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O GERENTE IDEAL NA VISÃO DOS PARTICIPANTES DA PESQUISA

3 O QUE A PESQUISA PROPICIOU CONHECER

3.2 O GERENTE IDEAL NA VISÃO DOS PARTICIPANTES DA PESQUISA

A penúltima pergunta da entrevista semi-estruturada (APÊNDICE B) foi: Que características têm para você o gerente ideal? As respostas tiveram suas diferenças e similaridades conforme segue:

Quadro 11 – O gerente ideal na visão dos participantes do estudo

Participante O Gerente Ideal ...

Prático observador Líder é aquele que traz conhecimento, ele é um educador.,basicamente são as principais características de um líder....Uma pessoa que me inspira, um pouco fora desta área: Gandhi, o cara com a não-violência consegue dominar a violência, um cara totalmente despojado, que traz muita gente com ele. Talvez tenha sido bom que ele nunca tenha sido governante. Ele tinha um propósito moral. Tem que ser alguém profundamente ético e que consiga provocar mudanças.

Técnico por formação Ética e sigilo, comprometimento, iniciativa, inovação, busca pelo resultado, capacidade empreendedora.

Eficiente metódico Saber usar seu tempo de forma adequada, saber ser líder, aquele que não se deixa envolver em situações críticas, o gerente ideal tem que ser frio e caloroso, ser racional, dependendo do momento. Não tenho exemplos de líder, mas exemplos de situações, mas posso citar o Parreira. Não tenho um rosto ideal, tenho muitas situações que me inspiram. Eu monto na minha cabeça um perfil ideal.

A negociadora Tranqüilidade, político, conhecer as ferramentas em gestão e saber aplicar, isso é difícil e também se relacionar e valorizar as pessoas... Alguém que inspire muita confiança, segurança.

A cuidadora o gerente ideal é aquele que consegue responder as questões para o seu gestor dentro das premissas do papel dele e também consegue atender as expectativas do grupo liderado. É possuir este equilíbrio. As partes interessadas tenham equilíbrio nas respostas.

O lógico e prático Uma pessoa aberta, que consiga jogar uma sementinha e deixe com que os subordinados cresçam por suas próprias pernas. Um gerente que delegue, eu delego pouco, sou um pouco centralizador. Nossa organização também é centralizadora. Uma pessoa que saiba escutar.

A projetista objetiva Ideal a gente pode se permitir sonhar. O ideal deveria ter o conhecimento e a visão do Peter Drucker a sua disposição. Precisaria saber planejar tão bem quanto o Amir Klink, tudo na vida dele dá certa, mesmo as intercorrências parece que ele planejou. Este planejamento é invejável. Acho que a característica de arrojamento também tem isso.

Quadro 11 – O gerente ideal na visão dos participantes do estudo (continuação)

Participante O Gerente Ideal ...

Técnico por paixão O ideal depende do momento. Em um momento podemos ter necessidades específicas e o ideal será o gerente que as possui. Agora, no momento é alguém que tenha forte características de liderança orientada para a mudança. Fonte: Pesquisa direta das respostas das entrevistas – Set/2005

O “Gerente Ideal” na visão dos participantes da pesquisa é dotado de características multivariadas, é o ideal mesmo, se somadas todas as habilidades citadas, no entanto, o que parece comum é que ele deve ser dotado de sólidos valores, e também ser um líder com abordagem situacional, quando os entrevistados citam: “o ideal depende do momento”.

Drucker (2004) disse que:

Um executivo eficaz não precisa ser um líder - Harry Truman, por exemplo, não tinha um grama de carisma e mesmo assim foi um dos presidentes mais eficazes da história americana. Assim como ele, alguns dos melhores executivos com quem trabalhei em 65 anos de carreira - de organizações com e sem fins lucrativos - não se encaixavam no estereótipo do líder. Eram variadíssimos no que tange a personalidade, atitude, valores, pontos fortes, pontos fracos - havia do extrovertido ao semi-recluso, do despreocupado ao controlador, do generoso ao parcimonioso. E eram eficazes porque seguiam, todos, as oito seguintes práticas: Perguntavam "O que precisa ser feito?". Perguntavam "O que é bom para a empresa?. Criavam planos de ação. Assumiam a responsabilidade pelas decisões. Assumiam a responsabilidade pela comunicação. Focavam oportunidades em vez de problemas. Faziam reuniões produtivas. Pensavam e diziam "nós" em vez de "eu" (...).

Segundo Mintzberg (1973), o gerente possui muitas outras funções. Os estudos deste autor permitem concluir que há três aspectos básicos no papel de qualquer gerente: decisões, relações humanas e processamento de informações.

O ideal depende de líderes e liderados, o ideal depende do momento, depende do movimento, depende dos processos de mudança em que a organização está inserida. Se pudéssemos fazer um perfil a partir das idéias dos entrevistados o ideal seria:

Quadro 12 – Perfil do gerente ideal O perfil do gerente ideal: Aquele que traz conhecimentos;

Um educador; Um líder;

Ter propósito moral; Ser profundamente ético; Ser provocador de mudanças;

Usar os princípios da liderança situacional: ser frio ou caloroso, dependendo do momento;

Aquele que responde às expectativas de seu gestor e ao mesmo tempo às expectativas dos liderados;

Uma pessoa aberta, que estimule o crescimento dos subordinados; Um gerente que delegue;

Tranqüilo; político;

Que conheça e saiba aplicar ferramentas de gestão; Que saiba se relacionar e valorizar as pessoas; Alguém que inspire segurança e confiança; Que tenha visão;

Que saiba planejar;

Que seja ético, que guarde sigilo;

Que tenha comprometimento, iniciativa, inove, busque atingir resultados; e, Que tenha capacidade empreendedora.

Fonte: Pesquisa Direta – Entrevista com participantes

Segundo Moreno (2004), o gerente eficaz deve ser educado para conhecer cada vez melhor a natureza da organização onde atua, na sua estrutura e nas suas relações dinâmicas, desenvolver uma estrutura de linguagem que represente precisamente as realidades interdependentes dos fenômenos com os quais trata, sejam eles técnicos, econômicos, orgânicos, sociais ou humanos; desenvolver novos métodos e novas habilidades de modo que as inovações ou as mudanças sejam introduzidas no trabalho, sem provocar resistências intransponíveis; aprender a ser responsável por pessoas e não somente por categorias abstratas e lógicas e, ainda, aprender a distinguir o mundo dos sentimentos do mundo dos fatos e da lógica.