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Nenhuma escola pode ser melhor

do que as pessoas que nela atuam e do que a competência que põem a serviço da educação.

Competências de gestão de pessoas na escola

O DIRETOR:

43. Promove a gestão de pessoas na escola e a organização de seu trabalho coletivo, focalizada na promoção dos objetivos de formação e aprendizagem dos alunos.

44. Promove a prática de bom relacionamento interpessoal e comunicação entre todas as pessoas da escola, estabelecendo canais de comunicação positivos na comunidade escolar.

45. Auxilia na interpretação de significados das comunicações praticadas na comunidade escolar, fazendo-as convergir para os objetivos educacionais. 46. Desenvolve na escola ações e medidas que a tornem uma verdadeira comu-

nidade de aprendizagem, na qual todos aprendem continuamente e cons- troem, de forma colaborativa, conhecimentos que expressem e sistematizem essa aprendizagem.

47. Envolve de maneira sinérgica todos os componentes da escola, motivando e mobilizando talentos para a articulação de trabalho integrado, voltado para a realização dos objetivos educacionais e a melhoria contínua de desempenho profissional.

48. Promove na escola rede de relações interpessoais orientada pela solidarie- dade, reciprocidade e valores educacionais elevados.

49. Promove e orienta a troca de experiências entre professores e sua interação, como estratégia de capacitação em serviço, desenvolvimento de competência profissional e melhoria de suas práticas.

50. Cria rede interna e externa de interação e colaboração visando o reforço, fortalecimento e melhoria de ações educacionais e criação de ambiente educacional positivo.

51. Facilita as trocas de opiniões, idéias e interpretações sobre o processo socioeducacional em desenvolvimento na escola, mediante a metodologia do diálogo, atuando como moderador em situações de divergências e de conflito.

Educação é processo humano de relacionamento interpessoal e, sobretudo, deter- minado pela atuação de pessoas. Isso porque são as pessoas que fazem diferença em educação, como em qualquer outro empreendimento humano, pelas ações que promovem, pelas atitudes que assumem, pelo uso que fazem dos recursos dispo- níveis, pelo esforço que dedicam na produção e alcance de novos recursos e pelas estratégias que aplicam na resolução de problemas, no enfrentamento de desafios e promoção do desenvolvimento.

Fundamentalmente, a vitalidade da escola, na promoção de educação de qualidade, centra-se na competência das pessoas que a compõem e realizam o seu fazer peda- gógico e em sua determinação em promover ensino de qualidade voltado para a formação e aprendizagem dos alunos. Não são o seu prédio, seus bens materiais e equipamentos, sua tecnologia, seus planos de ação em si que garantem a quali- dade de ensino. Estes elementos são subsídios e instrumentos de apoio que, não sendo movidos e empregados adequadamente por pessoas, pouco contribuem para a efetividade da educação, por melhores que sejam. Em suma, as pessoas, com sua competência, comprometimento e capacidade de ação coletivamente organi- zada, constituem-se na alma da escola e a base da sua qualidade educacional. E é importante o destaque de que são as pessoas, trabalhando em conjunto, de forma integrada, compartilhando competentemente responsabilidades, que fazem a dife- rença na qualidade do trabalho educacional promovido pela escola.

A gestão de pessoas, de sua atuação coletivamente organizada, constitui-se, desse modo, no coração do trabalho de gestão escolar. Essa gestão corresponde à superação do sentido limitado de administração de recursos humanos para a gestão escolar que “se assenta sobre a mobilização dinâmica do elemento humano, sua energia e talento, coletivamente organizado, voltados para a constituição de ambiente esco- lar efetivo na promoção de aprendizagem e formação dos alunos” (Lück, 2007, p. 27). Essa orientação se constitui numa mudança de paradigma, segundo a qual se reconhece que os problemas em geral são globais e complexos, como o são espe- cialmente os da educação, e por isso demandam uma visão abrangente e articula- dora de todos os seus segmentos e ações realizáveis pela perspectiva humana do trabalho educacional. Perspectiva essa que deve estar presente no ato educacional como ponto de partida, percurso e chegada.

O desenvolvimento de talentos anteriormente referidos e sua aplicação na realização dos propósitos educacionais, focados na gestão de pessoas coletivamente organiza- das, passa por uma série de ações a serem dirigidas e orientadas diretamente pelo diretor escolar, mediante liderança mobilizadora. As demandas e possibilidades de atuação sob a dimensão da gestão de pessoas são múltiplas, pois interferem em todas as ações da escola e se articulam com todas as demais dimensões de gestão escolar. Nesta unidade, algumas questões serão enfocadas especialmente, sendo outras referidas em outras dimensões, como por exemplo, sobre cultura organiza- cional da escola e cotidiano escolar.

Como elementos fundamentais da gestão de pessoas destacam-se:

• Motivação e desenvolvimento de espírito comprometido com o trabalho edu- cacional, pelos quais os participantes da comunidade escolar reconhecem em

si os valores correspondentes aos valores educacionais e a perspectiva de, com seu empenho e competências, contribuírem para a realização de seus objetivos, e, ao mesmo tempo que contribuem para a formação e aprendizagem dos seus alunos, alcançam e reconhecem os mesmos resultados em si próprios.

• Formação de espírito e trabalho de equipe, ação constituída pelo acompanha-

mento cotidiano de organizar, orientar e articular as interações que ocorrem no interior da escola, que são naturalmente orientadas por múltiplos interesses de validade e intensidade diferentes, superando eventuais situações de altos e baixos, fazendo superar essa diversidade de modo a equacionar motivações em torno dos objetivos educacionais

• Cultivo de diálogo e comunicação abertos e contínuos, que se constituem em

elementos educacionais fundamentais para que uma equipe se constitua e se mantenha como tal e orientada por objetivos comuns de promoção da aprendi- zagem e desenvolvimento.

• Inter-relacionamento pessoal orientado pelo espírito humano e educacional,

segundo o qual, construir um bom relacionamento com os outros e ter tato para expor um ponto de vista ou fazer alguma crítica ao trabalho do outro tornam-se diferenciais do trabalho educativo e se constituem tanto em um aspecto motiva- cional entre os participantes da escola como elemento de formação dos alunos.

• Capacitação em serviço orientada pela promoção de um ambiente centrado na aprendizagem continuada. O processo socioeducacional da escola e as experiên-

cias a ele relacionadas se constituem em elemento de aprendizagem e formação das pessoas que atuam nesse ambiente. Essa aprendizagem não ocorre esponta- neamente e deve ser orientada segundo o sentido de desenvolvimento pretendido pela escola, em relação ao seu processo educacional. Essa orientação se dá em um processo de capacitação continuada e em serviço.

• Desenvolvimento de uma cultura de avaliação e auto-avaliação contínua de

desempenho, que corresponde à prática realizada de modo a permitir refle- xão orientadora da revisão de práticas e promoção do seu desenvolvimento contínuo.