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A Secretaria de Educação do Estado do Distrito Federal (SEE/DF) tem existência marcada por uma diversidade de processos para provimento do cargo de diretor e de vice- diretor das unidades públicas da rede de ensino do DF (SANTANA et al.,2010, p. 24).

A primeira instituição de ensino de Brasília foi construída pela Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) e inaugurada no dia 19 de outubro de 1957. Depois de implantada, contando com oito professores, foi organizado um rodízio entre eles, em que cada um dirigia a escola por quinze dias. Passado o período de quinze dias para cada um, seria organizada uma eleição para a escolha daquele que ficaria na direção por um período maior. A primeira escola do Distrito Federal teve o seu diretor eleito dessa forma, com a participação apenas dos professores, trazendo uma demonstração do processo democrático, que não se manteve à medida que o sistema de ensino foi crescendo (FREITAS, 1996).

No período de 1960 a 1994, esses processos foram efetivados por nomeação do governador do Distrito Federal, a partir de indicações feitas pelos titulares da Secretaria de Estado de Educação, criada em 18 de junho de 1960 (SANTANA et al., 2010), exceto nos anos de 1985, em que o processo se deu a partir da publicação do Ofício Circular n. 24/85, da Diretoria Executiva da Fundação Educacional do Distrito Federal (FEDF), que tratou das normas para as eleições de diretores de Complexos Escolares, órgãos vinculados à FEDF, e de unidade de ensino da rede oficial (FREITAS, 1996).

De acordo com Freitas (1996), a participação da comunidade escolar no processo de gestão escolar foi o diferencial nessa forma de gestão a partir de 1985. As respectivas normas com vistas à regulamentação do processo de escolha dos diretores por meio de eleições diretas foram elaboradas por comissão paritária composta por representantes da FEDF e do Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro).

Com a eleição, em 1985, esperavam que a escola se encaminhasse rapidamente para uma convivência democrática e para a maior participação de todos em sua gestão. Todavia, as experiências mostraram que havia mais otimismo do que realismo nessas previsões. Numa apreciação dessa questão no Distrito Federal, após as eleições, no período de 1985 a 1988, Couto (1988, p. 145) “constata a falta de avanços na participação dos vários segmentos escolares na escola de modo a implicar a distribuição do poder”.

No ano de 1988, estava prevista a realização de outro pleito, pois o mandato dos diretores eleitos em 1985 seria de três anos, mas como ocorreram algumas alterações no processo de 1988, a FEDF publicou a instrução n. 270/88, na qual se extinguiu a eleição para os complexos escolares. Com esta instrução, a indicação de diretor à escola pública era feita pela própria FEDF, que exigia do candidato ao cargo de confiança de diretor escolar a habilitação no curso de Pedagogia, em Administração Escolar, ou estar cursando, ou, ao menos, que se comprometesse a cursá-lo no ano de 1989 (FREITAS, 1996).

Em 1993, o governo do Distrito Federal regulamentou a Lei n. 575/93, que dispõe sobre a gestão democrática, determinando as normas para eleição do Conselho Escolar, como órgão de fiscalização e apoio ao gerenciamento da escola. As principais atribuições do Conselho Escolar foram também apresentadas no referido decreto. No processo de regulamentação da gestão nas escolas públicas no DF, a participação da comunidade escolar deixa a desejar, ao passo que o cargo de diretor continua sendo um cargo político, indicado pelo governador (FREITAS, 1996).

A Lei n. 957, de 22 de novembro de 1995, dispôs sobre a gestão democrática da Escola Pública, de acordo com a qual a escolha do diretor e do vice-diretor da unidade de ensino seria feita por meio de eleição direta pela comunidade escolar, por voto secreto. Poderiam se inscrever para concorrer ao cargo de diretor e de vice-diretor os servidores da Secretaria de Educação/Fundação Educacional do Distrito Federal, concursados, que comprovassem, entre outras exigências, pertencer aos quadros da Carreira de Magistério Público do Distrito Federal ou da Carreira de Assistência à Educação Pública do Distrito Federal (SANTANA et al., 2010).

