas, mas em habito e recolhimento e exercicios como Religiosas em

Convento, e chamavao-lhe Virgens Eclesiasticas ou Canonicas, porque seus nomes erao escriptos nos Livros da Igreja, e ellas debaixo do cuidado especial do Bispo. À estas negava o Concilio Illiberitano a communhão no fim da vida, se, deixando o Christo, se ligassem com matrimonio terreno, a que os Padres chamavão incestuoso e adulterino. Viterbo. V. Escolio ão anno 1243, no fim.

12 V Vulgar as pessoas dos outros estados era pôr huma ou mais cruzes em suas sepulturas; e depois que

o Arianismo inficionou as Hespanhas ajuntârao aos lados da Cruz ou por cima as letras A e Ω / alpha e omega / do alphabeto grego, em testemunho do seu catholicismo. – Ego sum a et w, principium et finis,

dicit Dominus Omnipotens. Apocal. 1-8: 21-6: 22-13: no primeiro Cap. attribue-se à Deos; no cap. 21

ão que esta sentado no throno, e no cap. 22 à J. Christo. O que mostra em tudo e por tudo a igualdade do Filho com o Pae. Bossuet..

13 V Queira o leitor reparar nas palavras do capitulo precedente da mesma Regra: “Vestimenta non erunt

Fevereiro de 1033, que vem no Censual do Porto14, le-se o seguinte: “Pro vestimentum

et tegumentum Servorum vel ancillarum, que isto loco in vita sancta persistunt.” E

Fr. Manoel Risco, fallando da prepotencia dos Padroeiros sobre os mosteiros do seu padroado, explica-se deste modo: “Este abuso moveo a homens piedosos e amantes da

observancia monastica à se queixarem em presença do Rey da opressão, que os Servos de Deos padecião com o motivo do padroado ou Senhorio dos leigos” Hisp. Sagr. tom.

3815. Por antonomasia chama ãos Frades – Servos de Deos. [ 13 ]

Ca p i t u l o Se g u n d o