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Fundo Europeu de Assuntos Marítimos e das Pescas

2. Fundos Estruturais e de Investimento da União Europeia

2.6 Fundo Europeu de Assuntos Marítimos e das Pescas

Por último, vamos abordar o Fundo Europeu de Assuntos Marítimos e das Pescas (FEAMP) presente no Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia, nomeadamente no artigo 42.º, no artigo 43.º, n º 2, no artigo 9.º, nº 1, no artigo 100.º, nº 2, no artigo 173.º, n.º 3, os artigos 175.º, e 188.º, no artigo 192.º, nº 1, no artigo 194.º, nº 2, no artigo 195.º, n.º 2, e no artigo 349.º, que apoia as políticas marítimas e das pescas da UE para 2014-2020, com vista a contribuir para a concretização de alguns objectivos.

Foi necessária a criação do FEAMP devido a uma falha de eficiência para estruturação e reestruturação das frotas de pesca europeias, sobretudo reforçando os avanços tecnológicos para alcançar um equilíbrio sustentável. Por isso se afirma que os fundos comunitários têm primeiramente áreas específicas pelas quais actuam em prol de objectivos que são definidos por um período alargado.

Neste caso incidimos sobre o período dos anos de 2014-2020. Os objectivos do FEAMP são promover pescas e aquacultura competitivas, sustentáveis do ponto de vista ambiental, economicamente viáveis e socialmente responsáveis; fomentar a aplicação da política comum das pescas (PCP); promover um desenvolvimento territorial equilibrado e inclusivo do setor das pesca e aquacultura; fomentar o desenvolvimento e a aplicação

48 da política marítima integrada (PMI) da União, de modo a complementar a política de coesão e a PCP.

A dotação do FEAMP para 2014-2020 ascende a 6,4 mil milhões de euros, 11% dos quais são geridos pela Comissão Europeia e 89% pelos Estados-Membros no quadro dos programas operacionais. Com a sua quota do FEAMP, a Comissão Europeia apoia os seguintes objetivos em matéria de assuntos marítimos e costeiros a nível da UE: governação internacional, cooperação através do intercâmbio de informações e melhores práticas, informação ao público e apoio a plataformas em rede e conhecimento do meio marinho e ordenamento do espaço marítimo.

Em relação à quota de 89% dos Estados-Membros, o FEAMP apoia os seguintes objetivos: redução do impacto da pesca no ambiente marinho, instrumentos de mercado para profissionais e consumidores, administração conjunta de áreas protegidas e locais do Natura 2000 e apoio especial a pequenos pescadores. Todas as prioridades que definimos anteriormente, estão estipuladas nos artigos 4.º, e 5. º, do Regulamento que procede à uniformização do FEAMP.

Os fundos comunitários compreendem normas de candidatura,33 algumas mais rígidas, outras mais facilmente ultrapassáveis em que para haver uma beneficiação das entidades pelos apoios dos fundos.

33 Critérios de elegibilidade:

a) Estarem legalmente constituídas as empresas;

b) Terem a situação tributária e contributiva regularizada perante, respetivamente, a administração fiscal e a segurança social, a verificar até ao momento da assinatura do termo de aceitação, sem prejuízo de em regulamentação específica aplicável ao FEADER e ao FEAMP se definir momento distinto;

c) Poderem legalmente desenvolver as atividades no território abrangido pelo PO ou PDR e pela tipologia das operações e investimentos a que se candidatam;

d) Possuírem, ou poderem assegurar até à aprovação da candidatura, os meios técnicos, físicos e financeiros e os recursos humanos necessários ao desenvolvimento da operação;

e) Terem a situação regularizada em matéria de reposições, no âmbito dos financiamentos dos FEEI; f) Apresentarem uma situação económico-financeira equilibrada ou demonstrarem ter capacidade de financiamento da operação;

g) Não terem apresentado a mesma candidatura, no âmbito da qual ainda esteja a decorrer o processo de decisão ou em que a decisão sobre o pedido de financiamento tenha sido favorável, exceto nas situações em que tenha sido apresentada desistência;

h) Encontrarem-se, no âmbito do FSE, certificados ou recorrerem a entidades formadoras certificadas, quando tal seja exigível nos termos dos n.º 3 a 5 do artigo 12.º;

i) Não deterem nem terem detido capital numa percentagem superior a 50 %, por si ou pelo seu cônjuge, não separado de pessoas e bens, ou pelos seus ascendentes e descendentes até ao 1.º grau, bem como por aquele que consigo viva em condições análogas às dos cônjuges, em empresa que não tenha cumprido notificação para devolução de apoios no âmbito de uma operação apoiada por fundos europeus.

49 Os organismos candidatos devem começar por apresentar os pedidos nos prazos respectivos cumprindo as formalidades previstas nas legislações nacionais e comunitárias. A formalização da candidatura faz-se através da apresentação de um exemplar detalhado com os objectivos e metas onde serão implementados os fundos pedidos se houver uma aprovação por parte da Comissão Europeia.

Deverá ser levado particularmente em conta a contribuição do investimento para o desenvolvimento económico da região, bem como a sua coerência com os programas ou objectivos da Comunidade. Também deverá ser tido em conta a situação do respectivo sector económico e a rentabilidade do investimento, bem como os efeitos do mesmo do nos recursos naturais das regiões.

A candidatura será elegível para aprovação se as despesas forem relativas a: “investimentos que se inscrevam no quadro dos programas de desenvolvimento regional, cuja realização seja considerada pela Comissão como contribuindo para a correcção dos principais desequilíbrios regionais da Comunidade que podem afectar o bom funcionamento do mercado comum e a convergência das economias dos Estados- Membros.”34

“Às zonas de auxílio estabelecidas pelos Estados-Membros para aplicação do respectivo regime de auxílios com finalidade regional e nacional, sendo que entre estas deverá ser concedida prioridade aos investimentos em zonas definidas”.

No universo dos fundos estruturais e de coesão (FEDER/FC/FSE) a aposta nacional distingue-se da europeia em vários termos, nomeadamente porque tem uma grande aposta em duas máximas áreas: promoção de competitividade e internacionalização, com um foco no reforço e inovação das PME. Em termos numéricos 41% da dotação total está incluída nestes apoios representando um valor de 10.261 milhões de euros.

Sabe-se ainda com a informação recolhida que o FEDER é o fundo que apresenta mais investimento com um valor mais alto de investimento por parte de Portugal (10.777 milhões de euros).

34 MOURATO, Oliveira N. Pedro Rui, Os fundos estruturais comunitários- âmbito de actuação e controlos

50 Por isso, além dos objectivos enunciados por estes subjacentemente os fundos têm programas temáticos associados que também surgiram há algum tempo atrás, mas que agora foram reformados de forma a poderem ter uma aplicação graciosa e em que acabam por concretizar sistematicamente o valor do fundo atribuído a determinadas áreas(s).

A política europeia de apoio à investigação e ao desenvolvimento não pode somente concretizar-se pela criação dos fundos europeus de investimento, sendo estes a base, o impulso para alcançar o objectivo a longo prazo.

O relevante é a aplicação e a prática destes, porque deste modo conseguimos ver a execução dos mesmos na realidade económica para que foram criados.

Cabe agora falar um pouco sobre esses programas e quais os que apresentam objectivos relacionados com as PME, outra parte do nosso estudo que se relaciona com a primeira de modo ininterrupto.