• Nenhum resultado encontrado

Gestão do Conhecimento X Gestão Escolar Pública nas

2 REVISÃO DA LITERATURA

2.11 GESTÃO DO CONHECIMENTO E AS 10 DIMENSÕES DA GESTÃO ESCOLAR Por que ainda não alcançamos a qualidade satisfatória de ensino? Esta é uma

2.11.10 Gestão do Cotidiano escolar

As escolas, assim como qualquer outra organização pública possuem características diferentes, apesar de serem regidas pelos mesmos fundamentos legais. Elas podem apresentar algumas características como ser aberta, transparente- fechada, autoritária- democrática. Segundo Lück (2009, p. 131) “[...] os acontecimentos comuns do cotidiano passam desvalorizados e até mesmo despercebidos muitas vezes, [...] É fundamental reconhecer que o que ocorre na prática do dia-a-dia escolar tem uma importância significativa para determinar a qualidade do ensino”. Algumas das práticas desenvolvidas no cotidiano escolar são: a disciplina escolar, organização e horários de aula, a explicitação da dinâmica da comunicação e do relacionamento interpessoal, o conhecimento do cotidiano escolar.

Estas práticas são fundamentais dentro da dinâmica do aprendizado tendo em vista que “uma parcela significativa do alunado tem permanecido na escola sem que dela tenha

usufruído [...] obtém registros de progresso escolar (como, por exemplo, a passagem de uma série para outra mais avançada), mas praticamente nada aprendem”. (BUENO, 2001, p. 4)

Além dos processos de progressão continuada determinados pela LDB atual, com a substituição do ensino seriado por ciclo, que segundo Bueno (2001) tem sido colocado em prática sem ter dado condições as unidades escolares e aos profissionais da escola, para que esta aprovação (ou avanço escolar) não continue reproduzindo a formação de pseudo- escolarizados, tem ainda a questão da deterioração das condições gerais da vida que tem acarretado em problemas para a escola, a qual é afetada pela violência, tráfico e consumo de drogas e pela elevação dos índices de criminalidade.

Somadas a estes problemas tem-se observado a questão das estatísticas. Essas por sua vez oprimem os gestores a desenvolver projetos e metas de ensino que atendam mais um aumento dos números estatísticos (aprovação ou reprovação) do que do crescimento humano. Reforçando este pensamento Gadotti e Romão (2000, p. 4) “De um lado, se elas revelam, de outro, quando aplicadas aos interesses humanos, geralmente, contribuem mais para o alijamento e a exclusão de alguns, do que para a universalização de direitos e bens”.

Bueno (2001) ressaltou que o rebaixamento da qualidade de ensino da escola pública do Brasil, passou a fazer parte do imaginário tanto dos profissionais quanto dos estudiosos da educação brasileira. Lembrando que cada escola constrói sua própria trajetória histórica, como uma instituição social ímpar, única, apesar de pertencerem a um mesmo sistema de ensino, a ela foi dada a responsabilidade de formar as novas gerações em termos de acesso à cultura, formação do cidadão e constituição do sujeito social.

Atualmente com o crescimento das cidades, a escola tornou-se cada vez mais responsável pela formação do sujeito e espaço social privilegiado de convivência e em ponto de referência para a constituição da identidade de seus alunos.

Para Bueno (2001, p. 6, grifo do autor) “[...] a escola, talvez seja o único espaço social em que podemos atuar com o conhecimento como forma de crescimento pessoal, isto é, de considerar e colocar em prática que ‘ampliar’ o conhecimento pessoal é meio para se lidar melhor com o próprio conhecimento”

Algumas técnicas para ampliar esse conhecimento podem ser através de veículos de apoio. Segundo Allee (1997) e Mackintosh, Kingston e Filby (1999) os veículos que dão apoio à exploração do conhecimento, são: suporte de tecnologia (sistema de informação, base de dados, tecnologias de comunicação, tecnologias da web e e-mail); equipamentos (groupware, quadros, equipamentos de videoconferência e sistemas flexíveis de manufatura);

ferramentas (mapas de conhecimento, computador de apoio); estruturas físicas (centro de aprendizagem, bibliotecas, salas de reuniões).

Em outro estudo Rocha Neto (2011) discutiu ainda, outras técnicas de Gestão do conhecimento, a saber: transmissão oral via interação natural das pessoas; boas narrativas de histórias e conversações orientadas; documentação escrita; oferta de treinamento e cursos de formação inclusive por meio de educação corporativa; palestras com especialistas e consultores; criação de comunidade de prática, de interesse e de aprendizagem; desenvolvimento de projetos corporativos , inclusive de pesquisa, entre outras formas de aprendizagem organizacional. Além de práticas de coaching, mentoring e shadowing (sombra).

Lembrando que shadowing representa, segundo Balceira e Avila, 2003 (apud ROCHA NETO, 2011): efeito sombra, que consiste em orientar colaboradores para seguir de perto outro que domine um determinado conhecimento tácito estratégico para que parte da experiência deste seja absorvida pelo colaborador aprendiz.

Milaré e Yoshida (2007, p. 88) afirmaram que,

Ser um coach significa ser um profissional qualificado a ajudar uma pessoa a expandir suas competências, levando de um posicionamento a outro, sustentado por seus princípios e valores, enquanto a expressão coaching é utilizada para designar esse processo de ajuda. Já o mentoring é um processo no qual o mentee, ou participante do processo, aprende sobre a cultura da organização onde está inserido. Um líder sênior mais experiente dessa organização decide ser orientador do novo líder ou novo empregado, o qual pode ser apontado como líder de alto potencial. Já as comunidades de prática de acordo com Wenger (2006), são formadas por individuos que compartilham uma preocupação ou uma paixão por algo e que aprendem juntos a fazer melhor. As comunidades de praticas apresentam três caracteristicas: o domínio, a comunidade, a prática.

Batista (2012, p. 43) justificou a importância da inserção de GC na administração pública diante dos resultados dela esperados: aumento da capacidade de realização de indivíduos, de equipes de trabalho, da organização pública e da sociedade em geral, assim como o impacto na melhoria de processos, produtos e serviços públicos prestados à população. Diante do exposto, observou-se que a GC pode está presente nas dez dimensões da Gestão escolar através das práticas desenvolvidas pela gestão democrática participativa com vistas a uma educação emancipadora.

3 METODOLOGIA