Os votos, segundo a Lei n. 957/95, seriam computados de forma paritária entre os segmentos dos professores/especialistas e servidores da carreira de assistência à educação, sendo estes 50% (cinquenta por cento); e de pais ou responsáveis e alunos, 50% (cinquenta por cento). A votação, no entanto, somente teria validade, se a participação mínima do segmento pais/alunos fosse de 30% (trinta por cento) e do segmento professores/servidores atingisse 50% (cinquenta por cento) do respectivo universo de eleitores. Seriam considerados eleitos para os cargos de diretor e de vice-diretor os candidatos que obtivessem maioria simples do total de votos válidos (SANTANA et al., 2010).

A Lei Complementar n. 247, de 30 de setembro de 1999, foi regulamentada pelo Decreto n. 20.691, de 11 de outubro de 1999, revogado pelo Decreto n. 22.496, de 19 de outubro de 2001, o qual alterou o processo de nomeação para os cargos de diretor e de vice-

diretor das escolas pública de ensino do DF, regulamentando, assim, a gestão democrática e o processo de seleção dos diretores, vice-diretores, assistentes e secretários escolares. Regulamentou também o processo de eleição dos membros do conselho escolar das unidades escolares da rede pública de ensino do DF (SANTANA et al., 2010).

Nessa normalização, o provimento dos citados cargos ocorreu de modo diferenciado para o cargo de diretor e de vice-diretor. No primeiro caso, o processo seletivo constou de três etapas: prova escrita, análise de curriculum vitae e da proposta pedagógica, apresentada apenas pelos candidatos que compuseram a lista tríplice, encaminhada ao governador para seleção do diretor da instituição educacional. No caso do vice-diretor, após a nomeação do diretor, foi aberto o prazo de inscrição em cada instituição educacional para os que desejassem ocupar a função de vice-diretor, de assistentes e de secretário escolar. A escolha do vice-diretor, dos assistentes e do secretário escolar foi feita mediante análise dos

curriculum vitae, por comissão constituída, acrescida como membros natos, do diretor da

Gerência Regional de Ensino e do diretor da instituição educacional (SANTANA et al., 2010).

A Lei n. 3.086, de 5 de dezembro de 2002, republicada no DODF de 30/10/2003, preconizava, de modo geral, os mesmos princípios da Lei Complementar n. 247, de 30 de setembro de 1999, deliberando em seu art. 1° que a direção das unidades públicas de ensino do Distrito Federal seria exercida por meio de gestão democrática, conforme mandamento constitucional constante do art. 206 inciso VI; e da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, no art. 3°, inciso VIII, e consoante o estabelecido na Lei Orgânica do Distrito Federal, em seu art. 222. No entanto, entre outras pequenas mudanças, alterava um dos requisitos para a participação do professor no processo seletivo, que, na Lei Complementar, era “ter, no mínimo, um terço do tempo de exercício na Fundação Educacional, em regência de sala de aula, não sendo computado, para fins de inscrição ao processo seletivo, o período de magistério em outras instituições” e, nessa lei passou a ser “ter tido, no mínimo, cinco anos de efetivo exercício na rede pública de ensino do Distrito Federal, sendo três anos em regência de classe, em períodos contínuos ou alternados” (SANTANA et al., 2010, p. 26).

Acredita-se que, nos dias atuais, no caso do Distrito Federal, existe uma junção ou tentativa de justaposição entre os dois modelos direção/gestão, que em primeiro plano pode ser percebido nos elementos teóricos da Lei da Gestão Compartilhada no Distrito Federal, quando esta, em seus objetivos, visa à implementação e execução das políticas públicas de educação, assegurando a qualidade, a equidade e a responsabilidade social de todos os

envolvidos. Além disso, almeja também a transparência dos mecanismos financeiros e pedagógicos, a fim de garantir a eficiência, eficácia e relevância do plano de trabalho e da proposta pedagógica de todas as escolas (SANTANA et al., 2010).

As mudanças vividas em nível mundial, em termos econômicos, sociais e culturais, têm provocado uma nova atuação dos Estados na organização das políticas públicas, por meio de um movimento de repasse de poderes e responsabilidades dos governos centrais para as comunidades locais. Na educação, um efeito desse movimento são os processos de descentralização da gestão escolar, atualmente percebidos como uma das mais fortes tendências educacionais em nível mundial, tornando-se um tema importante nos debates com toda a sociedade (VIEIRA, L.S., 2009).

