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1 A EDUCAÇÃO COMO FATOR DE DESENVOLVIMENTO – CRIAÇÃO DE

1.4. A participação da Gestão no desenvolvimento do Projeto Reforço Escolar

1.4.2 A gestão interna do Reforço Escolar

Além do gerenciamento de agentes externos ao ambiente escolar, a articulação para o bom funcionamento do Reforço Escolar deve ser realizada diretamente pelos gestores das unidades escolares. A função do gestor é importante para a Secretaria de Educação, que tem promovido capacitação contínua (SEEDUC, 2014) na crença de que os gestores escolares são “fundamentais para o sucesso do Projeto” (2014) em cada unidade escolar.

A seguir são descritas as atividades que, segundo a SEEDUC e a fundação CECIERJ, devem ser realizadas pelos gestores escolares para o bom andamento das aulas de Reforço Escolar em suas unidades.

A primeira delas diz respeito ao mapeamento e enturmação dos alunos que tenham necessidade de reforço com base nos seus rendimentos escolares. Frente a isso, a pergunta a ser respondida por qualquer gestor deve ser: quais são os alunos mais carentes das aulas do Reforço Escolar?

Conforme destacado anteriormente no texto, quando o Projeto foi implantado em 2011, somente as escolas que não alcançaram a meta do IDEB proposta pelo INEP, foram inscritas no Projeto com aulas de Reforço no contraturno. A função do gestor era selecionar os 20 alunos de cada série/turno, com menor rendimento nas avaliações internas e externas, e nas avaliações bimestrais do Saerjinho. O mapeamento era realizado por meio das informações obtidas no Sistema Conexão Educação19 utilizado para o lançamento das notas e falta dos alunos.

O primeiro passo era fazer o levantamento dos alunos que tiraram as menores notas tanto em Português quanto em Matemática. A partir de 2014, mesmo as unidades que não têm alunos com notas inferiores à média 5,0, passaram a poder inscrevê-los. O objetivo era fortalecer o conhecimento como forma de os alunos aprimorarem os estudos para participarem de concursos públicos e avaliações para ingresso universitário.

A segunda ação do gestor seria divulgar o projeto na sua unidade escolar para professores, pais e alunos. Isso porque não basta apenas realizar o mapeamento por meio do Sistema Conexão Educação, a fim de identificar os alunos com menor rendimento nas disciplinas de Português e Matemática e menor desempenho nas avaliações do Saerjinho. O gestor precisa divulgar o Projeto em sua unidade escolar para que pais, alunos e professores apoiem e participem no desenvolvimento direto do Projeto Reforço Escolar.

Cada ator mencionado tem um papel importante para o bom funcionamento do Projeto na escola. Aos pais, por exemplo, cabe a permissão para seus filhos participarem das aulas fora do horário regular. De acordo com a Diretora da unidade

19 É uma iniciativa da Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro que tem como objetivo de

aperfeiçoar processos, permitindo que diretores, professores e funcionários das unidades escolares tenham mais tempo disponível para a garantia de uma educação de melhor qualidade.

escolar, muitos pais não assinam a autorização, o que interfere no desenvolvimento das aulas, pois alunos que precisariam participar do Reforço não comparecem.

Os gestores também devem realizar a divulgação do Projeto Reforço Escolar aos professores da unidade escolar. Prioritariamente, os professores de Português e Matemática devem ter conhecimento da realização do Projeto, pois somente os profissionais dessas disciplinas podem atuar como dinamizadores, dando aulas no contraturno, sendo os únicos que podem ser elegíveis como professores- dinamizadores (SEEDUC, 2013).

Além dos professores de Português e Matemática, que podem receber uma gratificação para trabalharem na aplicação das aulas, os professores das demais disciplinas também devem tomar ciência da realização do Projeto para ajudarem na divulgação e sensibilização dos alunos. A Secretaria de Educação entende que quanto mais informação os alunos receberem, maiores serão as chances de participarem das aulas.

A terceira tarefa de competência do diretor da unidade escolar, estabelecida pelo manual do projeto do Reforço Escolar, é estimular e acompanhar a participação e frequência dos alunos e professores no Projeto.

O acompanhamento às aulas precisa ser realizado constantemente. Esse acompanhamento deve estar focado no monitoramento da frequência dos alunos e dos professores-dinamizadores. A cada bimestre, o gestor deve analisar a participação de cada aluno enturmado nas aulas do Reforço, se os frequentadores das aulas do contraturno estão aumentando seu rendimento nas disciplinas do Reforço e nos acertos do Saerjinho.

Cabe ao gestor acompanhar diretamente a frequência dos alunos participantes das aulas. O gestor deve criar condições para evitar o número elevado de faltas por parte dos alunos. A quarta responsabilidade do gestor é alocar o professor na turma do Projeto Reforço Escolar após a confirmação da Coordenação de Gestão de Pessoas de sua Regional e verificar a situação do professor no Quadro de Horários. Para ter o direito de participar como professor-dinamizador o docente deve ser indicado pelo gestor escolar. Seus dados serão confirmados para a Coordenação de Gestão de Pessoas de cada Regional. A Coordenação alocará o professor especificamente nos tempos de aulas selecionados do Projeto Reforço Escolar no contraturno da unidade selecionada para receber o Projeto.

Se o gestor não encaminhar a solicitação para alocação do professor para trabalhar nas aulas de Reforço, o docente pode ter problemas na hora de receber a Gratificação Especial por Elaboração de Projetos – GEEP. A cada bimestre o docente deve conferir se o seu nome está arrolado para as aulas de reforço. Cabe também ao gestor acompanhar pelo Sistema Conexão Educação e conferir se o nome do professor está alocado, evitando com isso transtornos como, por exemplo, o não recebimento da gratificação pelo dinamizador (SEEDUC, 2012).

A quinta e última ação do gestor se refere a garantia de entrega das apostilas para os alunos. Cada discente tem direito a material diferenciado para utilização nas aulas de Reforço. O aluno que está enturmado em Português receberá material específico para essa disciplina, o mesmo acontecendo com o estudante enturmado em Matemática. Segundo a própria SEEDUC/RJ, este material apresenta conteúdos de forma dinâmica e inovadora possibilitando maior oportunidade para despertar o interesse no alunado.

Com apoio didático contendo exercícios com explicações mais detalhadas, as apostilas utilizadas no desenvolvimento das aulas têm como objetivo apoiar o professor em sua prática pedagógica e são o foco das formações presenciais. O objetivo maior das formações presenciais, realizadas a cada bimestre, é fazer o professor dinamizador utilizar da melhor maneira possível este apoio pedagógico durante a aplicação das aulas.

Cabe ainda ao gestor a retirada deste material na sede de sua Diretoria Regional Pedagógica para utilização das apostilas pelos alunos e professores participantes do Projeto.

Ao longo desta subseção o reforço escolar foi apresentado como um Projeto para estimular ações de recuperação de conteúdos, consistindo em estratégia para a promoção do desenvolvimento da equidade, na qual os alunos com menos condições de desenvolvimento educacional possam ter mais chances de alcançar bons resultados. Foram descritos também os objetivos da SEEDUC com a realização de aulas de avaliação de como o Projeto vem sendo desenvolvido ao longo dos últimos quatro anos, além de destacar algumas diretrizes consistentes no Manual de Reforço Escolar elaborado a cada ano pela SEEDUC e a fundação CECIERJ.

A seguir são apresentados alguns detalhes de como o Projeto vem sendo desenvolvido pela SEEDUC e pela Diretoria Regional Metropolitana I, no Colégio Estadual Casemiro Silva de Abreu (cenário para elaboração dessa pesquisa).