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Professor Adjunto da FACISA/UFRN. Email: dgkcs@yahoo.com.br

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INTRODUÇÃO

Os hábitos alimentares são estabelecidos desde os primeiros meses de vida da criança, sendo influenciado pelo desmame precoce, utilização de fórmulas lácteas de forma inadequada e por consequência, uma alimentação complementar desa- justada. Durante o desenvolvimento infantil, outros fatores contribuem para o excesso de peso, tais como, hábitos alimen- tares inadequados na escola, falta de atividade física e fatores genéticos. Além disso, a mídia se mostra como grande influen- ciador de forma negativa nas preferências alimentares das crianças, favorecendo o consumo de alimentos industrializados (FISBERG, 2006; CASTRO, 2016).

Atualmente, o excesso de peso infantil vem se tornando um problema social preocupante, encontrando-se associado à diminuição do consumo de alimentos saudáveis e ao elevado consumo de alimentos industrializados, levando a alterações no desenvolvimento e crescimento infantil e o surgimento de doenças crônicas não transmissíveis logo na primeira infân- cia. Os hábitos alimentares estabelecidos durante essa fase da vida poderão determinar o estado nutricional na vida adulta (BRASIL, 2011; REIS, 2011).

Através do sistema de informação SISVAN WEB é possível realizar o preenchimento e avaliação de dados relacionados ao perfil nutricional e alimentar da população brasileira em todas as regiões e diferentes grupos etários. As informações contidas nesse sistema podem ser usadas, posteriormente, para o planejamento e execução de políticas públicas de acordo com

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MÉTODOS

Trata-se de um estudo descritivo de caráter quantitativo baseado na verificação de dados compilados no Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN) Web pelo caderno da Rede Nacional Primeira Infância, relacionados à prevalência de excesso de peso infantil nas regiões Norte, Nordeste, Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil, nos anos de 2009 a 2013.

RESULTADOS

A partir da análise dos dados do SISVAN com base no índice IMC/idade, verificou-se que durante cinco anos houve um aumento do risco de sobrepeso de 0,94%. Além disso, houve redução no diagnóstico de sobrepeso e obesidade, observando valores de 0,29% e 0,68%, respectivamente. Contudo, durante o período de 2009 a 2013 foi verificada uma redução no excesso de peso infantil em 0,97%.

Observou-se que a região Nordeste apresentou maio- res prevalências de sobrepeso e obesidade no ano de 2013. Em relação à avaliação por sexo, verificou-se que o sexo masculino apresenta maior excesso de peso em relação ao sexo feminino. Os casos mais prevalentes de excesso de peso encontram-se nas regiões Norte e Nordeste tanto para o sexo masculino, quanto para o sexo feminino. Entretanto, durante o período de cinco anos houve a redução de excesso de peso para ambos os sexos.

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DISCUSSÃO

Pesquisas realizadas pelo IBGE (2010) mostram que o excesso de peso é encontrado em crianças a partir de 5 anos de idade, independente da renda familiar, em todas as regiões brasileiras. Além disso, entre os anos de 1989 e 2009, o número de crianças com excesso de peso foi de 15% para 34,8%. Mostrando-se um fator preocupante na saúde infantil, pois o número de crianças obesas na primeira infância aumentou mais de 300%.

Um estudo realizado com 1.927 crianças com 6 a 11 anos de idade em escolas públicas e privadas na região do Nordeste brasileiro observou-se que 22,6% da amostra se encontravam em sobrepeso e 33,6% com excesso de peso, devido uma alimen- tação inadequada (BRASIL, 2007).

Moreira et al (2012) realizou um estudo transversal que objetivou investigar a prevalência do excesso de peso e sua asso- ciação com fatores biológicos e socioeconômicos em 963 crianças menores de 5 anos de idade. Foi observado que 19,9% possuem risco de sobrepeso, 6,5% estão em sobrepeso e 2,1% apresentam obesidade. Estudos apontam que essa fase da vida é considerada importante, sendo a alimentação um grande influenciador no crescimento e desenvolvimento da criança (MATOS, 2011).

Assim, é de grande importância a ação por meio de polí- ticas públicas que possam garantir a alimentação adequada na população. Envolvendo a sociedade como um todo e buscando visar os problemas nutricionais presentes (REIS, 2011).

Diante disso, vê-se a importância dos sistemas de infor- mação como ferramenta para a obtenção de dados relacionados

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estado nutricional, auxiliando na execução de políticas públicas para contribuição na saúde.

Palavras-chaves: hábitos alimentares, obesidade infantil, siste- ma de informação.

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REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Pesquisa de orçamentos familiares 2008-2009 – Análise da disponibilidade domiciliar de alimentos e do estado nutricional no Brasil. Rio de Janeiro; 2011. BRASIL, L. M. P.; FISBERG, M.; MARANHÃO, H. S. Excesso de peso de escolares em região do Nordeste Brasileiro: contraste entre as redes de ensino pública e privada.Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil, 2007.

CASTRO, D. E.; GUIMARÃES, R.; LACERDA H. D. L.; GODINHO, A. C. Design e consumo: A influência da mídia sobre a obesidade infantil. Blucher Design Proceedings, v. 2, n. 9, p. 5625-5637, 2016.

FISBERG, M. Obesidade na infância e adolescência. Revista brasileira de educação física e esporte, v. 4, n. 20, p. 163, 2006. HOLANDA, M. A. Implementação do Sistema de Informação de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN WEB) no município de Arcoverde-PE. 2011.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pof: 2008-2009. Antropometria e estado nutricional de crianças, adolescentes e adultos no Brasil, 2010. Disponível em: <http://www.abeso.org.br/ uploads/downloads/25/552fe98518b8a.pdf>. Acesso em: 05 set. 2017.

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MATOS, Sheila Maria Alvim de et al. Weight gain rate in early childhood and overweight in children 5-11 years old in Salvador, Bahia State, Brazil. Cadernos de saúde pública,

v. 27, n. 4, p. 714-722, 2011.

MOREIRA, Marcella de A. et al. Overweight and associated factors in children from northeasten Brazil. Jornal de pediatria, v. 88, n. 4, p. 347-352, 2012.

REIS, C. E. G.; VASCONCELOS, I. A. L.; BARROS, J. F. N. Políticas públicas de nutrição para o controle da obesidade infantil. Revista Paulista de Pediatria, 2011.

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