A gestão democrática da educação formal está associada ao estabelecimento de mecanismos legais e institucionais e à organização de ações que desencadeiem a participação social na formulação de políticas educacionais, no planejamento, na tomada de decisões, na definição do uso de recursos e necessidades de investimento, na execução das deliberações coletivas e nos momentos de avaliação da escola e da política educacional. Está associada também à democratização do acesso e estratégias que garantam a permanência na escola, tendo como horizonte a universalização do ensino para toda a população, bem como o debate sobre a qualidade social dessa educação.

Na história vivenciada pelo Distrito Federal, observam-se as diferenças nos processos de gestão. Após a análise de como se construiu a gestão democrática no país, deve-se retratar as modificações sofridas em âmbito local. Já se sabe que a história do processo de escolha democrática de dirigentes escolares é algo recente e contextualizado por divergências de opinião entre os governantes e a população. É por esta razão também que a história da gestão democrática no DF é marcada por constantes avanços e retrocessos, dependendo da vontade política e de efetivação de diferentes processos amparados em leis estaduais (LIMA, 2009).

A escolha para diretor nas escolas públicas sempre foi um tema muito polêmico e discutido nas instituições de ensino e entre especialistas da educação. O assunto encontra-se em grande evidência também devido ao fato de ser a administração da escola aquela que envolve grande interesse dos governantes, por ser uma importante ferramenta de cooptação pelo poder no sentido de se indicar/dar o cargo para alguém e de receber de volta o apoio, como troca de favores e de status social. A grande atenção voltada a esse debate faz alguns até pensarem que a gestão democrática se restringe à eleição direta para diretor (PARO, 1986).

Para entender melhor o que significa a gestão compartilhada no DF, é preciso conhecer as outras formas de escolha vivenciadas até o momento atual em âmbito nacional, que são nomeação, concurso, carreira, eleição e esquema misto. Todos esses momentos vivenciados foram passíveis de leis, decretos, resoluções e revogações.

No processo de nomeação, o diretor é escolhido pelo chefe do Poder Executivo, estando a direção de escolas incluída nos denominados cargos de confiança. Nessa condição, o diretor pode ser substituído a qualquer tempo, de acordo com o momento político e as conveniências, por isso é comum a prática clientelista (BRASIL, 1998).

Já no concurso para diretor, comum há alguns anos no estado de São Paulo, ele é escolhido por meio de uma prova, geralmente escrita e de caráter conteudista, e também prova de títulos. Dessa maneira se impede o apadrinhamento/clientelismo, mas não se confere a liderança do diretor diante da comunidade que o integra. Assim, o diretor pode não corresponder aos objetivos educacionais e políticos da escola, não tendo grande compromisso com as formas da gestão democrática, mesmo que isso não seja regra ((BRASIL, 1998).

Na gestão de carreira, o diretor surge da própria instituição que o integra, pelo seu plano de carreira, fazendo especializações na área de administração e gestão, entrando naturalmente no cargo. Essa modalidade caracteriza o diretor apenas por suas habilidades técnicas, esquecendo-se a parte política fundamental para um dirigente-educador ((BRASIL, 1998).

No processo de eleição, o diretor é escolhido pelo voto, que se baseia na vontade da comunidade escolar, por escolha uninominal ou, ainda, por listas tríplices ou plurinominais. Essa era até então a maneira que mais favorecia o debate democrático na escola, o compromisso e a sensibilidade política por parte do diretor, além de permitir a cobrança e a corresponsabilidade de toda a comunidade escolar que participou do processo de escolha. Nesse modelo de seleção de diretores escolares, o corpo docente e técnico-administrativo, representantes dos pais e alunos, com no mínimo 16 anos de idade, votam para eleger o diretor. Essa prática ocorreu em vários estados, tendo sido suplantada em alguns por não garantir competência administrativa dos eleitos, nem isenção política partidária ((BRASIL, 1998).

Já no esquema misto, o diretor é escolhido por diferentes combinações. Por exemplo, mesclando provas de conhecimento com a capacidade de liderança e administração, ou então o assunto é decidido em conselhos menores da escola. Nesses esquemas mistos é comum a

comunidade participar em alguma parte do processo, o que possibilita maior vínculo do diretor com a escola (BRASIL, 1998).

Diante desses processos e da atual motivação pela equidade na educação, o governo do Distrito Federal, após discussões para minimizar problemas relacionados ao baixo rendimento no DF, o alto nível de evasão escolar, a descentralização administrativa e financeira dos recursos públicos destinados às escolas públicas, assinou, no dia 8 de agosto de 2007, o projeto de lei que propõe a Gestão Compartilhada nas escolas da rede pública do Distrito Federal, a partir daquele ano.

O projeto inicia como parte da mudança para dar mais autonomia às escolas e espaço para a descentralização do orçamento da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal. As escolas passaram a ter orçamento próprio, porém restrito para custear o pagamento de concessionárias (água, luz e telefone), gás, material de consumo, bens de capital e manutenção do prédio, livrando-as da burocracia que muitas vezes impede uma resposta rápida a problemas simples (DISTRITO FEDERAL, 2007).

A Lei n. 4.036, de 25 de outubro de 2007, determinou a adoção de uma política pioneira no Brasil por parte do Governo do Distrito Federal (GDF), criando um novo sistema gestor, denominado Gestão Compartilhada, para os estabelecimentos educacionais que integram a rede pública de ensino do Distrito Federal, a ser implementado a partir do ano escolar 2008 (DISTRITO FEDERAL, 2007).

O modelo de gestão do Distrito Federal iniciou-se nos primeiros meses de 2007, após estudo detalhado e comparativo entre as unidades educacionais públicas, mediante solicitação da Assessoria Jurídico-Legislativa (AJL), para se ter conhecimento das leis e normas que regiam o processo de provimento dos cargos de diretor e vice-diretor na rede pública de ensino. Para que o estudo fosse mais transparente, solicitaram-se também esclarecimentos quanto ao processo de contratação temporária de professores e de descentralização de recursos necessários à administração da escola, bem como o funcionamento dos Conselhos Escolares no Distrito Federal e demais Unidades Federadas (SANTANA et al., 2010).

O estudo mencionado no parágrafo anterior acerca da gestão compartilhada no Distrito Federal ressalta a importância de os professores comprometerem-se com metas e resultados de aprendizagem. Outro ponto relevante é a equipe gestora da unidade escolar ser mais estável e composta de bons profissionais, assim como já demonstravam os resultados do Sistema

Nacional de Avaliação da Educação Básica (SAEB) e da Prova Brasil (SANTANA et al., 2010).

Com a implantação da Gestão Compartilhada no DF na rede pública de ensino, o GDF/SEE aponta como princípio “eliminar a cultura da indicação de cargos, que ressaltava a ingerência política na escolha de diretores, de vice-diretores e de outros atores, presentes na instituição educacional” (SANTANA et al., 2010, p. 28).

Nesse caso, os profissionais para os cargos devem ter como características essenciais o perfil técnico e a capacidade de liderança e de gestão. Essas características foram observadas nas escolas públicas que se destacaram pela qualidade da educação que ofereciam nos resultados do SAEB e da Prova Brasil, indicadores de larga escala.

Foram analisados modelos para o provimento dos cargos de diretor e vice-diretor, durante a realização do estudo sobre gestão compartilhada, solicitado pela SEEDF, em outras Unidades da Federação. Constatou-se que alguns são inovadores no campo da gestão escolar, como o estado de Tocantins, do Rio Grande do Norte, de Minas Gerais e de Pernambuco. Esses estados, por meio de seus projetos de gestão compartilhada, puderam ampliar a autonomia das escolas da rede pública de ensino e tinham poder de cobrar resultados, baseados em contratos de gestão e em planos de metas que eram definidos para cada unidade, adotando, assim, a avaliação externa permanente e o sistema integrado de supervisão (SANTANA et al., 2010).

A partir de estudos, encontros e discussões, várias propostas foram elaboradas e discutidas na SEEDF, com a participação de diversos colaboradores. Após serem discutidos e acertados os pontos mais importantes acerca da gestão compartilhada, formalizou-se a minuta do projeto de lei, que foi finalmente apresentado e discutido com as Subsecretarias, as Diretorias Regionais de Ensino, as instituições educacionais e com o Sindicato dos Auxiliares da Educação (SAE) do DF, porém o Sindicato dos Professores do DF declinou do direito de participar da discussão (SANTANA et al., 2010).

O projeto de lei acerca da gestão compartilhada no DF estabelece critérios para a seleção dos profissionais para ocupação dos cargos de diretor e vice-diretor das instituições educacionais, divididos em três etapas, segundo documento elaborado por Santana et al. (2010), que são os seguintes: a avaliação individual do conhecimento de gestão escolar e análise de títulos: consiste em prova objetiva, na qual os candidatos aos cargos de diretor e vice-diretor que obtiverem 70% (setenta por cento) de aproveitamento no somatório dos

pontos obtidos na avaliação do conhecimento de gestão escolar e na análise individual de títulos passam à segunda etapa; a elaboração e apresentação do plano de trabalho, ou seja, os candidatos a diretor e vice-diretor selecionados na primeira etapa passam a ser denominados “equipe”, devendo apresentar plano de trabalho que contemple aspectos pedagógicos, administrativos e financeiros para a comunidade escolar da instituição educacional escolhida. O plano de trabalho deve ser apresentado à comunidade escolar em audiência pública, convocada pelo Conselho Escolar; e a escolha da equipe diretiva pela comunidade escolar por meio do voto da comunidade escolar – professores, servidores, pais e alunos – nas instituições educacionais com mais de uma equipe concorrente.

Para ser diretor no DF, o candidato é avaliado para verificação de seu perfil como gestor, passa por concurso de títulos, necessita ter experiência profissional e deve elaborar um plano de trabalho com base nas metas de aprendizagem definidas pela Secretaria de Estado de Educação, além de assinar um termo comprometendo-se a cumprir seu plano de trabalho (DISTRITO FEDERAL, 2007).

A permanência do diretor eleito no cargo dependerá do cumprimento das metas contidas no termo de compromisso, entre as quais está a melhoria da posição da escola no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), que será utilizado ainda como variável para aumentar o orçamento da escola quando estiver implantado o orçamento descentralizado (DISTITO FEDERAL, 2007).

Os conselhos escolares deverão ter influência decisiva na forma como estes recursos serão gastos e na sua fiscalização, conforme preconiza o art. 3º, da Lei n. 4.036, de 25 de outubro de 2007, a gestão das unidades escolares será desempenhada pelo diretor e vice- diretor, em consonância com as deliberações do Conselho Escolar, respeitadas as disposições legais, além da atuação dos membros da unidade executora da própria escola (DISTRITO FEDERAL, 2007).

A Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal realiza também permanente avaliação das escolas da rede e adaptações nos currículos, entre outras medidas, para conseguir as metas estabelecidas que permeiem a redução anual de 5% da taxa de reprovação; 5% da distorção idade/série; aumento anual de 5% nas taxas de conclusão do ensino fundamental e médio; e aumento de 5% dos índices de rendimento escolar nas avaliações nacionais.

O cumprimento dessas metas tem como objetivo a melhoria da qualidade de ensino, pela equidade na educação do DF, e o princípio da descentralização enfatizada com suma importância no delineamento histórico de construção da gestão escolar. Ao se pensar em gestão compartilhada, idealizou-se uma associação com um sistema descentralizado, no qual a instituição tenha autonomia de decisão financeira, pedagógica e administrativa e conte com a participação de seus membros para tomar decisões coletivas, sem eximir o Estado da responsabilidade pela manutenção da instituição pública de ensino. Porém, no auge dessa discussão, surgem pontos que merecem uma reflexão maior no que se refere a possíveis divergências apontadas, junto à gestão democrática, denominada no DF Gestão Compartilhada (DISTRITO FEDERAL, 2007).

Na perspectiva de reflexão sobre o modelo de gestão institucionalizado no DF, ao se analisar o Programa de Descentralização de Administração e Financeiro no âmbito do Distrito

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